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A ÓRFÃ E O CAPO DA MÁFIA AMERICANA

Capítulo 1

Eu ainda consigo sentir o gosto de sangue fresco em minha boca e a sensação do suor escorrer por meu rosto quando o chão do ringue embaixo do meu corpo começa a girar, um soco forte bem encima do meu olho esquerdo foi o suficiente para fazer com que eu tombasse ao chão, não isso não aconteceria em circunstâncias normais, não me lembro de uma só vez em que um oponente sobre um tatame ou ring improvisado das rinhas de briga conseguisse me atingir com um golpe ou me derrubar em uma luta que envolvesse apenas punhos, meu nome é Nero Guiglermo Gambino, sou o Capo a frente dos negócios em Seattle desde que o velho a quem todos me intitulam filho morreu,não tenho tido um único dia de paz desde que o maldito Simon Guiglermo Gambino decidiu me foder mais uma vez uma última tentativa de acabar com a minha raça, não bastavam todas as surras que me deu quando criança, ou as enumeras vezes em que fez meu corpo de cinzeiro para alimentar seu sadismo doentio e Maléfico ele tinha que me colocar em mais uma roubada, preferia levar mil surras, ser baleado como já fui inúmeras vezes que me submeter a casar com uma pirralha chorona e mimada, quem diabos daria a filha em matrimónio a um homem como eu? Um louco suicida e doente que vê na dor as mais infinitas formas de prazer, cambaleio tentando me levantar, ouço gritos altos que clamam por meu nome me trazendo a obrigação de me reerguer, me seguro as cordas e quando finalmente estou de pé vejo o patético muro de músculos tatuado caminhar como um trator em minha direção,caras como ele são fáceis de derrubar, como já dizem por aí quanto maior o homem maior a queda, acerto com força o rosto do lutador a minha frente fazendo com que um estrondo alto seja ouvido por todos quando seu corpo toca o chão, ele está desacordado mais essa não são as regras, dóis homens entram no ringue mais apenas um deles sai, nesse momento eu chego a sentir inveja do miserável, pelo menos não estará amarrado a uma adolescente idiota ao final do dia, quando me ponho sobre seu corpo já visivelmente atordoado ele sabe que não sairá de onde está com vida.

— Piedade.

Ele diz, certamente não sabia com quem lutaria quando aceitou esse confronto.

— Tenha misericórdia Capo, seja breve.

O soco repetidas vezes, tantas vezes que quando finalmente ele não se move meus dedos estão imersos em sangue, uma mistura perigosa entre o dele e o meu que só me dão tranquilidade pelos diversos tipos de exames exigidos pela máfia em um evento desse porte, quando finalmente sou arrancado de cima dele vejo Orfeu caminhar em minha direção, seu rosto é o do carrasco que me acompanha desde que assumi como capo dos Gambino.

— Está atrasado para cerimônia Capo.

Sua voz pesada é fria e desprovida de qualquer emoção, nem mesmo os anos me servindo como um cão de guarda fiel o fazem capaz de sentir o mínimo de empatia por estar me levando para o que será minha ruína nesse exato momento, Desço as escadas do prédio que está localizado em uma das minhas prioridades no centro com Orfeu em meu encalço, me pergunto porque diabos não o matei ainda, será por ser a única pessoa em quem confiaria minha vida? Acho que não, não dou todo esse valor a merda da minha existência, entro no carro vestindo o paletó preto entregue por ele, um dos consiglieres do conselho tenta a todo custo dar pontos nos nós dos meus dedos abertos em um profundo corte enquanto abotoou minha camisa.

— Pode parar com essa merda?

Grito e ele me encara assustado, se afasta lançando seu corpo fortemente contra a porta, posso sentir o cheiro de seu medo envadir minhas narinas, o cheiro doce de submissão que tanto adoro, quando o carro para em frente ao cartório penso por um segundo em desistir, sou a porr@ do capo quem em sã consciência se oporia a uma decisão minha?

— Está na hora chefe.

Orfeu diz como se lesse meus pensamentos, odeio me sentir acuado e pela primeira vez em minha infeliz existência é exatamente como me sinto, desço do carro seguido por uma enorme escolta, homens que respondem a mim e me servem sem hesitar que nesse momento enfeitam os bancos enfileirados do lugar, caminho em direção ao juiz que me olha visivelmente receoso, seus olhos não me encaram, confusos vislumbram a porta de vidro a sua frente por onde já deveria ter entrado a maldita noiva, acendo um cigarro e tanto ele quanto o auxiliar ao seu lado parecem se preparar para dizer algo, quando meus olhos pousam sobre eles a intenção se esvai juntamente com sua pouca coragem.

