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Os Psicopatas

Prólogo

Nova York.

00:30 AM.

POV's Selena.

Justin e Selena

Mabel Bieber

Esses encostados acham que a minha cabana é pensão. Justin os convidou para continuar a farra para comemorar o "meu aniversário" atrasado, têm mais de 20 pessoas mexendo e transitando. Eu odeio! Não tenho paciência para esses urubus, principalmente por esse bando de marmanjos.

— Cara, pega mais bebida na gelada. Quem é dono da casa é o Justin, ele que manda.—escuto Ian berrar morto de bêbado, quando um de seus capachos diz que eu vou brigar. Chaz é muito imbecil e faz tudo que esses otários pedem.

Esses nossos  amigos cretinos acham que podem se apropriar da minha casa e fazerem tudo que têm vontade. Coitados! Daqui a pouco vou colocar todos pra correr.

— Sério, já estou sem saco para aguentar essa porra!— murmuro estressada ao lado da Liz, doida para descansar, mas o som está nas alturas e Justin não está nem aí pro meu mau humor. Ele quer mais que eu me ferre!

O loiro pouco está ligando em ver o nosso canto virando um hospício, no caso uma cena de crime.

O Canibal e o oportuno do Mendigo inventaram de trazer uma vítima e está fazendo a minha sala como um ponto de espetáculo, até a Mabel está assistindo o sofrimento da jovem que grita implorando para sobreviver.

Minha filha não é uma psicopata, mas em algumas situações demonstra não sentir empatia. Talvez seja um grande indícios de quando ela crescer, se tornar igual a nós. Não quero que Mabel seja uma garota fria, mas em alguns momentos consigo evidenciar  dentro de seus olhos um lado sombrio.

— Bravo! Bravo!— Nina vem lá de dentro aplaudindo. Ela é fascinada por tortura.

De todos, acho que ela e o Ian são os serial killers mais cruéis, porque eles caracterizam bem os psicopatas, até na forma de agirem.

— Se tu ver, Selly, a garota está derramando sangue até pelo nariz. Você tá perdendo— gargalha bêbada, contando para nós duas. Liz entreolha pra mim, dando de ombros. Ela parece afetada, como se pensasse igual a mim. Ao contrário da outra, que dá ênfase achando tudo tão divertido.

— Eu vou já acabar com essa zona dentro da minha casa. Essa galera acha que está pensando o quê? Que aqui é a casa da mãe Joana! — agravo o meu tom indignado, ouvindo os gritos e risadas enquanto assistem a garota ser agredida.

Justin fez de propósito só para me irritar.

Essa surpresa de aniversário só está me causando estresse. Quando eu perder a minha paciência, que se encontra no limite, vou colocar todos para correr, inclusive minhas amigas.

— Vou já atrás do Ryan, não estou vendo ele aqui.— comenta a mais frágil, não tendo estômago para continuar assistindo aqui de fora o que acontece na parte principal da cabana.

Canibal está com um serrote, prestes a cortar o braço da vítima.

— Se for aquele que tá ficando com a Bárbara atrás da casa.— Nina solta dando uma risadinha, Liz se abate por ter um namorado tão escroto, mas prefere ignorar. Ela sabe o quanto criar vínculo no nosso mundo corre o risco de ser passada a perna.

Por isso que o meu relacionamento com Justin é bem aberto. A gente fica com quem quiser, sem cobranças e nem grude. Fazemos essa relação ser insignificante, porque se eu fosse levar esse lance a sério, eu já teria matado tantas vadias que ele já pegou.

Falando no diabo....

Hoje ele convidou uma diferente, uma garota de programa. Ele chega agarrado com ela, aos tropeços.

— Essa é a Ashley! Minha nova namorada! Estamos muito apaixonados. Digam oi pra ela.— grita para que todos ouçam, alguns de seus amigos riem, estão rindo é da minha cara na verdade.

Se a intenção é me afetar, esse idiota perdeu o seu precioso tempo, nem me abalo com essa ceninha.

— Ele já está te traindo, que patético!— Nina aponta em direção ao casalzinho nojo, alfinetando-me. Reviro os olhos e sorrio friamente, os observando juntos.

— Me traindo vírgula,— dou ênfase, levantando o dedo pra cima, a corrigindo.— Até porque eu e ele não temos um relacionamento.

