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Triângulo Amoroso

Personagens

Passagem de tempo…..

Annabelle Bieber

Nameless

Mabel Bieber

Giulia Bieber (conhecida como Scarllet)

Helena (filha de Mabel)

Hope Bieber (filha de Mabel)

Melissa Bieber (filha de Annabelle)

Selena Bieber

Justin

Laurel Bieber - filha de Giulia

PRÓLOGO….

**POV's Annabelle Bieber's**

Washington D.C.

5 ANOS DEPOIS…

Toda vez que os noticiários informam a respeito de um corpo não identificado, eu me disponho a ir no necrotério na esperança de finalmente... esse tormento acabar.

— Não, não ela.— nego, virando a cabeça para outro lado, após o legista levantar o pano.— Essa não é a minha irmã. Obrigada. — afirmo baixinho, com o tom embargado, sentindo aquele nó entalado na garganta.

O olhar de pena do profissional paira na minha fisionomia de luto. As pessoas devem olhar para mim e só enxergarem sofrimento.

Saio correndo de dentro da sala, tendo uma crise de pânico. Ao chegar no corredor, fico com falta de ar. Tento respirar, mas sinto dificuldades. Encosto-me no canto da parede, deslizando as minhas costas, sem fôlego. Sento no chão; procurando relaxar-me, até melhorar. Aos poucos minha respiração vai voltando ao normal.

O celular toca, e por um momento, engatilho na pouca distância para buscar a minha bolsa. Quando encontro o iphone, encaro no visor brilhando ”filha" na tela. Coloco o aparelho no ouvido, fungando o nariz, antes de atender.

—Sim?

—Porra, mãe, cadê você?

— Tive um imprevisto, Mel.

— Que tipo de imprevisto é mais importante que apresentação da sua filha?— afasto o celular, ao escutar os seus berros.

—Não fiz o menor esforço em ir, pra ser sincera— assumo, ouvindo a adolescente bufar.— Eu acho isso um absurdo uma garota de 16 anos se apresentar em um clube de strippers. Seu lugar é na faculdade, e não sexualizando para caras mais velhos!

—Está sendo machista.

Suspiro bem fundo, pedindo forças para suportar. Porque Melissa testa cada dia mais a minha paciência!

— Não, eu não estou sendo. Apenas sou realista. — a corrijo.

— Na minha idade você deveria fazer coisa pior, mãe, admita.

— Se a coisa pior for trocar fraldas, cuidar de uma bebê, sem ter a menor experiência. Sim, você acertou, querida.

— Não seja irônica. O meu pai te ajudou, não foi?— a linha fica muda, pois travo completamente. — Ele não ia te deixar na mão. Quem é o meu pai, mãe? Eu tenho direito de saber mais sobre ele.

Se soubesse toda a real história por trás, jamais tocaria no assunto. Em hipótese alguma ela pode sonhar que é fruto de um estupro.

(......)

Presídio de segurança máxima.

O som do salto ecoa pelo piso de porcelana. Direciono-me em sentido ao corredor, parando em frente a porta da sala, colocando a mão em cima da maçaneta. Por um segundo, respiro. Será que estou tomando a decisão correta? Penso em voltar atrás e desistir, porém teimo comigo mesma e adentro.

O cenário não é um conto de fadas, pelo contrário, é um ambiente tão negativo. Me pego observando as paredes acizentadas. Há uma mesa no centro; assim como duas cadeiras, uma de cada lado. Me sento em uma, quando o policial sinaliza para o assento vazio.

O nervosismo começa atacar o meu cérebro. Batuco os dedos na madeira, tentando conter os nervos, mas é impossível.

Depois de cinco anos, é como se as batidas do meu coração continuasse ainda batendo forte por ele.

Eu não entendo o porquê das coisas terem terminado daquela forma, eu me culpo por ter sido omissa. Deveria ter enxergado o que estava bem na minha frente, fui cega; ingênua e boba demais.

O tempo não pode voltar pro que sucedeu. Tais coisas são silenciadas até hoje. Eu quero poder arrancar esse silêncio que vem se estendendo ao longo dos anos. Tenho para mim que ele quer proteger outra pessoa, ao ponto de arriscar receber uma sentença de morte para esconder os reais fatos daquela noite.

— Não, eu não tenho visitas. — a voz familiar predomina no cômodo.—Só pode ter havido um engano.— desperto, levantando a cabeça.

Momentaneamente, seus olhos se encontram com os meus. Ele engole em seco ao se deparar com a última pessoa que imaginaria rever um dia.

— Annabelle?

— Oi.

Tantas lembranças invadem. Junto com o choque, bate aquela faísca ao revê-lo numa cadeira de rodas, usando esse uniforme laranja de preso. Ele está tão mudado. Deixou a barba crescer, o cabelo não é mais aquele que costumava andar, sua aparência é de um homem depressivo. Seu olhar perdeu qualquer vestígio de brilho, é como se houvesse somente dor.

— O que faz aqui?— analisa-me e na breve troca de olhar que surge, desvio rapidamente, mexida.

