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A Confissão Inesperada

:: CAPÍTULO 1: O ENCONTRO

Leonard Song, o asiático de cabelo claro

estava saindo do aeroporto carregando suas duas malas. Leonard tinha voltado para os Estados Unidos, após ter conseguido uma vaga dentro de uma das universidades de Chigado para o tão sonhado curso de direito. Leonard foi surpreendido por seu queridos avós na saída do aeroporto.

— Meu netinho, está tão magrinho! — falou a avó com um sorriso no rosto abraçando Leonard.

— Vó, não fale assim. Você não mudou nada!

— Leonard sorriu e retribuiu fortemente o abraço. — Vó, por que não me ligou para dizer que estava esperando? — falou cruzando os braços. Você sabe que não gosto que fique se esforçando por causa das suas pernas. — Leonard se referiu ao problema de artrose.

— Não vi o meu netinho há muito tempo e pare de ser bobo! — ela falou dando um largo sorriso.

— Vamos, o seu avô está esperando em casa.

— completou.

Fazia mais ou menos, 1 ano que Leonard ficou longe dos seus avós pois teve que morar em outra cidade por causa dos estudos. Enquanto o carro se locomovia, Leonard observava os lugares pela janela. Tinha esquecido como era Chigado, a cidade movimentada, os pontos turísticos e também a magnífica paisagem de Skyline de Chicago. Não é atoa que ela é um dos lugares mais bonitos do mundo. Uma cidade cheia de paisagens bonitas. Leonard é um jovem de 28 anos, filho de uma mãe asiática e pai americano. Porém, seus pais perderem a vida no acidente de carro acabando por seus avós o criarem. Pode-se dizer que Leonard passou quase toda sua vida em Chigado depois desse terrível acontecimento. Ao chegar em sua antiga moradia, cuja casa tinha um visual tradicional, Leonard deu um suspiro de alegria, estava satisfeito de voltar ao lar. Sentir o cheiro das diversas plantas que a avó amava e também do aroma das velas aromatizadas, seus avós acreditavam que elas poderiam trazer muita paz e saúde. Leonard saiu disparadamente do carro e foi direto para a cozinha, pois na panela tinha seu prato favorito e ele conseguiu identificar o cheiro rapidamente do Tteokbokki. Por mais que esse prato poderia ter em vários lugares, ninguém fazia igual ao seu avô.

— Menino, você estava passando fome na Coréia? — perguntou o avó indignado com o que acabou de ver. Ele olhou para o tênis sujo do seu neto e balançou a cabeça.

— Pelo visto você não mudou nada! — suspirou e deu um abraço nele.

— Estava com saudades. Para comer primeiro, tem que tirar esse tênis sujo e lavar as mãos. Leonard apenas riu daquela situação e fez o que seu avó pediu. Subiu para seu antigo quarto e observou que seus avós tinha deixado da maneira que ele deixou anteriormente. Isso o deixou contente. Leonard era uma pessoa humilde e amável, seu quarto era composto por um lugar pequeno com uma cama, um espelho de chão e um móvel para guardar suas roupas e objetos necessários. Leonard sentou na cama de madeira e logo retirou seus sapatos, ouvir o galo cantando era como músicas para seus ouvidos. Finalmente Leonard tinha voltado para a casa.

— Vô, essa comida está tão deliciosa! — Leonard não parava de comer, parecia que não comia há anos. De certa forma, isso deixou seus avós preocupados, pois Leonard parecia que não estava comendo bem na Coréia.

— Song, você se alimentou direito esses dias? Está tão magro! — disse a avó enquanto observava seu neto.

— Claro, vovó! Eu comi bastante comidas deliciosas. — falou enquanto comia disparadamente. — Cuidado, você vai engasgar! — disse o avô rindo.

Durante esse tempo, Leonard estava se dedicando extremamente aos estudos. Por causa disso, não focou na sua alimentação. Obviamente, Leonard não diria a verdade para seus avós. Entretanto, era perceptível a perda de alguns quilos e também a mudança do físico.