— Mas Ryan tem, e eu vou atrás dele.— Liz se irrita, sentida por está sendo traída. Tadinha, faz tudo pelo o macho alfa e no final só recebe traição.

Ela sai andando e começo a segui-la junto com Nina para tentar pará-la. Não adianta fazer escândalo, esses doentes são desprezíveis e não vão mudar só porque alguns querem. Eles não amam nem a si próprio, quem dirá outra pessoa.

— Mulher vai se aquietar, deixa isso pra lá!— procuro aconselha-lá, é tão irônico que eu não tenho nem lugar de fala para aconselhar alguém. Já que o meu faz pior, e ainda expõe pra todos.

— Eu não vou deixar, Selena, eu não sou igual a você.— é impressão minha, ou a Liz está me atacando?

— É uma pena, porque eu pelo menos, sei colocar moral. Já você é muito submissa ao Ryan, é isso que dá! Se submeter a macho.— a ofendo, pra ver se essa corna mansa acorda pra vida.

Ela para bruscamente os passos no meio do breu da noite, me olhando brava, imensamente ofendida com as minhas palavras.

— Quer saber? Ryan pelo menos me ama. Já você, é tão frustrada, Selena. — rio, pois estou sendo vista como a "megera" que quer separar o casalzinho. Sendo quem está traindo ela, é ele.

Mulher vagabunda sempre coloca a culpa na outra, para defender macho escroto.

— Porque seu queridinho Justin, nunca vai te amar! Porque ele é um psicopata, um verme asqueroso, que vai te matar no final.

—Olha aqui, Liz, se eu fosse você, abaixava o tom pra falar comigo!— a intimido, porque não vou tolerar ninguém querendo me ameaçar ou tentar me diminuir. Eu sou independente, diferente dessa idiota.

— Vai fazer o que então?— aproxima-se para querer que eu perca a cabeça e enfie minha mão em sua cara. Nina se põe na frente de nós duas.

— Faz o que tu quiser da tua vida, mas depois não diga que eu não avisei.— dou meio volta para retornar para cabana. Encontro com Justin no meio do trajeto, que me barra. Já esqueceu a puta e veio correndo igual um cachorrinho atrás de mim.

— O que foi que houve?— seus olhos me encaram confusos, chegando achar que estou assim por sua causa.

— Não te interessa.— tiro o contado dos seus dedos do meu braço, irritada.

— Selena, o que há de errado?— quer uma explicação e rolo os meus olhos.  Até a voz dele me cansa.

— Vai se foder e me deixa em paz!— me solto e o mesmo não se dá como convencido, fazendo a raiva aumentar quando começa a me seguir.

— Eu achei que você tivesse gostando da festa.

— Sério, não me diga?— viro para trás, soando sarcástica, com o sorriso fingido nos lábios enquanto o encaro com pura ironia. Tem vez que esse psicopata age como se não me conhecesse!

— Esse pessoal da floresta só se escoraram em nós, Justin. Acaba aquela farra agora, ou então eu mesma faço!— aponto em sentido a cabana, o som está nas alturas e estou sem minha paciência. Vejo que o imbecil não vai tomar uma atitude, então resolvo tomar a frente— Quer saber? Eu não preciso de você pra nada! Eu mesma faço.— o largo e vou andando apressada para dá um fim a festa maldita, não sou obrigada aturar isso.

— CHEGA! — puxo da tomada, desligando o aparelho do som. Eles murmuram reclamando, até Mabel reclama.

— Que isso, Gomez! Qual foi?

— TODO MUNDO PRA FORA!— gesticulo com o dedo para porta de saída, os expulsando. — AGORA! — boto moral, vendo o estado crítico de como a vítima no meio da minha sala se encontra. Ela está com os olhos roxos, sangrando pelo nariz e a boca.

A cena não me comove nem um pouco, até porque já sou acostumada a ver sangue.

Quero mais é que esse povinho vá embora, a bagunça que este lugar está, me sobe uma raiva. Estou com vontade de estrangular todos, inclusive.

— Porra, Gomez, nós estávamos nos divertindo horrores. Para de ser chata, releva aí vai.— Mendigo pede falando até com "jeitinho", passando por mim. É muita cara desse depravado achar ruim, sendo que não vou nem um pouco com a cara desse pervertido.

