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Sou Ana Castilho, tenho 26 anos. Estudo na faculdade pela manhã e, à tarde, trabalho com a minha patroa em um restaurante bem movimentado no centro. Minha rotina é corrida — tenho hora certa para começar, mas nunca sei exatamente quando vou sair. Essa é a minha realidade, dia após dia. Hoje não é diferente, apenas mais um capítulo da minha rotina cheia de compromissos, esperas e sonhos.
Sou casada com Vítor há quase dois anos. Ele é um homem gentil, doce, e sonha em ser pai desde o nosso namoro. Eu compartilho desse sonho. Sempre me imaginei sendo mãe, com uma casa cheia de vida. Mas, por causa de problemas de saúde, esse desejo ainda não se realizou. Descobri um mioma uterino após sentir muitas dores e fazer exames.
Descobrir o mioma foi um susto. Sentia dores estranhas, sangramentos fora de hora, e só quando fui ao médico descobri que tinha um mioma submucoso — um tipo que cresce bem dentro da parede do útero. O doutor disse que esse era o tipo mais complicado, porque dificultava muito a implantação do embrião. Era como se o meu corpo quisesse, mas o útero não deixasse. Foi preciso operar, retirar aquele 'invasor', como ele chamou, e depois disso vieram meses de recuperação, de exames, de esperanças renovadas. A medicina disse que eu podia tentar de novo. mas nada veio.
Tenho sido acompanhada por uma equipe médica maravilhosa.
Logo depois da operação, Vítor e eu tentamos engravidar naturalmente várias vezes. Infelizmente, sem sucesso. Foi frustrante. Cada teste negativo era um pequeno baque. Mesmo assim, ele nunca deixou de me apoiar. Quando o médico sugeriu a fertilização in vitro, surgiu uma nova esperança. A possibilidade reacendeu algo em mim — um sentimento de que tudo ainda pode dar certo. Conversamos com calma, avaliamos os prós e contras e decidimos seguir em frente.
No dia seguinte à nossa decisão, Vítor foi até a clínica, fez os exames necessários, e seu sêmen foi coletado, analisado e congelado para ser usado na fertilização em laboratório. Eu continuei com minha bateria de exames: hormônios, ultrassons, consultas. Foi exaustivo, mas eu sabia que tudo fazia parte de um propósito maior.
Agora, depois de meses de preparo, só falta uma ligação da clínica. Uma simples ligação que pode mudar a nossa história.
Na manhã seguinte, recomecei minha rotina. Acordei cedo, fui para a faculdade com aquele frio paulistano cortando a alma. As aulas passaram depressa. Logo depois, corri para o restaurante. Apesar do frio, o movimento estava intenso. Gosto de estar ocupada — assim, minha cabeça não fica presa na ansiedade da espera.
No restaurante, além de atender os clientes, eu costumo preparar uma mesa especial para um grupo de executivos. Os "Homens de Terno", como os chamamos por aqui. São CEOs de grandes empresas, clientes fiéis. Sempre que estão em São Paulo, ligam para reservar a mesa deles. Gostam do atendimento, da comida e, talvez, da discrição do lugar.
Terminei de arrumar a mesa especial e, como de costume, não demorou muito para ela ser ocupada. Os ternos pretos logo apareceram. A maioria dos rostos me era familiar. Mas havia um homem diferente naquele grupo. Nunca o tinha visto por ali. Chamou minha atenção de imediato.
Vestia um terno azul-marinho sob medida. A calça realçava suas pernas fortes. Alto, provavelmente com seus 1,85m. Cabelos pretos brilhantes, bem cuidados. Boca desenhada, marcante. E uma barba rala que o deixava ainda mais interessante. Seu olhar era penetrante, e por um momento, esqueci até onde estava.
— Acorda, garota, tá sonhando? — Emília, minha patroa, me trouxe de volta à realidade com uma risada. — Vai, leva esse lixo lá fora e para de babar nos clientes!
