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Beautiful Dream Or Nightmare Ll

ROMAN

Saí para a varanda, olhando para trás na cama para garantir que

Ilsa ainda estava dormindo. Ela deveria estar atrás do sexo excitante que

tínhamos acabado de experimentar pela quinta vez em uma noite. Eu

não pude evitar. Ela é como uma droga que eu não conseguia superar,

nem queria.

Agora, aquela porra de mulher é tudo, e isso me incomoda.

O número do meu irmão piscou no meu telefone pela quarta vez

e eu suspirei, passando o dedo para atender. — É melhor que seja bom

pra caralho — eu rosnei ao telefone. A última coisa que eu queria ouvir

era que ele tinha feito algo estúpido de novo, e eu ficaria para limpar sua

merda.

— Eu fiz isso — Franco respirou. — Está feito, irmão.

A felicidade em sua voz me fez congelar. — O que você fez

exatamente?

— Dmitri — ele respondeu. — Já cuidei disso.

Senti minha ira começar a aumentar. — O que quer dizer com

você cuidou disso?

— Eu o encontrei — Franco divagou. — Precisei de muitos

recursos, mas o encontrei enfurnado na mansão de alguma prostituta.

Ele pensou que estava seguro, mas eu mostrei a ele rapidamente que ele

não estava seguro em lugar nenhum. — Ele riu. — Ele gritou no final.

Porra. Eu deveria saber que Dmitri finalmente levantaria sua

cabeça feia, e meu irmão não seria capaz de esperar que eu cuidasse dos

negócios. — Por que você cuidou dele? — Eu perguntei com uma voz

mortalmente calma, apertando minha mão ao meu lado. — Você sabe

que meus planos era matá-lo pelo que ele fez comigo, não você.

Franco não respondeu de imediato. — Você está brincando,

certo? Quero dizer, isso era o que queríamos, e eu te salvei do trabalho,

Roman.

Ele não me salvou de nada além de um monte de perguntas que

eu provavelmente encontraria ao voltar para LA. Meu irmão não é

estúpido. Ele sabia exatamente o que tinha feito ao matar Dmitri, e foi

isso que me irritou. — Você desobedeceu a uma ordem direta de seu

Don — eu disse em um tom letal.

Meu irmão riu asperamente. — Eu acho que às vezes você

esquece que o sangue é mais espesso do que qualquer merda de título,

Roman. Eu sou seu irmão! Sua carne e sangue!

— Estou bem ciente disso — eu rosnei, olhando para o oceano

escuro abaixo. — É por isso que você ainda está vivo neste momento.

— Seu bastardo — ele zombou. — Onde você estava então, hein?

Diga-me isso, irmão. Quem você distraiu tanto que não estava

procurando por ele mesmo?

Eu não ia me dignar a responder, mas ele não estava errado. Eu

estava tão distraído com Ilsa que esqueci Dmitri e tudo mais. Ela

consumiu meus pensamentos, meu corpo e, mais preocupante, me

afastou de meus deveres como Don.

Porra.

— Achei que sim — ele respondeu. — Ligue para mim quando

encontrar suas bolas de novo.

Eu lutei contra o desejo de jogar o telefone no oceano, apertandoo na minha mão em vez disso. Eu sabia exatamente o que Franco estava

tentando fazer ao matar Dmitri. Era o que ele sempre tentara fazer,

estabelecendo-se como o irmão mais forte da Máfia Marchetti. Ele nunca

aprovou que nosso pai me desse o título que ele tanto cobiçava e faria

qualquer coisa para que eles questionassem minha liderança.

Agora eu passaria dias respondendo por que dei a chance ao meu

irmão.

Eu odeio isso. Eu tinha trabalhado duro para trazer essa Máfia

para o século XXI, para que ela prosperasse nos tempos difíceis que

viriam. Dei aos capos e aos nossos benfeitores uma vida doce e infernal

por causa do meu trabalho árduo.

Não que eles fossem ver nada disso depois do que meu irmão fez.

Esfregando a mão no rosto, soltei um grande suspiro. É hora de

eu voltar ao meu papel, passar mais tempo no que importava e não nos

braços de Ilsa.

Assim que pensei em não a ter por perto, meu estômago apertou.

Porra, eu odiava pensar que poderia chegar um dia em que ela me

odiaria. Se ela descobrisse o que fiz aos pais dela, não via nada que

pudesse fazer para superar isso, nem esperava fazer isso. Inferno, eu me

sentiria da mesma forma se a situação fosse invertida.

Mas eu não sou esse homem. Eu não sou o único responsável e

não quero que ela me odeie.

Eu me importo com ela. Ela me fez sentir pela primeira vez em

muito tempo, e esse sentimento foi a razão pela qual eu agora desejava

poder colocar minhas mãos em volta do pescoço do meu irmão.

De qualquer maneira, eu tinha que me preparar para a guerra que

estava por vir. Com Dmitri morto nas mãos de Franco, seu pai não

aceitaria bem. Se ele tinha alguma intenção de não ter uma guerra entre

nós, esses sentimentos se foram.

Ele iria querer retribuição, e eu tinha que estar preparado para

isso.

