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Na Sombra

Capítulo 1

Queria ter o poder para mudar meus sentimentos. Casada com um homem rico, diretor da empresa onde trabalha, bonito e considerado um gênio.

Nos conhecemos na faculdade onde ele deu palestra sobre negócios e quase instantâneo me apaixonei. Alto, cabelos curtos pretos, olhos castanhos, ombros largos, braços fortes, olhei cada pedacinho ao invés de prestar atenção na palestra.

Quem imaginaria que este homem me pedisse para sair com ele? Que seria sua esposa?

Casamos depois de dois anos numa relação secreta contra o desejo de seus pais. Não vim do meio de empresários, meus pais tem uma pequena fábrica bem no sul de ração para gado.

Entrei na faculdade por meio de bolsa e trabalhei boa parte do meu tempo livre para pagar as mensalidades. Mesmo após o casamento continuo trabalhando sobre o protesto do meu marido.

Nosso casamento foi uma cerimônia cheia de barracos, seus pais gritando, ele assinando o documento com ódio e eu na pressão por querer adiar.

Até hoje sua família trata como se fosse a empregada da casa, toda vez que vamos em algum evento tenho que cuidar dos filhos dos irmãos dele. Além de cuidar das crianças, tenho tarefas como cozinhar para todos, lavar todas as louças sujas, trocar a fralda do caçula da família, levar bebida sem deixar o copo vazio deles.

Todos os anos passei pelas mesmas situações, humilhada quando não consigo ter tempo para fazer tudo de uma vez, criticada por não andar arrumada como as outras mulheres.

Suporto piadas, críticas e o desrespeito do cunhado do meu marido que sempre tenta arrumar uma brecha para tocar em alguma parte do meu corpo.

Contei muitas vezes sobre o assédio para Gabriel que diz estar exagerando com as brincadeiras dele.

Fora tudo isso, Gabriel é um ótimo marido, paga todas as contas de casa, trás presentes todo final de semana ou quando viaja a trabalho.

Ele também está sempre me procurando na cama, não tenho do que reclamar do desejo dele. Jamais vi ele olhando para outra mulher, todos os seus amigos são praticamente dentro de casa.

A única coisa que gostaria dele é que me defendesse mais com a família e que fizemos amor de luz acessa algumas vezes. Coisa que ele recusa sempre que tento fazer algo diferente para apimentar nossa relação.

Nesse exato momento toda está bolha que criei acabou de ser destruído. Meu marido, o homem da minha vida está rindo com seus amigos da ( no dizer deles) nojenta aparência que tenho.

Vieram depois do trabalho para relaxar como sempre fazem, nesses períodos geralmente estou indo pra o turno da noite deixando eles há vontades.

Saí de casa como de costume, um pouco até atrasada, por preparar a janta de Gabriel. Esqueci minha chave e voltei para pegar, não queria ser incômodo para eles, então entrei caladinha.

No rol da entrada ouvi os risos deles, até então normal, mas então Gabriel começou a falar.

— Cara, se pudesse voltar atrás!

— Homem, até hoje estou incrédulo que casou com uma baranga. — Antônio diz rindo.

Aproximei lentamente para ouvir a conversa, pedindo que tudo fosse um engano.

— Como consegue fazer sexo com ela? — Pergunta Sérgio.

Todos fazem cara de nojo.

Neste ponto, olho no rumo do Gabriel com o coração na mão, sem saber o que esperar da sua resposta pedindo no fundo do meu interior que diga palavras gentis.

— Se não fosse pelo rosto, se parecer com Camila, teria desistido.

— Cara, Camila é magnífica. — Fala Antônio.

— Qual Camila? — Pergunta Sérgio.

— Camila, homem! — Fala Antônio gesticulando.

— Sua ex? — Diz Sérgio animado.

— Ela mesma. — Responde Antônio.

— Nossa! Aquela mulher é um avião, nunca se compara com sua esposa. — Comenta Sérgio.

— Arghhh! — Aflito bagunça a cabeça. — Quando conheci Elisa havia acabado de terminar com Camila.