— A noiva.

Ele diz como se tentasse se livrar da minha atenção, jogo no chão o que resta do cigarro pisando sobre ele quando ao meu lado se posiciona uma menina miúda de cabelos claros, seu rosto está inchado e suponho que seja de tanto ter chorado, o maldito conselho está me obrigando a casar com uma pirralha que mal saiu das fraldas, enquanto o juiz da início a todo o trâmite legal ela me encara de forma curiosa, seus olhos verdes varrem meu corpo dos pés a cabeça, está visivelmente assustada, assustada ao ponto de se tremer inteira em quanto me encara, o juiz pergunta pela segunda vez sua resposta sobre estar ali de livre e espontânea vontade mais ela parece aérea demais para se dar conta, me fita como quem está diante de um demônio e ela realmente está, nada do que tenham lhe contado sobre monstros se compara ao que sou, é definitivamente uma pena um pequeno anjo como esse ser entregue de forma tão cordial nas mãos de um louco, quanto tempo ela irá suportar, quantos meses irei demorar para destruí-la por completo?

— Senhorita Sierra Bonano?

O juiz diz a tirando do transe que já estava me irritando.

— Sim.

A voz delicada e sem qualquer imponência soa quase como um gemido, tão inocente, nem de longe parece fazer parte da família de ladrões traiçoeiros que pertence.

— E quanto ao senhor Nero Guiglermo Gambino? é por sua espontânea vontade que se unirá a Sierra Bonano em matrimónio?

A olho ainda sem qualquer animação.

— Sim, só acabe logo com esse maldito circo.

Nero Guiglermo Gambino 35 anos, líder de uma gangue de motoqueiros conhecida como "Hells" e o Capo representante da família Gambino.

Capítulo 2

Quando a luz do dia invadiu a janela do meu quarto eu quis me lançar do terceiro andar do prédio, anos vivendo em uma colégio interno na Suiça voltando para casa unicamente para ser obrigada a me casar com um maníaco louco e doente.

Meu nome é Sierra Bonano, sou uma das herdeiras de um império falido conhecido como Bentore, minha família comanda as transações internacionais de importação e exportação de produtos e mercadorias ilegais da máfia americana o que os torna indispensáveis para realização de todo o trabalho sujo, como uma menina boba sabe de tudo isso? é simples, ouvi durante anos burburinhos e fofocas de minhas colegas de colégio sobre meu vínculo com o grupo chamado "mafha Bentore" resumidamente esse grupo é comandado por dóis homens que servem como alicerce para o crime organizado e não tem pudores quando se trata de servi-los, sendo direta em toda a história Beck e Therence meus irmãos são os "faz tudo" da máfia, assumiram esse posto quando ficamos órfãos a seis anos atrás, é sempre tão triste falar sobre isso, ainda não acredito que papai e mamãe morreram, uma viagem simples até Paris ter como fim trágico um acidente de carro em que eles não retornaram é no mínimo perturbador não acham? me sento na cama prendendo meus cabelos em um nó, por mim fugiria agora mesmo sem olhar para trás, nunca estiveram em meus planos uma vida de submissão sendo subjugada e tratada como lixo por um dos velhos asquerosos que encabeçam a máfia, respiro fundo, como queria que tudo isso fosse um pesadelo, um devaneio no qual eu simplismente me dou conta de que tudo não passa de uma peça pregada pelo destino, a realidade é bem mais dura, cruel e injusta, quando meus pais morreram deixaram uma fortuna que três adolescentes inconsequentes e bobos jamais seriam capazes de comandar, Therence o mais velho se viciou em jogos de azar, em drogas pesadas e não demorou levar o Beck com ele, perdemos praticamente tudo que tínhamos e só não estamos na rua nesse exato momento devido a um acordo feito por meu tio Andrei com o Don da família Gambino, as cláusulas desse contrato ainda são uma incógnita para mim, os únicos detalhes que me foram passados é que meus irmãos se tornariam escravos da máfia fiéis aos Gambino e que eu seria entregue ao Capo deles quando completasse 18 anos, eu desejei morrer antes que chegasse esse dia, desejei desaparecer, fugir mais só eu sei o que tal atitude iria provocar, por mais treinados e espertos que sejam meus irmãos não seriam fortes o suficiente para enfrentar os líderes da máfia americana, sucumbiriam aos erros de um passado distante que só eu sei, foram motivadas pela dor da perda que sofremos, amo os dois idiotas, são homens bons apesar da vida errada, Beck tem pouco mais que a minha idade e Therence cuidou de nós como um pai quando o nosso se foi, jamais daria as costas a eles, me levanto da cama caminhando até o enorme closet, tiro dele um vestido delicado e simples que foi minha escolha para me unir em enlace com meu possível algoz.