***

Quando o sol nasceu, eu já estava em meu escritório, longe da

mulher adormecida no andar de cima. Por mais que eu quisesse voltar

para a cama e esquecer a ligação, não consegui. Havia planos para

solidificar, coisas para discutir para garantir que não seríamos varridos

por esta guerra. Eu preciso de apoio.

Eu preciso de equipamento.

Eu preciso de promessas.

Então, liguei para Guzman. — Que porra é essa, cara? — o líder do

cartel murmurou. — Pensei que você não fosse para a guerra.

— Eu nunca disse que não iríamos para a guerra — eu respondi

calmamente. — Você sabe disso.

— É uma merda, é o que é — ele respondeu com um suspiro. —

Ok. Se você quer armas, exijo meu próprio pagamento.

— Diga o seu preço — eu rosnei, não me importando com as

gentilezas ou as palavras veladas. — E não estou atrás apenas de armas.

Eu preciso de homens.

Guzman riu. — Sua lista está crescendo, Don. Você já sabe o meu

preço. Não vou aceitar mais nada.

Porra. Não é isso que eu quero ouvir. Seu preço é alto, cheio de

todo tipo de merda que eu não preciso.

Mas eu não posso lutar contra Stanislav e o Krasnaya Bratva sem

a ajuda de Guzman. Sem a mão de obra e as armas adicionais, eu estaria

acabado rapidamente. — Você quer as mulheres.

— Eu preciso das mulheres — Guzman me corrigiu. — Você

estragou tudo para mim, Marchetti. Eu preciso das mulheres para suprir

aqueles que esperam isso de mim. Se você quer meus homens, a porra

do meu apoio, então você vai me dar o que eu quero.

Esfreguei minha testa, sentindo o início de uma dor de cabeça. Eu

não tive escolha. — Tudo bem — eu finalmente disse, sentindo a

ansiedade crescer com cada palavra. — Você pode ficar com as

mulheres.

— Então você tem meu apoio — Guzman respondeu suavemente.

— Entrarei em contato.

Joguei o telefone na mesa, me odiando pelo que tinha que

prometer ao idiota. Era isso ou ver tudo pelo que trabalhei, tudo pelo

que minha família trabalhou, acabar em chamas.

— O que você está fazendo, garoto?

A voz de Isotta cortou o silêncio e eu olhei para cima, vendo-a na

porta. — Você não deveria estar ouvindo conversas sobre as quais não

sabe nada.

Ela acenou com a mão para mim, seus olhos brilhando de raiva.

— Parece que você fez um acordo com o diabo, Roman.

— O diabo pode vir de várias formas — eu rosnei. — De qualquer

forma, é a coisa certa a fazer.

Isotta cruzou os braços sobre o peito, olhando para mim. De todas

as pessoas na minha vida, ela era a única que ousava dizer as palavras

que estava falando agora e não colocar uma faca em sua garganta. —

Fazer esse tipo de acordo não o absolve de seus pecados — ela disse

calmamente. — Isso não lhe dá nenhuma elevação melhor em sua vida,

Roman. Em vez disso, isso o torna fraco, mais fraco do que você pode

ver.

Eu bufei. — Você não sabe o que diz, mulher.

Isotta continuou a me encarar, sem se incomodar com minhas

palavras duras. — O que Ilsa pensaria sobre isso?

Apenas a mera menção de seu nome fez meu pau pressionar

contra minhas calças. — Ela é a porra da minha prisioneira — eu rosnei.

— Não é a porra da minha parceira.

Foi a vez de Isotta bufar alto. — Você está mentindo para si

mesmo, Roman. Essa mulher significa mais do que você imagina.

Eu não ia admitir isso para Isotta, mas ela estava certa. Ilsa

significava muito mais do que eu imaginava que ela significaria e, se

dependesse de mim, jamais sairia daquela cama. Seus suspiros, a

maneira como ela disse meu nome; era tudo que eu pensei que nunca

teria.

Mas Ilsa também me deixou fraco. Não foi o diabo que fez isso

como Isotta sugeriu. Foi o toque de uma mulher que me levou a esquecer

quem eu realmente era.

Eu sou Don Marchetti, primeiro e sempre. Era tudo o que eu

sempre quis ser e corria o risco de perder esse título também.

Isotta moveu-se para as cadeiras ao lado da minha mesa e aliviou

seu corpo para baixo, o estremecimento em seu rosto me deixou

alarmado instantaneamente. Eu tinha forçado a velha a ser examinada

por um médico regularmente, sabendo que ela é muito mais velha do

que eu imagino. Isotta é o único membro da família que eu tinha para

quem me importar, e o dia em que a perdesse seria um péssimo dia, de

fato.

— Sabe, há uma diferença entre você e seu irmão — ela começou,

deixando os braços descansarem na cintura. — Quando fui trazida para

ser sua ama de leite, não esperava sentir nada por nenhum de vocês. No

momento em que eles colocaram você em meus braços e você olhou

para mim com aquele olhar solene, eu sabia que não poderia

simplesmente deixá-lo para a dureza de seu pai. Você precisava de amor,

Roman, e nada iria me impedir de dar a você. — Ela balançou a cabeça.

— O Franco não foi tão receptivo. Ele me afastou, mesmo enquanto eu

tentava alimentá-lo, como se não quisesse nada puro em sua vida.

