Kristal Kristen
Dormir era fácil . Não, não era! Para quem sofria com os pesadelos, de quem lhe fez tanto mal! Não, era nem um pouquinho fácil... Em um piscar de olhos, sua imagem aterrorizante me aparecia, assombrando minha mente.
Acordar, era um tormento mais maior ainda. Imaginar que tinha mais um dia inteiro pela frente? Um tormento. Às vezes a angústia é tanta que vem acompanhada de enjoos. Vomitava, tinha dores. Só de olhar meu frágil corpo marcado, pela tormenta, de ter convivido com um monstro. A vida inteira me doía, o corpo doía a alma, doía! Como a pedir socorro no escuro… Como a gritar por ajuda, no deserto…
Era um corpo marcado pela dor. Pela dor da alma, a pior de todas as dores. A invisível. A que não aparece na ultrassonografia, nos raios-x, nas tomografias. Mas está lá, silenciosa. Maligna. Incompreendida. Para a dor da alma não tem morfina, não tem remédio, talvez nunca tenha cura.
Corria, desesperadamente, gritava por socorro, mas, as pessoas ao meu redor não me ouviam, elas não iam ao meu socorro, nada faziam. Olhava meu corpo, todo sujo de lama, pois, corria debaixo de um temporal, os clarões dos relâmpagos, são a única coisa que me deixam ver o caminho com claridade, para não tropeçar, continuo a correr desesperada, até, chegar em uma ribanceira, ali, naquele caminho escuro, eu só envergava duas alternativas, ou pular e orar para chegar ao final da ribanceira bem, oque seria difícil, ou entregar-me de vez a ele, aquele animal irracional, que me seguia, que queria me devorar com os olhos, como uma pressa, pois é assim que sentia na mão daquela besta.
Até ouvir sua voz, tormento para meus ouvidos, ele grita pelo meu nome, seu grito é como um urro, como uma flecha molhada no querosene, com chamas de medo, que atravessam o meu peito, deixando um rastro de medo e destruição, pois era como a besta do Apocalipse.
Homem: Kristal !!!! Não se atreva a pular! Olhe quem ficará sem a sua proteção? - Ao olhar para aquele monstro, vejo, ele segurando uma criança, o meu pequeno Ravvi, esta nas mãos daquele animal imundo. Meus joelhos se dobram no chão, parece que o meu coração também se joga naquele chão de lamas, se partindo ao meio. Minhas lágrimas se juntam a chuva, formando um junta de lamas, nas minhas mãos.
Kristal: Nãooooo! Raviiii! Solte ele....
Homem: Venha, venha, lhe entregarei o seu tesouro.... — Mentira refletia em seu olhar, em suas palavras. Pois, assim que me aproximasse, aquele monstro não ia devolver o meu pedaço de vida. Mas, ali naquela ribanceira, não tinha muita alternativa. Ate, que uma luz surge no final do túnel, vejo se aproximar um cavaleiro, mas, ele não usava branco, e sim uma capa preta, ele difere um golpe de espada, no peito do ogro a minha frente, que vai de de joelhos ao chão, então rapidamente o cavaleiro desce do cavalo, pega o bebê, mas, para mim já era tarde, já que o monstrengo acertou-me com um tiro no coração, mas, ver o Ravvi a salvo para mim, ja bastava, com os meus olhos quase se fechando, agradeço ao cavaleiro, e em meu último suspiro, ouço Ravvi, chorar… Talvez, no fundo, mesmo sendo tão pequeno, ele saiba oque tá acontecendo, e talvez em seu pequeno coração, ele talvez saiba que não me verá mais.
Anabella: Nãooooo! Nãooo! Ravvi! — Acordo assustada, corro até o quarto do Ravvi, ele dormia tranquilamente, era apenas mais um pesadelo, como das noites passadas. Após, ver que ele dormia, tranquilamente, caminho até a cozinha, me sirvo de uma taça de vinho, tomando tudo de uma vez. Na pequena sacada do apartamento, observo, a chuva que caia devagarinho, dando início ao o inverno... Volto ao quarto, pego uma camisola, e volto para a sacada, pois, sei bem que não conseguiria dormir novamente, fico ali, com minha taça, e observando, as gotas de chuva molhar o calçadão, o calçadão mais famoso do Rio de Janeiro- Copacabana, que ficava há quilômetros e quilômetros da minha terra ... Saudades apenas dos amigos, pois, oque vivi lá, somente guardo dor....
Me chamo Anabella Campus, tenho 27 anos, tenho um filho, o Ravvi, de 1ano e cinco meses, minha razão de viver.
Atualmente minha morada está sendo no Brasil, pois, aqui reconstruir minha vida, mudei meu nome, aqui praticamente me escondo. Meus, amigos nem sabem que estou viva, todos acham que Khistal Kristen está morta, talvez seja melhor assim...
Nicholas Hoult
Chuva..... Acordei cedo, como de costume, contemplei mais uma vez a natureza, suas gotas que escorriam pela janela.
