Me chamo Bruna, sou Veterinária e tenho 23 anos.
Fui criada na cidade, com os meus pais e o meu irmão. Amor, na minha família transborda e somos todos muito apegados. Hoje, estou de mudança para a fazenda, me formei e quero aprender na prática com o meu tio Darcio que é veterinário. Acordei animada e estou ansiosa para essa nova etapa da minha vida. O meu irmão é o meu melhor amigo e ficar longe dele e dos meus pais será a parte difícil.
Bruna: Chegamos a fazenda, vou correndo para os braços dos meus avós.
Que saudade!
(Marlene, 73 anos e Bruce, 75 anos. Personagens da obra "Quando Um Homem Ama Uma Mulher". A foto é só para recordarem dos personagens).
Bruce: Minha princesa andou crescendo mais?
Falo passando a mão na cabeça da Bruna, que me dá um sorriso travesso.
Bruna: Vovô, sabe que já parei de crescer há muito tempo. Mas, o cabelo cresceu.
Marlene: Está linda minha princesa.
(Noah, 18 anos. Irmão mais novo da Bruna)
Noah: Estão mimando demais a Bruna, ela fala para todos que é a preferida.
Me aproximo e sou sufocado com um abraço duplo dos meus avós.
Bruna: Porque sou Noah! Inclusive sou a sua irmã preferida.
Noah: É a única que tenho Bru!
Falo sorrindo da Bruna.
Bruna: Eu sei meu bebê, mas também sei que ama!
Noah: É a minha princesa, claro que te amo!
Passo a mão pelo ombro da Bruna, beijo a cabeça dela e entramos juntos em casa.
Bruce: Bruna entra toda alegre com o Noah para falar com a Lilly. O James está no acampamento da escola e a Lilly também está de férias da faculdade. Ela decidiu fazer faculdade de Psiquiatria e teve o apoio de todos da família. Noto o Maurício abatido.
O que está acontecendo filho, porque está abatido?
Maurício: A Bruna vai ficar de vez na fazenda, ela terminou o estágio e quer aprender na prática com o Darcio.
Marlene: Meu filho, criamos os filhos para serem independentes, mas não é fácil quando eles voam.
Falo passando as mãos com carinho pelo rosto do Maurício.
Melissa: Pelo menos ela estará na fazenda com vocês e a veremos sempre.
Falo abraçando o Maurício por trás e escorando a cabeça no ombro dele.
Lilly: Desço as escadas correndo e abraço a Bruna e o Noah.
Que demora! Estou ansiosa para maratonar uma série com vocês.
Bruna: Vou ficar de vez na fazenda. Vim para morar aqui!
Noah: Observo a Bruna toda alegre, dizendo que vai ficar na fazenda e tento disfarçar a tristeza que sinto. Ela vai fazer falta, é a minha melhor amiga.
Lilly: Aí meu Deus! Não sei o que dizer, ficaremos separadas, fico mais na cidade devido à faculdade.
Abraço apertado a Bruna com misto de alegria por ela e tristeza porque nos veremos bem menos.
Bruna: Vamos nos falar todos os dias por telefone. Animo! Estamos de férias e teremos muito tempo para aproveitar juntos aqui na fazenda.
As horas passam, pego a correspondência, enquanto um dos peões da fazenda prepara o meu cavalo. Levo para casa a correspondência e pego um copo com água na mesa. Tem uma carta endereçada para mim e acho estranho porque veio de uma penitenciária.
Maurício: A Bruna fica branca, deixa um copo de vidro cair da mão dela no chão e apoia a mão na mesa. O barulho faz com que todos olhem para ela.
Filha!
Bruna: Edgar...
Melissa: Me aproximo da Bruna e ela tira a minha mão do ombro dela respirando pesado, com os olhos cheio de lágrimas.
Bruna: Ele é o meu pai?
Pergunto segurando a carta do Edgar com as mãos trêmulas, orando para estar errada.
Melissa: Filha, me deixa te explicar.
Bruna: Me ensinaram que mentir é errado, nunca escondi nada de vocês e me enganaram a vida toda! Como puderam?
Maurício: Meu amor...
Me aproximo e a Bruna se afasta, com lágrimas rolando pelo rosto.