— Por que você está dizendo isso? — Eu rosnei. Ela cortaria

minha garganta enquanto eu dormisse se eu a mandasse sair e, embora

eu apreciasse tudo o que Isotta havia feito por mim e por meu irmão, às

vezes ela podia ser uma velha intrometida.

Como agora.

— Eu olho para você agora — ela continuou, ignorando o tom

áspero das minhas palavras. — E eu vejo o conflito em seus olhos. Seus

olhos, Roman, sempre foram uma janela para seus sentimentos, seus

verdadeiros sentimentos. Você não quer fazer isso. Você não quer virar

as costas para aquela mulher em sua cama, nem quer virar as costas para

a máfia que tem sido seu direito de primogenitura. — Ela respirou

fundo. — Seria tão ruim entregar a Máfia para o seu irmão?

Entregar a Máfia para Franco? Ela estava louca? — Você sabe

como ele é — eu disse. — Você sabe do que ele é capaz.

— Mas você não é — ela repreendeu suavemente. — Você está

destinado a uma vida de dor se continuar nessa rota para destruir tudo

o que há de certo em você, Roman. Você pode ter uma vida gratificante,

cheia de amor e felicidade, se você se permitir isso.

Eu olhei para ela, suas palavras lavando sobre mim. Amor e

felicidade?

— Este não é o seu legado — ela terminou, sua mandíbula

apertada. — Você está constantemente tentando buscar aprovação para

algo que seu pai fez. Ele nunca deu a mínima para você ou seu irmão,

então por que você sente a necessidade de servi-lo na morte?

Eu me mexi na cadeira, suas palavras cortando um caminho

através da minha alma escura. Ela estava certa nessa conta. Meu pai

nunca demonstrou nenhum tipo de afeto em vida. Isotta foi quem deu

abraços e beijos, cuidando dos ferimentos que nosso pai causou e

garantindo que nossas vidas não fossem um buraco de merda total.

Mas esses dias se foram. Eu não precisava mais dela para me

mimar. Eu tinha algo para fazer, algo que não a envolvia. — Você não

sabe do que fala — eu disse com raiva, levantando-me da cadeira.

Ela fez o mesmo, mais devagar do que eu, e deixei a preocupação

de lado. — E você não vai dizer nada para Ilsa. Eu ordeno que você fique

de boca fechada.

Seus olhos brilharam e, por um momento, pensei que a adaga que

ela carregava poderia sair. Inferno, eu gostaria disso. — Tudo bem — ela

cuspiu, virando-se em direção à porta. — Mas quando sua vida

desmoronar, não pense que posso consertá-la para você.

— Eu não vou pedir — eu gritei enquanto ela chegava à porta. —

Não sou mais um menino, Isotta.

Ela se virou, tristeza em seus olhos. — Talvez esse seja o seu

problema, Roman. Você esqueceu o que é importante na vida.

Então ela se foi, deixando-me no escritório. Eu pressionei minhas

palmas contra a madeira fria da mesa, lutando contra a necessidade de

jogar alguma coisa. Isotta está errada. Eu preciso da Máfia na minha

vida. Eu preciso estar no comando, sentir a satisfação de impulsionar o

legado de meu pai sobre Stanislav.

O que eu não preciso é de mais nenhuma distração de Ilsa.

Soltando um suspiro, eu caí de volta na cadeira, a luta me deixando. Ela

tinha sido uma distração agradável, mas isso é tudo que ela pode ser

agora. Eu não posso permitir que ela fosse nada mais, nada

remotamente parecido com uma fraqueza que poderia ameaçar

derrubar todas as cartas que são a minha vida.

Isso é o que ela poderia ser, muito parecida com a velha teimosa

que eu mantive aqui, segura e longe daqueles que queriam me

machucar. Eu não tinha coisas que pudessem me destruir tão

prontamente em minha vida por um motivo.

Ilsa estava se tornando alguém que podia, e isso não podia ser.

Além disso, uma vez que ela descobrisse como eu arruinei sua

vida muito antes que ela pensasse que seria possível, ela iria me odiar.

Não havia nada que eu pudesse fazer para suavizar esse tipo de golpe.

Eu sabia o que ela havia dito sobre seus pais, sobre sua vingança e,

infelizmente, ela não faz ideia de que eu sou a causa daquela dor.

Eu sou a causa de sua vida dura, o único arrependimento que eu

nunca poderia retirar.

Eu começaria a me distanciar de uma vez. Seria a única maneira

de expurgá-la do meu sistema.

Minha mandíbula apertou, eu me empurrei para fora da cadeira.

Será doloroso, mas é a melhor coisa a fazer.

ILSA

Eu bocejei quando saí para a varanda, aproveitando outro dia

perfeito diante de mim. Seria fácil me acostumar com essa visão, o sol

nos meus braços e a brisa acariciando meus cabelos. Para uma pessoa

que vivia com um orçamento limitado, isso era algo que eu nunca teria

visto sem a ajuda de Roman.

Agora eu não queria desistir.

Esticando meus braços sobre minha cabeça, pensei em como

Roman não tinha ido para a cama na noite passada. Depois da noite

maravilhosa que tivemos, eu esperava que nós ficássemos mais

próximos, talvez até começando a permitir que os sentimentos que

estavam girando em meu coração começassem a voar. Afinal, ele parecia

sentir o mesmo que eu, e embora fosse assustador pensar que eu tinha

me apaixonado pelo homem que me sequestrou, eu não iria mais mentir

para mim mesma.

