Na manhã de sexta feira já sendo nove horas, Benjamim está dormindo um sono maravilhoso em seu quarto, encima da cama rolando de um lado para o outro.

Sophia que já havia acordado as sete horas pontualmente depois de ajudar a mãe chamada Eliza a guardar algumas coisas, pois havia saído para trabalhar de assistente particular do CEO de uma empresa, sobe as escadas indo até o quarto do irmão.

Geralmente é raro os pais estarem em casa na semana. Eliza sempre anda ocupada com seu cargo de assistente, ainda mais sendo o braço direito do diretor chefe da empresa que comanda tudo por lá.

Matthew tem o cargo de presidente que exige bastante sua presença para comandar as solicitações da sociedade e principalmente nos investimentos de dinheiro.

Como há empregadas na casa e Benjamim já está faltando um ano para a maior idade, não veem problema de deixar os filhos em casa. Sophia abre a porta do quarto e pula encima das costas do irmão que acaba se assustando.

Ainda sonolento indaga para a irmã tirando-a de cima das suas costas:

- Há mana, por que esta me acordando? Qual é!

- Anda levanta! Mesmo que hoje eu não tenho aula levantei cedo. Você não tem o direito de ficar ai dormindo curtindo preguiça não.

Benjamim vira o rosto um olho aberto e o outro se fechando:

- Não tenho nada a ver com essa história, só quero dormir.

- Mas já são nove horas! Irei contar até três , se você não se levantar mandarei o papai tomar providências. Sophia da uma suposição contando nos dedos, pensando no tanto que seu irmão é mimado e preguiçoso.

Ligeiramente Benjamim pensa no que seu pai poderia fazer, ainda mais sendo sua irmã relatando a ele. Senta na cama, manda o sono ir embora e diz:

- Tá Bom você venceu. Vou me levantar, então não precisa contar nada.

- Bom garoto. Sophia ri saindo do quarto.

Benjamim se levanta da cama, vai até o banheiro que tem em seu quarto e escova os dentes lavando o rosto. Indo para a cozinha, se depara com Sophia sentada a mesa comendo uma torrada que a empregada fez. Senta do outro lado, pegando uma torrada passa manteiga e come.

Se pergunta como sua irmã consegue ser tão quietinha sentada algumas horas e para acorda-lo faz um grande alvoroço. Quando termina de comer, vai até a sala de estar e liga para Sebastian seu melhor amigo. Não demora muito ele atende:

- Alô.

- Oi Sebastian, tudo bem com você?

- Tudo bem e você como está?

- Bem, você pode vir aqui na minha casa hoje?

- Posso ir no horário das duas horas, pode ser?

- Sim, te espero.

- Tchau Benjamim.

- Tchau.

Benjamim fica feliz do melhor amigo poder vir, fica com saudades dele porque já faziam um tempo que não se viam. Nem por celular era fácil se comunicarem. Mesmo Benjamim sabendo que Sebastian queria entrar na faculdade de medicina, achava que não seria tão difícil de estarem conversando.

Se senta no sofá da sala e começa a assistir na televisão fixa na parede. Sophia após terminar de comer a torrada, recebe uma mensagem de sua amiga Scarlett a chamando para darem um passeio e comerem algo. Responde que em alguns minutos chega no lugar onde marcaram de se encontrarem.

Sophia vai até a sala onde está Benjamim sentado no sofá assistindo. Fica na frente dele e diz:

- Irmão, Scarlett me chamou para darmos um passeio, então já vou saindo.

- Em plena manhã cedo? Os papais sabem que você vai sair?

Sophia olha pra Benjamin seriamente e responde:

- Eles não sabem, porque Scarlett me chamou agora.

- Então porque na liga para eles? Benjamim questiona mexendo o controle na mão.

- Não preciso de estar tendo sempre autorização, estou quase na minha maior idade.

Benjamim começa a rir e depois indaga:

- Mas sou mais velho que você, falta um ano para mim fechar os dezoito. Ou não me diga que você está namorando escondido?

Sophia fica encabulada com o pensamento do irmão mas se defende mostrando a mensagem da amiga:

- Maninho como pode pensar isso de mim? Realmente vou sair com Scarlett, olha aqui!

Benjamim comenta:

- Eu só estava tirando uma, fica tranquila. Você é minha irmã do coração.

Ele se levanta do Sofá e abraça Sophia, falando para tomar cuidado. Ela então sai de casa indo até o ponto demarcado.