A chuva fina chegava de mansinho, creio que com a minha frieza e o seu encanto e aroma matinal, seríamos um só ser… Aquela bela manhã chuvosa trazia, vários ares de reflexão. Naquela enorme janela, do meu templo de paz, fiz uma breve momento, de paz e harmonia, comigo mesmo. Coisa raras de ser ver, pois a maioria dos meus dias, é como uma violenta tempestade.
Até que a sua voz, implorando para voltar para a cama, assolou o quarto, com as paredes escuras.
Olga: Nick, volta para a cama… Vai Nick, tá tão gostoso aqui…
Respiro fundo, para não ser grosso.
Nicholas: Tenho uma reunião importante hoje, espero que quando eu voltar já tenha juntado as suas coisas e ido embora…
Olga: É assim que trata sua esposa e futura mãe de seus filhos…
Hahahahah. — Solto uma risada sarcástica. — Acha mesmo que ainda vamos nos casar? Acha que não sei do esquema com meu pai… Vai me fala, quanto ele te pagou? Ah? Qual foi o seu preço? — Engatinho na cama até ela que está sentada na cama, se cobrindo com os lençóis de seda.
Olga: Nick, amor… Como ouça pensar assim de mim, sabe que sempre fui apaixonada por você, ahh, quando te vi foi amor a primeira vista.
Nicholas: Aii, Olga! Fingirei que acredito em você, porque se eu ficar aqui, além de perde meu tempo, perderei um grande investimento…
Olga: Nós vemos mais tarde?
Nicholas: Não conte com isso! Chegarei bem tarde, tardiamente… — Sorrio franco, enquanto caminho até o banheiro, ligando a ducha, começo molhando os cabelos, e deixando a água escorrer pelo meu vasto corpo. Assim que faço minha toda a minha higiene pessoal, saio com uma toalha enrolada na cintura, exibindo meu dorso nú, um peitoral escupido nas manhãs pesadas que passava na academia. Após, me secar, visto uma cueca box branca, calça preta, os sapatos importados e o terno de marca, que estão impecavelmente alinhados, faço o mesmo com os cabelos, os deixando bem alinhados. Sigo em direção às escadas, onde encontrou. Camila, a empregada, que contratei há pouco tempo, ajeitando a mesa do café.
Nicholas: Bom dia. Camila! — A cumprimento me sentando na ponta da enorme mesa.
Camila: Bom dia, senhor Nicholas.
Camila: Seu pai ligou… Me, desculpe, sei que…
Nicholas: Camila, sem rodeios!
Camila: Seu pai, ligou! Pediu para te lembrar da reunião com o senhor Afonso! E também pediu para lhe perguntar, quando o senhor vai à Nova York?
Nicholas: Camila! — A repreendo jogando o guardanapo sobre á mesa. — Quando meu querido pai ligar, diz, a ele que não sou nenhuma criança, sei das minhas obrigações! E diz a ele que não quero nem me lembra que Nova York existe, pois, daquele lugar só tenho péssimas recordações!
Camila: Desculpe senhor…
Bruno: Hum, Nova York! Quando partimos?
Nicholas: Sabe o quanto me irrita? — Falo encarando ele.
Bruno é o meu irmão mais novo, juntos eu e ele, tocamos os negócios da família, depois que meus pais foram morar em Nova York, lugar que quero esquecer que existe, desde minha últimas férias há mais ou menos 3 anos atrás…
Bruno e eu nós damos bem, porque sempre concordamos em tudo, estamos juntos nas melhoras baladas, nas festas, nossos gostos por mulheres são bem diferentes, por isso jamais houve contenda quanto a isso.
Bruno: Então, nada de Nova York este ano! Ah, que ótimo! Quando esquecerá aquilo, eh? Foi um acidente poderia ter acontecido com qualquer um!
Nicholas: Olha, Bruno! Em respeito a nossa união, proponho esquecermos essa merda! E onde está seu terno? Temos uma reunião importante!
Bruno: Camilinha, faz um cházinho de camomila, para o nosso amigo aqui, ele tá precisando!
Observo, Camila sorri, e faço uma expressão seria para ela, pois, conhecia o crápula do meu irmão, e assim como eu, ele não valia nada, e logo ele ia levá-la, para a cama, ela se magoaria, e novamente eu precisaria de outra empregada.
Nicholas: Camilinha?
Camila: Com licença, senhor! — Diz ela, se retirando.
Nicholas: Não, nem pense nisso! Olha, não sabe o trabalho que foi, conseguir alguém tão competente quanto a camila, então me faça o favor, não leve ele para sua cama!
Bruno: Qual é Nick! Precisa relaxar!
Nicholas: Tô falando sério! — Digo a me levantar da mesa, indo em direção à saída.