Eu me importava com Roman. Caramba, eu poderia até ser capaz

de dizer a mim mesma que o amava.

Prendi a respiração. O amor é algo frágil e raro para mim,

especialmente depois de meus anos em um orfanato. Lembrei-me de

quando era mais jovem e eles me colocavam com outro casal de pais, eu

orava para que eles me amassem. Amor significava um lar estável,

aniversários e feriados com pessoas que se importavam comigo.

Eu.

Mas, à medida que envelheci, percebi que a maioria não se

importava comigo como pessoa. Eles se importavam com os fundos que

recebiam para me sustentar ou com os breves interlúdios de ter um filho

que poderiam devolver a qualquer momento. O amor nunca existiu.

Agora, porém, senti a pequena chama começar a acender em meu

coração. Roman é rude e realmente deveria ser meu inimigo, mas em

algum momento nos dias que passamos juntos, ele se tornou muito mais.

Eu não sabia se eram as pequenas paredes que ele havia derrubado,

tornando-o mais vulnerável, ou se era outra coisa, mas

independentemente disso, eu estava começando a pensar que não

poderia deixar este lugar sem ele.

Isso me preocupou. Nada havia sido dito entre nós sobre um

futuro juntos. Afinal, eu estava lidando com um Don, o Don de uma máfia

poderosa. Ele não precisava de mim.

Ou será que sim? Quero dizer, eu não precisava dele para seguir

em frente com minha vida, embora houvesse um buraco onde meu

coração vivia atualmente se ele simplesmente me jogasse de volta na

vida que eu deixei de lado para isso.

Seria como as famílias adotivas novamente.

Afastando-me da claridade do dia, voltei para o quarto e me vesti

para o dia, escolhendo um vestido de verão sedutor que esperava acabar

no chão antes que a noite chegasse novamente. Talvez Roman tivesse

estado ocupado com algum negócio da máfia durante a noite. É possivel.

Fiquei com esse pensamento enquanto descia as escadas,

encontrando-o em seu escritório, digitando em um laptop que nunca

tinha visto antes. Por um momento, permiti-me absorvê-lo, de seu

cabelo despenteado até a mandíbula apertada, meu coração

amolecendo. Eu realmente me importava muito com ele. Isso realmente

importava?

Isso importaria para ele? — Ei — eu forcei.

Ele olhou para cima, mas sua expressão não suavizou com a visão.

Na verdade, era como se ele estivesse olhando através de mim. — Estou

ocupado — ele disse categoricamente. — Se precisar de alguma coisa,

chame Isotta.

Suas palavras doeram. Em todas as vezes que estive aqui, ele não

tinha falado comigo assim, com tanta frieza. — Eu, hum, eu não acho que

ela pode me ajudar com o que eu preciso — eu provoquei, brincando

com a alça do meu vestido. — Senti sua falta ontem à noite.

Suas narinas dilataram. — Estava ocupado.

Nada mais. Caramba, ele nem percebeu que eu estava tentando

dar em cima dele. — O que há de errado? — Eu perguntei. Talvez algo

estivesse errado com sua máfia e isso o preocupasse. — Eu posso ajudar.

Sua risada é fria, enviando arrepios sobre a minha pele. — Não há

nada que você possa fazer, Ilsa. Volte para cima.

Ele voltou sua atenção para o laptop e lutei para processar o que

estava acontecendo. Roman normalmente tinha uma piscadela, um

sorriso, algo para mim, mas este Roman era como um bastardo de

coração frio, me dispensando como se eu o estivesse incomodando. —

Eu sou muito boa em ouvir — eu tentei novamente, meu coração

doendo. Eu não precisava dele na minha cama, mas não queria que ele

me excluísse completamente.

Roman não se preocupou em erguer os olhos da tela. — Já confiei

em um policial antes. Não estou prestes a revelar meus segredos para

outra pessoa.

Rejeição fria. Isso me atingiu com força total, e eu senti a dor

descer em espiral para o meu coração, todas as minhas boas intenções

voando pela janela. Ele não queria nada comigo. Isso está claro e

aparente. — Entendo — eu disse, me recompondo. — Vou deixá-lo com

o seu trabalho, então.

Ele não respondeu, e eu saí do escritório, minhas mãos cerradas

em punhos ao meu lado e lágrimas entupindo minha garganta. Eu

poderia lidar com muita coisa hoje em dia, mas algo sobre a rejeição de

Roman estava me partindo em duas. Doeu muito mais do que deveria.

***

Deixei Roman sozinho o dia todo, encontrando consolo no calor

do sol no terraço. Eu usei o biquíni mais minúsculo do meu guardaroupa na esperança de que ele me encontrasse, mas quando o sol

mergulhou no oceano, Roman nunca veio me encontrar.

Eu tentei e falhei em esconder minha dor. Houve momentos em

minha carreira em que fui da mesma maneira. Eu tinha sido rude com

os outros, até mesmo fazendo minha melhor amiga chorar uma vez sem

querer porque um caso estava me afetando.

Isso tinha que ser. Ele tinha que ter algo acontecendo para reagir

dessa maneira.