Quando chegou a hora do almoço, Benjamim recebe uma mensagem de Sophia dizendo “ Irmão Scarlett me chamou para almoçarmos em um restaurante, não me espere para o almoço.” Confirma com um e Moji de belezinha, então se senta a mesa. Já sabe também que o pai e a mãe sempre almoçam no serviço.

Sentindo-se um pouco solitário naquela grande mesa, chama as empregadas para comerem junto com ele. Elas tentam recusar, mas Benjamim insiste até que acabam não resistindo.

Assim que deu duas horas da tarde, Sebastian chega na casa da família Beaumont e toca a campainha. Benjamim quando houve sai correndo para atendê-lo. Assim que abre a porta já o abraça dizendo o tanto que estava com saudades.

Sebastian fala para se acalmar um pouco, então entram em casa. Benjamim o arrasta para o quarto na intenção de por o papo em dia. Se sentam na cama quando Benjamim olha para o melhor amigo confuso:

- Por que você deixou de estar vindo aqui? E principalmente sairmos em um passeio?

Sebastian da um suspiro e então responde o que aconteceu:

- Benjamim, como você já sabe estou na fase adulta agora. Te contei que queria fazer faculdade e consegui. A medicina aborda vários conhecimentos, tive que ficar mais focado e acabei não tendo mais tempo livre. Se você está pensando que estou querendo te evitar e desfazer amizade não é isso. Sem contar que não há motivos também.

Benjamim suspira aliviado e pensa que está tão atoa que não pensa que Sebastian já faz faculdade. Acaba ficando chateado e faz bico.

Você já arrumou alguma namorada? Benjamim pergunta para se descontraírem até porque o tempo que Sebastian achou foi agora.

- Não, ultimamente estou estudando tanto que minha cabeça nem meche mais com isso acredita? E você?

- Olha, meu caso não seria mulher. E sim homem.

Sebastian como nunca se importou com a sexualidade de Benjamim nem percebeu e acaba ficando surpreso ao ponto de acabar tossindo. Se levanta da cama fuçando de frente a Benjamim e exclama:

- Não me diga! Eu não sabia que você era gay, desculpa não perceber.

- Tudo bem, você é o primeiro que acaba de saber. Nunca comportei estranho para que minha família não descobrisse, nem minha irmã. Tenho medo da reação dela.

Sebastian suspira:

- Benjamim, tem um problema em relação a isso. Você deve saber como são seus pais né? Desde aos dezesseis os conheço. Certamente eles não aprovariam sua sexualidade.

Benjamim abaixa a cabeça e fala baixo:

- Eu tenho muito medo do que eles vão fazer assim que descobrirem.

- Olha não se preocupa, qualquer coisa você conta comigo. Se for possível, até pode morar comigo.

Benjamim se levanta e agradece o amigo que tem o abraçando, passam duas horas banhando de piscina. Sebastian usa as roupas de Benjamim que servem em seu corpo, logo em seguida vai embora. Pois lembrara que tinha de terminar uma redação.

Ao sair Sebastian esbarra em Sophia na porta, pede desculpas afirmando que foi sem querer. Ela estende uma caixa de doces:

- Está tudo bem, olha comprei alguns doces quer um ?

- Quero, obrigado. Sebastian pega e vai embora acenando um tchauzinho.

Benjamim a vê entrando com os doces:

- Você trouxe para mim? Qual sabor?

Sophia desvia o olhar da porta e então responde com o rosto vermelho:

- Tem de maracujá e baunilha. Pode pegar tudo, já comi o bastante com Scarlett.

- Porque esse rosto vermelho eim? Não vai me dizer que meu melhor amigo é bem atraente?

Sophia tenta disfarçar:

- Benjamim! Para com isso, vou ao meu quarto fingir que estava deitada.

- Tou só brincando, mas vai lá.

Bem de tardezinha Eliza chega em casa, após ela chega Matthew exausto do trabalho. Já estava feliz que não iria trabalhar no fim de semana. Benjamim recebe os pais falando para tomarem um banho e depois do jantar descansarem.

Matthew pergunta olhando para os lado:

- Benjamim cadê Sophia?

- Há pai ela está descansando. Ficou me ajudando por várias horas a montar minha maquetes que gosto de planejar.

Sabendo da filha fica tranquilo, então vai para o quarto tirar a roupa e tomar um banho quente. Eliza fez o mesmo no banheiro de hóspedes.