— Bom, hoje é um dia muito especial pois nosso netinho voltou para a casa e também vai se tornar o novo advogado de Chigado. Reservei um restaurante para hoje a noite no centro da cidade. — disse a avó enquanto acariciava a cabeça do seu neto.

— Mas, vovó é muito caro! — disse Leonard preocupado.

— Está tudo bem, como disse é um dia especial! — disse ela sorrindo.

— Vovó, deixa que eu pago. — falou Leonard.

— Já disse, não se preocupe. E também, já paguei. — disse ela.

— Sua avó é muito decidida, não tente fazer ela mudar de ideia. — falou o avô sorrindo.

Depois de comer, o jovem decidiu descansar depois de uma longa viagem enquanto seu avô foi acompanhar sua avó nas consultas. Leonard estava exausto, logo que deitou na cama caiu dentro de um sono profundo.

No dia seguinte, Leonard Song acordou com o som do galo. Levantou assustado, pois dormiu que nem sentiu. — Nossa, que horas são? — falou esfregando seus olhos e abriu a janela vendo seu avô alimentar os porcos. Um brilho surgiu em seus olhos. Calçou seu chinelo e desceu para a sala avistando sua avó fazendo biscoitos.

— Bom dia, netinho! Você dormiu bem? Ontem estava dormindo tão aproximadamente que nem chamei para o jantar. — a avó colocou os biscoitos para assar.

— Sente-se, vou dar o café da manhã. Seu avô está alimentando os animais dele, pois ele tem um carinho enorme por eles. As vezes acho que ele ama mais eles do que eu. — a avó disse a última frase dando uma gargalhada. Leonard sentou na mesa e riu dela.

— Ele gosta mesmo deles, mas acredito que não seja tão grande quanto o amor por você. — disse Leonard.

— Imagino. — ela deu um copo de leite, um prato com ovos fritos e biscoitos para Leonard. — Quando começa o seu curso? — se referiu ao curso de direito.

— Tenho entregar ainda os documentos, mas acho que vai começar na semana que vem. — após dizer, começou a saborear o belo café da manhã e depois foi alimentar os animais juntamente com seu avô.

— Coloque os cavalos na baia, daqui a pouca o veterinário irá chegar. Eles precisam tomar as vacinas, pois já faz um tempo. — o avô disse.

Leonard acariciava a face do cavalo, ele balançou a cabeça fazendo um sinal que entendeu e fez como pedido.

— Vô, quando terá a próxima cavalgada? Seus cavalos estão lindos. — disse Leonard.

— No começo do ano. — falou o avô enquanto arrumava as cancelas.

— Hum... Sinto saudades disso. — Leonard deu um sorriso. — Tenho que ir para a universidade. Me empresta o ferro velho? — se referiu a caminhonete.

— Ferro velho? Aquilo está novinho. Eu dei uma arrumada nele. Pode pegar. — ele tirou a chave do bolso e deu para Leonard.

— Obrigado, avô! — agradeceu.

Song foi tomar um banho para tirar o fedor dos porcos. Vestiu uma roupa simples, camiseta lisa preta com calça jeans. Quanto aos sapatos, colocou um all star tradicional. Deixou os fios de cabelo jogado para atrás, ele gostava desse estilo. Em seguida, complementou com um spray. Após, passou um perfume doce com cheiro de rosas e em seguida o creme corporal. Por fim, escovou os dentes e colocou seu óculos redondos. Leonard foi a caminho da universidade que ficava um pouco afastada da sua casa pois era no centro da cidade. Durante o percurso, ligou o rádio e estava tocando as músicas bregas do seu avô. Leonard procurava alguma música que sentia adequado para seus ouvidos, tinha esperança de encontrar alguma. De repente, sentiu uma batida atingir a caminhonete e seu corpo por impulso foi para frente batendo no volante. Por sorte, a batida não foi tão forte. Leonard olhou pelo retrovisor externo e viu que um carro preto aparentemente luxuoso tinha batido contra a caminhonete. Preocupado com a situação, saiu do automóvel e foi até o carro. Era uma Lamborghini muito bonita. Avistou um homem de aparência jovem desacordado no banco do motorista. Leonard abriu a porta e checou os sinais vitais, ele não estava morto. Leonard olhou em volta, estavam ao redor de uma estrada distante com bastante mato, no qual demoraria muito esperar uma ambulância. Naquele momento, Leonard se perguntava o motivo daquele homem tão rico frequentar um lugar como aquele.

