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Senhora Ross Dona Do Meu Destino

Inferno

Acordo mais uma vez me perguntando por que ainda não morri, olho para meu corpo tem marcas roxas em todo canto, algumas já começam a amarelar enquanto outras estão mais roxas, resultado do constante espancamento, e isso não é o pior, levanto-me e sinto dor em todo lugar, é sinal de que ainda estou viva penso rápido, olho em volta e estou sozinha, graças a Deus ele ainda não voltou, tomo um banho rápido e olho-me no espelho, mais não reconheço essa pessoa, cabelo bagunçado o olho inchado do soco que levei a dois dias atrás, um corte na testa estava infetado, bom mais tarde eu cuido disso, preciso lavar o rosto tenho até medo de fazer isso, quando a água toca o meu rosto sinto arder, como vim parar aqui pergunto-me, se bem que jamais conheci nada além do sofrimento, já me acostumei com a dor.

Estou hoje com vinte e três anos, garota estúpida tentou fugir do inferno e caiu em um pior ainda, bom não me adianta lamentar-me, em pensar que o meu sonho era ser militar, hoje olho-me e vejo só um casco quebrado.

Levanto tomo um banho, visto uma roupa comprida para esconder as minhas marcas, coloco uma touca e um óculos escuro e vou ao mercado comprar algo para comer, no caminho não falo com ninguém sigo com o rosto abaixado, sei que ele não está por perto, mas tenho pavor de que alguém me cumprimente, se ele vir algo assim estou ferrada.

Volto para casa correndo nem vejo como o céu está lindo hoje, não vejo as crianças brincando de pique e nem uma borboleta linda que passou, apenas enxergo, pode não parecer mas tem diferença, toda essa alegria ao meu redor me irrita, como podem todos estarem felizes enquanto vivo nesse inferno, logo ele vai chegar, limpo tudo correndo e faço um almoço depois sento e aguardo, cada segundo que passa o ar fica mais pesado, parece que estou a caminho da força, olho novamente para ter certeza de que tudo estava como ele queria, não posso dar motivo para outra surra, ainda não me recuperei da última.

Escuto o motor do carro, corro me sentar e forço um sorriso, assim que abre a porta ele me olha de cima abaixo, que roupa e essa Luiza, já te falei que a quero bonita quando chegar, sinto minha respiração falhar, ele se aproxima me agarra pela cintura e me beija sinto a dor em meus lábios quando ele morde com força, assim que ele se afasta peço desculpas.

De desculpa Heitor eu acabei me esquecendo, falo gaguejando, olha fiz sua comida favorita, digo rápido tentando mudar sua atenção, venha se sente vou te servir, ele me olha mas não diz nada se senta na mesa enquanto sirvo seu prato, coloco o arroz feijão,a batata frita e o bife mal passado, e entrego a ele, corro até a geladeira e pego uma cerveja e entrego junto a comida, me sento em silêncio enquanto ele come, ele termina a refeição e quando coloco seu prato na pia ele me chama, me aproximo e sinto um tapa em meu rosto, sinto o gosto do sangue dentro da boca.

Achou que iria passar né, quando eu voltar a noite esteja arrumada caso contrário vou ter que conversar com você, já falei que essas janelas devem estar sempre fechadas Luiza, que inferno quer que os vizinhos fiquem te olhando sua vagabunda.

Sinto meu corpo gelar, sua ofença não dói mais, mas tenho medo do que vira a noite.

Começo

Corro e fecho as janelas ele me arrasta para o quarto e tranca a porta, sua vaca vai ficar aí até eu voltar, quero ver mulher minha ficar se oferecendo por aí.

Deito na cama em silêncio e começo a pensar na minha vida, moro em uma boa casa, Heitor é um homem bonito, alto moreno com cabelos ondulados, tem um bom trabalho e muitas me invejam, pobre coitadas se soubessem que ele é o diabo em pessoa.

Eu também era estúpida quando o conheci ele sempre me elogiava, era tão carinhoso, me tratava como se eu fosse única, sentia especial ao seu lado, eu tinha apenas quinze anos ele já era um homem formado na época tinha vinte e três anos, oito anos de diferença eu nem pensava nisso, ele era um dos homens mais desejados e ter a atenção dele me fazia me sentir especial, pobre menina burra, acabou com sua vida, eu até acreditava que o amava, bom isso foi até ver quem ele era realmente, assim que fomos morar junto aos poucos ele começou a mudar, foi tão lentamente que nem percebi, primeiro começou me afastando dos poucos amigos que eu tinha, agora você é uma mulher casada Luiza, não é bom que te vejam por aí com outras pessoas, seu lugar é ao meu lado meu amorzinho, eu idiota ficava feliz.