— Eu quero saber toda a verdade.— umedeço um pouco os lábios, nervosa, encarando-o bem fundo.— Por que assassinou Mabel?

— Você veio até aqui para me chamar de assassino? É perda de tempo.— vira o rosto pro outro lado, murmurando, como se fosse algo insignificante.

— Talvez.—sussurro, por avista-ló sem um pingo de remorso.— Não consigo aceitar que tenha sido você. Todos os dias tenho pesadelo daquela noite. O que minha irmã te fez de tão ruim, pra você assassina-lá e depois sumir com o corpo?

— Eu não matei ninguém, sou inocente!

— Todos dizem a mesma coisa.

— Você precisa acreditar em mim, Annabelle. A mesma pessoa que me deu um tiro nas costas, desapareceu com a sua irmã. Você precisa acreditar! Eu jamais a machucaria… Porque eu a amo.— subo os olhos, ao escuta-ló declarar em voz alta.

— Você ama todas, não é? — com as lágrimas escorrendo, revindo. — É por isso que enganou tanto a mim, quanto Mabel. Como eu pude ser tão cega? — pergunto para mim mesma, balançando a cabeça indignada.— Sabe o que eu mais odeio em tudo isso? É ter um dia me apaixonado por um mau-caráter feito tu. Você é um monstro, Nameless! Eu te odeio tanto.— cuspo as palavras contra ele.

O assassino da minha irmã abaixa a cabeça, praticamente fugindo do contato visual. Porque fica visualmente abalado pela maneira hostil de como o trato.

— Quero que você apodreça aqui dentro, vou garantir de que nunca mais saía desse presídio.— levanto para ir embora. Entretanto, paro, olhando para trás— Por quê? Quero saber somente o por quê?— o confronto, totalmente fora de si.—Fala, seu covarde!— grito alterada, colocando bastante pressão para fazê-lo confessar.

— Falar o quê? Que eu a matei? Se é isso que quer ouvir, tá bom, eu a matei. Está satisfeita agora?— debocha, com sarcasmo, e me sobe um ódio pela frieza que sente.

—Por que age como se não se importasse?

— Porque eu não a matei. Não tenho culpa nenhuma na consciência. Você deveria perder o seu tempo interrogando aquele bandido do seu namorado! Ele sim a machucaria.

— Pelo visto você anda muito informado da minha vida pessoal, né?— dou de ombros, rebatendo.— Mas é claro, como eu não pensei nisso antes. Tu ainda trabalha para aquela organização criminosa. E tudo que está dizendo, é para tentar ganhar tempo. Mas não sou mais aquela ingênua Annabelle que caía facilmente nas tuas garras. Eu me tornei uma outra pessoa! E o que eu puder fazer para te ferrar, eu farei.

— É fácil julgar, jogar pedra, acusar. Caramba, quantas vezes terei que repetir que não sou um assassino?

— Eu não acredito em você!

—Posso provar! Depois que eu provar, você me pedirá desculpas.

— Cale a boca! Você não tem o direito de exigir nada!

—E se por acaso eu disser que Mabel está viva, mudará alguma coisa? ou eu continuarei sendo visto como o gringo psicopata que matou uma norte-americana em solo americano?— conclui, por alto, na tentativa de criar uma narrativa de vítima.

— Se você me falar onde desovou o corpo, posso até chegar acreditar que você sente muito pelo ocorrido.

— Dessa parte não garanto sentir muito— dá de ombros, tirando sarro.— Ela está em um lugar melhor, melhor do que todos nós. Sua irmã se sente finalmente liberta da vida aprisionada no qual vivia. Ela está mais feliz agora. Em um canto muito bonito, que facilmente é chamado de paraíso do céu.— fecho a mão em um soco, batendo na mesa.

— Pare de tentar criar história e me diga, ONDE VOCÊ A DEIXOU?

— No cemitério.

Julgamento

POV’s Annabelle Bieber.

Washington D.C.

01 hora da manhã/ Sábado.

Pessoas fumando droga, outras se agarrando no escuro. Passo pelos arredores, vendo essas cenas absurdas. No meu mundo, não é comum acontecer esse tipo de coisa. Eu até pergunto: que diabos vim fazer aqui? Sinto que vou me estressar, acredito que lá dentro do clube o cenário possa está pior.

Eu sinceramente não faço ideia onde errei com a Mel, sempre a dei atenção, sempre a cuidei como minha garotinha. Mas de um tempo para cá, foi crescendo e se tornando uma adolescente rebelde. Até que chegou num ponto, onde tenho que me tacar do subúrbio até a cidade para frequentar um clube de strippers.

Estendo o meu distintivo do FBI, amostrando. Os seguranças querem impedir, alegando não haver um mandato.

— Hoje eu vim apenas checar, em paz. Da próxima vez, irei levar todos presos, se insistirem em aceitarem menores de idade no estabelecimento. Com licença.— passo reto.