— Fez uma burrada. — Comenta Antônio.

— Acha que não sei? — Retruca Gabriel.

— Ouvi falar que ela está de volta na cidade. — Diz Sérgio.

— Mano, o que pretende fazer? — Pergunta Antônio.

— Graças a Deus tomei todas as medidas seguras para não engravidar a "baranga". Quero conquistar de volta meu grande amor...

Sai de casa correndo em prantos, jamais pensei que meu marido sentisse nojo de mim. Muito menos que considere nosso casamento um erro.

Todo este tempo tenho me esforçado tanto para o fazer feliz. Todo aniversário lhe dou presentes caros, sendo compreensiva quando viajou no aniversário de casamento, às vezes que esqueceu meu aniversário.

Corri sem olhar para frente esbarrando numa mulher muito bonita. Cabelos curtos na cor de caramelo, olhos gentis parecendo duas pérolas pretas, alta e magra. Ela me ajudou se levantar, preocupada comigo e notei certa semelhança na roupa que está usando, no formato do rosto que se parece com o meu.

— Você está bem? Se machucou?

Continuei intrigada com meus pensamentos sobre essa mulher que sorri gentil carregando uma sacola na direção da minha casa.

— QUEM É VOCÊ? — Grito.

Não sei, por quê fiz isso?!

Só tive certeza que essa mulher é culpada de tudo. Alguém tem que levar a culpa por meu marido ter sido cruel para poder continuar com o casamento. Faço um escândalo gritando com a mulher tomando a sacola para destruir o que está lá dentro.

As pessoas começam a parar para olhar, meu marido junto com seus amigos saem de casa para ver o que está acontecendo. Sabia que ela não era inocente, rapidamente ele me empurrou no chão protegendo sua ex-namorada.

— CAMILA! — puxa lhe abraçando com carinho. — Está bem? Se machucou?

— Estou bem.

— O que houve? — Pergunta Antônio lhe ajudando a recolher seu pertence.

— Não sei, essa louca começou me atacar do nada.

Gabriel olhou para mim friamente, acompanhando Camila para casa.

As pessoas que assistiram olham rindo e debochando, envergonhada saio correndo para o trabalho. Por estar muito atrasada levei advertência, imediatamente começando a trabalhar ocupando a mente. Não pude parar para pensar, a casa estava cheia de clientes.

Chegaram alguns estrangeiros em excursão ocupando as mesas do bar da boate. Entre esses clientes está Felipe, um antigo cliente regular que só aceita ser servido por mim.

cap 2

— Hoje chegou atrasada. — Diz em brincadeira.

— Aconteceu algumas coisas em casa. — Respondo sem graça.

 O sorriso desaparece e ele fica sério.

Não notei que estava sangrando quando percebi minha visão escureceu, acordando com Felipe do meu lado ligando aflito para a ambulância.

Tento levantar, porém ele me impede com o telefone ligado falando num tom agressivo com as mãos me mantendo deitada. Ele olha pra mim quase como uma ordem para permanecer deitada e assim permaneço.

Olho em volta para reconhecer onde estou, notando ser uma das salas secretas da casa utilizado por clientes Vips, nunca estive dentro dessas salas apesar de todas as garotas da casa terem que servir pelo menos uma vez na semana nesse lugar.

Uma regra quebrada pelo próprio chefe que evita a todo custo me aproximar, seu único pedido e ser o máximo de gentil com Felipe.

Ele desligou o telefone finalmente vindo falar comigo.

— A ambulância está vindo, fica mais um tempo deitada.

— Obrigada , Felipe. Porém, devo voltar ...

— SE TENTAR SE LEVANTAR VOU FAZER SER DESPEDIDA! NÃO BRINCA COM SUA VIDA!

Sua preocupação me comove, logo após gritar ele parece aflito.

— Não quero que perca o emprego, desculpe por gritar. Só fica quieta, por favor. — Diz gentil tocando minha mão com carinho.

