Bem vindo a meu novo mundo... esta é a continuação de Vermelha a filha da lua.
Vermelha busca se encontrar nesse novo, ao lado de Deni, ela vai viver uma nova aventura.
espero que gostem do desfecho dessa nova história, leia, curta, compartilhe com seus amigos e dêem muitos presentes...
Boa leitura!
"Os lobos podem perder seu dentes, mas jamais sua natureza."
Vermelha
Pensamentos me levavam de volta para Wolf Cite o tempo todo.
fleches de memórias dilaceravam minha alma.
Minha matilha, meu irmão, os olhos de Rony.
— Não sei como acreditar em você. Em nada disso. O que mais há para saber? Isso é o que somos.
Disse Rony desesperado.
— Não é certo fazer isso. Você sabe que eu nunca abandonaria minha matilha se não fosse por necessidade.
Falei em voz baixa.
— Se essa não fosse a única forma de ajudá-los.
Nossos olhos se encontraram; meu olhar era confuso e inseguro.
— Não temos muito tempo.
Disse a ele.
— Como conseguiu chegar antes dos outros?
Ele olhou na direção de onde tínhamos vindo.
— Houve um alvoroço quando descobriram o corpo de Ana, mas senti seu cheiro e saí primeiro. Os outros estão se reagrupando, a matilha do meu pai. Os Liosgate veteranos.
Ele ficou tenso e meu corpo foi tomado por uma onda gélada.
— E os Yakimas?
Perguntei.
— Estão sendo interrogados.
De volta ao presente.
— O que aconteceu em Wolf Cite?
Precisei me desvencilhar de Deni para
conseguir me reestruturar.
Ninguém me respondeu e afugentei um calafrio igual ao que senti no dia da fuga.
Nesse instante não poderia me permitir ser consumida pelo medo do que poderia ou não ter acontecido a minha matilha.
Coragem inabalável e nervos de aço eram minhas melhores, não, as únicas, chances de salvá-los.
— E a luta? Como descobriram onde estávamos? Mataram Darth Andros?
Lary riu.
— Matar Darth Andros. Ninguém consegue matar aquela coisa.
— Coisa?
Deni ergueu as sobrancelhas.
— Como assim, coisa?
— Ninguém é capaz de matar Darth ainda.
Disse Lary, olhando para Deni antes de se dirigir a mim.
— Ainda estamos tentando avaliar o que está
acontecendo em Wolf Cite.
— Vocês nunca sabem de nada?
— Olha o tom de voz, lobinha.
Disse Trice, ajustando a alça da balestra
no ombro.
— Se não fosse por nós, teria sangrado até morrer naquela biblioteca.
— Por sua causa estava sangrando na biblioteca!
Parti para cima dela, ainda na forma humana, agarrei Trice pela jaqueta e o joguei em cima da mesa.
Inclinei-me para ter certeza de que ela olhava diretamente para minhas presas.
— Nunca mais chame minha atenção sobre o meu tom de voz. Não tem ideia de com quem está se metendo.
— Vermelha!
Lary foi para o meu lado e me arrancou de cima de Trice.
— Por favor, isto não é necessário.
Trice deu um salto.
— Que droga é essa? Precisa domesticar seu cachorro, Lary.
Sorri com desdém.
— E você precisa aprender a não me chamar de cachorro.
A garota que havia estado ao lado de Deni quando cheguei começou a rir:
— Legal.
— Vai para o inferno, Rubia.
Trice permanecia arisco.
— Olha a boca.
Rubia estalou a língua.
— Precisamos de Vermelha.
Disse Lary, impassível, apesar do olhar de
Trice.
— Isto não vai mudar.
— É verdade, além disso, ela tem razão.
Acrescentou Martin, com um olhar severo para mim, mas com um sorriso de admiração.
— Você a acertou com um monte de flechas.
— Isto é ridículo.
Disse Trice.
— Primeiro, negociam com este garoto e
agora com um lobo. Nós somos melhores que isso.
— Este garoto é o progênito.
Lary conteve Trice com um olhar severo.
— E uma alfa pode ser a chave para ganharmos essa guerra.
Trice bufou:
— O progênito nunca fez nada por nós, e não existe a menor chance de os lobos ganharem essa guerra. Essa é a nossa luta e eles estão do outro lado!
— Estou certo de que vai ser diferente agora que Vermelha se uniu a nós.
Lary ergueu uma das sobrancelhas e olhou para Deni, com expectativa.
Deni enfiou as mãos nos bolsos.
— É, pode ser.
— Esta resposta não é boa o bastante, Deni.