Os brutamontes concedem a minha entrada, abrindo os portões. Porém, me arrependo assim que piso os pés na área interna. O som está nas alturas. Esbarro com pessoas que estão aglomeradas. Oh meu Deus! Há vários homens arremessando dinheiro e gritando eufóricos para as mulheres seminuas que estão se sexualizando no poledance.

Fico de ponta de pé atrás de achar a minha filha.

Que lugar é esse?

— Melissa.— um sussurro quase inaudível, ecoa dos meus lábios, surpreendida ao avista-lá se exibindo no palco.

Meu peito se esmaga em pedacinhos. Não foi essa a vida que sonhei para ela. Eu como mãe, me sinto impotente neste momento.

Vou empurrando a multidão que está na frente, sem ao menos me desculpar. Eu quero a tirar lá de cima, porque temo que possa sofrer alguma violência. Esses homens que estão com esses sorrisos nojentos na cara, a seca com os olhos, como se a minha filha fosse um pedaço de carne. Aquilo me dá nos nervos, não me controlo. Invado o palco, subindo.

— Vamos embora, Melissa!— a puxo pelo braço.

Escuto as vaias, o som para de funcionar. Todos reclamam quando o DJ interrompe a “festa"

— Mãe, você está me fazendo passar vergonha! Está todo mundo olhando.

— Qual foi, tia? Para de cena! Deixa a garota se divertir.— escuto a repreensão vindo da plateia.

A adolescente de 17 anos faz pouco da minha cara, sentada no colo de um dos machos. O que me impressiona é sua ousadia em sempre querer me desafiar. Ela me lembra a Mabel, ela é igualzinha, até no sarcasmo puxou a minha irmã.

— Hope, você também. Vamos embora!

— Eu não vou para lugar nenhum, tia. Vou ficar aqui aproveitando. A noite apenas começou. — dá de ombros, se virando enquanto está agarrada nos braços do desconhecido. O homem acaricia em suas pernas desnudas, fico enojada em presenciar a cena.

Perco a cabeça e tomo uma atitude impesada, a tirando a força de cima do colo do sujeito asqueroso.

— JÁ DISSE QUE VAMOS EMBORA!— a arrasto. — Vou deixar uma coisa bem clara para todos: Na próxima vez que aceitarem essas duas aqui, eu trago o FBI e mando fechar essa espelunca. — ameaço, puxando a força as garotas.

— Mãe, você não pode dizer isso. É o nosso trabalho!

— Que trabalho o quê, Melissa? Aqui é um antro de sem-vergonhice.

— Senhora, por favor, maneire suas palavras.— a cafetina se mete.

— Fica aí na sua, sua velha safada!

— Mãe, não fala assim com a Soraya, ela não tem culpa.

— Tem culpa sim!— grito, nervosa.— Como ela aceita uma garota de 16 anos, dançar igual uma prostituta? —solto no calor da raiva. Logo me arrependo com as palavras, ao visualizar no fundo das suas íris claras, as lágrimas.

— É assim como você me ver, mãe?— sua voz percorre chateada. — Como uma vadia?

Me calo.

E o meu silêncio, ela conclui, como um sim.

(……)

Assim que ela entra em casa, segue para o quarto fumaçando de raiva. Bate a porta, eu a sigo, mas Melissa fecha sem me deixar passar.

— Filha, perdão, tava de cabeça quente. Abre essa porta, por favor! Bora conversar.— dou batida, implorando, ouvindo-a quebrar as coisas dentro do cômodo.

— Me deixa em paz!

Escuto um barulho de vaso sendo arremessado e em seguida quebrado.

— Mel, não faz isso com a mamãe. Juro que não queria ter dito aquilo. Você é tudo que tenho, filha, não faz isso comigo.— próximo da porta, suplico, com o tom embargado. — Bora conversar.

— Você me humilhou na frente de todo mundo, mãe!— aos prantos, rebate magoada. — Tenho vergonha da senhora. — a frase me arrebenta de uma tal forma, que resolvo deixá-la sozinha.

Vou para o meu quarto e tranco a porta.

Desabo, chorando.

Onde foi que errei?

Passo a mão na cabeça, sem saber mais o que fazer.

— Está chorando, meu amor?

Recomponho-me, levantando do chão, ao vê-lo saindo de dentro do banheiro.

— Lorenzo, você aqui?— enxugo as lágrimas.

— Queria fazer surpresa, mas pelo visto não deu muito certo.— se aproxima, com o olhar reconfortante, ao notar a minha feição. — O que houve?

— A Mel, como sempre. Não sei mais o que fazer Lorenzo, me sinto de mãos atadas.

—Se você quiser, eu falo com ela.

— Não, eu não quero que se meta. Melissa nem mais te respeita como pai, isso causaria mais problemas. Ela agora deu para enfiar na cabeça que quer conhecer o pai biológico.

— Por que não conta, a verdade?— ele sugere, e aos poucos, guio os olhos até o seu rosto.

— Porque contar a verdade, significa que estarei declarando perder a minha filha para sempre. Você acha que ela irá se perdoar, e me perdoar? Não posso fazer isso com ela, não é justo.

