Eu estava no hospital, segurando o meu filho nos braços, sentindo o seu calor e o seu cheiro. Ele era tão lindo, tão perfeito, tão meu. Ele tinha os meus olhos verdes e os cabelos castanhos do seu pai. Ele se chamava Erhan, que significa “o que vem do céu”. Ele era o meu milagre.
Eu tinha dado à luz há apenas algumas horas, mas eu já o amava mais do que tudo na vida. Ele era o fruto do meu amor com Mehmet, o homem que eu tinha conhecido na faculdade e que tinha se tornado o meu marido. Nós éramos felizes, até que ele morreu em um acidente de carro, quando eu estava grávida de seis meses.
Eu fiquei arrasada com a morte de Mehmet, mas eu sabia que tinha que ser forte pelo nosso filho. Eu não tinha mais ninguém no mundo, a não ser ele. Eu era órfã desde pequena e tinha sido criada pela minha tia Dilara, a irmã da minha mãe. Ela era a única família que eu tinha, mas ela não era uma boa pessoa.
Dilara era viciada em jogos e vivia me explorando. Ela me fazia trabalhar desde criança em vários empregos para sustentá-la. Ela nunca me deu amor ou carinho, só me tratou com desprezo e indiferença. Ela não gostava de mim, nem do meu filho.
Quando eu contei para ela que estava grávida, ela ficou furiosa e disse para mim;
— Você é uma idiota e uma irresponsável, Ayla! Você acabou de estragar a sua vida e a minha. Você tem que abortar ou dar esse bebê para a adoção. Eu não vou te ajudar em nada.
Eu não dei ouvidos a ela e decidi ter o meu filho. Eu sabia que seria difícil criá-lo sozinha, mas eu estava disposta a fazer qualquer coisa por ele. Eu larguei a faculdade e arrumei um emprego como caixa em um supermercado. Eu economizei cada centavo que eu ganhava para comprar as coisas para o meu bebê.
Eu não tinha muito, mas eu tinha o suficiente. Eu aluguei um quarto pequeno em uma pensão barata. Eu comprei um berço, um carrinho, algumas roupas e alguns brinquedos para o meu filho. Eu li livros sobre gravidez e maternidade. Eu cuidei da minha saúde e da dele.
Eu estava feliz com a minha gravidez, apesar das dificuldades. Eu sentia o meu filho crescer dentro de mim e sonhava com o seu rosto. Eu conversava com ele e cantava para ele. Eu dizia que ele era o meu anjo e que eu o amava muito.
Eu estava ansiosa pelo seu nascimento, pelo dia em que eu poderia vê-lo e abraçá-lo. Eu queria dar a ele todo o amor que eu não tive na vida. Eu queria fazer dele uma pessoa feliz e realizada. Eu queria ser a melhor mãe do mundo.
E esse dia chegou.
Eu entrei em trabalho de parto na madrugada de uma sexta-feira chuvosa. Eu peguei um táxi e fui para o hospital público mais próximo. Eu não tinha plano de saúde nem dinheiro para pagar um parto particular. Eu sabia que as condições não eram as melhores, mas eu confiava em Deus.
Eu cheguei ao hospital e fui atendida por uma enfermeira simpática, que me levou para uma sala de parto lotada de outras gestantes. Ela me examinou e disse que eu estava com nove centímetros de dilatação e que logo o meu bebê nasceria.
Ela me colocou em uma maca e me levou para outra sala, onde havia uma médica de plantão. Ela me cumprimentou com um sorriso e disse que ia me ajudar a trazer o meu filho ao mundo. Ela me pediu para fazer força quando sentisse as contrações.
— Vamos lá, você consegue, Ayla, seu bebê está quase nascendo! — a médica fala me encorajando.
Eu fiz como ela mandou e comecei a empurrar com todas as minhas forças. Eu senti uma dor intensa, mas também uma alegria imensa. Eu sabia que estava perto de conhecer o meu filho. Eu ouvi a médica dizer que a cabeça dele já estava aparecendo.