Mas como uma noite sozinha se transformou em duas, comecei a

ficar realmente preocupada. Eu pergunto a ele sobre isso? Ele me diria

alguma coisa?

Eu não tinha tanta certeza. Senti falta de sua risada, seu toque, a

maneira como ele me segurou com ternura enquanto adormecíamos.

Roman estava por toda parte ao meu redor, seu cheiro ainda grudado

nos lençóis, sua casa me lembrando de lugares onde nos perdemos um

no outro, e eu não conseguia suportar.

Não aguentei a rejeição.

Então, depois de mais um dia sem vê-lo, fui à procura de Roman,

encontrando-o em seu quarto, parado na varanda com uma bebida na

mão. — Roman — eu disse suavemente, não querendo assustá-lo.

Ele se virou, e a exaustão estava escrita em seu rosto, puxando

meu coração. Algo estava errado com ele, algo sobre o qual ele precisava

desesperadamente se abrir. — O que você quer? — ele perguntou

naquela voz letal dele.

Eu brinquei com os laços do meu roupão. Por baixo, eu não havia

optado por nada, caso ele estivesse tão desesperado para nos trazer de

volta. Eu não queria que nada atrapalhasse suas mãos na minha pele

nua. — Eu estava apenas verificando você.

Ele bebeu o conteúdo de seu copo. — Estou bem, como você pode

ver.

— Mas você não está — eu deixei escapar, saindo para a varanda

eu mesma. O concreto estava frio sob meus pés descalços, mas não me

importei. — Algo está te corroendo. Sou eu? Eu fiz alguma coisa?

Finalmente, havia algum tipo de emoção em seu rosto antes que

ele rapidamente o fechasse. — Não é você — ele resmungou. — Mas nós

somos inimigos, Ilsa. É o bastante.

Inimigos. Ele pensou em nós como inimigos. Eu realmente não

entendi o porquê. — Isso nunca te incomodou todas as vezes antes —

eu forcei, a mágoa em minha voz clara.

Roman se encolheu, e eu senti que nem tudo estava perdido ainda.

— Diga-me o que mudou — implorei. — Eu só quero entender.

Ele estava cansado de mim? Ele conseguiu tudo o que queria de

mim e estava pronto para seguir em frente? Eu queria que ele dissesse

isso para que eu pudesse processar as palavras, não tendo que adivinhar

o que estava criando uma barreira entre nós. — Você me deve isso.

Roman apertou a mandíbula. — Eu estou levando você para casa

— ele rosnou. — Amanhã.

Suas palavras quase me derrubaram. — O que?

— Você me ouviu. Junte suas coisas. É hora de você ir.

Oh Deus. Ele estava me mandando embora. Era meu pior medo se

tornando realidade e, embora eu devesse estar feliz em voltar à minha

antiga vida, estaria fazendo isso sem ele. — Diga-me por quê — eu

perguntei, minha voz embargada. — Diga-me por que você está me

mandando para casa.

— Seu tempo aqui acabou — ele resmungou, colocando o copo na

mesa ao lado das espreguiçadeiras. — Eu pensei que você ficaria feliz

em ir para casa, Ilsa.

Eu não estava, não assim. Deus, eu queria que ele se machucasse

como eu estava agora, sentindo como se alguém tivesse arrancado meu

coração do meu peito e pisado nele.

Então, isso é o que significa amar e perder. É péssimo. — Eu não

posso acreditar que você vai me deixar sair assim — eu disse, segurando

as lágrimas. Roman não me verá desmoronar. Eu não permitiria isso. Eu

sou mais forte do que isso.

— Nada dura para sempre — disse ele calmamente, com as mãos

ao lado do corpo. — Nós dois temos que voltar à realidade.

Uma risada áspera escapou de mim e eu me virei, parando na

porta da varanda. — Eu sei que isso não é ortodoxo — eu comecei,

sentindo como se ele devesse pelo menos ouvir o que eu estava

sentindo. — Mas eu pensei que isso fosse realidade para você, Roman.

Eu pensei que esta é a única coisa real em sua vida pela qual vale a pena

lutar.

Tinha sido para mim. Se ele tivesse me pedido para ficar, eu teria,

com concessões, é claro. Os últimos dias por si só solidificaram o fato de

que isso é mais do que apenas bom - não, ótimo - sexo para mim. Isso foi

eu me abrindo para alguém que pensei que poderia entender minha dor,

alguém que poderia me amar por quem eu sou.

Que idiota eu tinha sido. — Vou fingir que nunca te conheci — eu

sussurrei, limpando minha garganta. — Mas se você cruzar meu

caminho novamente, eu vou te acolher.

Ele não respondeu e eu forcei meus pés a se moverem, cegamente

correndo para o meu quarto e batendo a porta.

Isso machuca; sua rejeição, oh, como dói! Ele não dava a mínima

para mim. Isso é aparente. Eu tinha sido uma tola em pensar que ele se

importava comigo, sua inimiga mortal, por exemplo.

Ele realmente me comprou para sexo, e agora que estava

entediado, eu estava indo para casa.

Para quê? Um apartamento vazio? Um trabalho de merda? Não

era algo para ficar feliz porque Roman iria me atormentar nos próximos

meses, se não, anos.

Isso é o que mais me preocupa.