— Mas também não é justo com você, Annabelle. —segura nos meus ombros, enquanto aconselha.— Você já passou por muita coisa, meu amor.

— E eu sobrevivi.

Completo a frase, pensativa.

Há uma coisa que preciso saber, que está me deixando incomodada.

— Fui no presídio visita-ló.— conto.

— Eu soube.— revela, sério. — Por que remexer no passado, Annabelle?

— Precisava olhar nos olhos dele e perguntar se ele foi capaz de matar Mabel.

— O que ele te respondeu?

— Ele disse que quem teria motivos, seria você.— encolho os ombros, ao observar o moreno olhar-me chocado.

— E você acreditou?

— Lógico que não.

— Está mentindo!—me acusa.—Você está estranha comigo.

— E não devo está?— tomo coragem de encara-ló.— Você só vem uma vez na semana, Lorenzo, e quando vem vai embora na mesma noite. Eu não devo nem chamar isso de relacionamento.

— Por que está me cobrando somente agora?—me olha desconfiado.— É por causa dele?— altera o tom, pelo meu silêncio.

— Estou apenas cansada.— ando.

— Cansada de esperar por ele?— insinua e aquilo me faz ficar indignada. Fecho a minha mão em punho, lhe olhando abismada. — Assuma que você ainda ama ele, Annabelle!

— Eu não amo ninguém!

— Se não amasse, não teria perdido tempo para ir vê-lo.

— Você não entende, Lorenzo. Falta poucos dias pro julgamento, ele pode ser absolvido, por falta de provas.

— Você está doida que isso aconteça, para se jogar nos braços daquele miserável!

O comentário, me faz deferir um tapa forte em seu rosto. Fico assustada com a minha atitude.

— Vai embora!

— Por que não aguenta ouvir a verdade?

— Que verdade o quê, Lorenzo? Esses absurdos que tu está falando? Tô de saco cheio de você dizer o tempo todo que ainda não esqueci Nameless. Já parou para pensar que o fantasma desse homem sempre estará entre nós?

— Culpa sua, já que nunca conseguiu esquecê-lo!

— Está mesmo se ouvindo?

O olho indignada, gritando.

— Estou mentindo? Agora que sua irmã está morta, o caminho está livre pra você roubar a vida que era dela, inclusive ficar com aquele macho escroto!

Ergo novamente a mão, sem me controlar, mas ele segura o meu pulso:

— Na próxima vez que você tocar em mim de novo, Annabelle, eu esqueço que você é mulher e revindo. Que seja a última vez, porque não haverá uma segunda vez— ameaça, com o tom irreconhecível, e a frase me deixa enojada.

Ele seria mesmo capaz de me bater?

(……..)

Restaurante, DOMIGO.

07:45 AM.

— Ontem Lorenzo teve uma crise de ciúmes, por causa que fui visitar o outro. — relato para minha melhor amiga, enquanto beberico o meu café.

Hoje é um dos dias que acordei péssima e o clima não está nada bom.

— Você acha normal, Anna? Tipo, esse cara mal convive contigo e quando aparece, é querendo controlar seus passos, controlar a sua vida. Não acha sufocante?

— Ele tem medo que eu possa ceder, Scarllet, eu até o entendo de certa forma. Porque ainda ficaram algumas coisas pendentes. Tenho medo de fraquejar e acabar perdoando o homem que matou a minha irmã. —abro o jogo.

— Pera aí, você ainda não o superou?— arqueia a sobrancelha, desconfiada.— Oh meu Deus, Annabelle!

— Queria me enterrar dentro de um buraco, a não ter que confessar essa merda. Reencontro-ló foi como se eu resgatasse tudo de volta, até mesmo os sentimentos que estavam adormecidos. É mais forte do que eu! Ao mesmo tempo que eu o odeio, eu também…

— Você o ama.— ela completa.— Isso é uma loucura, Anna! O que irá fazer?

— Não faço a menor ideia.— admito, desesperada.— O julgamento está chegando, e o pior é que fui intimida a testemunhar. Eu não vou poder mentir na frente do juiz.

(…..)

—————————-

Tribunal/ Dia de julgamento.

Segunda-feira.

08:45 AM.

É um dia triste para minha família. Todos se sentam na primeira fila do tribunal.

— Hope, você não deveria ter vindo assim.— brigo pelo vestido chamativo que usa.

— Ora, tia, estou de luto pela minha mãe.— dá de ombros.— Desde de quando ficou proibido vim de preto?

— Não estou reclamando da cor, mas sim do tamanho.

Diminuo a minha voz, quando a minha filha me olha de relance e depois vira a cara.

Ela continua sem falar comigo.

— Deixa de besteira, tia, você é muito careta.— reviro os olhos, suspirando fundo.— Se veste igual uma freira e ainda quer me dá lição de moral.

— Olha os modos, Hope. — a repreendo, mandando-a se comportar.

— Tá calor.— se abana.— Que demora! Ainda não trouxeram nem o suspeito— reclama, intercalando atenção para os arredores.