Bruna: Vocês me falaram que ele tinha morrido, enquanto esteve preso todos esses anos. Mentiram para mim!
Coloco a carta na mesa e me afasto dos meus pais com o peito doendo.
Noah: Bruna sai correndo e o meu pai vai atrás dela. A minha mãe chora a ponto de soluçar e fico sem entender nada.
Mãe...
Melissa: Ia contar, tentei falar a verdade.
Noah pega a carta que a Bruna deixou na mesa, ele lê e me entrega. Leio e fico sem reação.
Maurício: Corro atrás da Bruna e um peão avisa que ela saiu a cavalo. Pego o meu cavalo e saio atrás dela, não há encontro e volto para casa para ver se ela retornou. Encontro a Melissa sentada abraçada ao Noah, chorando. O meus pais estão em pé agoniados.
Bruce: Onde ela está?
Maurício: Saiu a cavalo pai, não a encontrei nos limites da propriedade.
Melissa: Meu Deus!
Bruce: Vamos atrás dela!
Maurício: Pai, a Bruna não é irresponsável, ela precisa de um tempo!
Noah: Porque mentiram?
Melissa: Noah me olha com mágoa.
Filho, o Edgar não é bom como fez parecer na carta. Tentei proteger a sua irmã
Maurício: Bom?
Melissa me entrega a carta e começo a ler.
Minha princesa, não sabe como sinto a sua falta, são vinte anos sem te ver, sem poder ouvir a sua doce voz me chamando de papai. Não fique chateada com a sua mãe, a amava com a minha vida e cometi alguns erros que estou pagando por eles preso. Sonho com a sua visita a anos, não há um dia se quer que não durmo e acordo pensando em você. Entendi os meus erros, estava doente e não tive ajuda, piorei e quando a sua mãe me abandonou te levando, fiquei louco. Agora, estou me tratando e vim implorar o seu perdão. Eu te amo minha princesa, com amor do seu papai.
Melissa: Maurício amassa a carta com raiva.
Maurício: Maldito miserável, deveria ter deixado aquele desgraçado morrer!
Noah: O meu pai fica furioso e começo a temer a história por trás do pai biológico da Bruna, porque nunca o vi assim. Aliás, estão todos muito abalados e nem sei o que pensar.
Pai...
Maurício: Desculpa meu filho.
Noah me abraça e tento respirar.
Noah: Quero a verdade pai!
Melissa: Essa história é minha e assim que a Bruna voltar, vou contar ela a vocês.
Falo secando as minhas lágrimas.
Lilly: Desço correndo as escadas.
Tia, a Bru disse que está bem, mas que precisa de um tempo.
Maurício: Falou com ela?
Lilly: Ela me mandou uma mensagem.
Falo triste, vendo o estado de todos.
Daiane: Fez o certo Mel e se esse segredo nunca fosse revelado, seria melhor ainda.
Falo passando as mãos pelo rosto da Melissa vendo muita tristeza nos olhos dela.
Melissa: Viu como ela me olhou? Nem deixou que a tocasse.
Noah: Não sei o que aconteceu mãe, mas sei que teve um bom motivo para esconder a verdade de nós. A Bru está magoada, mas ela te ama.
Fico arrasado vendo o estado de todos.
Maurício: Não fica assim meu amor.
Melissa: Fico abraçada ao Maurício e o Noah esperando a Bruna voltar. Começa a escurecer e fico preocupada.
Amor, precisa ir atrás dela... Está ficando tarde.
Maurício: Eu vou. Fica bem, a trarei de volta em segurança.
Melissa: Maurício beija a minha testa e sai com o Bruce. Daiane senta comigo, o Noah e a Lilly ficam perto da Marlene.
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Horas antes...
Bruna: Saio a cavalo sem rumo certo, não consigo entender como os meus pais puderam mentir para mim. Seco as minhas lágrimas, tentando lembrar de qualquer coisa da minha infância. Fico sufocada, me esforçando e não me lembro de nada dos meus quatro anos. O Galã dispara no meio da floresta, bato com força a cabeça num galho grosso de uma árvore e caio tonta, fico desnorteada, sem saber se cheguei a perder a consciência. Galã segue e fico pedida no meio da mata, estanco o sangramento da minha cabeça e limpo superficialmente. Caminho sem rumo abraçada ao meu próprio corpo, escuto alguém engatilhar uma arma e fico imóvel.