Como desejo esse afeto do Gabriel, preocupação com meu bem estar, mas só tive sua indiferença. Comecei a chorar levando a Felipe enlouquecer sem saber como consolar, em pânico andou de um lado para o outro, depois tentou me tocar, mas por alguma razão desconhecida não o fez, e por último saiu correndo voltando com uma bebida nas mãos.

Achei que era pra me oferecer, porém ele bebeu quase a garrafa inteira e quando estava completamente bêbado me abraçou totalmente vermelho.

— Desculpe... — Soluça — Nhao— Soluça — Opa.

Começo a sentir ternura vendo como ele agi fofo estando bêbado tentando me consolar. Bêbado caiu do sofá, grudando no poste e fazendo carinho achando que sou eu. Quando os paramédicos chegaram estava tentando tirar do pilar e levar para casa.

Felipe brigava dizendo que iria cuidar da sua rosa, no lugar de me levarem foi ele que precisou ir ao hospital após desmaiar de embriaguez. Continuei trabalhando, mas muito grata por ele cuidar de mim.

Todo o pensamento ruim que sentia antes de chegar sumiu, fazendo um bom atendimento sem a cara de choro de quando entrei no salão.

A noite foi longa e bem cansativa, terminando de fechar às três da manhã. Arrumamos tudo e fui para casa... Casa.

Entro no silêncio de sempre, ando para cozinha e pego um copo d'água. Gabriel pela primeira vez está acordado me esperando na casa de estar.

— POR QUE ATACOU CAMILA?

Essa é a frase que grita para a esposa que acabou de chegar do serviço.

— Não conheço nenhuma Camila!

Realmente não conheço nenhuma Camila, ouvi o nome da sua ex e a vi por coincidência, mas não lhe conheço.

— ELISA! ATACOU ELA ONTEM! — Grita fora de si.

— É daí, se ataquei? Não vai me perguntar o por quê?

Ele respira fundo.

— Pare de ser louca! Já é ruim o bastante que seja ridícula.

Dói demais ouvir da pessoa que ama palavras depreciativas. Iria discutir com ele, todavia minha voz foi calada com a ex descendo as escadas com uma das camisas que comprei de aniversário.

Meu sangue ferveu subindo para cabeça, indo arrancar a blusa do corpo dela sendo parada pelas mãos que puxou minha cintura.

— ESTÁ LOUCA?

— POR QUE ESSA PUT@ ESTÁ USANDO A BLUSA QUE LHE DEI?

— OLHA COMO FALA DE CAMILA! A CAMISA É MINHA, EMPRESTO PARA QUEM QUISER!

— Carinho, estou sentindo tontura. — Ela fala com uma voz rouca.

Gabriel me solta indo ajudar Camila.

— ANDE LOGO! PEGA ÁGUA PARA CAMILA, ESTÁ ESPERANDO O QUÊ?

Isso é demais para minha paciência.

— Vá se Fud&r!

— ELISA!

Subi para meu quarto cansada demais, me joguei na cama, ainda incrédula que tudo esteja realmente acontecendo.

Durmo por quatro horas com roupa do serviço de sapatos na posição que havia lançado meu corpo. O despertador toca sem parar, desligo e desço para fazer o café da manhã, rotina que tenho feito desde que me mudei para essa casa.

Descendo as escadas ouço vozes alegres na cozinha, Camila e Gabriel brincando enquanto cozinham juntos, meu estômago embrulha.

— Não sabia que gostava de cozinhar. — Digo quebrando o clima entre eles.

Camila vem pegar minha mão numa inocência que somente uma mulher percebe ser falsa.

— Desculpe por hoje cedo, também quero agradecer por ter aceitado ficar com vocês.

— Gabriel. — Olhei para seu rumo nervosa.

— O que foi? Vai criar caso com isso também? — Frustado respira fundo. — Camila está doente, sua família esqueceu de avisar que está de viagem, não vai ser por muito tempo sua estádia.

— Entre nós não existe mais nada, pode ficar tranquila.

Nós? É incrível como ela mostra de maneira quase transparente, meu papel nessa casa.

— Elisa, a casa me pertence...

— Faz como quiser.