Um vestígio de irritação sombreou o rosto de Lary.
— Do que ele está falando?
Perguntei.
Deni parou de encarar Lary e demorou um pouco até olhar para mim.
— Eu disse que não contaria nada sobre Wolf Cite ou o que descobrimos na biblioteca até ver você. Sã e salva.
— Ah.
Não sei como consegui não corar, apesar da onda de calor por todo o corpo.
Trice tinha os punhos fechados e começou a andar de um lado para o outro, próximo a Lary.
— Não me importa que ele seja o progênito. É praticamente um bebê no nosso mundo. Precisa obedecer ordens, e não impor condições.
— Posso ir embora se quiserem.
Resmungou Deni.
— Se acharem que estou abusando da hospitalidade.
— A porta da rua é ali.
Trice apontou para a saída.
— Chega! É assim que as coisas são, Trice.
Interrompeu Lary.
— De agora em diante. Está claro?
Trice ficou olhando para Lary em silêncio e finalmente virou-se e caminhou para o lado oposto do salão.
— Pois bem.
Disse Rubia.
— Pelo que entendi, não podemos falar
sobre Wolf Cite até a chegada de Tessa, então poderíamos passar às apresentações.
Ela começou a caminhar harmoniosamente pelo salão, sorrindo como se a tensão no ambiente sequer existisse.
Lary franziu a testa.
— Apresentações?
— Claro. Parece que você se esqueceu da minha grande estreia. Estavam todos tão alvoroçados com Deni que ninguém se importou. Mas recebi ordens
de me reportar a você, Lary.
Ela empurrou um maço de papéis contra o
peito de Lary.
— Acredito que esteja satisfeito com a conclusão do meu treinamento na Academia. Estou pronta para minha missão com o grupo de Hunter.
Ele suspirou ao pegar os documentos.
— Estou, Rubia. Parabéns pela conclusão dos exames. Não poderíamos estar mais orgulhosos de ter você a bordo.
Ela lhe lançou um falso sorriso.
— A partir de agora é só Rub.
Murmurou.
— O nome todo é longo demais.
— Se prefere assim. Você concluiu o curso numa velocidade impressionante, além de receber as mais altas recomendações de seus professores.
Comentou Lary.
— Vai poder escolher suas missões.
— Eu sei.
Respondeu, com olhos semicerrados.
— Não precisa trabalhar com Hunter.
— Eu sei.
Seus dentes estavam trincados.
— Já era, tá? Vai ter que me engolir.
— Sabe que não é isso que quis dizer.
Protestou Lary, mas ela balançou a cabeça.
— Desista.
Ela tirou a franja escura dos olhos e lançou um sorriso genuíno para Lary.
— Feliz em me ver? Está no posto avançado há quanto tempo... Uns três meses?
— Que tal seis?
Respondeu ele.
— E, obviamente, você já me esqueceu.
Vi como dava em cima do nosso progênito quando entrei. Uma verdadeira sedutora.
— Não estava dando em cima dele.
Disse ela, mas vi quando seu rosto ruborizou e ela olhou de canto de olho para Deni.
— Sabe perfeitamente onde eu estava e por que precisei estar aqui. Não abandonei você.
Cravei as unhas nas palmas das mãos quando Deni me encarou com cara de culpa. Quem era essa garota?
— Um homem sabe quando leva um fora.
Lary levou a mão fechada ao coração.
— É assim que você tem se intitulado ultimamente?
Perguntou ela com sorriso malicioso.
— Um homem? Pensei em palhaço... ou talvez poser.
— Não.
Disse Lary.
— Acho que ficaremos com homem. Gostaria de tirar a prova?
— Agradeceria se dissesse que não, Rubia.
Apesar do rosto contrariado, reparei que Lary escondia um sorriso por trás da expressão
irritada.
O sorriso disfarçado sumiu quando ela retrucou:
— Nem preciso perguntar se você sentiu minha falta.
— Bem, estou exultante em vê-la.
Disse Lary rapidamente, enquanto fazia uma careta, e se meteu entre os dois. Inclinou-se e a beijou no rosto.
— Martin e Silas estão sempre fora. Trice é mal-humorada demais para ser divertida. E não tem a metade da sua beleza para servir de colírio para os meus olhos.
Voltei a observar a nova garota. Era bonita… bonita até demais. Será que tinha dado em cima de Deni enquanto eu estava inconsciente?
— Ele está brincando.
Disse ela, olhando para Deni enquanto se virava de costas para Lary.
— Não, não estou.
Disse Lary.
— Sem querer ofender, Trice.
— Estou devastada.
Respondeu trice, entediada.