— Senhor? — disse na tentativa de acordá-lo. Algumas vezes o cutucava. — Que cheiro é esse? — se referiu ao odor que instalava no homem. Leonard inclinou para perto do jovem logo identificando que aquele cheiro era de bebida alcoólica.

— Que sem vergonha! — resmungou. Leonard deu um pulo para atrás ao ver o homem acordando. Ele levantou rapidamente e pegou na gola de Leonard.

— Quem é você? — disse de forma embolada o homem. Após falar tais palavras caiu no chão igual uma manga madura.

— Sem vergonha mesmo! — falou Leonard rindo do homem. — É cada situação que acontece comigo... — refletiu.

Leonard pediu ajuda para seu amigo que era mecânico e também trabalhava como guincho e levou o homem ao hospital. Foi a experiência mais agonizante que já teve. Aquele homem movimentou o fedor de bebida alcoólica por toda a caminhonete. A doutora disse que o homem estava bem, talvez o desmaio pode ter acontecido por causa do impacto. Como não foi encontrado o celular e nenhum tipo de contato para ligar para alguém próximo a ele. Sendo assim, Leonard decidiu aguardar o homem acordar. O jovem observava aquele homem moreno cuja face chamava atenção por ser bela. Sem falar do seu físico trabalhado sobre o terno preto. Ele era bem grande também.

— Seria um atleta? — Leonard pensou.

Quando o dia estava quase acabando, o homem levantou aos pálpebras. Leonard olhou para ele e saiu da cadeira, após aproximando dele.

— Você está bem? — perguntou o olhando.

— Aonde eu estou? — disse o homem confuso olhando ao redor.

— No hospital. Você bateu na minha caminhonete e desmaiou. Pelo visto, estava muito bêbado. — o encarou.

— Você chamou a polícia? — perguntou o homem. Ele parecia preocupado quanto a isso mesmo que nenhuma expressão aparecia em seu rosto.

— Por que? — perguntou curioso para ver o que ele iria responder.

— Apenas responda! — disse de maneira rude.

— Olha aqui Senhor do terninho, cuidado com suas palavras! Você vai pagar pelo prejuízo?

— Merda! — o homem colocou a mão na cabeça. — Eu não lembro de quase nada. Aonde está meu carro?

— Está no conserto. Meu amigo é mecânico.

— Aquele carro vale mais do que 12 mil reais, não é qualquer um que pode mexer.

— Será que todos os ricos são assim?

— disse Leonard cruzando os braços. Invés de ajudar, deveria ter deixado seu carro no meio da estrada. Além de que também poderia deixar você lá, até os policiais chegarem para acabar com sua reputação. — sorriu debochando.

— Quem tem que ter cuidado com as palavras é você! Pagarei pelo prejuízo e devolva meu carro.

— Tudo bem, Senhor rico. Você é muito ignorante! Me ligue para marcamos um horário, eu tenho que resolver alguns assuntos.

— escreveu no papel seu número de celular e jogou nele.

— Por que não agora? — perguntou o homem.

Leonard se retirou do lugar sem respondê-lo.

— Na próxima vez, não ajudo ninguém! — disse Leonard nervoso com a situação.

Leonard olhou a caminhonete com a lataria amassada e suspirou. Olhou o relógio, ainda dava tempo de ir a universidade. O jovem entrou no veículo e foi para o lugar desejado, entregou os documentos e também foi informado que as aulas começariam daqui 2 dias.

CAPÍTULO 2: NEM TUDO É O QUE PARECE

Leonard finalizou indo para a casa e descansar do dia cansativo. Nunca passou por situações tão cansativas e estressante. No dia seguinte, o jovem se encontrava dormindo de maneira bruta, os seus braços e pernas estavam tão abertos quanto o próprio mar. Virou o rosto ao sentir a língua molhada do pequeno Snow passar por sua face. Era um cachorro da raça Akbash, sua cor branca foi a origem do nome. Leonard foi obrigado a abrir as suas pálpebras e moveu as suas mãos para acariciar o animal.