— Falando no capeta…— minha filha aponta, fazendo a sua prima olhar para entrada principal.

Os olhares percorrem até o homem que segue vindo acompanhado de dois policiais, se arrastando numa cadeira de rodas. O olho, e depois desvio, abaixando a cabeça.

— Assassino!—minha sobrinha se põe de pé, gritando.— Assassino!

— Para, Hope! —a seguro. — Não faça escândalo. — procuro acalma-lá, mas permanece revoltada.

Depois disso ele passa em silêncio, indo sentar na cadeira de réu.

Levanto, chamada pelo ofício de justiça.

Inicia a sessão do júri.

Os jurados são sorteados, sete, a defesa descarta três dos quinze, assim como a acusação. Inicia o juramento dos jurados. Após isso, as testemunhas são chamadas para jurar falar somente a verdade, nada mais do que a verdade. Eu serei a primeira a ser ouvida e me sinto no meio de uma encruzilhada.

É como se tivesse que escolher entre a razão, e a emoção.

O advogado faz a primeira pergunta.

— Você acha que o meu cliente, teria coragem de assassinar a sua irmã a sangue frio?

Olho para o homem que um dia amei, passando um filme pela minha cabeça por tudo que vivemos juntos. Por mais que não tenha sido duradouro o nosso amor, mas foi bem intenso e significativo para mim.

— Não.

A minha resposta causa um tumulto na sala do júri, havendo cochichos por parte do público que reage surpreso.

O juiz bate o martelinho, pedindo silêncio.

— Na noite do crime, você estava no mesmo restaurante onde sua irmã e o meu cliente foi baleado?

Antes de dizer qualquer coisa, paro e penso bastante dividida. Com os olhos marejados, peço perdão através do olhar para as crianças, para as garotas e para o meu irmão que estão presentes.

— Estava. — confesso, perdendo todas as minhas forças e começando a chorar.

— Foi você que o baleou, o deixando naquele estado? — aponta para onde Nameless se encontra na cadeira de rodas. A cena é dolorosa, meu coração está sangrando por dentro. — Você o tirou o direito de nunca mais andar, Annabelle Bieber— o advogado vai fundo ao acusar-me perante todos — Quem não garante que tenha sido você mesma que matou a sua irmã, motivada por vingança.

— Protesto, excelência, a defesa está tentando induzir a testemunha.— o promotor intervém.

No entanto, o juiz não atende e pede para que eu prossiga.

— Eu nunca a machucaria.— me defendo, completamente emocionada.— Tinha todos os motivos para odiar tanto esse homem, excelência, como também a minha irmã. Mabel não era nenhuma santa, nós duas nunca se demos bem. Mas eu jamais desejaria qualquer mal contra ela.

— Desejaria sim.— a voz que eu menos espero, interrompe.— Quando tinha 10 anos, vi a minha mãe assassinando a minha tia Giulia. No dia que aconteceu, eu lembro como se fosse hoje. Ela não parava de chorar e dizia que queria que a minha tia Mabel estivesse morta.— minha própria filha faz alegação, me pegando desprevenida.

A encaro decepcionada, porque é uma baita apunhalada.

— É mentira, excelência! Essa garota está inventando! Eu sou inocente!

Peraí, vão abrir o caso de Giulia?

POV’s Annabelle Bieber.

Segunda-feira 17:30 PM.

Washington.DC.

Sala de depoimento.

Irão reabrir o caso. As palavras da minha filha naquele tribunal, levantou séries suspeitas. A intenção dela foi dar o troco, já que está puta que a proibi de frequentar aquele clube de strippers.

Melissa é muito mimada, não aceita receber um não.

O que mais me dói, é o peso da acusação. Nem por um momento ela pensou nas consequências que isso causariam à mim. Fui convocada a comparecer no departamento policial para prestar esclarecimento. Por mais que o detetive não diga nada, apenas me escute; mas é claro que me olha com desconfiança, como se eu fosse uma suspeita em potencial.

— Qualquer novidade a respeito de quem matou a minha irmã, gostaria de ficar a par.— peço, sendo acompanhada até a porta.

— Pode ficar tranquila, agente. Agradeço pela colaboração. Não se preocupe, estamos fazendo o nosso trabalho e garanto que logo teremos resultados.

— Já faz 5 anos que a polícia diz a mesma coisa.— expresso o sentimento de injustiça — Quem perdeu a vida foi Giulia, nada que será feito a trará de volta. Quem a matou terá como punição viver anos na cadeia. Já ela, não. Nem o direito de escolha teve. Pois, sua vida foi arrancada, foi tirada de si. Ela foi brutalmente assassinada e até hoje esse caso não tem respostas. Minha irmã no final das contas, perdeu a vida.

As lágrimas escorrem quando deixo claro a indignação que muitos sofrem quando perdem os seus entes queridos e se sentem impotentes. É doloroso tocar no assunto, pois a ferida ainda não está totalmente cicatrizada.