Rubia me encarou com um sorriso.
— E essa é a menina-lobo? Deni fala de você o tempo todo.
Sorri para ela. Mesmo que ela estivesse dando em cima de Deni, ele continuava com os pensamentos focados em mim. Que bom. Como eu queria.
— Esta é Rubia.
Disse Deni.
— Ela tem me mostrado como funcionam
as coisas por aqui.
— Pode me chamar de Rub.
Pediu ela.
— Meu nome é Vermelha.
Respondi, esticando-me para acentuar os
centímetros a mais que tinha sobre ela. Mesmo que Deni não estivesse interessado, queria que a garota soubesse o que havia entre nós.
Seus olhos brilharam de contentamento.
— Foi o que ouvi. Uma Guardiã chamada Vermelha… nascida na lua de sangue. Um detalhe de bom gosto.
Não pude conter um gemido que brotou da minha garganta.
— Uh-huh, filha da lua.
Esta era exatamente a impressão que eu não queria passar.
— Simplesmente fantástico.
Murmurou ela, um sorriso apareceu em
seus lábios.
— Bem, muito prazer em conhecê-la, Red. Se estiver realmente do nosso lado.
" A razão do mais forte é sempre a melhor."
Vermelha.
Red.
Dava para ouvir as risadas de Rony.
Quando vai parar de me chamar assim?
Nunca.
Meus joelhos ameaçaram falhar enquanto a encarava.
— Por que me chamou assim?
O impulso que sentia para mudar de forma era insuportável. Parecia que as paredes do lugar fechavam-se na minha direção.
Corra, Vermelha. Corra para sua matilha. Você não pertence a este lugar.
Certamente, Deni percebeu minha ansiedade, pois me agarrou pelos braços, forçando-me a encará-lo.
— Vermelha? Ei, relaxa. Ela não tinha intenção de te magoar.
Notei que ele achou que a raiva de Rubia havia sido o motivo por que quis mudar de forma. Mas não era esse o problema.
— É verdade. Desculpe se irritei você.
Ela deu de ombros; seus olhos brilhavam insolentes como se ela quisesse que eu a tivesse atacado.
— Foi uma ideia que me veio à cabeça. Combina e é hilário.
Mal conseguia escutá-la, devido ao ruído em meus ouvidos. Era como se tivesse sido sugada de volta para um sonho.
Não, não um sonho, um pesadelo. Sentimentos que eu havia sido capaz de enterrar enquanto estivera sozinha
vieram à tona, inundando meu peito.
A expressão de divertimento desapareceu do rosto da garota.
— Alguma coisa errada?
Fiz que não com a cabeça, com um nó na garganta, desejando que um buraco se abrisse no chão e me tragasse.
Podia ouvir Rony sussurrar o apelido
em meu ouvido. Será que eu e Deni não podíamos ficar mais de cinco minutos
sozinhos sem sermos lembrados da única pessoa capaz de nos separar?
Também com os dentes trincados, Deni respondeu:
— É que tinha uma pessoa que costumava chamá-la assim.
Uma pessoa. Agora não apenas ouvia o sussurro provocante de Rony.
Também via seu rosto e lembrava a forma como ele havia me agarrado na noite em que fugi de Wolf Cite.
Da cerimônia em que eu deveria ter me tornado sua companheira. Ele havia me beijado, implorado para que ficasse. Onde estaria agora?
Havia mentido para que conseguíssemos escapar. Não queria pensar no preço que ele pagara por aquela mentira.
Wolf Cite. Lar. Meu coração saltava no peito, dificultando a respiração. Por que estou aqui?
Cravei as unhas nas palmas das mãos, esforçando-me para não me virar para os Inquisidores e voar em cima deles na forma do lobo que rosnava dentro de mim, louco para lutar, para estar perto de minha matilha.
Os olhos de Rubia abandonaram o maxilar retesado de Deni e focaram meu rosto, avaliando-me.
— Ah.
Comentou ela em voz baixa, sem a intenção de disfarçar o sorriso no canto dos lábios.
— Uma pessoa. Entendo.
Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. Finalmente, Lary estalou os dedos e lançou um olhar sugestivo para Rubia.
— Então já estamos liberados do posto de carcereiros? Não que isso não
seja emocionante, especialmente se compararmos com os combates mortais
para onde geralmente mandam a gente.
— Você nunca cala a boca?
Repreendeu-o Deni. Um sentimento de culpa arrepiou minha nuca. Sabia que o mau humor de Deni tinha mais a ver comigo do que qualquer outra coisa.
Mesmo que as piadas estivessem começando a ficar um tanto irritantes.
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