— Snow, por que me acordou tão cedo? Você está gigante, quando foi que cresceu tanto assim? — Snow balançou o rabinho.

Sentou na cama, em seguida colocou os seus pés no chão frio fazendo arrepiar o corpo por inteiro fazendo colocar os chinelos rapidamente. Leonard estava tão cansado que até esqueceu de retirar os óculos antes de dormir. Caminhou até o banheiro para tomar banho e despertar o sono.

Retirou as suas roupas, ligou a ducha e deixou a cair as gotas de água quente. Aproveitava aquele líquido escorregar por sua pele clara. Ficou naquele momento longos minutos. Depois do banho finalizado, secou o corpo com a toalha e cobriu a parte inferior, em seguida se locomeu para o quarto. Quando abriu a primeira gaveta para pegar uma camiseta, avistou o celular com 27 chamadas desconhecidas perdidas.

— Quem será essa pessoa desesperada?

— pensou. Ligou de volta para o contato, deixou no viva voz e em cima da cama enquanto vestia as suas roupas. Quando a ligação foi atendida escutou uma voz grossa.

— É o cara de ontem? — disse o homem do hospital, diferente de ontem a sua voz estava mudada.

— Oh! você é o Senhor de terninho que bateu no meu carro? — Leonard perguntou.

— Senhor de terninho? Olha aqui o seu caipira, não dei permissão para falar assim comigo. Devolva o meu carro, irei dar o endereço.

— Okay! — respondeu de forma curta. Esse homem era muito mal-educado e ignorante.

— Não esqueça de pagar pelo prejuízo de 800 reais. — após Leonard dizer, o homem desligou a chamada.

— Mal-educado! — resmungou.

Recebeu a mensagem com o endereço e logo ficou surpreso. Era uma empresa bastante famosa que ficava no centro, não tinha muito conhecimento dela, mas sabia que era bastante popular por ver em alguns lugares. Olhou para o relógio, se batia às 08hrs30min. Leonard suspirou e finalizou a sua higiene matinal. Desceu as escadas, a casa estava vazia, pois seus avós deveriam está no hospital devido aos exames da avó. Não estava com fome, sendo assim não tomaria café da manhã.

Combinou com o seu amigo de entregar o carro na sua casa e pagaria com o dinheiro assim que entregasse. Enquanto o aguardava, brincava com Snow para passar o tempo. O brinquedo em formato urso era seu favorito, Snow mordia sem parar.

— Você gosta disso? — perguntou se referindo ao brinquedo. Snow apenas o olhou e continuou brincando. — Você ainda não comeu, né?

— Leonard despejou um pouco de ração na sua vasilha de plástico e trocou a água velha colocando uma fresca.

O amigo tinha chegado com o carro luxuoso e desceu do automóvel. Leonard aproximou do homem e cumprimentou.

— Henry, como está? — falou sorrindo.

— Eu estou bem e você? Quanto ao carro, não danificou muito apenas precisou de pequenos ajustes. Carros assim, não danificam com tanta facilidade. Entretanto, algumas peças foram difíceis de encontrar e como se trata de um modelo avançado, os preços são elevados. Foi a primeira vez que mexi em um carro como esse. O dono desse automóvel com certeza tem muito dinheiro na conta. Ele é empresário?

— Logo que vi, percebi o quanto esse carro é caro e luxuoso. Além disso, nunca vi um assim na vida. Parece ser empresário, ele pediu para fazer a entrega do carro numa empresa. Olha aqui o endereço.

— mostrou pelo celular o endereço que aquele homem tinha enviado.

— Manphora, é uma empresa de cosméticos. A minha esposa usa bastante os seus produtos, ela gosta bastante! Você não conhece? É bastante famosa. Já vi muitas vezes as propagandas dela na TV.

— Já vi em alguns lugares, mas nunca tive interesse em saber sobre ela. Obrigado pelo conserto e lhe darei o dinheiro. Quanto ficou no total?