Emília é daquelas mulheres que todo mundo respeita e gosta. Alegre, trabalhadora, coração enorme. É uma ótima chefe, mas como sogra, ninguém arrisca! Mãe de dois filhos lindos, ela segura as pontas do restaurante e da casa com uma força admirável.
Enquanto eu organizava a cozinha e recolhia o lixo, ela se aproximou, como sempre curiosa.
— E aí, já ligaram da clínica?
— Ainda não — respondi, um pouco aflita. — Estou esperando essa bendita ligação. Cada vez que o telefone toca, meu coração dispara.
— Imagino. Você merece, Ana. Lutou tanto. O Vítor deve estar numa expectativa só também, né?
— Muito. Ele ficou arrasado depois das tentativas frustradas. Mas agora, com a inseminação, voltou a acreditar. Eu também. Por isso, estou firme nessa — falei, com os olhos marejando de leve.
— Você vai conseguir, eu sinto — disse ela, me abraçando de lado.
Levei o lixo para fora, ajeitei tudo direitinho para os coletores e voltei ao salão. Um dos CEOs me chamou para fazer um novo pedido. Anotei com atenção, mas minha mente estava no homem de azul. Seus olhos escuros encontraram os meus por um segundo, e meu corpo reagiu como se tivesse sido tocado.
— O senhor vai querer algo também? — perguntei, tentando manter a compostura.
— Não, senhorita. Estou satisfeito, obrigado — disse com um leve sorriso, que me desconcertou ainda mais.
Fui até a cozinha buscar o vinho solicitado por um dos outros executivos.
— O que esses homens veem nesse vinho? — murmurei ao entrar.
— Vai ver é status — respondeu Emília, rindo. — Ou estão acostumados com o gosto. Você não gosta?
— Aquilo é amargo demais. A última vez que bebi, quase devolvi tudo ali mesmo.
— Tem paladar refinado, minha filha — ela brincou. Dei de ombros e voltei com a garrafa. Servi com cuidado e retornei à cozinha.
Mais tarde, com o restaurante já vazio, Emília precisou sair às pressas por causa de uma emergência. Me encarregou de fechar tudo. Limpei, organizei, desliguei os equipamentos e verifiquei cada porta.
Caminhei até em casa pela rua de sempre. O vento cortava o rosto, mas eu já estava acostumada. Nossa casa ficava no final da rua, e como Vítor não tinha passado para me buscar, supus que ainda estivesse trabalhando. Quando ele sai mais cedo, sempre aparece.
Ao entrar em casa, fui recebida pela decoração aconchegante e pelas fotos do nosso casamento. Fui eu mesma quem decorou cada cantinho. Gosto de transformar os espaços em lares. Vítor é um homem maravilhoso. Atencioso, calmo, e tem sido um verdadeiro companheiro nessa luta. Não poderia ter escolhido alguém melhor para dividir minha vida.
Tomei um banho, preparei uma janta simples e me deitei, esperando por ele. As horas passaram. Liguei. Nada. Apenas a caixa postal. Virei de lado, com o coração um pouco apertado, e acabei adormecendo com a luz do abajur ainda acesa.
Acordei com o celular tocando feito alarme em manhã de segunda. Reclamei baixinho da claridade que invadia o quarto e, com os olhos ainda fechados, estiquei o braço até a cômoda, pegando o telefone.
— Alô... — murmurei com a voz rouca de sono.
— Senhora Castilho? Aqui é da clínica "O Seu Sonho é Possível". Estamos entrando em contato para informar que seu procedimento foi analisado pela equipe médica. Se desejar, já pode iniciar o procedimento hoje mesmo. Ou prefere agendar para outro dia? — A voz da atendente era calma, quase doce. Mas ao ouvir o nome da clínica, despertei num segundo. Abri os olhos, sentei na cama e meu coração acelerou como se soubesse que algo grande estava prestes a acontecer.
— Hoje mesmo. Pode marcar. Já estou me preparando — respondi, sentindo o peito vibrar de emoção.
— Perfeito. Esperaremos você até às 9:15. Estaremos aqui — disse ela antes de encerrar a ligação.