Eu fiz mais força e senti o meu filho sair de mim. Eu ouvi o seu choro forte e agudo. Eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu tinha conseguido. Eu tinha dado à luz o meu filho.
A médica cortou o cordão umbilical e colocou o meu filho no meu peito. Eu olhei para ele e me apaixonei na hora. Ele era lindo, perfeito, meu. Ele tinha os meus olhos verdes e os cabelos castanhos do seu pai. Ele se chamava Erhan, meu presente de Deus. Ele era o meu milagre.
Eu o abracei com todo o meu amor e o beijei na testa. Eu sussurrei no seu ouvido:
— Olá, meu amor. Eu sou a sua mãe. Eu esperei tanto por você. Você é o meu tesouro, o meu presente, a minha vida. Eu te amo mais do que tudo.
Ele abriu os olhos e me olhou com curiosidade. Ele fez um biquinho e mamou no meu seio. Ele se aconchegou no meu colo e adormeceu. Ele estava em paz.
Eu fiquei ali, admirando o meu filho, sentindo o seu calor e o seu cheiro. Eu estava em êxtase. Eu era a mulher mais feliz do mundo.
Eu não sabia que essa felicidade duraria tão pouco.
Eu não sabia que a minha tia Dilara estava prestes a destruir tudo.
Eu não sabia que ela iria entregar o meu filho para um mafioso chamado Serkan Gül, em troca de uma dívida de jogo.
Eu não sabia que iria perder o meu filho.
Eu não sabia que eu iria viver o pior dia da minha vida.
Eu acordei com um grito de terror. Eu olhei para o meu lado e vi que o meu filho não estava mais lá. Eu me levantei da cama e corri pelo quarto, procurando por ele. Eu não o encontrei em lugar nenhum.
Eu saí do quarto e fui até a recepção do hospital. Eu perguntei à enfermeira onde estava o meu filho. Ela me olhou com espanto e disse que ele tinha sido levado pela minha tia Dilara, que tinha dito que ia cuidar dele.
Eu não acreditei no que ela disse. Eu disse que isso era impossível, que a minha tia Dilara era uma viciada em jogos e que ela não tinha condições de cuidar de um bebê. Eu disse que ela tinha que me devolver o meu filho, que ele era meu e só meu.
A enfermeira me disse que ela não podia fazer nada, que a minha tia Dilara tinha apresentado os documentos necessários para levar o bebê. Ela me mostrou uma certidão de nascimento falsa, onde constava que o meu filho se chamava Erhan Gul e que era filho de Serkan Gul, um homem que eu nunca tinha ouvido falar.
Eu fiquei em choque ao ver aquele papel. Eu disse que aquilo era uma mentira, que o meu filho se chamava Erhan Yilmaz e que era filho de Mehmet Yilmaz, o meu marido falecido. Eu disse que aquilo era uma fraude, um roubo, um crime.
A enfermeira me disse que eu estava enganada, que o meu filho era de Serkan Gul e que ele tinha dado autorização para a minha tia Dilara levar o bebê. Ela me disse que Serkan Gul era um homem muito rico e poderoso, que era o chefe da máfia dos cassinos na Turquia, conhecido como Turco.
Eu fiquei horrorizada ao ouvir aquilo. Eu disse que aquilo era um absurdo, que o meu filho não tinha nada a ver com aquele homem, que ele era inocente e indefeso. Eu disse que eu queria ver o meu filho, falar com ele, abraçá-lo.
A enfermeira me disse que isso era impossível, que o meu filho já tinha ido embora com a minha tia Dilara e Serkan Gul. Ela me disse que eles tinham saído do hospital há algumas horas e que tinham ido para a mansão de Serkan Gul, em uma cidade distante.
Eu fiquei desesperada ao ouvir aquilo. Eu disse que eu tinha que ir atrás do meu filho, que eu tinha que encontrá-lo e trazê-lo de volta. Eu disse que eu não ia desistir dele, nunca.
A enfermeira me disse que eu estava perdendo o meu tempo, que eu não tinha chance contra Serkan Gul e a sua máfia. Ela me disse que eu devia esquecer o meu filho e seguir a minha vida. Ela me disse que eu devia agradecer por estar viva.