— Dois mil reais. — ao ouvir o preço, Leonard engoliu seco. — Eu espero mesmo que aquele cachaceiro entregue o dinheiro.

Despediu do amigo e entrou no automóvel. O banco em formato de concha possuindo a parte lateral mais baixa de couro trazia uma sensação confortável e macia. O volante também tinha as mesmas sensações. Leonard deu partida e seguiu o caminho informado. Não demorou muito para perceber o quanto o carro era chamativo, parecia ser uma celebridade. A grande diferença entre dirigir uma caminhonete de ferro-velho e uma Lamborghini era gritante em todos os sentidos. Além disso, a experiência era única. É claro que Leonard aproveitou bastante a oportunidade.

Depois de algum tempo, chegou ao local destinado. Estacionou no estacionamento e observou a empresa. Era gigante. Talvez caberia dois campos de futebol. Leonard ligou para o homem. — Deixei o seu carro no estacionamento em frente a empresa. — avisou.

— Estou indo, me espere. — disse o homem.

A forma que ele fala é tão estranha, parece que sou um motorista particular.

— pensou.

— Certo, estou esperando você. — Leonard desligou a ligação.

Saiu do automóvel e ficou a aguardar o homem chegar enquanto observava o estabelecimento na sua frente. Por mais que conhecia Chicago muito bem, nunca esteve nesse lugar. Após passar longos minutos, o "Senhor de terninho" apareceu. Diferente daquele dia, usava um terno azul-marinho deixando ainda mais atraente, a vestimenta destacava as suas curvas. O óculos escuro, o corte de cabelo e o sapato social serviu como complemento deixando ainda mais estiloso. Parecia igual os donos de empresas dos filmes. A cada passo que aquele homem dava, Leonard se sentia atraído.

— Que bom que trouxe! Me entregue a chave.

— falou o homem enquanto olhava o carro conferindo se não tinha nada de errado.

Leonard nem prestou atenção no que estava a dizer, apenas no físico definido.

— Você ouviu o que eu disse?

Leonard voltou a realidade e olhou para o rosto dele. — Faça a entrega do dinheiro primeiro.

— Leonard cruzou os braços.

— Pareço alguém que engana? — olhou para Leonard com um olhar feroz.

— Não sei dizer. — aproximou do homem ficando próximo ao seu corpo. — Não dar para identificar um enganador apenas pelo visual.

— encarou diante daqueles óculos escuro que cobria os olhos dele.

— Tudo bem, então. Siga-me, vamos falar sobre isso dentro de um lugar adequado.

— o homem começou a andar e Leonard apenas seguiu os seus passos que dava num escritório muito bonito.

O ambiente formado pelas cores preto e branco trazia sensações aconchegantes. A grande janela de vidro dava para ter uma ótima vista da cidade, os quadros espalhados ao redor com arte abstrata combinava com o ambiente em si.

— Sente-se! — disse o homem. Leonard sentou na cadeira giratória. Uma moça entrou logo em seguida, o seu salto alto preto com a vestimenta deu a perceber que seria sua secretária, ela segurava uma xícara de café que foi colocava sobre a mesa.

— O seu café está pronto, Senhor! — disse ela com um sorriso no rosto.

— Gostaria de tomar algo? — disse o homem para Leonard.

— Não, obrigado! — falou de forma simpática.

A moça se retirou do escritório e Leonard voltou o olhar para ele.

— Qual é o valor? — se referiu ao prejuízo do carro.

— Dois mil reais.

— Irei transferir para a sua conta.

— Leonard se surpreendeu com as palavras dele, pensou que iria questionar o valor.

— Eu não lembro muito bem o que aconteceu naquele dia. Tudo foi tão rápido!

— Na verdade, teve essa sensação porque estava bêbado, não? Precisa de mais cuidado ao dirigir. Teve sorte que tinha alguém próximo. Aquela estrada é distante da cidade e difícil acesso, demoraria para alguma ambulância chegar. Acidentes que acontecem naquele lugar poucos conseguem sobreviver.