No jantar se reuniram todos a mesa, Mattew então fala logo a notícia para a família:

- Olha pessoal, amanhã vai vir nosso melhor amigo para cá, de Eliza e eu. Que também pode ser amigo de vocês.

Ele se chama Theodore, o grande advogado que salvou o avô de vocês a ser preso. É uma pessoa que tem o meu respeito. Quero que o recebam bem.

Benjamim entra no meio:

- Finalmente vamos conhece-lo, o senhor sempre falou dele mas eu e a Sophia nunca o vimos.

- Sim, amanhã vocês dois vão vê-lo.

O jantar ocorreu super bem e depois todos foram dormir.

No dia seguinte que é final de semana, Benjamim acorda cedo pois era pela manhã que Theodore chegaria. Veste a melhor roupa, e fica se perguntando o porquê dessa arrumação toda.

Lá na sala já estavam Eliza e Sophia arrumadas, então Benjamim vai junto com o pai pois terminaram na mesma hora. Na demora muito quando Theodore chega, Matthew o atende pegando em sua mão o convidando a entrar. Quando vê a família Beaumont cumprimenta todos e faz referência. Benjamim quando pôs os olhos naquele homem tão bonito, fica sem fôlego. Mal conseguiu mexer a mão. Passou bastante tempo olhando para Theodore que Sophia ao perceber pergunta:

- Irmão você tá bem? Já faz um tempo que você fica encarando o amigo dos nossos pais.

Benjamim quase não escuta, mas sente quando ela penica seu braço:

- Estou bem. Acho que vou para o meu quarto.

- Você vai ficar aqui. Vamos conversar com ele.

- Deixa nossos pais saírem. Benjamim gagueja, uma das coisas que nunca havia feito.

Por mais que Benjamim estava tentando esconder, Sophia acaba entendo que o irmão sentiu uma atração por aquele homem, é tanto que nunca viu o irmão assim. Da um pequeno sorriso e estava pronta para falar com ele depois sobre isso.

Theodore ao olhar para trás de Matthew, percebe que o filho mais velho do seu amigo estava o encarando. Pensa se ele não está gostando de sua presença ou a algo em si que o incomoda.

Mas ignorando, volta a olhar para Elisa e Matthew. Dá um pequeno sorriso enquanto conversa. Acha bom ter aquela conversa entre amigos, principalmente com alguém que é o presidente. Elisa se levanta.

- Olha Theodore fazia tanto tempo que não nos víamos --- Aponta para os filhos --- esses aqui são Benjamim e Sophia, apesar de os ver quando só eram pequenos de um a três anos. Quero que vocês se conheçam adequadamente.

Ambos cumprimentam abaixando a cabeça. Benjamim fica nervoso quando Theodore olha para ele e sua irmã ao lado, ainda mais vindo na direção de ambos.

Theodore pronuncia:

- Eles já estão bem grandinhos.

Matthew chega perto complementando:

- Eu acho que foi quando você estava no exterior, não viu eles quando eram só um pouquinho de gente. O favorito da mãe é Benjamim e o do pai é Sophia.

Matthew passa a mão na cabeça da filha enquanto Eliza aperta a bochecha de Benjamim. Theodore percebe o quanto essa família se ama, mesmo os filhos já sendo crescidos ainda fazem carinho. Da um sorriso dizendo:

- Eu não esperava menos da família Beaumont. Há Matthew, eu estou precisando de um assistente para me ajudar em casa enquanto resolvo alguns problemas de clientes. Fico na correria com tanta coisa a fazer. Você sabe de alguém disponível?

Matthew pega no próprio queixo:

- Bom eu não sei, mas me recordo que aqui em casa seria uma boa oferta para uma pessoa bem folgada.

Benjamim já se tocou fazendo uma cara de vergonha pela primeira impressão sua que o pai deu para o amigo.

- Quem seria? Theodore pergunta surpreso.

- Meu filho Benjamim. Responde Matthew apontando com a mão e um sorriso genuíno.

Theodore se vira para o garoto, o olha da cabeça aos pés na intenção de saber se o garoto dará conta do trabalho. Mas não consegue chegar em uma conclusão dessa forma. Apenas quando começar o trabalho. Da uma resposta:

- Está bem então Matthew, o levarei para ser meu assistente. Qualquer coisa irei comunicar.