Gabriel ficou feliz abraçando Camila sem se importar comigo presente. Minha cabeça dói e o peito parece estar cheio, sinto uma leve tontura, porém não quero ficar respirando o mesmo ar que esses dois.

Camila fez questão de colocar a refeição para mim, vários dos pratos favoritos de Gabriel, mas seu comentário fez levantar saindo de casa sem comer nada.

— Mudou mesmo todos os seus gostos por mim.

Pratos que aprendi para o agradar na verdade são gostos da sua ex. Isso me faz questionar: o que tenho vivido todo este tempo ao seu lado?

Ele brigou com toda a família para se casar, esse momento ficou gravado na minha memória. Assinando o documento sobre os protestos, aquele momento foi tudo para mim.

A caminho do segundo emprego pego o ônibus controlando a ansiedade que sinto, palpitação do desconforto de não ser forte o bastante para impor.

Desistindo de discutir com medo de piorar meu casamento, Camila foi o grande amor dele e eu só sou a esposa que ele se arrepende de ter se casado.

Tenho medo dele pedir o divórcio como ouvi da conversa com os amigos.

cap 3

Cheguei como de costume no emprego, trocando de roupa e indo atender no balcão. Quando vejo Felipe entrar com seus amigos, fico feliz de ver seu rosto.

Ele é o único que se importa de verdade comigo, trata gentilmente, nunca passando do limite como os outros clientes da boate.

Observo um estranho sujeito com eles, conheço todos que andam com Felipe, menos este sujeito novo.

— Bom dia , cliente! — Sorrio como de costume para ele.

— Oi, belezinha. — O novo amigo cumprimenta.

— Não mexa com ela! — Felipe diz o repreendendo.

— Ah, mano! Deixa brincar com ela um pouco, não seja o único se divertir.

— Tayrone não provoca!

Meu chefe que estava de olho se aproxima, mandando sair, ficando no meu lugar atende os rapazes. Não sei o que ele diz para Felipe, porém vejo que curva a cabeça.

Hoje também parece não ser meu dia. No momento que ouvi a conversa do meu marido com os amigos tudo está desmoronando. Pego o pano para limpar as mesas vazias e sinto novamente a cabeça doer. Vindo uma tontura, os olhos querendo fechar, perdendo o controle do corpo, caindo sendo pega pelas mãos de Felipe.

— Obrigada.

Felipe me pega pelo colo carregando para fora da lanchonete direto para seu carro.

— FELIPE! ME PÕE NO CHÃO!

Ele ignora meu pedido, seus amigos ajudam abrindo a porta e sou colocada lá dentro. Em silêncio arruma o cinto de segurança, pega sua chave e entra pelo lado do motorista.

— Felipe abre a porta.

— Fica quieta. — Diz sério.

Notei suas mãos tremendo, queria dizer algo, todavia este seu carinho, nesse momento que estou passando por problemas no casamento, faz querer que continue preocupado.

Ele dirige como louco entre os carros para algum lugar que desconheço. Fecho os olhos morrendo de medo pelo modo perigoso que está conduzindo o carro. Abrindo aliviada ao parar, ele desce indo para o lado do passageiro e abre a porta para sair.

Faz muito tempo que ninguém abre a porta para mim do carro. Fico muito feliz, mas essa alegria acaba vendo que estamos na entrada de uma clínica luxuosa.

— Felipe, por que me trouxe aqui?

— Vamos verificar esses desmaios.

— Está louco? Sabe quanto custa uma consulta nesse lugar?

— Não sei, nem quero saber. Vamos.

Um médico se aproxima de nós com o rosto de poucos amigos.

— FELIPE, TENHA UM POUCO DE BOM SENSO, PELO AMOR DE DEUS! ONTEM LIGA NA MADRUGADA E NEM APARECE! AGORA, LIGA NA HORA DO ALMOÇO? POR DEUS...

Fico acanhada indo de mansinha para trás de Felipe, porém os olhos rápidos do médico passam por mim.

— Oi, gracinha! — Pega minha cintura me puxando, tocando meu queixo quase nos beijando.