Eu nunca vou me perdoar por ter deixado Giulia sozinha naquela noite.

Eu nunca vou me perdoar por ter escolhido Nameless, ao invés de protegê-la.

Eu nunca vou me perdoar de ter a encontrado morta.

— Ah, Anna, eu vim assim que soube.

Saio do devaneio, pela voz afobada que surge. Ela me checa, fazendo mil perguntas. Enquanto isso, observo o quanto o policial parece pensativo.

— Eu estou bem, Scarllet. — falo baixinho, fitando fixamente o rosto do homem à minha frente.

— Sinceramente, sua filha é muito sem noção! Como pode te acusar de ter matado Giulia, é um absurdo um negócio desses.— soa, indignada, tomando as minhas dores.

Ela pede para carregar a minha bolsa. A entrego e minha amiga começa a me puxar. E sem saber o que está me dando, olho para trás algumas vezes.

— O que você viu naquele policial, hein, Anna? Ficou afim dele?

— Quê? — me desperto, saindo do transe.— Não, nada a ver.

Nego de imediato.

— Você ficou tão focada olhando para ele.

—É porque eu percebi que ele ficou mexido com o caso da Giulia, talvez ele já tenha vivenciado algo parecido. É por isso que ele fará de tudo para achar o culpado.— conto, vendo minha amiga virar bruscamente para trás:

— Peraí, o caso da Giulia será reaberto?

Tem uma reação inusitada.

— Existe algum problema, Scarllet?

— Não, nenhum.—eu a observo.

— Tem certeza?

— Só acho que você já sofreu demais a procura de Mabel. Só não quero que você crie falsas esperanças, Anna. Talvez nunca encontrarão o suspeito que acabou com a vida de Giulia.

*************************

Departamento Policial.

Saída.

— Mãe, graças a Deus!

Ela corre para me abraçar, mas é difícil corresponder. Fico fria, que nem uma pedra de gelo, porque nunca pensei que passaria por algo assim vindo da parte dela. Uma surra ia doer menos, do que a decepção que sinto.

—Como você teve coragem de denunciar a sua mãe, sua patricinha malcriada?— a mulher ao meu lado, a repreende — Você deveria levar uns tabefes para tomar vergonha.

— Scarllet, você não pode falar assim com ela. — me intrometo.— Embora a Mel tenha errado, não dou o direito de ninguém levantar a voz para minha filha.

— Anna, não me leve a mal, mas se você continuar passando a mão na cabeça dessa pirralha, ela irá ferrar ainda mais contigo. Ela tem um gênio ruim. Você sabe muito bem de onde veio.

Nas entrelinhas joga o segredo que tanto escondo. Estremeço com aquilo, apavorada que Scarllet acabe revelando sem querer de quem Melissa é filha.

— Não sei o que você está insinuando. — a encaro tensa, com um olhar de desespero.

— Deixa essa escrota aí falando sozinha, tia.— Hope a ofende, esculachando-a na frente de todo mundo, sem medir as palavras. — Não dar bola não. Não sei porque você ainda é amiga dessa cretina. Ela ama se meter nas nossas vidas, como se fosse da família. Até parece que uma vadia dessa vai ser uma Bieber.

— Você não pode me ofender assim.— reage.

Nitidamente há em seus olhos alguns vestígios de lágrimas. Fico péssima que a minha sobrinha seja tão baixa ao ponto de humilhar outra pessoa. E principalmente aquela que criei um vínculo tão forte ao longo dos anos.

— Pobre do meu tio, coitado, como pode está interessado nessa vaca!

Belisco a Melissa, que dispara de propósito com sarcasmo. A mando calar a boca, por ver o estado de como a minha amiga fica.

— É o quê?— ela as fita espantadas. — Claro que não, eu o vejo como um irmão. Estão malucas?

A frase chateia o cascão, porque as garotas logo fazem questão de traduzir na língua dos sinais. Por ele ser mudo, não consegue compreender o que falamos totalmente por conta da sua deficiência.

— Scarllet, se acalma.

Eu a puxo, tirando de perto do restante, por os ânimos estarem alterados demais.

— Annabelle, você sabia disso?— questiona a mim, cética, pedindo uma explicação.

—Sabia, sabia por alto. — dou de ombros, um pouco sem jeito.— Ele nunca chegou a revelar de fato, mas eu e as garotas começamos a desconfiar. Acho que ele tem vergonha, né, Scarllet. Se sente diminuído. Você trabalha pro FBI, é muito bonita, já o meu irmão nunca terminou os estudos. É antissocial e vive trancado no quarto. Acho que por mais que ele se veja apaixonado, saberá que nunca terá uma chance.

Ela chora e piora mais ao me ouvir dizer isso.

Me aproximo, sentando ao seu lado no chão. Pego na sua mão, a minha amiga encara o carinho faço em seus dedos.

— Por que foi acontecer isso?— num tom desesperador, questiona.

— Ninguém escolhe com quem vai se apaixonar, Scarllet.

— Mas é incesto! Eu o vejo como o meu irmão. — faz a afirmação, bastante abalada.