(Luís, 27 anos. Policial)
Luís: Estou acampando e vejo uma mulher na mata dentro da minha propriedade.
O que me impede de atirar em você agora mesmo?
Bruna: Nada! Vá em frente e atire!
Luís: Não estou brincando, se vire com as mãos para cima.
A moça que invadiu a propriedade se vira, posso ver a cabeça dela sangrando e as lágrimas descendo pelo seu rosto abatido. Ela parece um anjo e me olha de forma profunda. Abaixo a arma e me aproximo dela.
Bruna: Desistiu de atirar?
Luís: Está ferida?
Bruna: Não é nada, me machuquei quando o meu cavalo disparou.
Luís: Onde mora? Te levo em casa!
Bruna: É o último lugar que quero ir, nesse momento.
Luís: Estou acampando aqui perto, me deixe limpar esse ferimento.
Bruna: É médico?
Luís: Não, mas tenho treinamento para ajudar em emergência. Está sentindo tontura, enjoo ou sono?
Bruna: Não.
O estranho aponta para direção que vai seguir e me lembro do meu pai me alertando sobre não aceitar ajuda de estranhos. Seguro as minhas lágrimas e sigo ele, fiz tudo certo a vida toda e descobri da pior forma que as duas pessoas que mais confiava no mundo, mentiram para mim. Mando uma mensagem para a Lilly avisando que estou bem e preciso de um tempo, porque não quero que venham atrás de mim.
Luís: Como se chama?
Bruna: Não quero saber o seu nome e não vai saber o meu. É só um estranho, me fazendo uma gentileza.
Luís: Tudo bem.
A estranha me segue e chegamos até a minha barraca em silêncio. Noto ela secando as lágrimas e me incomoda a tristeza nos olhos dela. Ela senta perto da fogueira e limpo a ferida dela. Passa álcool e ela solta um chiado de dor, fazendo uma careta fofa e acabo sorrindo do jeito meigo dela.
Bruna: O estranho assopra a minha testa sorrindo, ele tem um sorriso lindo que me prende mais tempo do que gostaria.
É feio rir do sofrimento de outra pessoa, sabia?
Luís: Não estou rindo do seu sofrimento. Só achei fofa a carinha que fez.
Seguro o queixo da estranha, que me olha nos olhos, como se quisesse saber se estou sendo sincero.
Bruna: Sinto o hálito refrescante do estranho no meu rosto e fico hipnotizada pelos olhos dele. Ele se aproxima dos meus lábios e não recuo, o estranho para, como se pedisse permissão para continuar. Me aproximo ainda mais e toco os meus lábios, no dele. Ele me beija de um jeito calmo, explorando a minha boca sem pressa. Sinto as suas mãos percorrendo a minha cintura até alcançar as minhas costas e o beijo fica mais urgente. Paramos por falta de ar e fico ofegante olhando para ele. Sei que é errado beijar um estranho assim, mas sendo honesta, não ligo.
Luís: Você é linda estranha.
Falo passando a mão pelo rosto da estranha.
Bruna: Você beija bem, por um instante esqueci o que estava me machucando.
Luís: Quer falar sobre isso?
Bruna: Não, quero esquecer isso!
O estranho volta a me beijar, o beijo é mais urgente e me entrego totalmente a todas as novas sensações que me causam. Entro na barraca com ele completamente perdida nos seus toques e carícias.
Luís: Quer isso?
Bruna: Quero.
O estranho volta a beijar a minha boca ele passa as mãos pelas minhas coxas de forma firme me fazendo arrepiar. A minha mente está uma bagunça e grita para mim ir embora, mas meu corpo tem vida própria e me deixo levar. O estranho tira o meu vestido e fico confortável com ele. Ele tira a blusa dele e a calça, tento disfarçar a minha insegurança quando noto o volume da cueca boxer branca dele. Ele tira o meu sutiã e depois a minha calcinha, não era nada sexy, só uma lingerie preta comum. Só posso estar louca!
Luís: A estranha tem um corpo perfeito, a cintura fina dela, somada aos seios médios e a bunda empina, são um combo perfeito para enfeitiçar a minha alma. Ela parece insegura, entendo ela, sou um estranho, mas ainda que saiba que isso é errado, não consigo parar. É muito mais do que química, o que temos.