Diversos acidentes aconteciam naquela estrada, principalmente em temporais de chuva. Um recente caso foi do casal que morreram com os seus dois filhos. A estrada estava escorregadia, durante o percurso perdeu o controle e o carro foi direcionado para fora tombando diversas vezes.

— Você não vai dizer para a mídia sobre isso, né?

— Eu nem o conheço, mas poderia dizer que tipo de pessoa é. — o encarou.— Não sou o tipo de pessoa que perde o tempo nas redes sociais. Parece que se importa, é uma celebridade? — perguntou.

— A mídia é muito importante para mim, já que trabalho com isso.

— Sendo assim, como reagiria se eles soubessem que dirige bêbado? — deu um sorriso.

— Não faria isso. Por isso chamei você aqui, o que posso fazer para não dizer isso? Dinheiro?

— Eu não vou dizer porque não ligo para isso. Apenas pague pelo prejuízo de 2 mil reais.

— Tudo bem, me passe a sua conta e irei depositar o dinheiro.

Depois que o dinheiro foi depositado, Leonard levantou da cadeira.

— O cara que arrumou o seu carro, é meu amigo. Aqui está o contato dele, caso queira saber de algo e aqui está a chave do carro. — deixou sobre a mesa um papel escrito o número para contato e a chave.

— Qual é o seu nome? — perguntou o homem.

— Por que? — caminhou em direção a porta.

— Apenas uma pergunta.

Leonard pensou num nome aleatório.

— Meu nome é Bernardo. — saiu andando.

CAPÍTULO 3: O INÍCIO DE UM SONHO

Depois daquele dia, Leonard nunca viu mais aquele homem. Finalmente chegou o primeiro dia da universidade, Leonard estava ansioso. O despertador despertou às 4 horas da manhã, Leonard levantou esticando seus braços, logo dando um bocejo. Olhou para a janela e estava nevando. Era inverno. Colocou os pés no chão gelado, logo sentiu o arrepio encaminhar até a última espinha. Demorou um pouco para calçar o seu chinelo. Levantou da cama indo em direção a cozinha, algumas janelas estavam abertas, dava para sentir o vento gelado batendo no seu peito. Estava acostumado com o clima frio, no entanto, cada lugar consome um ambiente diferente. Leonard fechou aquelas janelas, após colocou a chaleira no fogo para água esquentar, faria um café enquanto quebrava alguns ovos para colocar na frigideira. Hoje o café da manhã teria que ser cheio de energia e forte. Snow não parava de abanar o rabo, curioso para saber o que Leonard estava a cozinhar. As suas patas não paravam quietas.

— Snow, vai acordar a vovó e o vovô!

— olhou para o cachorro. Snow balançou a sua cabeça confuso.

— Você é tão fofo! — deu um sorriso.

Após preparar o café da manhã, Leonard saboreou cada pedaço dos ovos mexidos. Aquele sabor era único. Parecia ser a primeira vez comendo, no entanto, casa de avós tem uma essência única de deixar todas as comidas mais saborosas. Após finalizar a sua refeição, Leonard foi tomar um banho. Ao ligar o chuveiro, sentiu a água fria bater nas suas costas, aos pontos percorreram todo o corpo. Na pele clara percorria as gotas de água e o cabelo com fios escuros se molhava pouco a pouco. Leonard tinha um porte físico magro, músculos definidos, mas não muito, definindo como um porte físico mediano.

Leonard passava a bucha pelas partes dos corpo, o sabão que estava utilizando tinha cheiro de bebê. Leonard gostava desse tipo de cheiro, principalmente por ser viciante. Lavou o cabelo passando as pontas dos dedos por cada parte. Tinha que ser cuidadoso por ser o primeira dia de aula. Depois de finalizar o seu banho, se secou e enrolou a tolha na cintura, após caminhando para o quarto. Abriu a gaveta de roupas e ficou pensativo em qual tipo de roupa vestiria.

— Hum.. — falou pensativo.