Fiquei parada por um momento, sentindo meu coração bater mais forte. A ansiedade e a alegria se misturaram num turbilhão. Olhei ao meu lado: Vítor ainda dormia profundamente. Nem percebi que ele tinha chegado. Devia ter sido bem tarde.
— Vítor — chamei baixinho, tocando de leve seu ombro. Queria compartilhar a notícia. O médico já havia me explicado que o sucesso não era garantido, mas só de saber que o procedimento começaria hoje me enchia de esperança.
— Hum... — ele resmungou, abrindo os olhos devagar.
— Que horas você chegou? Estava tão cansado assim?
— Atrasos, problemas na empresa. Aquela confusão de sempre — respondeu com um suspiro.
— Então escuta essa: acabaram de ligar da clínica. A fertilização in vitro vai ser hoje. A gente vai começar o procedimento. Nosso sonho está mais perto — falei sorrindo, sentindo as palavras saírem como uma explosão de alegria.
— Isso é maravilhoso, meu anjo. Vai dar tudo certo — disse ele, encostando os lábios nos meus com um beijo leve.
— Vai comigo?
— Hoje não consigo, amor. Tenho uma reunião importante. Sabe como é... Mas me manda notícias, por favor. — Ele levantou da cama, pegou a toalha e foi direto pro banheiro.
Depois que ele saiu, fui tomar meu banho. Quando terminei, ele já havia partido. A vida dele tem sido assim: correria, responsabilidades, e ultimamente... uma certa distância. Tento não pensar demais nisso. Talvez, com um filho, ele se sinta diferente. Talvez a ausência de resultados o tenha deixado sem esperanças. Mas eu ainda acredito. E essa é a minha chance de fazer tudo acontecer.
Enquanto me arrumava, liguei para Emília, minha patroa. Expliquei o motivo da ausência e ela, como sempre, foi compreensiva. O médico já havia me orientado que eu deveria estar há cinco dias sem relações para realizar o procedimento, o que, com a rotina exaustiva entre mim e Vítor, não foi difícil de cumprir. Os dias têm sido tão cheios que a intimidade se tornou rara.
Saí de casa com o coração leve, mas acelerado. Caminhei pelas ruas de São Paulo sentindo o frio no rosto, o sol brilhando tímido. Usei meus óculos escuros para esconder a emoção que transbordava. Algumas pessoas me cumprimentaram no caminho — rostos conhecidos do restaurante. Sorri para cada um deles, tentando manter a calma.
Estava nervosa? Muito. Mas também cheia de coragem. Depois de tudo que enfrentei, esse era o passo mais importante. Eu precisava disso.
Entrei na clínica com o coração batendo alto. Esperei ser chamada na recepção. Quando finalmente escutei meu nome, levantei e fui conduzida a uma sala onde uma mulher sorridente me aguardava.
— Olá, Ana. Sou a doutora Camila, sua psicóloga neste procedimento. Vamos conversar um pouco? — disse, com um tom acolhedor. — Me diga, de zero a dez, o quanto você deseja realizar esse sonho?
— Dez, doutora. E se tivesse mil, escolheria sem pensar — respondi com um sorriso largo.
— Adoro essa energia — disse ela, animada. — O doutor avaliou seus exames e tudo está ótimo. Seu útero está preparado para receber o embrião formado a partir do sêmen do seu marido. Enr... — Ela foi interrompida por uma enfermeira que entrou discretamente na sala.
— O doutor está pronto, pode encaminhar a paciente — disse a enfermeira.
— Ótimo. Vamos? — disse Camila, se levantando. Caminhamos juntas por um corredor até uma sala ampla e bem iluminada. Lá estavam os profissionais que me acompanharam durante toda a preparação.
— Aqui, Ana. Você vai se trocar — disse Camila, indicando uma salinha. Ela me entregou uma roupa quase transparente. — Vista-se e estarei te esperando — completou, antes de sair.
Fiquei um pouco desconfortável com a roupa. Quase não cobria nada. Vesti com cuidado e fui até o banheiro. Lavei o rosto, respirei fundo várias vezes. As mãos estavam geladas. Queria que Vítor estivesse ali. Um simples “vai dar certo” da boca dele já me traria paz. Mas não dessa vez.