— Eu entendo. Por mais que você conviva lá em casa, como parte da família, quem sabe um dia… você não possa enxerga-ló com outros olhos. É comum, melhores amigos se apaixonam.

— Mas não é comum irmãos se apaixonarem.

—Ok, não vou insistir. Não deveria está me metendo. Hope e Melissa têm o dom de perturbar o juízo dos outros. Elas fizeram aquilo para te constranger. Eu não sei mais o que fazer com essas garotas. Me desculpas?— reconheço o quanto a história a deixou mal.

Scarllet assente que sim com a cabeça e logo a abraço.

—Fica bem, tá.

— Você também. Por favor, tenta tirar essa história da cabeça do seu irmão, Anna.

— Certo, pode deixar.— a garanto, abrindo um sorriso fraco, enxugando as lágrimas que caem da sua face.— Não liga para os comentários da Hope e nem da Melissa não, tá bom?

— Bora se embora, mãe!— uma delas grita. Minha melhor amiga revira olhos, não aguentando nem ouvir a voz.

— Tenho que ir — me despeço.— Se cuida.— a conforto, alisando o seu braço, odiando ter que deixá-la sozinha.

— Ah, já ia esquecendo.—me para, retirando algo de dentro da bolsa.— Entrega para Laurel. Diz que eu mandei um beijo.

— Você mima demais aquela menina.— constato, segurando o tablet novo. — Ela vai amar, Laurel vive jogando aqueles joguinhos. Ela puxou Giulia, nesse quesito. — relato, rindo ao relembrar o quanto minha irmã era apegada com a tecnologia.

Desfaço o sorriso e fecho a cara, quando sou chamada mais uma vez por Melissa. Ela está aos gritos na frente do departamento policial.

Hoje ambas tiraram o dia para encher minha paciência.

(…)

Pizzaria.

19:30 PM-

— Não sei como você perde tempo com aquela chata da Scarllet, tia.

Suspiro fundo, ouvindo Hope implicar, enquanto corta o pedaço da pizza.

Cascão me olha chateado, tadinho. Como se quisesse saber o que tanto eu e minha melhor amiga conversamos.

— Ela é uma completa idiota.

— Não falem dela assim, considero Scarllet como irmã. — defendo-a. — Que fique bem claro, não dou o direito de vocês faltarem com respeito com ela.

Mel se irrita com a minha repreensão, jogando o garfo no prato.

— Mãe, você é muito otária! Será que não percebe as intenções daquela falsa?

— Sério, qual é o problema de vocês com a Scarllet?

— Ela existe. — minha sobrinha ri, ao completar a frase com deboche. — Você é muito ingênua em acreditar naquela safada, tia. Ela vive se jogando para cima do tio Lorenzo.

Arregalo os olhos, perplexa, por ouvir tamanho absurdo.

— Ouvi o meu nome?

O moreno aparece de surpresa. Eu me coloco de pé para cumprimentá-lo. Mesmo que ainda aja um clima tenso pela discussão que tivemos, procuro demonstrar que está tudo bem.

Ele me abraça de lado, dando um beijo na minha bochecha. Fico sem graça, sentindo as minhas bochechas corarem. Chega ser até incomum, porque não costumamos expor a nossa intimidade em público. Aliás, não somos o tipo de casal que é carinhoso que solta “eu te amo” um pro outro, o jeito de como nos tratamos é um pouco frio.

Às vezes eu sinto que falta algo no nosso relacionamento.

— Como adivinhou?— interrogo sorridente, ajudando-o colocar a Helena nos braços.

— Foi eu que liguei pro papai, mãe.

Mel se junta no meio de dois. Ergo o cenho, estranhando as suas intenções.

— É impressão minha ou você voltou a chamá-la de pai?

— Ele sempre foi o meu pai.— se joga nos braços do meu namorado

— Você falando assim…— desconfio, olhando-a de canto de olho.— Melissa…

— O que foi?— ri, dando de ombros, se fazendo de desentendida.

Peço que Lorenzo me diga o motivo.

— Vou dar um carro a ela.

— Já conversamos sobre isso.— me imponho, séria. — Melissa ainda é muito nova para dirigir. Não quero que você gaste dinheiro comprando, nem merecendo ganhar nada ela está. — corto de imediato, vendo a adolescente me fuzilar com o olhar por eu estar a dedurando.— Acredita que essa garota me chamou de assassina diante de todo o tribunal! — a exponho, Lorenzo a olha repressivo. — O promotor e o juiz suspendeu o júri. Sai de lá, indo direto para um departamento policial.

— Por que você não me ligou, Annabelle?

— Eu não queria que você se preocupasse. Você já está atolado demais com os problemas do FBI, não queria ser mais um.

Mordo o meu lábio inferior, com os olhos cabisbaixos.

— Como pode pensar assim? Não ia me importar em largar tudo para está do lado da minha mulher.— seu tom amoroso, me faz olha-ló com admiração. Abro um sorriso tímido.