Bruna: O estranho tira a cueca e não olho o membro dele, com medo de desistir. Ele se posiciona em cima de mim e volta a me beijar. Os seus beijos e carícias me deixam excitada como nunca fiquei. Ele morde e chupa o meu pescoço e vai descendo os beijos até chegar aos meus seios, acabo gemendo quando ele suga sem pudor um e massageia de forma firme o outro. Movo os quadris na direção do membro dele, ele desce uma mão até a minha intimidade e acaricia enquanto suga o meu seio e sinto o meu corpo incendiar, a sensação é maravilhosa e tenho o meu primeiro orgasmo, com sensações que desconhecia.
Luís: A estranha delira rebolando na minha mão e goza gemendo manhoso. Coloco o meu membro na entrada dela e deslizo com dificuldade mesmo ela estando bem lubrificada. A entranha geme com dor e noto que ela é virgem, paro no mesmo instante sem saber o que fazer.
Nunca fez isso?
Bruna: Não, mas quero fazer. Não para, por favor. Deveria ter contado, mas não pensei em nada desde a primeira vez que me beijou. Se me deixar assim, vai ser muito humilhante.
Luís: Desde o momento que ajudei a estranha, estou quebrando todas as minhas próprias regras. Ela me olha de um jeito que me desmonta, é como se não pudesse dizer não para ela e não sei explicar o que essa pequena feiticeira está fazendo com o meu psicológico. Volto a beijá-la e me movimento devagar e com cuidado até estar totalmente dentro dela. Seco as lágrimas que descem pelo canto dos olhos dela e beijo o seu rosto com carinho.
Se movimenta devagar.
Bruna: Faço o que estranho fala e me movimento devagar.
Dói...
Luís: Vai melhorar.
Volto a chupar os seios da estranha e aos poucos ela aumenta os movimentos e a expressão de dor dela suaviza. Me movimento com cuidado até ter certeza que ela também está sentindo prazer. A estranha geme é aumento a velocidade com que entro e saio dela, me controlando para não machucá-la. Chegamos ao nosso limite juntos e saio com cuidado de dentro dela. Sinto o meu corpo inteiro relaxado, nunca tinha transado com uma virgem e nunca tinha feito amor com uma mulher. Era apenas sexo por prazer e hoje foi diferente, a estranha é diferente.
Bruna: O meu corpo fica elétrico, minha intimidade dói, mas foi tão bom que não sei explicar. Me deito no peito do estranho e fico em silêncio com ele passando as mãos pelos meus cabelos. Ele é carinhoso, talvez se sinta responsável por ser virgem.
Não me deve nada, eu quis isso.
Luís: Não tinha camisinha aqui. Nunca fiz isso, transar com uma estranha e muito menos sem camisinha.
Bruna: Como pode comprovar, também nunca fiz. Vou comprar uma pílula do dia seguinte, fiquei tranquilo.
Luís: Não vai mesmo me falar o seu nome.
A Estranha levanta e começa a se vestir. Ela me olha e me dá um sorriso doce.
Bruna: Não, está tarde e preciso ir. Vi o rio, então sei como chegar em casa. Não faremos apresentações e se te ver outra vez vou saber que é o destino.
Luís: Sabe que isso é loucura não é mesmo?
Bruna: Mais loucura, do que encontrar um estranho no meio da mata, que engatilhou uma arma, apontada para minha cabeça e sem nem saber o nome dele, transar pela primeira vez numa barraca?
Luís: Falando assim.
A estranha me beija, sai sem dar tchau e fico sem acreditar. Me levanto, me visto rápido e vou atrás dela. Não vejo nem sinal dela e fico preocupado com essa garota andando pela mata sozinha escurecendo.
Bruna: Sigo de volta para a fazenda um pouco desnorteada, vejo o meu pai e o meu vô distante, saindo de casa.
Bruna: O meu pai corre na minha direção e desvio do abraço dele.
Preciso de um banho.
Bruce: Está machucada?
Bruna: Não é nada. Galã disparou bati em galho e cai, mas estou bem.
Maurício: Precisamos conversar filha.
Bruna: O meu pai fala enquanto entro em casa não deixando ninguém se aproximar.