Ainda assim, as lágrimas não caíram. Atravessei o quarto e abri o

guarda-roupa, percebendo que não havia nada ali que fosse meu. Roman

tinha comprado tudo para mim, minhas roupas do clube haviam

desaparecido há muito tempo. Eu não levaria nada disso comigo quando

saísse.

Seria ele quem me escoltaria até em casa ou passaria essa tarefa

para seus guardas para que não precisasse me ver novamente? Eu

esperava que fossem os guardas. Eu não queria sentar ao lado do

homem que havia tirado tudo de mim e tentar me sentir indiferente a

isso.

Caramba, eu queria atirar nele.

Afastando-me do guarda-roupa, fui até a varanda e abri as portas,

feliz por nossas varandas não estarem conectadas por causa disso. Isso

me deu a chance de respirar, para limpar a dor do meu sistema por

enquanto. Ok. Eu iria para casa e esqueceria que ele existia. Isso era o

que Roman queria.

Afundando no chão, ignorei como minha bunda nua estava

pressionada contra o concreto. Que piada isso tinha sido. Seu plano era

trazer uma mulher inocente aqui e fazê-la se apaixonar por ele, apenas

para ele simplesmente rejeitá-la no final do dia? Se fosse, ele jogaria

muito bem, tanto que eu pensei que suas carícias, suas palavras, os

momentos queridos que eu guardei perto do meu coração eram reais.

Roman deveria ser um ator foda.

Quanto mais eu pensava sobre isso, mais irritada eu ficava,

querendo nada mais do que entrar em seu quarto e esbofeteá-lo com

força apenas para que ele sentisse algo de mim. Eu o odeio. Eu odiava

esta casa, tudo o que ele tinha me dado e feito para mim.

Eu odiava que eu me importasse com ele, que eu o amasse.

Pelo menos isso estava prestes a acabar e ele estava me levando

para casa. Eu juntaria os pedaços da minha vida e seguiria em frente sem

ele.

Em algum momento, cheguei à cama, enrolada como uma idiota

em volta do travesseiro em que ele havia dormido. Quando fechei os

olhos, pude imaginar nosso tempo juntos, como ele me estimava e talvez

até me amasse, mesmo que fosse tudo mentira. Por um momento na

minha vida, eu senti como se pertencesse a algum lugar, com alguém.

Eu me senti importante.

Eu estava quase dormindo quando ouvi o que parecia passos

cruzando o chão, um fantasma de um beijo roçando minha têmpora. Não

havia dúvida em minha mente de que Roman estava de pé sobre mim,

sua colônia uma revelação mortal. Por mais que eu quisesse abrir meus

olhos, eu não abri, forçando-me a respirar normalmente enquanto seus

dedos corriam pelo meu cabelo, quase como se ele se importasse, antes

de se afastar.

Quando tive certeza de que ele havia partido, abri os olhos,

recusando-me a chorar pelo momento de ternura. Roman estava

mentindo. Algo o estava corroendo, fazendo-o me mandar de volta, mas

com base no que eu tinha acabado de experimentar, não acho que ele

realmente queria fazer isso.

Então, o que isso significava? Eu estava indo para casa amanhã.

Eu não podia lutar com ele, nem queria ficar se ele fosse tão frio e

insensível como era sempre que eu o enfrentava.

Não, eu tinha que sair daqui e fazê-lo se arrepender de ter me

deixado ir.

Fechando os olhos, entreguei-me à exaustão e aos sonhos que

provavelmente aconteceriam no momento em que minha mente se

desligasse.

No mínimo, eu o teria em meus sonhos, o Roman sorridente e

risonho que trouxe alegria à minha vida e um pouco de amor ao meu

coração.

ROMAN

Passei a mão pelo meu cabelo rudemente enquanto o sol

espreitava no horizonte, amanhecendo em outro dia de merda da minha

vida. Por mais que eu quisesse dormir, não conseguia. Toda vez que

fechava os olhos, via a dor nos olhos de Ilsa, a dor que eu havia causado.

Eu não queria machucá-la. Foi difícil para mim admitir isso para

mim mesmo, mas era a porra da verdade.

Eu me odiei pelo que fiz a Ilsa.

Só havia uma maneira de consertar isso. Eu tinha que admitir

para ela que eu estava morrendo de medo de me apaixonar por ela.

Inferno, eu já estava no meio do caminho. Eu poderia facilmente

imaginá-la como minha esposa, a mãe dos meus filhos, embora nunca

tivesse pensado em ter filhos antes de conhecê-la.

Agora, porém, eu estava com medo de ter quebrado algo entre

nós. Eu não tinha mentido para ela. Eu tive que mandá-la para casa. Por

mais que eu odiasse, eu precisava ir para Los Angeles e não queria deixar

Ilsa para trás novamente.

Ela tinha merda para lidar, e eu só estava aumentando isso. Com

a morte de Dmitri, tive muito pouco tempo para me preparar para a

guerra em que me encontraria. Eu não poderia ter isso pairando sobre

minha cabeça, não importa o que iria acontecer conosco. Eu precisava

garantir que eu tinha minhas coisas sob controle, que eu poderia me

concentrar na guerra em questão.

O problema era que eu não estava apenas mandando Ilsa de volta

para sua vida. Eu estava prestes a destruí-la e teria sorte se ela não me

matasse antes de sairmos da mansão.