— Saíam!— sigo os mandando embora. Canibal é o próximo a passar do meu lado e começa arrastar a vítima pelo braço.— Ela fica.— o barro, e o velho arregala os olhos quase gaguejando, mas não consegue abrir a boca, porque sabe do que eu sou capaz.

Ele apenas engole em seco e larga a mulher que está toda surrada. Não que eu sinta pena da miserável, mas vou fazer essa inútil limpar tudo que os outros sujaram.

— Próximo!— grito, vendo Zayn e a namorada aos beijos no canto da janela. Virou até motel este lugar.

Os dois ficam constrangidos e saem de mãos dadas. Eles são um casal tão bizarro, é um grude igual chiclete que dá até vontade de vomitar.

É a vez do outro casal.

— Tchau, Selenita.— a venenosa acena, só para me cutucar. A ladra ainda teve o cinismo de vim pra festa, sendo que não vou nem um pouco com a cara dela.

— Tchau pra você também, Camilita.— uso o seu mesmo tom de deboche, dando um tchauzinho com a mão.

Ela só faz sorrir junto com Shawn, pouco ligando para minha ironia. Essa é outra, nada me tira da cabeça que ela aparece na floresta apenas para espiar. Talvez estejam passando informações pra polícia, se a minha conclusão estiver correta, eles vão pagar tão caro por não serem leais aos nossos.

— Mamãe, por que você os expulsos?— pergunta chateada por seu divertimento ter acabado. Uma menina dessa idade, com uma mente tão diabólica.

— Porque eles são insuportáveis, Mabel.— digo, indo até a vítima que está no chão choramingando de medo. Ela soluça, de olhos fechados, muito machucada — Para de chorar, merda!— a repreendo e a morena encolhe os ombros, assombrada. — Limpe essa sujeira!— mando, apontando pra poça de sangue que há no meio da minha sala.

— Por- favor não me mate.— gagueja assustada. É sempre esse mesmo discursinho petulante. reviro os olhos, sem paciência:

— EU NÃO VOU REPETIR DE NOVO, LIMPE JÁ ISTO!

A mulher abre os olhos e engatilha rastejando no chão, limpando com os próprios cabelos o piso. Se eu fosse alguém normal, sentiria pena, mas é impossível. Existe um lado maligno dentro de mim, que só despreza o sofrimento do outro.

— Ande.— a puxo pelo braço, sem saco pra escutar choro.

— Não me mate, por favor! Não me mate.— implora quando a levo.

Abro a porta do quarto e a empurro em cima da cama da Mabel. O corpo da vítima fica tremendo inteiro de medo. Não costumo matar mulher, meu perfil é outro. Prefiro matar homens abusivos, ainda não sei porquê não matei Justin, oportunidade não faltou.

— Você não vai morrer, mas pare de chorar. —pronuncio baixinho sem que o outro demônio escute, analisando minuciosamente o vestimento da criatura. Foi por esse motivo que eu a trouxe até este cômodo. — Afinal, o que você é?

Não entende a minha pergunta, olhando-me bastante amedrontada.

— Digo, o que você faz da vida?

— E-u sou enfermeira.— aos soluços revela traumatizada, de cabeça baixa.

— Ótimo, então você vai me ajudar com isso. — na mesma hora que afirmo, a vítima ergue o olhar aflito quando levanto a blusa e amostro a minha barriga.— Essa coisa não pode crescer dentro de mim. Se alguns desses doentes descobrirem que quebrei a regra de novo, eles vão me matar. Não quero ser morta por esse bando de urubus. E é por isso que... para que eu salve a sua vida, você precisa primeiro salvar a minha.

Liz

  POV's Selena.

Cabana.

— Como eu poss-o confiar em você?— a idiota pergunta. É muita coragem de perder tempo me perguntando uma besteira dessas, se eu quisesse, já teria a matado.

— Porque preciso da sua ajudazinha. E outra coisa, não me faça perguntas.— a repreendo e bem na hora que o miserável adentra. Justin não espera encontrar a vítima viva e toma um susto, ficando com o rosto totalmente pálido e me olhando cético, por eu ter deixado alguém sobreviver.