- Há Theodore não se preocupe em pagá-lo. Será se você quiser mesmo. Matthew diz demonstrando que o filho deve trabalhar mesmo sem ser pago, pois só curte folga dentro de casa.

- Será que já posso levá-lo agora quando eu voltar para casa? Preciso de uma pessoa para me ajudar o mais rápido possível.

Eliza entra também na conversa:

- Pode sim levá-lo hoje, mas cuidado com meu bebê tabom?

- Está bem Eliza, não deixarei que nada aconteça a ele.

Sophia pegando no braço do irmão diz:

- Rapidinho o trago de volta, só preciso ter uma palavrinha com ele.

Matthew, Eliza e Theodore confirmam ao balançar a cabeça.

Lá encima no quarto, Sophia senta com Benjamim na beira da cama, que estava sem saber de nada em relação a atitude de sua irmã. Ela suspira e então diz com toda a certeza:

- Benjamim você acha que pode esconder mas eu sei o seu segredo.

Ele fica com a garganta seca enquanto encara Sophia sem saber totalmente como ela acabou descobrindo. Sendo que foi o mais cauteloso possível para guardar isso. Então Sophia continua e pega em sua mão que esta tremendo no momento:

- Fica calmo, eu não vou contar para os pais que você é gay. Eu percebi quando você não tirou os olhos do amigo de nossos pais. Como você vai trabalhar com ele, eu peço para que você tome bastante cuidado para não deixar muito óbvio e Theodore ficar desconfortável. Não sabemos nadinha sobre ele, isso é um problema. Mas se você gosta dele, tenta demonstrar aos poucos.

Benjamim fica mais calmo e abraça Sophia. Ainda em dúvida confirma:

- Você realmente vai guardar esse segredo né?

- Sim. Agora vamos logo para não deixar ninguém preocupado.

Se levantam da cama e vão até a sala. Benjamim ficou mais sério sem deixar seus pensamentos tomarem conta, até porque o pai é bastante esperto que pode descobrir.

Theodore já estava a espera. Ele havia combinado com Matthew e Eliza que seria também nos finais de semana, somente aos sábados, incluindo esse.

Assim que estava tudo decido, Theodore segue na frente enquanto Benjamim o acompanha.

Destrava o carro através do controle e fala com Benjamim:

- Entre, vamos.

- Sim. Benjamim responde mantendo-se em forma. Gosta bastante do carro, pois o acha bastante confortável. Pensa se o trabalho vai ser muito pesado ou se será uma coisa simples que possa dar conta de fazer na boa.

Olha para Theodore observando o quão está prestando atenção na estranha e como dirige com cuidado. Por ai acaba começando a gostar mais dele.

Theodore estaciona o carro na garagem. Abre a porta falando para Benjamim o acompanhar. Quando entram, Benjamim fica olhando a casa e se impressiona por ser tão bonita quanto por fora assim como por dentro. Acaba não se contendo em perguntar:

- Ei por acaso você mora com alguém aqui?

Theodore o olha e responde:

- Não, é só eu. Por que?

- Nada, de repente eu só queria tirar uma dúvida por causa da casa ser tão grande.

- Eu acho menor em comparação a sua casa.

- Isso é porque meus pais se empolgaram querendo da conforto para mim e Sophia.

- Entendo muito bem como eles são. Os conheci quando você ainda devia estar com três anos, o que faz ser difícil se lembrar de mim. Mal deu para conhece-los, a correria estava muita.

- Entendo. Já dei algumas pesquisadas e vi que um advogado tem que ter bastante responsabilidade e compromisso. Além de estudar. Fico lisonjeado ao servir em algo que desejar.

- Como filho da família Beaumont, principalmente quando Matthew lhe retratou, não pensei que fosse assim tão animado a trabalhar.

Theodore da um sorriso no canto da boca, enquanto Benjamim vira o resto se rachando de vergonha.

- Vamos não fique assim, estou apenas admirado. Vamos ao que interessa --- Theodore pega alguns papeis desorganizados --- Benjamim quero que você organize esses papéis por ordem dos numerais escritos e os coloque no armário. Após isso, prepare um café sem açúcar para mim, mas não tão amargo. Posso contar com você?

- Claro senhor. Benjamim diz com um sorriso tentando ser competente. Theodore apresenta a casa toda.