— Sua mulher?

— Sim, baby.

É a primeira que Lorenzo não age como um ogro e expõe abertamente a respeito dos seus sentimentos em relação à mim.

*******************************

Subúrbio- apartamento.

21:30 PM.

Quarto.

Vamos nos beijando, o clima vai esquentando na medida que entramos pelo quarto. Meu corpo cai sobre o colchão, e o próprio se coloca por cima de mim, enquanto procura puxar o zíper do meu vestido.

Seus lábios atacam os meus fervorosamente. Arfo baixinho, deixando alguns suspiros escaparem, quando sinto-o apertar as minhas pernas.

Os toques aumentam, ele deposita séries de beijos no canto do meu pescoço. Permito até um certo ponto, mas quando percebo que as carícias estão aumentando, o interrompo:

— Não, não quero!— eu o empurro. — Estou muito cansada hoje. — minto, com a respiração ofegante.— Desculpa, eu não consigo.

— Por que está me rejeitando, Annabelle? — seus olhos azuis circulam para minha feição.— Você foge o tempo todo de mim!— grita irritado e encolho os ombros, assustada com o soco que dá na cama.

Solto um longo suspiro.

— Eu sei que posso não sendo boa o suficiente. — reconheço. — Minha vida virou do averso. Minha mami está numa reabilitação, tenho que me virar para cuidar das minhas sobrinhas, do meu irmão e da minha filha. O velho do meu pai, não está nem aí para nada. Desde que a Mabel se foi, é como se ele tivesse perdido tudo. Quando não está bebendo em um bar, está arrumando confusão. Me sinto sozinha para lidar com todo esse caos. Não sou uma boa namorada, gostaria de poder lhe dar mais atenção, mas eu não consigo.

— Você e ela são iguais. — subo o olhar, ouvindo a comparação. — A vadia da sua irmã nunca valorizou o que fiz por ela, sempre me tratou como um cachorro. Você está fazendo a mesma coisa.

— Não, claro que não. —me defendo, aproximo-me.— Lorenzo queria poder está inteira, mas eu não estou. — assumo. — É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Meu coração está uma bagunça.

— Sabe o que eu acho? É que você ainda não conseguiu esquecer aquele cara e usa esses pretextos para me enrolar.

— Por que sempre tem que citar Nameless? Será que não vê que o problema possa está entre nós. — deixo claro, soando apreensiva— Não está mais dando certo.

— Está terminando comigo, Annabelle?— é direto ao perguntar.

— Acho que sim. Preciso de um tempo para colocar as coisas no lugar. Estou longe de ser como Mabel. Se você ficou comigo, pensando que eu seria como ela, se enganou. Nunca vou ser como a minha irmã. E de alguma forma, você procura ela em mim. Igual que o outro fazia.

Dói ter que abrir o jogo em voz alta. Ele até tenta argumentar.

— Tô no meu limite em ter que aguentar ser a segunda opção para suprir a falta que ela faz.

— Annabelle, de onde tirou isso?

— Você não precisa dizer para eu ver no fundo dos seus olhos, Lorenzo.— concluo, por mais que doa— Você ainda é apaixonada por ela. Se Mabel estivesse viva, era com ela que você estaria. E não comigo.

(….)

POV’s Nameless

Presídio de segurança máxima.

21:30 PM.

— Visita a essa hora?— questiono franzindo o cenho, sendo arrastado na cadeira de rodas.— Ultimamente ando cheio de visitas.— ironizo, adentrando na sala. — Primeiro veio a minha ex. Quem será agora que veio incomodar o meu sossego.

O agente penitenciário me manda calar a boca, deixando-me a sós com a mulher que está virada de costas. Ela se vira:

— Olá, quanto tempo!

— Você?

— Está surpreso em me ver, Nameless?—sorri. Seu sorriso continua como era antes. — Você salvou a minha vida uma vez e eu vou salvar a sua, eu vim para te tirar daqui.

*******************************

POV’s Annabelle Bieber.

—Eu não quero, Lorenzo!— escapo, correndo, quando ele quer me agarrar a força.— Vai embora!— mando, sendo prensada contra a parede.

— POR QUE SEMPRE ENFIA A PORRA DA MABEL NO MEIO?

Dá um soco na parede, altamente descontrolado, quase acertando a mim.

— Da mesma forma que você ama relembrar daquele criminoso do Nameless!— cuspo as palavras, lhe enfrentando.— Acabou! Não piora as coisas. Vai embora, Lorenzo!

— Só quem diz que pode terminar o relacionamento sou eu.— aponta o dedo pro meu rosto, autoritário, apertando o meu pulso.

— Por favor, não! Não faz isso!

Ele me empurra, caio no chão, ficando assustada com a sua agressividade. Choro sentindo muita dor no meu coração, quando ele vai se desfazendo do cinto da calça e o barulho me causa uma onda de terror. De maneira covarde, o próprio me obriga a não gritar, sofro toda a tortura em silêncio, sendo agredida.

Violência contra mulher é crime! Denuncie.

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