Depois foram as roupas, que ele comprava cada dia mais compridas e sem cor, você fica mais elegante assim querida, e então veio o primeiro tapa, quando me viu respondendo a pergunta de um rapaz na rua, desculpa amor eu me exaltei, mas também você fica dando moral para esses caras, isso não vai se repetir, pois é mas se repetiu tanto que virou rotina.

Pensando em tudo que ocorreu, acabo pegando no sono, estou novamente naquela casa, minha mãe havia saído trabalhar,meu padrasto também, mas logo escuto barulho na cozinha, saio devagar, será que é um bandido? Eu tenho oito anos nesse momento, pego uma vassoura e vou devagar, mas quando olho é só o Italo, a oi Italo que susto achei que era um bandido, voltou cedo do trabalho aconteceu algo?

Não Luiza só esqueci umas ferramentas já vou voltar pro trabalho, deixa a casa limpa pra quando sua mãe chegar tá bom?

Tudo bem deixo sim.

Percebo que Italo começa a me olhar estranho, olho pra minha roupa e acho estranho não tem nada de mais nem tô suja, ainda tô com meu pijama favorito de estrelinha que minha mãe me deu de natal, bom devo estar imaginando.

Bom Italo vou tomar um banho pra trocar essa roupa, fecha a porta quando sair por favor?

Está bem lu fecho sim.

Vou saltitando para meu quarto pego a roupa e vou pro banheiro não ouvi barulho então Italo já deve ter ido, então não tranco a porta do banheiro, ligo o chuveiro e começo a me lavar, estou de costas para a porta, estou lavando meu cabelo quando sinto uma mão tapar minha boca, me assusto e olho para trás em Pânico, sinto meu coração bombear forte, ele me arrasta até a cama e tudo que sinto é desespero e dor.

Faminta

Acordo desesperada e vejo que estava gritando, meu corpo está encharcado de suor não paro de tremer e começo a chorar, corro para o banho tentando tirar a sensação de sujeira do meu corpo, esfrego até que sinto minha pele arder então paro, olho em volta e começo a chorar novamente, me encolho como uma bola dentro da banheira, logo me lembro que se a conta de luz vier muito alta Heitor vai se zangar, então saio do banho.

já no quarto coloco um vestido e faço uma maquiagem para cobrir as marcas roxas, logo Heitor estará de volta e tenho que estar arrumada, passo um perfume e me sento olhando para a parede, não sei que horas são ele retirou o relógio da parede para que eu não soubesse, o único relógio que tenho é na cozinha para saber o horário de fazer a comida, não tenho celular ou tv no quarto e a única janela de para os fundos do quintal e tem uma grade de ferro para que eu não possa sair, estou em uma gaiola.

Estou com tanta fome fui burra acabei esquecendo de comer antes dele chegar e agora já está escurecendo, estou o dia todo apenas com uma bolacha no estômago, olho para fora preocupada já estou dez dias com minha menstruação atrasada, mas também magra desse jeito e com tanto estresse acho que nem ela quis vir, uma pena pois ao menos nesses dias ele me deixa em paz.

Sinto cede e vou até o banheiro tomar água,ao menos tem água de torneira para tomar, volto para o quarto e minha mente volta para o sonho, tento afastar essa lembrança mas a dor vem como uma facada em meu peito, maldito eu era só uma menina.

A partir daquele dia só piorou ele não tinha mais receio e muitas vezes eu acordava no meio da noite com ele me sufocando enquanto era estrupada.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto e a seco, começo a olhar ao meu redor e penso por que? Eu era uma criança tão doce loirinha de olhos azuis, amava brincar de boneca, eu era feliz. Mas tudo mudou, hoje não existe nem um resquício daquela criança.

Começo a pensar e se ele não voltar hoje, bom ao menos eu poderia dormir em paz, quantos dias será que eu sobrevivo sem comer?

Ele podia sofrer um acidente no caminho e morrer assim eu não precisaria mais passar por isso, mas aí eu morreria de fome aqui nesse quarto, e pelo tanto que estou magra isso aconteceria rápido penso olhando para meus braços esqueléticos, bom se eu morresse ao menos não haveria ninguém para lamentar afinal não tenho ninguém nesse mundo mais, minha família nunca se importou comigo e os poucos amigos que eu tinha Heitor afastou.

Pensando bem seria um alento acabar com isso de uma vez, eu iria satisfeita, olho para fora e está escuro bom ele não vai voltar hoje pelo jeito, deve estar com alguma amante, melhor assim vou poder dormir, deito e me cubro para dormir, tento ignorar a dor no meu estômago de fome e faço uma breve anotação mental, esconder comida pelo quarto para esses casos.

Acordo pela manhã e vejo que ele não voltou, eu estaria feliz se não fosse a dor em meu estômago.