— Talvez, uma roupa preta? — para a parte superior do corpo, pegou uma blusa que cobria o pescoço com mangas longas preta, um sobretudo da mesma cor com botões marrons e para a parte inferior, uma calça casual preta juntamente com sapatos escuros. Por fim, penteiou o cabelo deixando os fios para atrás e lançou um spray. Olhou para o espelho. Normalmente, não era o seu tipo de estilo. Leonard deu um sorriso para o espelho.

— Bom, chegou a hora! — para finalizar, Leonard foi ao banheiro escovar os dentes e dar comida para Snow.

Estava pronto para ir à universidade. O seu avô deixou usar a caminhonete durante as aulas. Leonard procuraria um emprego o quanto antes, pois se sentia mal por não ajudar os seus avós em nada. Entrou no veículo, colocou o cinto e logo deu partida. Enquanto dirigia, lembrou do acontecimento com o homem de antes, a mesma dúvida surgiu, se perguntava por que um homem tão rico foi fazer nesse local. Pessoas ricas na região eram raras, principalmente aquelas que decidem usar um transporte extremamente luxuoso. Leonard suspirou decidiu parar com esses tipos de pensamentos e colocou uma música para se distrair.

Finalmente, conseguiu chegar na universidade. Olhou para o relógio no celular, era 8h30. Como era o primeiro dia, o horário era reduzido por ser um período para conhecer a grade de horários, os professores, os lugares e os alunos.

Conseguiu uma vaga para estacionar a caminhonete no estacionamento da universidade. Pegou a sua mochila que estava no banco do passageiro, alguns dias atrás tinha comprado dois cadernos e três canetas. Entrou na universidade, após procurou a numeração da sala da aula de Ciência Política. Sentou na carteira ao lado da janela. A sala era muito grande e ficava num auditório. As cores azul e preta eram depositadas por todo o lugar. Lentamente, os alunos entraram e foram enchendo a sala de aula, Leonard esperava ansiosamente a aula começar.

Leonard olhou ao redor, alguns alunos pareciam bem comunicativos por já estarem fazendo amizades. Certo jovem sentou ao seu lado. Leonard olhou indiretamente para ele. Seu perfume era cheiroso e suave. As roupas de marca eram visíveis. As mãos sobre as pernas tinha uma aparência de macias e hidratadas. Por um momento, ele deixou cair a carteira entre os sapatos de Leonard. Então, Leonard direcionou sua mão para pegar o objeto. Direcionou seus olhos para o jovem e teve a imagem de um garoto loiro de olhos azuis. Ele era muito bonito, consequentemente uma beleza dentro dos padrões. Entregou a carteira para o jovem.

— Obrigado! — falou o loiro com um sorriso.

— De nada! — falou Leonard.

Depois do pequeno diálogo. A professora deu início a aula, ela deu uma apresentação de como seriam as aulas da matéria. Em seguida, a diretora entrou no auditório para explicar o funcionamento da universidade e assuntos semelhantes. E assim foi seguindo as aulas. Quando bateu o horário de ir embora, Leonard se levantou e caminhou em direção a saída. No corredor, Leonard sentiu alguém tocando em seu ombro, era o jovem de antes.

— Não deu tempo de conversarmos direito.

— falou o jovem sorridente.

— Ah sim! — falou Leonard um pouco sem jeito.

— Bem, aqui está bastante movimentado. Vamos para o pátio. — apontou para o pátio logo a frente.

Leonard confirmou com a cabeça e caminhou em direção ao pátio. Se sentou em um dos bancos disponíveis.

— Meu nome é Leonard! E o seu? — falou Leonard colocando a mochila ao lado.

— Alexander, mas pode me chamar de Alex. — deu outro sorriso.

Era visível que ele gostava de sorrir.

— É um prazer conhecê-lo, Alex! — erguiu a mão para cumprimentar.

— Igualmente! Já que nos conhecemos um pouco, podemos ser amigos? Você parece uma boa pessoa.

— Claro! — deu um sorriso largo.

O jovem olhou para o relógio de pulso.

— Tenho que ir agora. Amanhã podemos nos encontrar na sala?

— Podemos sim!

Depois de Leonard falar, o jovem deu um sorriso e foi embora. Leonard fez o mesmo. Talvez, foi sorte logo no primeiro dia de aula fazer um amigo.

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