Benjamim pegou os papeis e se sentando na mesa da sala, achou fácil conseguir organiza-los. Não estavam assim totalmente em desordem, só a minoria. Mesmo assim deu um jeitinho e conseguiu organizar tudo.

Indo a cozinha sentiu o problema pisar em cima de suas costas. Não sabia pra onde ia e como ser feito um simples café. Geralmente em casa são as empregadas que fazem o café da manhã, e geralmente o que só faz é tomar e comer. Pesquisa no celular como se faz um café, aparece diversas formas e escolhe uma onde diz para ferver a água, por o pó do café no coador e depois a água quente.

Seguindo esses procedimentos tenta fazer o café e acaba queimando o dedo na chaleira que usa para ferver a água. Sente a dor e logo põe o dedo embaixo da torneira, onde a água fria ameniza mais a dor insuportável.

Assim que pôs o café na xícara leva para Theodore que devia já estar no aguardo. Como esperado, estava somente aguardando. Benjamim com cuidado o entrega a xícara. Theodore quando da o primeiro gole sente que o café saiu do jeito que sempre toma, mas que havia algo diferente no gosto daquele café tornando-o mais saboroso. Olha para Benjamim que preocupado murmura:

- Não saiu como o senhor queria né?

- Muito pelo contrário. Esse é um dos melhores cafés que já tomei --- Theodore toma tudo --- Tem mais?

- Sim, vou buscar!

Benjamim fica feliz por ele ter gostado do seu café. Vai até a cozinha e põe mais um pouco na xícara. Coloca também em outra simplesmente para provar. De fato percebe que está mesmo bom, apesar de ter sido sua primeira vez.

Benjamim pensa que talvez deu certo porque fez com gosto e dedicação. Leva novamente para Theodore que toma saboreando cada gotinha. Ele comenta mais uma vez:

- Você está demonstrando bons resultados jovem Benjamim.

- Obrigado senhor, darei o meu melhor.

- Não precisa ficar me chamando de senhor. Pode ser do que você preferir.

- Tabom.

Benjamim da um pequeno sorriso por estar alegre. Afinal quer se aproximar de Theodore. O que Benjamim sente, não é só interesse por ele ser bonito, mas também um certo sentimento pela atitude que está demonstrando.

Não é rude e nem mal humorado. Ao contrário é bastante atencioso e legal. Theodore como não vê nada faltando, diz para Benjamim fazer o que quiser enquanto conclui o horário. Logo mais sairiam para almoçar.

Em casa Sophia conversa com Scarlett pelo celular quando a campainha toca. Ela própria vai atender porque os pais estão ocupados tomando banho na piscina.

Assim que abre, seu coração bate rápido ao ver Sebastian que fala educadamente:

- Bom dia Sophia, Benjamim está?

- Não, mas pode entrar.

- Se ele não estiver tudo bem, venho em outra hora.

- Por favor entre, ele não está mais eu estou. Venha eu fiz alguns biscoitos quando meu irmão saiu.

Sebastian não resiste e então acaba entrando. Indo com Sophia direto até a cozinha. Ela põe uns três biscoito cookie na vasilha de louça e entrega para Sebastian.

Assim que come acha o gosto maravilhoso. Nunca pensava que Sophia teria talento na cozinha nessa idade.

O celular de Sebastian que estava no bolso bem na pontinha acaba caindo. Sophia ligeiramente o pega mas escorrega e acaba indo de encontro ao chão.

Antes que possa cair, Sebastian a segura fazendo com que ela caísse por cima. Mas Sophia se desequilibra e sua boca acerta na de Sebastian. Os dois arregalam o olho, longamente ele tira-a de cima e pergunta:

- Você está bem? Se machucou?

Sophia com o rosto vermelho responde:

- Não. Me desculpa pelo que aconteceu.

- Está tudo bem, não se preocupe. Posso levar uns três biscoito?

- Claro que sim, vou por em um saquinho para você levar.

Sophia dá uns tapinhas na cara com intenção de disfarçar, mas fica pensando no quão bom foi, sentiu os lábios de Sebastian macios e doces. Porem não tem coragem de contar a ele o que sente. Assim que entrega os biscoitos a ele, Sebastian diz:

- Obrigado, caso Benjamim chegue diga a ele que amanhã vou para Boston visitar meus pais está bem?

- Tá. Mas você não quer ficar para o almoço?

- Não, estou apressado. Da próxima.

Sophia vai com Sebastian até a porta e então ele vai embora.

Aqui estão os personagens principais e secundários.