Porque somos sempre frios que preferíamos nos livrar de problemas, do que causar problemas futuros. Se caso a vítima fuja, corre risco da polícia bater na floresta e não queremos tumulto.

—  Que diabos significa isso, Selena? O que essa criatura está fazendo aí?— gesticula com o dedo apontando pra cama da Mabel, onde coloquei a enfermeira. — Era para ela tá morta, porra!— a vítima abaixa a cabeça, derramando lágrimas que se misturam com o sangue.

— Não te interessa.— o interrompo com o braço, quando o imbecil se locomove pra ir levá-la pra fora. —Ela vai me ajudar.— sussurro, só que a minha fala mansa o irrita.

— TE AJUDAR EM QUÊ, CARALHO? POR ACASO, VOCÊ ENDOIDOU?

Ele perde o controle, gritando alto, gritando até comigo. Justin de vez em quando têm esses ataques, porém não abaixo a cabeça para esse marmanjo, nunca fiz isso, por que devo fazer agora? Não nasci para ser submissa a ninguém.

—PRESTA ATENÇÃO, BIEBER. Fala direito COMIGO!— elevo o mesmo tom agressivo, no qual ele briga comigo.

— SAI DA FRENTE!—  Justin ameaça me empurrar, mas continuo parada para ver se esse babaca tem coragem.— NÃO ME FAZ EU TE MATAR TAMBÉM. — ameaça e só lembro das palavras da Liz, aquela idiota tem razão. Ele um dia ainda vai me matar.

— Olha aqui, a casa é minha e faço o que eu quiser.— argumento, no entanto não causa muito efeito.

O doente descontrolado pega o machado atrás da cômoda, este que ele costuma matar as pessoas, e arremessa em direção a vítima acertando na cabeça da mulher. A mulher cai sobre a cama e envolta começa a se respingar sangue por todos os lados da parede deste quarto. Respinga até mesmo no meu rosto o sangue da infeliz.

Limpo com a mão. A minha  esperança morreu junto com ela de abortar esta gravidez.

— Der um jeito de se livrar desse corpo!— ordeno puta da vida, me retirando da cena. Porque eu se ficar mais um segundo, eu vou acabar matando Justin.  Não estou suportando olhar pra cara dele.

— MABEL.— grito, pelo nome da outra assim que estou no corredor. Onde será que essa menina se meteu? Ela é uma criança bem estranha, ela ama passar a noite acordada aprontando.— Mabel!— insisto em berrar pelo seu nome, todavia, a pequena não aparece.

Ah meu Deus, onde essa pestinha se enfiou? Tomara que não esteja lá no quarto da tortura, porque se Justin encontrar ela lá mexendo, será um inferno a confusão que vai ter.

— Tô aqui, mamãe.— fico aliviada quando ouço o seu tom infantil vindo da sala.

Começo andar para ir até lá.

— O que você está fazendo aí sozinha?— ponho as mãos na cintura, vendo a pequena no sofá, com a cabeça baixa. — Não me diga que você está cortando de novo o estofado?— vou checar. Porque sempre que ela fica calada demais, é sinal de perigo.

— Não mamãe, só estou desenhando.— amostra-me pintando  com os lápis de cores. Às vezes tento fazer Mabel ser uma menina aparentemente "normal", por isso que ela possui  essas coisas de criança.

— Deixa eu ver.— coloco-me mais perto, observando o seu desenho.— E o que significa?— direciono o dedo em sentido as cores escuras que há na folha.

— Isso aqui é a noite.  Aqui é o homem mau.— entreolho pro seu rostinho "inocente" estranhando as palavras, quando ela aponta para uma sombra no meio do matagal da floresta.— E essa é a tia Liz.— gesticula para um boneco caído.

— Por que você desenhou a Liz?

— Porque ela se foi, mamãe.

— REPETE!— descontrolo-me, chocalhando o corpo da Mabel.

Não, não pode ser. Liz não pode está morta!

— Eu vi ele a matando, mamãe.— responde com a voz trêmula.

— QUEM?

Grito nervosa, com a possibilidade da minha melhor amiga está em perigo. Temos nossos conflitos, mas não desejo que nenhum se machuque.

— O QUE VOCÊ VIU, MABEL?— a empurro, porque seu silêncio está sendo tão perturbador. 

Estou fora de si.

— Mamãe, você está me assustando.