Esperaram por vinte anos, podem esperar que tome um banho para me explicarem porque mentiram todo esse tempo.
(Maurício, 53 anos e Melissa, 43 anos. Principais da obra "Quando Um Homem Ama Uma Mulher". A foto é só para recordarem dos personagens).
Melissa: Bruna nunca nos tratou assim, ela sobe e ficamos esperando ela descer.
Noah: Subo atrás da Bruna com a Lilly.
Precisa ouvir o que eles tem para falar.
Bruna: Vou ouvir, depois do banho.
(Lilly, 18 anos)
Lilly: Acha mesmo que eles mentiram para você sem motivos?
Bruna: Não acho e isso é o que mais me assusta. Tentei me lembrar, mas não me lembro de nada e pela expressão da minha mãe devo ser filha de um monstro. Vou banhar e logo desço para ouvir a história horripilante por trás da mentira que me contaram por vinte anos.
Noah: Bruna está séria, posso ver como ela está irritada, ela pega uma roupa e entra no banheiro.
Lilly: Tudo vai se resolver não é mesmo?
Noah beija a minha testa e me abraça apertado.
Noah: Espero que sim. Nem parece ela mesma.
Desço com a Lilly e ficamos com todos na sala.
Bruna: Tomo um banho longo, fico com a cabeça em baixo do chuveiro com os olhos fechados ainda me esforçando para resgatar qualquer lembrança e nada. Me visto, sinto uma tontura forte, fico com sensação que perdi a consciência por alguns segundos e ignoro. Penso na burrada que fiz me deitando com um completo estranho, me guardei para me entregar a alguém que realmente amasse e simplesmente me deitei com o primeiro homem que apareceu na minha frente. Não entendo porque fui tão impulsiva, seco as minhas lágrimas, a minha cabeça parece que vai explodir e mal me lembro de como é a aparência do estranho. Desço com vergonha de mim mesma, todos me olham como se fosse digna de pena e talvez seja.
Pode falar...
Melissa: Filha...
Me aproximo e a Bruna se afasta.
Bruna: Só não mente mais. Eu não consigo me lembrar de nada, mas penso que é algo ruim e mesmo sem entender porque mentiu, agora só quero a verdade.
Daiane: Não época eu te acompanhei, tinha alguns traumas minha princesa e depois foi como se tivesse apagado tudo. Nunca mais tocou no assunto, a sua mente bloqueou essas lembranças para te proteger e deixamos assim.
Maurício: Só não queríamos que sofresse.
Bruna: Crescer sabendo a verdade, por mais doloroso que fosse, seria melhor que vinte anos depois saber que os seus pais escolheram mentir para você. Me lembro que acreditava que era meu pai biológico e um dia já adolescente levei um susto com o nome do Edgar na minha certidão de nascimento, te perguntei mãe e me disse que ele tinha morrido. Agora pensando no estado que ficou quando toquei no me dele, me faz pensar se não sou o fruto de um estupro, estou errada?
Enxergo mal a minha mãe e começo a me sentir confusa.
Melissa: O Edgar não é o seu pai e nunca foi!
Bruna: Ainda me lembro de te ver chorar e pensar que ele era uma boa pessoa e que sofria pela morte dele. Todos esses anos, não toquei nome dele, porque não queria que revivesse a sua morte e guardei para mim a curiosidade que tinha de saber quem foi o meu pai biológico, para não te ver sofrer!
Melissa: Me casei com o Edgar...
A Bruna começa a rir descontroladamente e acho ainda mais estranho o comportamento dela. Ela está inquieta, irritada e esse comportamento começa a me preocupar.
Bruce: Bruna está estranha desde que chegou aqui, encaro bem ela e noto as suas pupilas dilatadas. Ela está inquieta e quando desceu a escada, notei uma certa dificuldade.
Meu amor, me deixa te examinar.
Bruna: Quem é você?
Fico tonta e não reconheço quem fala comigo, olho em volta e está tudo embaraçado. A dor de cabeça fica insuportável e perco a consciência.
Noah: Me levanto e me aproximo da Bruna. Ela desmaia e o meu pai segura ela, me desespero vendo ela ter uma convulsão. O Darcio me impede de me aproximar.
(Darcio, 51 anos e Daiane, 47 anos. Personagens da obra "Quando Um Homem Ama Uma Mulher". A foto é só para recordarem os personagens).