Benjamim Beaumont

Theodore Vanderbilt

Matthew Beaumont

Eliza Beaumont

Sophia Beaumont

Sebastian Brow

Scarlett Sinclair

Já estando noite, Theodore traz Benjamim de volta para casa e diz a Eliza estando na sala, que iriam ter alguns dias que prolongaria o horário. Mas afirma que seria o mais pontual possível.

Elisa já vendo o filho, pergunta:

- Como foi lá filho? Deu conta do trabalho?

- Sim mamãe, inclusive ganhei elogio.

Ela o abraça por estar orgulhosa do filho. Não vendo o pai pergunta:

- Cadê o papai?

- Hoje ele sairá mais tarde do trabalho porque ficou de resolver assuntos importantes com alguns deputados.

Benjamim compreende com a cabeça afirmando:

- Mamãe comi bastante no almoço com Theodore, vou apenas para o meu quarto agora. Boa noite.

- Está bem meu amor. Vá dormir, quando Matthew chegar digo a ele que você se saiu muito bem. Mas chegou cansado.

Benjamim quando se aproxima para entrar no quarto vê Sophia na porta.

- E essa cara maninha ?

- Você não vai acreditar na doidera que aconteceu hoje! Vem logo entra.

Sophia já diz o puxando pelo braço, fechando a porta. Benjamim sem entender nada questiona surpreso:

- O que foi? Conta logo.

- Bem... --- Sophia toma um pouco de ar --- O

Sebastian veio aqui hoje te procurar, acontece que ofereci a ele os biscoitos que eu fiz. Quando eu peguei o celular dele prestes a cair comigo junto, ele acabou entrando no meio. Fez com que eu caísse por cima na intenção de não me machucar, mas acontece que...

- Vamos, desenrola!

- Bem, meus lábios se toparam nos dele dando um beijo não esperado.

- Eu sabia que uma hora ou outra isso ocorreria. Você gostou?

- Sim, apesar de ser a minha primeira vez.

- Se você ficar com ele, vai dar um casal muito fofo.

Sophia se desconcentra de Sebastian e focaliza no irmão dando um olhar bem tentador que ele já conhecia.

- E você com Theodore como anda?

- Bom, hoje ele me elogiou quando eu preparei o café que pediu para mim fazer e almoçamos fora.

- Nossa! Você gosta tanto dele que até conseguiu fazer café?

- Bem, não esperava por essa. Mas aconteceu.

- Vou te dar um dica, finge que tropeça em algo e cai por cima dele pondo sua boca na dele. Depois da alguma desculpa esfarrapada.

- Tá doida ? Mal tenho coragem de pegar na mão dele.

Benjamim se levanta da cama por ficar surpreso. Sophia apenas o ver com olhar desafiador. Porém ele conclui que não irá tentar fazer uma coisa dessas. Antes que esqueça diz:

- Ele irá viajar amanhã para Boston visitar os pais.

- Há que bom. Depois desejo uma boa viagem a ele.

Sophia apenas o deixa no próprio quarto e vai para o seu, não queria tentar forçar ninguém a fazer nada.

Benjamim pega a toalha no gancho de pendurar assessórios e tira toda a roupa indo ao banheiro que tinha no próprio quarto.

Entra debaixo do chuveiro na água morna, não gostava nem um pouco do frio. Fica pensando em realizar algumas atividades depois do trabalho se sobrar tempo, ou nos domingos.

Escova os dentes e então acaba pensando no rosto de Theodore e no que Sophia disse. “ Como é a sensação de se beijar uma pessoa que gosta? Sendo ao menos um encontro dos lábios?” Pensa.

Benjamim até os dezessete anos nunca havia beijado nem sequer uma mulher. Apesar de ser bem extrovertido nunca tomava iniciativa, e muitas das vezes acabava fugindo por medo. Nunca havia encontrado ninguém que roubasse sua atenção como Theodore.

Como não sabia da vida pessoal dele, tem medo de se abrir com ele. Acha muito difícil conversar com alguém que nem ao menos conhece direito. Só havia uma solução, perguntar a Eliza só por saber mesmo sem demonstrar interesse, para ela não achar estranho.

Uma das coisas que Sophia não sabia sobre Benjamim, é que ele tinha trauma. Medo de ser rejeitado, por isso nunca deu espaço para ninguém nos relacionamentos. Principalmente por ser rico e as pessoas aproveitarem dele por ter bastante dinheiro.