— O que você está fazendo, Selena?

Justin surge, repreendendo a minha atitude. Nunca tive empatia, por que com Liz está sendo diferente? Estou desesperada que esse desenho seja real.

— Pare de agredir a menina!— ordena bravo, aí solto os braços da Mabel, pedindo desculpas com o olhar.

— Meu amor, perdão.  Não foi a intenção da mamãe te deixar com medo. Juro que não, Mabel.— ela vira a cara e prefere abraçar o escroto do Justin, ao invés de acreditar em mim.

Sinto levando uma apunhalada por sua ingratidão.

Resolvo sair para ir até a casa de Liz checar se está tudo bem. É quando ouço alguns gritos. Gritos tão altos. Justin larga Mabel e corre até a porta, ficando ao meu lado.

—  O que está acontecendo?—  estamos escutando barulhos de pisadas e pessoas gritando. — Será que é a polícia?— a voz do loiro ecoa baixa, quase querendo voltar para se esconder dentro da cabana, mas está tudo aberto.

Entreolho pra ele. Sendo polícia ou não, não fugiremos como dois covardes.

— Ou pode ser pior.— murmuro, pressentindo que algo de ruim ocorreu nesta madrugada. A noite está sinistra, até os grunhidos das corujas, é um grunhido de luto.

— Está escutando isso, Selena?— pede pra que eu fique calada e fico atenta as vozes que vem do matagal. — É a voz de Ryan.— Justin nota, indo atrás do seu amigo.

Eu e Mabel o segue, adentrando na escuridão da floresta. Nós segue a uma trilha que a voz do bastardo está mais audível. Ponho a mão na boca, porque quero soltar um grito  ao avistar o corpo da Liz morto.

Ela morreu da forma mais trágica.

— Ah, meu Deus!— nem consigo olhar por muito tempo e inclino a cabeça pro lado. Porque não tenho estômago para ficar olhando para cabeça arrancada da Liz.

Nunca vi um cadáver tão debilitado. É surreal que um dos nossos está morto. A melhorzinha do grupo se foi.

— A CULPA É SUA!— o acuso. Pra quê ficar com remorso agora, sendo que ele é o culpado. Ryan até chora, fazendo a ceninha de viúvo arrependido.

— Tá ficando louca? —ele levanta-se do chão para me enfrentar, mas Justin se intromete ficando no meio de nós dois. — Eu não matei a minha mulher. Ela era tudo pra mim.

Rio sarcástica. Sei que deveria está chorando, mas o único ato de empatia que Liz recebe é a minha risada. Esse macho acha que vai sair ileso, mas eu vou ser a primeira a sugerir que sua cabeça queime na fogueira. Não vou deixar que esse macho saía impune.

— Não me diga. Então por que você estava a traindo?— cuspo o episódio que ocorreu antes do assassinato da Liz.

— Selly, não é horas pra isso!— Nina intervém, chegando junto com Ian. Ela está só de camisola e não parece se comover com o corpo da nossa melhor amiga.

Nina é tão fria e age tão naturalmente nessas circunstâncias. E eu sou contrário, eu prefiro atacar para me sentir melhor.

—Até você está o defendendo?— a pergunto chocada. O que mudou? Por que todos parecem do lado de Ryan?

—Não podemos tirar conclusões precipitadas. Pode ter sido qualquer um daqui. — a própria olha pro restante que aos poucos vem chegando e se juntando ao redor da cena do crime.

— Olha lá quem você vai acusar.— O mendigo se protege ao lado da Demi, querendo tirar o corpo fora.

— Pode ter sido o Harry. É o típico do perfil dele matar garotas assim.— Camila soa venenosa, fazendo Ryan surtar. Eu não sei o que essa ladra está fazendo aqui pela floresta, sendo que mora na cidade. Em qual cabana ela estava na hora do crime?

— FOI VOCÊ CARA?— o rapaz parte pra cima do outro e, é preciso Ian e Justin o segurar.

— Tá louco, mano! Qual foi, eu tava o tempo todo com a Taylor. — joga o B.O para cima da namorada.

— É verdade, loira?— pergunto suspeitando que há algo errado, porque ela está tão nervosa, dá para enxergar em seu rosto. Avisto alguns arranhões em seus braços, com certeza ele estava a machucando.