Não conheço Nero Gambino, não sei como é sua aparência mas alguem com uma reputação como a dele tem que no mínimo ter uma carcaça que combina com o coração, o dele é apenas maldade o que me faz crer que estou indo de encontro com o próprio Satã encarnado, entro no banho tomando uma ducha rápida, lavo meus cabelos me permitido chorar embaixo do chuveiro, quando finalmente me sinto pronta para enfrentar a realidade sou golpeada por aquilo que até o último minuto tentei ignorar, duas mulheres esperam para me preparar para o casamento, com muita insistência permitem que eu me vista sozinha, o noivo exigiu que a cerimônia fosse apenas no cartório e suspeito ser porque demônios não frequentam igrejas, quando finalmente estou pronta desço as escadas ao encontro de Therence, ele me espera no vão da escada e seu olhar é de quem carrega arrependimento até nas entranhas da alma.

— Está linda Sierra.

Diz beijando minha testa, Beck está parado em frente a porta de cabeça baixa, não tem me olhado nos olhos nos últimos dias.

— Vamos?

Digo com a voz embargada, não quero chorar frente a eles, sei o quanto tudo está sendo doloroso para os dois,quando entramos no carro rumo ao cartório não consigo mais segurar as lágrimas, desabo em desespero e Beck me abraça, todo pânico se intensifica quando a porta do veículo se abre e me vejo obrigada a enfrentar meu destino, vários homens armados com aparência semelhante a de bárbaros estão enfileirados do lado de fora, um deles segura uma arma de grande porte que me deixa completamente assustada.

— São os homens dele, fique calma, não irão te machucar.

Beck sussura tentando me acalmar, Therence abre a porta para que eu desça e me beija a mão de forma gentil.

— Me perdoe mana, eu sinto tanto.

Apenas assinto, pela primeira vez desde que soube de tudo eu senti raiva, raiva dos dois por me imporem tal destino, caminho em direção ao altar o lugar está lotado e nem uma dessas pessoas me parece conhecida, respiro um tanto mais calma quando vejo tio Andrei sentado na primeira fileira de bancos, sorri de um jeito terno o que me faz chorar ainda mais compulsivamente, o juiz me escara sério seu olhar é assustado suponho que pelo homem enorme parado diante dele, está de costas mais seu estilo largado não deixa dúvidas de sua insatisfação em estar ali, seu terno amarrotado está posto de forma desleixada, usa jeans e coturnos nos pés, o cabelo preso em um coque samurai parece ter sido feito as pressas e não se vira para olhar quando entro como metade das pessoas presentes faz, o encaro completamente em transe nem de longe é o monstro que eu esperava, até o desmantelo lhe cai bem, me olha por um segundo e nesse exato momento sinto minha face queimar, seus olhos são escuros e profundos, seu supercílio cortado e de quem acaba de sair de uma briga, briga essa que me é confirmada pelos nós abertos em carne de seus dedos sangrentos, perdida em meus pensamentos sequer ouço o que é dito pelo juiz quando de forma ríspida ele pronuncia meu nome mais uma vez.

— Senhorita Sierra Bonano?

Diz me arrancando de meu transe

— Sim.

Minha voz mal abandona meus lábios.

— E quanto ao senhor Nero Guiglermo Gambino, é por sua espontânea vontade que se unirá a Sierra Bonano em matrimónio?

Ele me olha de um jeito frio, sem qualquer expressão

— Sim, só acabe logo com esse maldito circo.

Capítulo 3

Nero grita impaciente fazendo com que um arrepio percorra meu corpo, o juiz praticamente ignora tudo que ainda falta dos trâmites legais estendendo a nós os papéis a serem assinados, Nero assina primeiro, a folha marcada com o sangue de seus dedos é como uma sátira irónica, estou firmando nesse exato momento um pacto com o diabo.