Mas Benjamim sentia que Theodore poderia ser diferente dos demais, que valeria a pena se arriscar por ele, apesar de ser quase impossível por envolver os pais no meio se descobrirem. Nem tanto pela questão do namoro, mas sim pela descoberta gay que Matthew e Eliza detestavam.

Da vez que Benjamim quando mais novo, entrou nesses assuntos com os pais principalmente de duas pessoas do mesmo sexo, eles piraram. Obrigaram Benjamim a nunca cortar para essas bandas, pois era inapropriado.

Admitiram que pessoas assim são asquerosas, nojentas e que não mereciam viver. Inclusive propôs uma ameaça, que se Benjamim fosse se relacionar com alguém do mesmo sexo, a coisa ficaria bem feia.

Porém assim que Benjamim foi crescendo, descobriu que gosta de homens. Mas pelo que os pais falaram sobre isso, teve total pânico de demonstrar ou contar a alguém. Mesmo assim também nunca teve a ideia de tentar com garotas, não sentia vontade.

Podia ter a mulher mais gostosa e bonita do mundo, em Benjamim não fazia efeito. Ele fazia questão de dar a outra pessoa.

Afasta qualquer pensamento no momento e acaba dormindo.

Em casa Theodore pensa “ Há algo de errado naquele garoto que eu não estou sabendo familiarizar o que possa ser. O café que estou tomando que eu fiz, não tem o mesmo gosto do que ele fez. Mas tem algo nele que não pareça ser uma simples coisa, vou ficar apenas observando os movimentos que ele irá fazer.” Theodore também é um dos que até os vinte e sete anos nunca havia namorado.

Mantinha-se bastante ocupado com o trabalho que nem pensava qual era o sentimento que as pessoas sentiam em namorar. A sensação de estar com alguém.

Depois que ficou órfão dos pais aos treze anos, por razão da mãe não aceita-lo e do pai morrer em um acidente de carro ficou sob os cuidados da tia. Cuidou muito bem dele, mas não teve aqueles gestos de afeto com ele. Abraçar, beijar na bochecha e fazer carinho.

Assim que completou os dezoito anos, fez faculdade de direito e seguiu a carreira de advogado. Se tornando um dos mais conhecidos por sua inteligência.

Se passaram duas semanas que Benjamim trabalha para Theodore que sempre ficava observando cada movimento dele. Mas não conseguiu descobrir nada, então confirmou que era apenas alguma suposição de sua cabeça.

Theodore antes de levar Benjamim a tarde para sua casa diz a Eliza que pegou um dia de folga:

- Eliza acontece que apareceu várias pessoas de última hora e Benjamim será liberado bem tarde.

- Entendo. Mas para evitar de você dirigir no meio da noite ele pode dormir na sua casa?

Benjamim que estava comendo um biscoito engasga e pergunta:

- Como mãe?

Theodore tornou pegar na suspeita novamente pela reação que ele fez, então talvez estava começando a entender o que poderia ser. Não estava enojado e nem zangado, mas nem pensava nessa possibilidade. Entra no meio e conclui:

- Sim, ele pode dormir em casa.

- Eu sabia que poderia contar com você. Cuide bem do meu bebê.

- Está bem. Até amanhã então.

Benjamim fica sem chão, olha para os dois ao mesmo tempo e sai andando quando Theodore o chama.

Estando na casa, ele já fala para Benjamim preparar o café e aguarda na sentado na mesa da sala. Seu pensamento é “ Bom, vou ver que cara ou desculpa ele fará quando eu disser que descobri sua sexualidade. Mas para isso terei que pisar um pouco a frente. Mas porque sinto-me um pouco estranho? "

Na cozinha Benjamim anda de um lado para o outro, fica totalmente nervoso em dormir na casa da pessoa por quem acabou tendo afeição. Pensa “ Por que logo minha mãe deduziu isso? Acho que é porque ela pensa que sou hétero, então seria super normal eu dormir na casa de outro homem, ainda mais sendo amigo da família.”

De tão nervoso, Benjamim não levou sequer uma peça de roupa. Afasta os pensamentos por hora e se concentra apenas no café. Por estar agitado, coloca açúcar ao ponto de ficar doce sem perceber. Põe na xícara e leva para Theodore.