Inferno, bastaria Isotta perceber o que eu tinha feito e ela mesma

faria as honras.

Eu era um bastardo por completo. Quais eram as chances de

encontrar Ilsa do jeito que eu encontrei e ser incapaz de manter minhas

mãos longe dela? Agora eu sofreria por isso e sofreria muito, mas não

seria nada comparado com a dor que eu iria causar à mulher de quem

eu supostamente gostava.

Com a porra da cabeça girando com o que poderia acontecer,

caminhei até o quarto de Ilsa, encontrando-a ainda dormindo. Meu

coração se apertou no peito enquanto a observava dormir, seu peito

subindo e descendo. Ontem à noite, eu não fui capaz de me impedir de

entrar em seu quarto e dar-lhe um beijo de boa noite. O que eu

realmente queria era subir na cama com ela, mas depois das palavras

que eu disse a ela, eu não esperava ficar lá por muito tempo.

Então eu não tinha, contente em saber que ela estava perto, se

nada mais.

Mas ela não ficaria por muito tempo e isso me preocupou.

Sentei-me na cama, passando a mão sobre sua forma coberta pelo

lençol, minha garganta apertada quando ela começou a se mexer.

Quando seus olhos se abriram, eu apertei minha mandíbula. —

Bom Dia.

Ela piscou para mim sonolenta e, por um momento, um sorriso

lento e sincero cruzou seu rosto. — Ei você.

Claramente, ela não se lembrava do que eu tinha feito ontem à

noite. Eu queria ignorar o que tinha feito, mas não podia. Faltavam

apenas alguns segundos para Ilsa se lembrar de tudo, e ela me odiaria

pra caralho. — Eu sinto muito porra — eu comecei, as palavras ásperas

para os meus ouvidos. Eu não gostava de pedir desculpas por nada, mas

caramba, Ilsa merecia isso e muito mais. Se eu tivesse mais tempo, teria

feito as pazes com ela, levando-a para algum lugar só para nós dois, para

que pudéssemos esquecer a dura realidade que nos esbofeteava.

O momento em que Ilsa se lembrou foi como um golpe no meu

peito, e ela escapou do meu toque, segurando o lençol contra o peito. —

Que porra é essa, Roman?

Deixei minha mão cair. — Eu não quis dizer o que eu disse.

Seu olhar se estreitou. — Não entendo.

Porra. Como eu iria explicar isso para ela? — Eu disse algumas

coisas de merda por um motivo de merda — eu tentei novamente. —

Mas eu não quis dizer isso.

Ilsa olhou para mim, cruzando os braços sobre o peito. — Você

vai ter que fazer melhor do que isso, Roman. Você foi bastante

convincente sobre o fato de que não me quer.

— Isso não pode estar mais longe da verdade — argumentei,

reprimindo minha própria raiva. Não era culpa dela que eu tivesse

estragado tudo tão mal. — Eu quero você. Eu quero isso.

— O que? — ela riu amargamente. — Você quer o que?

— Foda-se, mulher — eu rosnei. — Estou morrendo de medo de

me apaixonar por você. — No momento em que as palavras passaram

pelos meus lábios, seus olhos se arregalaram. Provavelmente era a

última coisa que ela esperava que eu dissesse, mas é a verdade, e Ilsa

queria a verdade.

Ela me assustou. O que eu sentia por ela me assustava.

Ilsa retirou as cobertas, e eu dei uma olhada em sua bunda

enquanto ela o fazia antes de puxar a camisa sobre as coxas.

A porra da minha camisa. Parecia que ela não estava muito

chateada comigo para adormecer na porra da minha camisa, e meu pau

rugiu para a vida. Ficou bom nela, bom demais. — Eu não entendo você

— disse ela, andando pela sala. — Primeiro você me diz para me foder,

e agora você está me dizendo que está apaixonado por mim? Que você

está com medo de se apaixonar por mim? Que diabos, Roman?

Minhas palavras não estavam saindo direito. Ela não sabia que eu

não poderia simplesmente dizer a ela o verdadeiro motivo pelo qual eu

estava com medo de como ela reagiria a qualquer coisa que eu dissesse.

Eu tinha matado os pais dela. Isso, eu não poderia explicar a ela.

Nenhuma palavra tornaria isso mais fácil para qualquer um de nós.

— Você sabe o que? — Ilsa disse com veemência, afastando o

cabelo do rosto para que eu pudesse ver a dor persistente ali. — Você

pode ir se foder, Roman. Não consigo lidar com suas emoções ou com a

falta delas.

Ai. A batalha se enfureceu dentro de mim quando me levantei da

cama, esperando que ela pudesse ver a indecisão em meu rosto. — Não

é o que você pensa, Ilsa. Não consigo explicar. Eu amei uma mulher que

eu não poderia ter.

A ironia.

Ela me encontrou de frente, batendo o pé. — Isso é tudo que você

pode dizer, hein? Você quer jogar uma bomba dessas em mim, mas não

consegue explicar?

— Eu quero que você saiba o quanto eu me importo — eu disse

sem jeito, minhas palavras planas para meus próprios ouvidos. Isso

estava indo para o inferno rapidamente. Por que eu não podia

simplesmente transar com ela para acreditar que eu me importava com

ela?