— Pela lei designada a mim pela justiça dos EUA e o estado de Washington vos declaro casados.

O juiz diz com um sorriso gentil que some no exato momento em que o noivo o encara, Nero me agarra pela mão andando até a porta.

— Posso me despedir da minha família?

Choramingo e ele me olha, jamais vi uma expressão tão fria, tão desdenhosa.

— Você não tem família, tem dono, é minha propriedade de hoje em diante, esqueça os fracassados a quem chama de irmãos, o velho traidor a quem chama de tio, vendeu sua alma ao demônio criança e ele vai devora-la até que não reste nada mais que essa bela casca.

Abre a porta do carro para que eu entre, tive que me desdobrar para não cair de joelhos em pleno salão, o medo fez com que eu me esquecesse de como se andava e não tenho dúvidas de que ele estava disposto a me arrastar pelo chão caso eu não me lembrasse de como se faz, assim que deixamos o cartório uma chuva forte desaba, olho pela janela o temporal que mais parece o céu chorando por minha desgraça, castigando Seattle por um casamento destinado ao fracasso, seja lá para onde estou sendo levada não é nem de longe perto da minha antiga casa, a porta se abre e uma verdadeira muralha para diante de mim, um homem sem expressão que parece ser o braço direito do meu carrasco segura um guarda chuva nas mãos o estendendo em minha direção, desço com sua ajuda enquanto o noivo simplismente se embrenha na tempestade, seus cabelos estão molhados, seu rosto de traços másculos cravados em um expressão nem um pouco amigável, quando entramos na enorme casa ele já está sentado em sua poltrona segurando em uma mão o charuto e na outra um copo de whisky caro.

— Nos dê licença Orfeu.

Diz de forma dura, jamais em minha vida ouvi tal timbre, uma voz tão rouca e pesada que mais parece um rugido de dor, parada diante dele me sinto frágil ao ponto de ser despedaçada, devorada como uma presa destinada a morte desde o ventre em que foi gerada, seus olhos me encaram de forma tão profunda que parece realmente devorar minha alma.

— Sabe o que fez a si mesma menina, quando aceitou ser a dona dessa casa?

Tenho medo de responder e não ter voz suficiente para sustentar minha audácia.

— Não me deram outra escolha, estava destinada a ser sua esposa Nero.

Digo e ele se levanta andando em minha direção, é como um assassino prestes a estraçalhar sua vítima.

— Senhor.

— O que?

Respondo confusa e uma de suas enormes mãos envolvem meu rosto, seu polegar toca meus lábios o contornando de forma gentil.

— Me chame de senhor, não lhe dei permissão de me tratar pelo nome.

Me repreende arrancando o que restava da minha coragem.

— Mas, você é o meu marido.

Ele ri de forma debochada, como um louco tentando destruir o que resta da minha sanidade.

— Minha família comprou você, pagou por seu corpo como faço com as vagabund@s de um puteiro barato, acha mesmo que um papel idiota te faz especial?

Meu sangue ferve nas veias pela ofensa direcionada, o estapeio forte me dando conta em seguida da profundidade do meu erro, seus olhos escuros parecem possuídos por um mal imensurável, Nero segura forte meus braços fazendo com que eu o encare, vejo em sua face estampada a imagem encarnada da maldade.

— Me bata de novo no rosto e juro por Deus que não lhe restará um único dedo para colocar a aliança, lhe farei uma coleira com seu nome, lhe colocarei lá fora para dormir com os cães e se r@stejara pelo chão como um animal para aprender a me respeitar como se respeita um homem.

Rosna em minha face, o medo em mim é tão grande que mal consigo me manter de pé, quando me solta caio de joelhos no chão, lágrimas lavam meu rosto de forma que não parece incomodá-lo.

— Suba, tome um banho e espere por mim.

— O que vai fazer?

Pergunto desesperada.

— Usar o que é meu, é minha esposa pombinha e isso me dá o direito de trep@r contigo em todos os cantos dessa casa, não sou um homem benevolente, não faço caridades, achou mesmo que eu não reivindicaria meus direitos como marido no exato momento que entrasse nessa casa?

Sierra Bonano 18 anos, Filha caçula de um falecido empresário de Seattle.

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