Darcio: Ela vai ficar bem Noah, seu vô vai cuidar dela.
Seguro o Noah que se desespera, enquanto a Daiane abraça a Lilly.
Melissa: O Maurício protege a Bruna durante a convulsão, para ela não se machucar. Tento respirar vendo ela se debatendo.
Filha...
Bruce: Sobe com ela meu filho, preciso da sua ajuda para fazer uma craniotomia descompressiva, para redução da pressão intracraniana.
Marlene: O quê?
Falo desesperado com expressão de pânico no rosto do meu pai. Ele não opera mais e sei que não faria isso, se a vida da Bruna não estivesse em risco.
Bruce: Não temos tempo, ela teve um traumatismo craniano e não sabemos a quanto tempo. Vamos reduzir a pressão intracraniana e levá-la ao hospital, peça uma ambulância minha rainha.
Maurício sobe com a Bruna, pego uma furadeira, é o que tenho aqui, que posso usar e faço o meu melhor com a ajuda do Maurício e da Marlene. A ambulância chega, finalizo o procedimento com as mãos trêmulas e seguimos todos para o hospital.
Melissa: A Bruna entra as pressas para realizar uma cirurgia e ficamos aguardando todos na sala de espera. O neurocirurgião aparece e nos levantamos todos de uma vez.
Neurocirurgião: Ela está bem, graças a craniotomia que fizeram a cirurgia foi um sucesso e estou otimista quanto a recuperação.
Maurício: Ela pode ter alguma sequela?
Neurocirurgião: Não posso afirmar, temos que aguardar ela acordar. Pode levar alguns dias, o cérebro inchou e o melhor é deixá-la sedada, por enquanto.
Bruce: O neurocirurgião sai e ficamos aguardando a Bruna ser levada para um leito na UTI.
Maurício: Somos liberados para ver a Bruna, ela está entubada e com uma faixa na cabeça. Melissa segura a mão dela e chora a ponto de soluçar. Abraço ela e o Noah, ficamos assim, sem querer sair de perto dela.
Marlene: Maurício, Melissa e Noah tentam se apoiar. Daiane e Darcio ficam com a Lilly que está muito abalada. Abraço o Bruce que está se fazendo de durão cuidado de todos, mas está sofrendo.
Foi incrível meu amor, ela vai ficar bem.
Bruce: Na hora que ela chegou deveria ter visto que tinha algo estranho, o comportamento dela já era um indício.
Maurício: Não pensa assim pai, ela estava chateada, não dava para imaginar que tinha algo errado.
Melissa: A culpa não é de vocês, é minha, eu deveria ter contado a verdade a ela. Nada disso teria acontecido.
Noah: Mãe não faz isso com você mesma. Estava apenas tentando protegê-la.
Melissa: Ainda sim, errei em mentir.
Falo passando a mão pelo rosto da Bruna. Ficamos um tempo todos aqui, meus sogros, o Noah, a Daiane, o Darcio e a Lilly vão para a nossa casa e fico com o Maurício no hospital. Bruna passa a noite bem, pela manhã fazem um exame para ver a função cerebral dela e graças a Deus está preservada. Se passam três dias e nada dela acordar, ainda está entubada. Os médicos não sabem explicar porque ela não acordou já que todos os exames estão sem alteração.
Maurício: Ela vai acordar amor, precisa acordar.
Melissa: Se algo acontecer com ela, não vou me perdoar.
Maurício: Não pensa assim, nada vai acontecer com ela.
Melissa: Depois de todo esse tempo, permitimos que o Edgar nos fizesse mal mais uma vez. Se tivesse contado a verdade, nada disso teria acontecido.
Maurício: Fizemos o que julgamos ser melhor para ela, mas nem sempre acertamos em tudo. Não discordo que mentir foi errado, mas quando ela acordar e estiver melhor vai te entender.
Melissa: Terei que magoa-lá, tenho medo do que essa verdade pode fazer com a cabeça dela.
Maurício: Vai ser difícil e até doloso, mas estaremos ao lado dela e vamos cuidar da nossa filha.
Melissa deita no meu peito, o Noah entra com flores e senta entre mim e a Melissa. Deixamos ele com a Bruna e saímos um pouco para comer algo.
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