Porque as mulheres queriam sentir isso. Inferno, toda vez que eu

tocava Ilsa ultimamente era como fazer amor com ela com minhas mãos,

minha boca, meu pau. Traduzir foi difícil para mim, mas se eu pedisse

para ela ficar, e daí? Ela não ia ficar feliz comigo, com este arranjo, e eu

não poderia começar a desfilar uma maldita policial no meu braço e

manter a confiança da minha própria máfia.

Não só isso, mas meu irmão perceberia o que estava acontecendo

e a vida de Ilsa estaria em perigo.

— Você está fazendo um péssimo trabalho nisso — ela

murmurou. — Apenas me diga a verdade, Roman. O que está

acontecendo com você?

Eu não podia. Eu não suportava aquele olhar dela, o desgosto que

ela teria de mim. Ela pensaria que tudo o que eu tinha feito com ela era

apenas uma brincadeira, quando na verdade estava longe disso.

Meu silêncio não ajudou e vi a esperança murchar em seus olhos

a cada segundo que passava. O que ela queria que eu dissesse?

Uma risada aguda escapou dela e ela se moveu para sair da sala,

vestida com a porra de uma camisa. — Não se afaste de mim — eu

rosnei.

Ilsa acenou com a mão para mim, continuando a caminhar até a

porta. No momento em que ela saísse deste quarto, eu a perderia para

sempre. Eu nunca me senti tão desesperado antes, então, quando andei

para agarrá-la pelo braço, sabia o que tinha que fazer.

Me enojava ter que fazer isso.

— Me deixe ir! — ela gritou quando eu a empurrei contra a

parede, prendendo-a contra o meu corpo duro. Meu pau reagiu

imediatamente, buscando o calor entre suas pernas, mas eu o controlei.

Agora não seria o momento.

— O que você vai fazer? — ela desafiou enquanto eu agarrei seus

quadris com força, roçando a junção de suas coxas com o volume na

frente da minha calça. — Você vai ter pena de mim? Não quero ter nada

a ver com isso, Roman. Não quero nada com você!

— Você não deveria — eu mordi. Então, ela queria que eu a

machucasse? Bem, ela não veria isso chegando. — Quer saber por que

me apavora? O que eu não posso superar para que eu possa amar você

como o inferno?

Seus olhos se arregalaram um pouco, mas eu continuei. — É

porque eu tenho a porra de um segredo que vai acabar com você.

Ilsa parecia ter parado de respirar e quase retive minhas palavras.

Isso iria esmagá-la, e inferno, apenas o conhecimento sozinho estava me

esmagando pouco a pouco. Isotta estava errada. Eu não estava destinado

a ter nenhum tipo de felicidade em minha vida e era por isso.

— Apenas me diga — ela sussurrou, como se já soubesse que tudo

o que eu tinha para dizer a ela seria devastador.

Antes disso, rocei meus lábios nos dela. Não importava que ela

não me beijasse de volta. Eu queria tê-la em meus lábios quando lhe

contasse a verdade. — Por favor — eu respirei, pressionando minha

testa na de Ilsa. Eu não sabia o que estava pedindo para ela fazer,

honestamente. Este era um território desconhecido para mim e, a cada

respiração, eu sabia que tudo o que havia encontrado com Ilsa estava

prestes a acabar.

Sua mão subiu para minha bochecha e eu fechei meus olhos, seu

toque queimando minha pele. Eu queria voltar nos últimos dias antes de

me tornar um idiota. — Não.

Sua mão caiu e eu abri meus olhos, forçando-me a encontrar os

dela. — Eu estava lá naquela noite — eu comecei, as palavras difíceis de

formar. — Na noite em que seus pais foram mortos.

O tempo deixou de existir quando seus olhos se arregalaram uma

fração. — O que?

Engoli em seco, nem mesmo me importando que ela pudesse ver

a gama de emoções em meu rosto. Eu os esconderia de todos, menos

dela. — Franco e eu fomos enviados para matar seus pais.

— Mas você não fez, certo? — ela questionou, suas palavras

saindo em um sussurro. — Por favor, Roman, diga-me que não.

Eu não podia porque o que eu estava dizendo era a verdade. —

Sinto muito, Ilsa. Eu... nós os matamos.

Minhas palavras ecoaram alto em meus ouvidos, mas eu me

recusei a desviar meus olhos de Ilsa. Eu observei enquanto ela

processava o que eu tinha acabado de dizer a ela, a percepção do que eu

tinha feito a atingiu. Não havia mais nada a dizer. Eu arruinei a vida dela

com um instante.

— Não — ela sussurrou, seus olhos lacrimejando. — Por favor,

me diga que você está mentindo.

Eu balancei minha cabeça, achando difícil formar as palavras na

minha língua. Eu não podia. Eu tinha arrancado sua vida dela, seu

mundo como se não fosse nada, e a deixei para juntar os pedaços. Eu sou

a razão pela qual ela havia sofrido durante anos em um orfanato, a

própria razão pela qual ela estava procurando a vingança que estava

bem na frente dela.

Eu queria pegá-la em meus braços, dizer a ela que tudo ia dar

certo no final e não desistir, mas como poderia? Nada que eu pudesse

dizer ou fazer traria seus pais de volta. — Eu não estou.

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