Theodore já fica no aguardo quando vê Benjamim trazendo a xícara de café na mão. Encosta perto da mesa colocando o café próximo de Theodore que diz dando impressão de chateado:

- Você está com medo de mim?

- Não porque?

- Mão encostou perto para por a xícara próxima a mim.

Benjamim cora mais responde:

- Não é isso, apenas não quero incomoda-lo.

Quando Benjamim da a volta na intenção de voltar a cozinha Theodore diz com certeza:

- Eu acabei descobrindo que você é gay.

Benjamim acaba parando no caminho virando uma estátua sem conseguir olhar para trás. Fica perplexo ao saber que a pessoa por quem admira acaba descobrindo seu segredo. Tenta desfaçar:

- Eu acho que você se enganou. Vou para a cozinha arrumar os pratos.

Theodore levanta e inesperadamente o abraça pelas costas:

- Não minta para mim. Tudo bem se você for gay ou qualquer outra coisa, não me importo.

Benjamim sente um leve conforto na forma como essa palavras foram ditas, e está gostando a forma que Theodore está o abraçando. Ele se vira ficando rosto a rosto com Theodore:

- Isso é um sonho? Se for não quero acordar.

- Não, não é. Sou real e está de tarde.

Ele encosta a cabeça no peito de Theodore em que o coração batia em vezes continuadas. Benjamim fala:

- Eu queria te conhecer melhor.

- Podemos nos conhecer da forma que você preferir.

Benjamim pega na mão de Theodore indo em direção ao sofá. Os dois se sentam juntinhos um do lado do outro.

Benjamim pergunta:

- O seu cabelo é branco de nascença?

- Sim --- Theodore rir --- tenho apenas vinte e sete anos.

- Seus pais moram aonde? Acho que nunca os vi.

- Você tem razão. Fiquei órfão aos treze anos, minha mãe me abandonou e o meu pai morreu em um acidente. Passei a morar com minha tia que cuidou muito bem de mim.

Benjamim faz cara de estar chateado consigo mesmo por entrar em um assunto delicado:

- Eu sinto muito por entrar em um assunto que possa te fazer relembrar o passado.

- Não tem problema. Ao menos você acaba de me conhecer um pouco e entende porque sou desse jeito.

- Assim como? Benjamim fica surpreso.

- Com cara de ser muito sério.

- Quer que eu te faça sorrir?

- Como?

Benjamim tira o óculos de Theodore e começa a passar as mãos com os dedos na barriga e cintura dele em forma de cosquinha. Ele não aguenta e acaba rindo, tenta fazer Benjamim parar mas não consegue.

Até que os dois caem no chão um encima do outro. Theodore por baixo e Benjamim por cima, ficam olhando um nos olhos do outro por vários segundos. Theodore pensa “ Só agora estou percebendo o tanto que ele é fofo e bonito, sem contar que é um pouco leve. Já faz tantos anos que ninguém chega tão perto de mim como ele acaba de fazer.”

Benjamim olhando o rosto todinho de Theodore pensa “ Assim de perto, ele é muito mais bonito e seu rosto está indicando que está pensando também nesse momento. Parece que o plano de Sophia saiu como esperado ou melhor. Mas o beijo... Acho difícil agora.” Theodore corta os pensamentos de Benjamim quando puxa ele o abraçando daquele jeito e passando a mão na cabeça dele atrás.

Benjamim pode conseguir sentir a reação de Theodore naquele momento então pensa “ Esse tal “ beijo “ pode esperar, só quero ficar assim com ele. Nada me importa mais. Acho que estou começando a amar esse homem. Só não quero me arrepender de pela primeira vez eu abrir o meu coração.”

Se apartam desse momento quando já estava anoitecendo. Benjamim fica igual gato rocerando a cabeça no peito de Theodore em forma manhosa.

Ele se assustar por já estar de noite, esqueceu totalmente o restante do trabalho.

- Ei Benjamim se levanta já é noite.

- Me desculpa --- Levanta assustado --- Nem vi as horas passando. Agora tenho certeza que é verdade. Estou com vergonha, vou ao banheiro.

- Espere. Não fique com vergonha, não é para tanto!

Assim que olha para Theodore dando um sorriso fica mais calmo e pergunta:

- E o jantar?

- Vamos comer fora.

- Como?

- Vou apenas guardar esses papéis aqui e vou pegar a chave do carro no meu escritório.

Benjamim sente uma leve felicidade. Nunca jantou fora com ninguém, seria a primeira vez.