— S-sim.— afirma, sem nem me olhar nos olhos. Não sei como a Taylor consegue defender tanto esse doente.

— Talvez tenha sido o Canibal. Já que ele mata e esquarteja.— Gigi boceja enquanto sugere outro nome de principal suspeito.

Os olhares vão todos para o velho.

— Foi você, Canibal?— Ian questiona desconfiado, o interrogando. — Se algum de nós a matou, essa pessoa deve morrer.— esclarece, fazendo o papel de líder do grupo.

— Eu não matei ninguém, pessoal. Por favor, não me acusem.— dá de ombros, na defensiva.

Shawn, Camila, Gigi e Zayn riem dele não levando a sério afirmação. Por mais que tento acreditar que não, mas quem faz esses crimes mirabolantes é o Canibal. Até porque ele come os restos mortais dos corpos.

Tudo está contra ele.

— Vamos fazer uma votação.

Justin sugere.

— Quem acha que o Canibal matou a Liz, levanta a mão?

A maioria levanta e o Ryan fica mais pilhado para avançar em cima do mais velho. É engraçado que agora que ele está reconhecendo o valor da Liz, quando ela era viva, ele a traía. Esses idiotas são todos iguais.

— Sendo assim, o velho vai pra fogueira.— enfatiza, doido para se divertir com a morte de mais um.

Justin ama a parte de ver a galera queimando no fogo, é por isso que está dando corda. Ele deveria ser o próximo a queimar lá.

— Não tive culpa de nada. Diz pra ele, Mendigo, eu tava era bebendo com você.— usa um álibi, enquanto o restante vai se voltando contra e indo em sua direção para jogá-lo na fogueira e honrar a morte da Liz.

— Deve ter sido os dois, ora.— sugiro sarcástica, para me livrar do outro também. Imagina dois coelhos numa cartada só.

— Cala a boca aí, Gomez!— Mendigo esperneia, Demi revira os olhos e bufo sem paciência. Que descontrolado!

— Ninguém vai mandar a minha mulher calar a boca, não. — Justin se revolta, fico até surpresa. Ele nunca me defende em nada.— O próximo que gritar com a Selena aqui, vai se ver comigo! Eu tô avisando. Nesse caralho quem manda sou eu! E quem desrespeitar a minha mulher, eu jogo na fogueira.— ameaça e o outros reviram os olhos com a sua ladainha e seu surto sem sentido.

— Acho que você está querendo sexo,  Bieber, e não está sabendo pedir.— Camila debocha. Que garota pertinente!

— Eu e Selena fazemos todo dia.— nós expõe.

— Ah cala boca, estamos no meio de um assassinato!— acabo ficando constrangida com os olhares tortos  que recebo. Tampo até os ouvidos da Mabel, estando sem graça, porque não quero que ela fique ouvindo essas coisas.

— Enfim, levem ele!— Nina posiciona o foco, apontando pro Canibal. Zayn e Harry o segura e o velho começa a se debruçar dizendo que não teve culpa.

Nós vamos andando para irmos para fogueira. Só que de repente todos param quando escutam:

— Ele não é o homem mau, gente. Vocês estão cometendo um erro— Mabel alega com tanta convicção. Os olhares confusos alastram com a voz da pequena. Engulo em seco, vendo o olhar de Justin se tornar incrédulo.— O homem mau ele usa uma capa.

— Onde essa pirralha tirou isso?— Gigi indaga, sem paciência.

Resolvo me meter:

— Antes de eu descobrir o corpo da Liz, a Mabel fez um desenho e me mostrou. Ela desenhava um homem no meio da floresta.— um arrepio sobe no meu corpo, enquanto olho para a lua cheia. Não acredito nessas coisas sobrenaturais, mas tudo parece tão bizarro.

— E?— a namorada de Zayn parece não acreditar, soando com a voz de desdém. — Isso não faz esse ogro ser inocente!— gesticula pro Canibal que está dando um de coitado perante todos.

— Pode ser que Mabel esteja certa.— a defendo.— Talvez o inimigo não esteja entre nós, mas sim, nos observando de longe.

Camila gargalha.

— De novo você protegendo essa pirralha nojenta.

— Olha o jeito que você fala da minha filha!— avanço, para bater nessa desgraçada. Justin nem fala nada, só me segura. — Ela é só uma criança.