Nicholas Hoult
Me chamo Nicholas Hoult, tenho 32 anos, sou um dos herdeiros da família Hoult, há muitos anos atrás, meu avô, veio de nova York, para o Brasil, trazendo os seus investimentos. E assim ele fundou a maior empresa de exportação e importação, a Cofwords Hoult, uma empresa que atua com Consultoria e Assessoria Aduaneira (alfandegária) nas operações de Comércio Exterior, contando com uma estrutura própria e parceiros selecionados para prover um excelente serviço a nossos clientes. Através de um extenso know-how, realizamos as operações de exportação e importação para o mundo inteiro. E assim a Cofwords, vem se expandindo por todo o país com uma filial em São Paulo, e agora outra no Rio, ainda é um projeto recente, mas, com grande avanço.
Então nasci e foi criado no Brasil, junto a meu irmão Bruno que é 5 anos mais novo, atualmente assumimos, juntos, os negócios da família, pois, os meus pais se aposentaram recentemente e se mudaram de volta para Nova York, lugar que almejo esquecer, desde a minha última trágica passagem pelo país, que quase me levou a prisão…
E consequentemente, desde esse dia para cá, acabei ficando mais arrogante e frio, me afastei das pessoas, pois, a maldade delas, me levou a meu isolamento. Trago no peito um coração magoado, por uma cigana imunda, assim que me lembro dela. A amei com todas as minhas forças, e em troca me deu todas as categorias de traumas que um ser humano pode ter em uma vida. Um ser de caráter desprezível, que me usou, enganou-me, e o pior usou e pisoteou o meu coração, fazendo ele se partir ao meio. Hoje não consigo confiar em ninguém.
Bruno Hoult
Me chamo Bruno Hoult, o segundo herdeiro da família Hoult, irmão mais novo do Nicholas, o senhor do coração de pedra. Não, o culpo, afinal, ele ficou assim, depois do incidente em Nova York, assunto que ele prefere enterrar, aliás, todos, na família são proibidos de tocar no assunto. Mas, vez o outra, ele da entrevista em algum jornal, e o assunto acaba vindo a tona, lhe causando sofrimento, que leva a ele há uma noite assombrada e cheia de pesadelos.
Agora, falando um pouco sobre mim, nunca me envolvi com alguém, que pudesse despertar o mesmo sentimento que despertou em Nick, a mulher cujo nome somos proibidos de pronunciar. Mas, sempre fui do tipo, beija-flor, que cada hora está em uma flor diferente, buscando o seu mel, em forma de prazer momentâneo, bom, enquanto o meu coração não se aquieta em alguém, coisa que acho difícil de acontecer, pois, meu coração e vagabundo, e coração vagabundo não tem dona.
Olga
Me chamo Olga Camargo, tenho 25 anos, e sede de poder.
Quem foi o idiota disse que o dinheiro não traz felicidade? Pois, traz! E, posso provar, Fernando Hoult, empresário aposentado, conheci ele em um café, onde trabalhava de garçonete, garçonete não, era quase uma escrava, já, cheguei a passar a madrugada servido café, quem Imbecil toma café de madrugada? Pois, bem são os poderosos e covardes cheios de medos e frustrações, que em vez de dormirem em seus lençóis de ceda, não! Vão até o café, conversar sobre os seus pensamentos e medos, ao ser assim que fui paga, para conhecer o Nicholas. O pai dele, Fernando, me fez uma proposta indecente milionária, nada comparado com a mixaria que eu recebia no café, para conquistar o coração do Nick, ele que estava se afundando no álcool e nas drogas, e afundando a empresa junto. Então o pai me pediu ajuda, em troca me tiraria daquele lugar imundo, mandei o dono se lascar, e me joguei na cama do milionário, agora somos praticamente noivos, com uma pequena ajuda do pai é claro, tive que mudar meu comportamento, ser doce e gentil, algo que odeio ser, mas, tudo bem, pelo Nick, sou capaz de tudo.
Camila Bastos.
Oportunidades batem a nossa porta, e temos que saber agarrá-las.
Me chamo, Camila Bastos, tenho 24 anos, sou de uma família muito humilde, que mora na zona sul de São Paulo, mas, agora meu endereço é na zona sul do estado do Rio de Janeiro, Copacabana. Como vi parar aqui? Recebi uma proposta para trabalhar como cozinheira de uma família rica, na verdade, dois rapazes. No começo achei que era algo indecente por se tratar de uma casa com dois rapazes, mas, aos poucos, eles me passaram confiança. Não por serem bonitos e atraentes, mas, sim, pela gentileza deles, bom, um deles é educado e gentil, na verdade, os dois são educados, o senhor Nicholas e mais fechado, acho que alguma coisa o incomoda, alguma dor, ele deve carregar, mas, não sou paga para pensar e sim, trabalhar, recebo um ótimo salário que dá para ajudar minha família, que ficou em são Paulo, e ainda sobra para fazer minhas regalias, como sair aos finais de semana, ir ao shopping, apesar de não conhecer ninguém aqui, mas, isso não me impede de sair e me divertir.
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