Arrumo a cama e o quarto, limpo o banheiro e o guarda-roupa, nem sinal dele, que horas serão, logo ele deve voltar para almoçar, como eu queria aquela maça da geladeira chego a sentir seu gosto, deito na cama novamente e fico olhando para o teto.

Começo a sentir meu estômago embrulhado e corro para o banheiro vomitar, apenas uma água amarga sai pela minha boca, lavo o rosto enquanto suo frio,escovo os dentes para tirar o gosto da boca e como um pouco da pasta, que horas será que são.

Arrumo novamente as roupas e acabo achando um caderno velho, acabou a comer uma folha ao menos ameniza a dor no meu estômago.

Olho pela janela está escurecendo ele ainda não voltou, começo a me preocupar.

Levanto tomo um banho escovo os cabelos e boto uma roupa limpa, se ele chegar tenho que estar bonita, não quero que ele se irrite.

Novamente ele não vem deito mas não consigo dormir volto a vomitar o papel que comi, como a dor da fome é terrível, sem perceber estou chorando.

Penso que se um dia eu conseguir fugir desse homem jamais quero permitir que alguém se aproxime de mim novamente.

Vou ao banheiro mas no caminho me sinto tonta e desmaio, acabo batendo a cabeça na prateleira.

Quando acordo já está claro não sei quanto tempo passou mas vejo o sangue seco na minha cabeça, tento me levantar mas sinto muita dor.

Acabo resolvendo não me mover e fico ali esperando que a morte venha me buscar, sinto cada centímetro do meu corpo doer, minha boca está seca e meus lábios rachados, sinto cede mas não consigo me mexer.

Meus olhos começam a arder e os fecho, seria melhor se fosse para sempre, sinto um torpor e acabo apagando novamente, quando acordo está escuro.

Tento levantar-me e com muito sacrifício o faço quando olho para a porta ela estava aberta, me arrasto para fora e consigo chegar a cozinha, abro a geladeira e começo a comer aquilo que alcanço do chão.

Depois de comer um pouco fico deitada ali até começar a ter mais força, quando sinto que consigo me levanto e sento em uma cadeira, olho ao redor está tudo uma bagunça, com certeza ele esteve em casa.

Tomo fôlego e volto ao quarto com alguns alimentos que demoram a estragar e começo a escondelos pelo quarto, não quero mais passar por isso, tomo um banho e começo a limpar a casa, lembro de não abrir as janelas.

Quando tudo está limpo olho no relógio já passam das dez da manhã de que dia não faço ideia, mas pelo estado do alimento na geladeira devem ter se passado alguns dias.

Sei que logo ele vai voltar e começa a me bater uma crise de pânico, chega a ser irônico sendo que eu estava rezando para ele voltar.

Respiro fundo, não posso me permitir entrar em Pânico, eu não posso morrer aqui não assim, eu poderia fugir mas com toda a influência que ele tem na cidade logo ele me acharia.

Escuto sua voz na minha mente não se pode fugir de um Anatole Luiza .

Anatole, são tudo uns filha da puta, ele e sua família, só porque são políticos e tem dinheiro pensam que podem tudo, infelizmente eles podem, se ele quiser me arrastar para o meio da cidade pelos cabelos ninguém vai se intrometer.

Maldita a hora que cai nesta armadilha.

Corro para fazer o almoço, Heitor não havia deixado dinheiro para comprar comida e só avia um pedaço de linguiça então fiz um feijão, arroz e fritei a linguiça para ele, comi antes dele chegar o arroz e feijão, apesar de simples tava gostoso, lavo meu prato e deixo tudo no jeito, escovo os dentes e aguardo.

A ansiedade é o que me mata, minhas mãos estão suando, como queria fugir daqui mas não tenho como nem meus documentos eu tenho.

Ele chegou forço um sorriso e ele chega com uma sacola com alguns remédios.

Toma Luiza comprei pra você, olha como me preocupo com seu bem estar meu amor, é só você ser uma boa esposa que a gente pode viver em paz viu.

Ele se aproxima e sinto um enjôo muito forte me obrigo a correr para o banheiro vomitar.

Ele vem atrás furioso mas quando viu meu estado me perguntou se estava menstruada, eu falei que não seu rosto congelou.

Rapidamente me defendi, está atrasado mas é poucos dias logo desse.

Luiza sua menstruação sempre desse até dia dez, já estamos no dia vinte cinco. Ele me olha sério.

Me arrepio na hora, meu coração da uma parada me foge o ar eu fico branca e sinto que vou cair.

Ele me manda esperar e dá uma saída.

Fico sentada em choque e começo a rezar para não estar grávida não posso trazer uma criança para esse inferno.

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