— Ela deveria morrer também.— Harry diz, sendo aquele frio psicopata que tem desejo em derramar o sangue de uma criança inocente. Esse é outro louco, não sei como a loira aguenta.

— Mano, preste atenção antes de sair ameaçando por aí. Ela tem pai, se você não quiser deixar as coisas piores, é melhor ficar calado.— Justin o ameaça, doido para enfiar o soco na cara desse lixo tóxico.

Seguro no braço do loiro, pedindo pra ele não perder a cabeça. Aí inicia a discussão de todos os lados. Ryan querendo matar o Canibal de qualquer jeito e Nina e o Ian sem saberem o que fazer.

— O homem mau disse que vai matar um por um.— Mabel grita e a ameaça faz todos se calarem, entreolhando tensos para cara um do outro. Estamos afinal lidando com quem?

Quem de fato matou a Liz?

Velório

04:30 AM.

POV’s Selena Gomez

O velório da Liz não está sendo nada tradicional, nada de choro, nem drama e nem escândalo. Estamos fazendo um minuto de silêncio enquanto observamos o seu corpo queimar na fogueira. É surreal que a Liz não quis dá o seu voto na votação de Halloween, e mal imaginava ela que no final quem acabaria sobrando e indo parar no fogo seria o seu corpo medíocre.

Nunca vamos esquecer da sua personalidade patética. Ela era tão doce e meiga, se "considerava" uma sociopata, mas tadinha, não conseguiu nem salvar a própria vida. Que irônico, né? Uma sociopata de verdade não morreria de uma maneira frágil. Quem perdeu a vida foi ela, porque todos nós vamos seguir em frente e daqui a pouco nem lembraremos mais da sua existência.

Ryan até parou de bancar o viúvo de luto e já está grudado com a Bárbara, a amante. Os dois estão de mãos dadas, que nojento!

— Honraremos a memória da Liz.— Ian garante se vingar do assassino. Sem resistir, abro um sorriso irônico.

Esse monstro querendo bancar o herói, como é que é? Esse psicopata está encenando, só pode.

— Tem algum palhaço aqui, Gomez?— pergunta, ao notar o sorrisinho debochado que esbanjo nos lábios. Não consigo controlar.

— Porque nós aqui não somos motivados a emoção. Entendeu? Não vamos nos fuder por causa de uma morta! Liz morreu e acabou. — expresso o meu desprezo no tom de voz ao me referir a morte da minha melhor amiga.

Nenhum parece se afetar com o meu comentário, porque sabem que é verdade. Vamos nos arriscar atrás de alguém ou de uma coisa, para honrar o quê? Liz está morta e nada vai trazer ela de volta.

— Se até o viúvo....— aponto em direção ao casalzinho. Ryan ergue o olhar, com Bárbara ao seu lado, a criatura está grudada igual um carrapato.— Já está com a amante. Então, por que euzinha, devo perder o meu tempo lamentando?— alfineto todos.

Justin aperta o meu ombro, já que sua mão está em volta da região. Ele repreende a minha fala, mas se mantém neutro porque ele sabe que se continuar agindo igual um imbecil pro meu lado, dormirá no sofá.

— Que sinceridade! Nossa... Épico, Selena! Liz se sentiria representada— a outra bate palmas, debochando. Essa cena que Camila está criando, é para colocar os demais contra mim. E provocar Ryan.

—Camz, pare.— o seu namorado Shawn resolve interver, quando percebe os ânimos esquentando.

— O que foi? Eu não fiz nada.— banca a sonsa, se fazendo de coitada. Essa vadia é pior que uma cobra, não sei como ele suporta.

— Eu só estou dando o meu suporte.— a vadia da Bárbara se defende, ao se pronunciar.

— Ah, sei.— ironizo. Ela acha que engana quem?

— Bieber controla aí tua mulher, porque ela só fala merda!— Ryan pede pro outro, alterado. Entreolho para o babaca, para ver se ele tem coragem de falar um "a" para mim. Justin engole em seco e me olha com aquele olhar receoso, sem dizer nada.

— Ele sabe que quem manda na minha boca sou eu.— alguns gargalham do meu comentário. Taylor parece até sentir inveja, já que a loira vive submissa ao Harry. Nada me tira da cabeça que ele a machucou hoje à noite. Dá para ver a tristeza em seus olhos azuis. É meio que um pedido de socorro.