Saí do banheiro e encontrei Camila me esperando. Seguimos até a sala do procedimento. Me deitei na cama, a anestesia foi aplicada, e colocaram um pano tampando minha visão da parte inferior do corpo.
— Ana, está tudo bem? Sentindo algo? — perguntou Camila.
— Nada, estou bem — respondi.
Alguns minutos se passaram, e então o procedimento foi concluído.
— Tudo certo, Ana. Agora você ficará deitada por vinte minutos. Isso aumenta as chances. Depois disso, está liberada. Em quatorze dias, volte para fazermos o teste de sangue e verificar o resultado. Até lá, pode viver normalmente, mas sem carregar peso, combinado?
— Sim!
Enquanto esperava os 20 minutos de repouso, fiquei deitada olhando para o teto branco da clínica. Era engraçado pensar em como tudo mudou tão rápido. Meses atrás, eu chorava no banheiro com mais um teste negativo na mão. Agora, estava ali, em silêncio, carregando uma possibilidade dentro de mim.
Fechei os olhos e tentei imaginar como seria segurar meu filho pela primeira vez. Será que teria os olhos do Vítor? Ou a minha risada? Tantas perguntas sem resposta. Mas havia algo dentro de mim que dizia que tudo valeria a pena. Cada exame, cada lágrima, cada frustração. Tudo fazia parte do caminho até aquele momento.
Quando a enfermeira entrou no quarto para me liberar, agradeci em silêncio por cada pessoa daquela equipe. Levantei devagar, com cuidado, e fui até o banheiro me olhar no espelho. Vi uma mulher mais forte do que imaginava. E sorri. Um sorriso tímido, mas cheio de fé.
Peguei minha bolsa, ajeitei a roupa e caminhei até a saída. O ar fresco da manhã me recebeu do lado de fora como um abraço. Olhei para o céu, respirei fundo e segui meu caminho para casa.
Duas semanas depois....
Camila me mandou uma lista de medicamentos por WhatsApp. Continha injeções e vitaminas para a formação do feto e evolução da gravidez. Quando Vítor chegou do trabalho, trouxe todos os remédios para mim. A injeção, Camila mesma vem aplicar, e as vitaminas eu tenho tomado nos horários certos, que foram me passados.
Hoje estou com 16 dias e já sinto alguns sintomas diferentes. Meus seios estão um pouco doloridos, sinto um pouco de enjoo, mas não muito. Continuei indo para o trabalho e para a faculdade, mas durante esses dias, tenho tido algumas dificuldades, ainda mais quando sinto o aroma de comida e café, que me embrulha o estômago. Já fui à clínica fazer o exame de sangue para saber se a fertilização deu certo, e sim! Tudo certo, estou grávida. Minha felicidade é grande demais, vivo o tempo inteiro na internet, pesquisando nomes sem nem saber o sexo do bebê ainda. Pesquisei decorações, enxovais para o berço, roupas e tudo para deixar o bebê confortável.
Vítor chegou há pouco do trabalho e subiu para o quarto para tomar banho. Todas as vezes ele tem chegado mais cedo e sempre me traz frutas e chocolates para comer, e deixa um beijo na minha barriga, que ainda nem apareceu. Nossa felicidade está completa, e eu fico muito feliz por isso. Sempre que vamos nos deitar, Vítor faz muitos planos para o nosso bebê. Disse que faria uma grande festa e convidaria todos para participar e ver que realizou o seu sonho. Quando ele fala sobre isso, começa a chorar. Eu acho isso muito fofo, até porque lutamos muito para que isso se tornasse realidade, e graças aos nossos esforços, se tornou.
Já eram 20:00h, eu estava sentada no sofá, assistindo a um filme na TV, enquanto comia um pote de chocolate que meu marido trouxe com todo carinho. Uma batida na porta me fez sair da minha zona de conforto. Caminhei até a porta e atendi, era Camila àquelas horas da noite, achei estranho.