Eu não dei ouvidos a ela e saí do hospital correndo. Eu peguei um táxi e fui para a casa da minha tia Dilara. Eu esperava encontrar alguma pista sobre o paradeiro do meu filho. Eu esperava ter alguma esperança.
Eu cheguei à casa da minha tia Dilara e encontrei a porta aberta. Eu entrei na casa e vi um cenário de caos e violência. Havia móveis revirados, vidros quebrados, sangue no chão. Havia também dois homens mortos no sofá, com tiros na cabeça.
Eu reconheci os homens como sendo os agiotas que viviam cobrando dívidas da minha tia Dilara. Eu deduzi que eles tinham vindo cobrar dela novamente e que ela tinha se livrado deles de alguma forma. Eu deduzi também que ela tinha fugido com o meu filho e Serkan Gül.
Eu procurei pela casa alguma coisa que pudesse me ajudar a encontrar o meu filho. Eu vasculhei os quartos, os armários, as gavetas. Eu não achei nada de útil, só roupas velhas, contas atrasadas, revistas de fofoca.
Eu estava prestes a desistir, quando eu vi um papel amassado no lixo da cozinha. Eu peguei o papel e o abri. Era um recibo de um hotel, onde constava o nome de Serkan Gül e o número do quarto. Era a única pista que eu tinha.
Eu guardei o papel no bolso e saí da casa. Eu peguei outro táxi e fui para o hotel. Eu esperava chegar a tempo de encontrar o meu filho. Eu esperava ter alguma chance.
Eu não sabia que Serkan Gül era o chefe da máfia dos cassinos na Turquia, conhecido como Turco.
Eu não sabia que ele tinha recebido o meu filho de Dilara como pagamento, mas que se surpreendeu ao sentir uma conexão com o menino, que ele decidiu continuar com o nome que dei, Erhan.
Eu não sabia que ele tinha resolvido ficar com o bebê e cuidar dele como seu filho.
Eu não sabia que eu iria conhecer o verdadeiro Serkan Gül e que ele ia mudar a minha vida.
Eu não sabia que eu iria viver a maior aventura da minha vida.
Eu estava no meu cassino, contando o dinheiro que eu tinha ganhado na noite anterior. Eu era o chefe da máfia dos cassinos na Turquia, conhecido como Turco. Eu dominava todos os jogos de azar do país, desde as máquinas caça-níqueis até as apostas esportivas. Eu era rico, poderoso, respeitado.
Eu também era frio, cruel, impiedoso. Eu não tinha medo de nada nem de ninguém. Eu não tinha escrúpulos nem limites. Eu não tinha amor nem compaixão. Eu só tinha uma coisa: Ambição.
Eu queria mais dinheiro, mais poder, mais controle. Eu queria expandir os meus negócios para outros países, para outros continentes. Eu queria ser o rei do mundo.
Eu não me importava com as consequências dos meus atos, nem com as pessoas que eu prejudicava ou matava. Eu não me importava com a lei, nem com a justiça, nem com a moral. Eu não me importava com nada.
Eu só me importava comigo mesmo.
Eu estava satisfeito com a minha vida, até que ela chegou.
Ela se chamava Dilara, e era uma mulher que eu conhecia há muito tempo. Ela era a irmã de uma antiga conhecida minha, que tinha morrido em um acidente de carro há alguns anos. Ela era uma viciada em jogos e uma devedora compulsiva. Ela era uma pessoa desprezível e sem valor.
Ela veio até o meu cassino e me pediu para conversar comigo em particular. Ela disse que tinha algo muito importante para me dizer. Ela disse que tinha algo que podia me interessar.
Eu fiquei curioso e concordei em falar com ela. Eu a levei para o meu escritório e mandei que ela se sentasse na minha frente. Eu perguntei o que ela queria comigo.
Ela me disse que estava devendo uma fortuna para vários agiotas e que eles estavam ameaçando matá-la se ela não pagasse logo. Ela disse que não tinha dinheiro para pagar e que estava desesperada por uma solução.