— O Bieber é um covarde, que deixa essa aí fazer o que quiser.— o idiota do Harry resolve se meter, em tom alto, fazendo piadinha para insultar o homem que eu convivo. — Se fosse a minha mulher, eu dava uma correção. — a loira abaixa a cabeça no mesmo momento, morrendo de medo. Sério, não sei como ela aguenta viver com esse doente.

— Graças a Deus que não sou a sua mulher, porque senão eu dava uma surra em você todos os dias.— respondo o afrontando e arrancando risos do pessoal.

Harry fica revoltado.

— Tá pensando que tá falando com quem, Gomez? Eu não sou o Bieber, não, pra você fazer o que quiser.— o rebaixa, com o tom agressivo, querendo partir para cima de mim.

— Ainda bem, porque Justin é melhor que você.— olho pro loiro ao meu lado, segurando em sua mão. Mabel está entre nós dois e olha para cima curiosamente. — Justin pelo menos é homem de verdade, já você é um COVARDE.— enfatizo e o namorado da Taylor se descontrola.

— EU VOU TE MOSTRAR QUEM É O COVARDE.— é preciso Chaz e Ryan o segurar, porque ele está completamente louco.

— CHEGA!— Nina se intromete, tendo que gritar.— Todos pra casa.— manda, gesticulando com o braço.— Aqui não é circo, para vocês ficarem se provocando!— seu olhar vai inclusivamente para Camila, que sorri amando assistir a treta.

Logo nós vamos nos espalhando, pra irmos cada um para nossas cabanas. Peço para que Justin leve a nossa filha nos braços, porque o sono finalmente está batendo na pestinha. Ela já está até com os olhos sonolentos e parou de ficar horas repetindo que existe um homem mau e essa coisa quer matar todos nós.

Deve ser só invenção da cabeça da Mabel, não faz sentido ela ter presenciado o assassinato da Liz e não ter pedido ajuda.

Chegamos a conclusão que o culpado foi Canibal, mas não vamos puni-lo. Não dessa vez, mas da próxima, o velho safado vai direto queimar na fogueira.

— Nossa... que bagunça!— reclamo, tirando as chinelas dos meus pés. Eu não vou surtar, mas que droga!

O sangue da vítima está alastrado pela cabana inteira. Ah meu Deus! Que ódio. Aquela inútil morreu e ainda deixou trabalho.

— Selena. Como ela vai dormir?— pergunta ele no corredor, com a menina nos braços, pois a cama de Mabel está ensangüentada também e o corpo da vítima ainda se encontra estirado lá.

— Não sei, se vira .— dou de ombros, descansando um pouco no sofá.

— Caralho, escuta. Ela tá com sono. — reclama da minha falta de responsabilidade. Às vezes dá muito trabalho ser mãe, não tenho vocação.

— Eu não sei!— grito sem paciência.— Coloca ela aqui no sofá.— dou uma opção. Justin vem, a jogando como algo descartável em cima do estofado vermelho, com um outro humor.

Mabel está dormindo tão profundamente que nem percebe a forma brusca de como seu pai a jogou.

— Eu te odeio todos os dias por você ter tido essa criança. — a observa dormir, havendo uma indiferença em suas íris cor de mel. No seu olhar penetrante, existe uma frieza de um psicopata que não sente remorso.

— Mabel foi um erro, Justin. Eu sei que sim. Mas você sempre vai jogar na minha cara? Temos que a proteger a qualquer custo, porque é a nossa genética que está aí, compreende?— aponto em sentido a garotinha que dorme como um anjinho.— Ela é a nossa filha.

— Sua filha, e não minha.

— Que diferença isso faz?

— Um dia eu posso a matar acidentalmente, quem sabe.— ameaça sombrio, pra querer me atingir.

Esse demônio nunca machucou uma criança e não será agora que fará isso.

— Você não se conforma dela não ser sua. — jogo em sua cara. O mesmo está cabisbaixo, como se refletisse antes de:

— Quem é ele?— volta a perguntar e gargalho irônica.

Ele nunca vai saber quem é o pai legítimo de Mabel, porque essa pessoa é um dos nossos.

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