— Camila, aconteceu algo? — perguntei, deixando-a passar, estava nervosa. Fechei a porta e ela sentou no sofá.
— Ana. — ela pegou nas minhas mãos, que estavam completamente gélidas.
— Tá me assustando, Camila, pelo amor de Deus, fale logo. — pedi olhando para ela, parecia um papel em branco, de tão pálida que estava.
— Ana, você não vai nos perdoar, cometemos um erro médico, eu nem sei como falar isso para você. — ela ficou em pé, caminhando pela sala.
— Não vou perdoar se não me falar logo, caramba! Já estou nervosa. — comentei.
— O sêmen que implantaram em você não era o do seu marido, foi trocado por engano. — disse ela, me fazendo ficar ainda mais nervosa do que já estava.
— Como assim? Como assim? Não posso estar ouvindo isso. — passei as mãos trêmulas nos cabelos, estava me sentindo desesperada agora.
— Tenha calma, olha, eu confundi você pelo nome. Enrique Lascovic congelou o sêmen dele também na clínica. Ele e a namorada também estão tentando ter um bebê, mas ela não conseguiu, já teve três abortos espontâneos. Enrique não quis desistir, ele está há 5 anos tentando, e por coincidência, ela tem o mesmo nome, Ana. — disse me olhando. — O senhor Lascovic foi até a clínica com a namorada e, quando foi o momento de fazer a fertilização, o sêmen dele não estava. Foi aí que me dei conta do erro, porque o do seu esposo está lá. — disse quase chorando.
— E agora? O que vou fazer? Como vou falar isso para Vítor? — fiz perguntas que sei que não terão resposta. Agora terei que resolver meus problemas.
— Sinto muito, Ana, sinto por ter te colocado em maus lençóis. O senhor Enrique quer muito falar com você e te propor um acordo. — disse ela.
— Acordo? Possivelmente esse homem vai querer reivindicar os direitos dele como pai, e eu? Onde fico nessa situação? — sentei no sofá novamente, passando as mãos no meu rosto. Não posso estar ouvindo isso, não posso.
— Por favor, Ana, peço que releve a situação e vá pelo menos saber qual acordo ele quer fazer com você. Aliás, ele tem a namorada dele, penso que não vai pedir nada demais. — disse ela.
— Pensa? Vocês implantaram em mim um sêmen que não é do meu marido, é alheio, e o dono está atrás de mim, como se eu tivesse roubado isso dele. O que você pensa que ele quer? Ainda mais por estar há cinco anos tentando ter um filho, e vem uma estranha e rouba esse sonho deles. E eu? Meu sonho é ser mãe, e olha o que deu? Virou um pesadelo.
— Por favor, Ana, entenda. — pediu ela juntando as mãos.
— Não, Camila, entenda você. — falei. — Não vai me comover com essa. Esse filho é meu, e não vou abrir mão dele de maneira nenhuma. Pode ser filho até do Rei, mas eu estou levando no meu ventre e não vou devolver.
Nunca fui grossa e mal-educada com ninguém, naquele momento coloquei Camila para fora da minha casa. Eu serei forte pelo bebê que carrego no meu ventre e enfrentarei tudo e todos, ele é meu, estou carregando no meu ventre, e independentemente da forma como tudo aconteceu, eu vou amá-lo, porque é meu filho.
No momento não contei nada a Vítor. Pensarei na melhor forma de conversar com ele, e depois da conversa, saberei o que será do nosso casamento.
São 4:00h da manhã, e cá estou eu com a cara enfiada no vaso, vomitando tudo que comi à noite. Me levantei do chão, lavei o rosto, sequei na toalhinha e parti para a cozinha novamente. O desejo de comer chantilly era enorme, e me concedi esse desejo. Vítor dormia tranquilamente, não me viu sair do quarto. Fiz uma ligação urgente para uma amiga minha chamada Lara e contei tudo para ela. Como esperado, ficou impressionada com tudo, e não era para menos. Até eu fiquei, estou espantada e preocupada com tudo, e principalmente como Vítor vai reagir quando souber da verdade.
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