— Isso não é problema meu... Você deve se virar sozinha. Eu não vou ajudá-la e quero que saia do meu cassino imediatamente.
Ela implorou por piedade e disse que tinha algo que valia muito mais do que dinheiro. Ela disse que tinha algo que era meu por direito e que ela estava disposta a me dar como pagamento da sua dívida.
Eu perguntei o que era esse algo e ela me mostrou uma foto de um bebê. Um bebê de olhos verdes e cabelos castanhos. Um bebê lindo, perfeito, inocente.
Ela disse que aquele bebê era meu filho.
Eu fiquei em choque ao ver aquela foto. Eu perguntei como aquilo era possível e ela me contou uma história absurda. Ela disse que aquele bebê era filho de uma jovem mulher com o seu marido falecido, mas que ele tinha sido concebido quando ela estava grávida de outro homem.
Ela disse que esse outro homem era eu.
Ela disse que a jovem tinha transado comigo uma noite, quando eu ainda namorava minha ex. Ela disse que ela tinha feito isso por vingança, porque ela odiava a minha ex por ser mais bonita, inteligente e amada do que ela.
Ela disse que a jovem tinha engravidado de mim na noite de um evento importante em que eu estava bêbado, mas que ela não tinha me contado nada por medo. Ela disse que a jovem tinha escondido a gravidez de todos e que tinha dado à luz em segredo.
Dilara disse que a mulher não queria aquele bebê e que ele era um estorvo na sua vida. Ela disse que sabia que eu era o pai dele e que ele era meu por direito. Dilara disse que ela estava disposta a me dar aquele bebê como pagamento da sua dívida.
Eu não acreditei naquela história e disse que aquilo era uma mentira. Eu disse que aquele bebê não podia ser meu filho e que ela estava tentando me enganar. Eu disse que ela era uma louca e a outra uma vagabunda.
Ela jurou que estava dizendo a verdade e disse que tinha provas. Ela me mostrou um exame de DNA que comprovava a paternidade do bebê. Ela me mostrou também uma certidão de nascimento falsa, onde constava que o bebê se chamava Erhan Gül e que era filho de Serkan Gül.
Dilara disse que a mulher tinha feito tudo isso para me convencer a aceitar o bebê como pagamento. Ela disse que tinha certeza de que eu iria querer o meu filho e que eu iria ajudar a pagar sua dívida.
Eu fiquei perplexo ao ver aqueles documentos. Eu não sabia se eles eram verdadeiros ou falsos, se eu era mesmo o pai daquele bebê ou não. Eu não sabia o que fazer.
Eu olhei para a foto do bebê novamente e senti algo estranho. Eu senti uma conexão com aquele menino, uma curiosidade, uma atração. Eu senti uma vontade de conhecê-lo, de vê-lo, de tocá-lo.
Eu senti algo que eu nunca tinha sentido antes.
Eu senti um amor paternal.
Eu decidi aceitar o bebê como pagamento da dívida de Dilara. Eu disse a ela que eu iria ficar com o meu filho e cuidar dele como meu. Eu disse a ela que eu iria continuar com o nome Erhan, que significa “o que vem do céu”. Eu disse a ela que ele era o meu milagre.
Ela ficou aliviada e feliz com a minha decisão. Ela disse que ela iria buscar o bebê no hospital e trazê-lo para mim e que iria me dar todos os documentos necessários para registrar o bebê como meu filho sem o nome da mãe.
Eu concordei e mandei que ela fosse logo. Eu fiquei ansioso e nervoso pela chegada do meu filho. Eu fiquei imaginando como ele seria, como ele reagiria a mim, como eu seria como pai.
Eu não sabia que aquele bebê era filho de Ayla, uma jovem mãe desesperada, que tinha perdido o seu filho para Dilara.
Eu não sabia que aquele bebê tinha sido roubado do hospital, sem o consentimento da sua mãe.
Não sabia que aquele bebê era inocente e indefeso. Eu não sabia que eu ia conhecer Ayla e que ela ia mudar a minha vida e que iria viver a maior aventura da minha vida.
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