Felipe acerta um tapa forte nele que faz parar.

— POR QUE FEZ ISSO?

— Não se meta com ela.

Consigo ver a troca de olhares feroz deles, interrompidos por uma bela mulher que puxa a orelha de ambos.

— SOLTE! ISSO DÓI! SOLTE, BRUXA! — Grita o médico.

— IRMÃ, PARA! ESTOU FALANDO SÉRIO!

Com os olhos de ternura, sou convidada há entrar no seu escritório. Felipe explica para ambos meus repentinos desmaios em dois dias seguidos.

— Belezura, tem tido dores de cabeça constantes? — Pergunta o médico.

— Ela chama Elisa.

— Elisa, vou pedir uns exames urgentes de tomografia, preciso que providencie o mais rápido que conseguir.

Felipe e o médico discutem enquanto a médica explica todos os exames que devo fazer.

— Felipe para de ciúmes com o Guilherme e escute o que sua namorada precisa fazer.

— Irmã... Não fale isso em voz alta, dói meu coração. — Fala Guilherme fazendo drama.

— A propósito, pode me chamar de Karla, sou a prima desses dois idiotas. — Toca minha mão.

— Sou Elisa, prazer em conhecê-la.

Karla olha para Felipe e me abraça com carinho.

— Se ele te trair conte-me que vou contar para a tia. Pode ter certeza que vão encher ele de porrada.

— Tenho cara de traíra? — Felipe diz inconformado.

— Tem! — Enfatiza olhando com desdém.

— Termina com ele e fique comigo. — Karla puxa a orelha dele novamente o jogando fora da sala.

— MULHERENGO DO INFERNO! VAI PROCURAR UMA NAMORADA PARA VOCÊ! DEIXE A MULHER DO SEU PRIMO EM PAZ! — Grita batendo a porta.

Felipe envergonhado coça o rosto, nunca fui tão bem acolhida como estou sendo com esses desconhecidos. Esses sentimentos são novos para mim e dão muito medo.

— Não somos namorados. — tímido.

Nós duas não aguentamos e começamos a rir juntas o deixando da cor do pimentão maduro. Nem percebi seus olhos para mim cheios de carinhos e quando vi não tive reação.

— Pombinhos, ainda estou aqui.

Ficamos constrangidos disfarçando nossa olhada.

— Leve ela direto para a sala de exames.

Saímos do consultório e tentei escapar, Felipe não deixou, me carregando para a sala de exames na frente de todos.

Fiz toda categoria de exame que possa imaginar, entregue no mesmo dia para minha surpresa. Diferente do que estou acostumada no hospital público que utilizo raramente.

Gabriel esqueceu de incluir no seu plano médico e como sempre utilizei serviços gratuitos, não tocamos nesse assunto.

Voltamos para sua prima que verificou a tomografia diversas vezes, até ligou para seu professor para pedir opinião. Aguardei impaciente ela falando por vídeo chamada enquanto Felipe pega minha mão parecendo um defunto de tão gelado.

— Obrigada, sensei.

Finalmente a reunião deles terminou, o olhar gentil sumiu dando lugar para uma expressão para péssima notícia.

— Sinto muito.

Felipe estava pálido como se estivesse morto, apertando minhas mãos fortes como se fosse ele o doente.

— Doutora, qual é o meu problema?

— Tumor cerebral. — Diz sem rodeios.

— Tenho câncer na cabeça?

— Vou te explicar o que é tumor cerebral. Um tumor é caracterizado pelo crescimento acelerado e errático de um grupo de células que sofreu uma mutação e que passou a se comportar de forma incorreta, causando, por exemplo, a formação de uma massa de células.

— Espere... — Levanto indo para o corredor tomar um ar.

Felipe me acompanha, permanecendo o tempo todo comigo. Volto e sento novamente dessa vez com lágrimas nos olhos.

— Calma, há vários tipos de tratamentos. Não é o fim, vamos juntos vencer essa doença. — Segura minha mão. — Tenho o melhor especialista em tumor no cérebro do mundo, apesar dele ser um idiota.

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