...SEJAM BEM VINDOS CAROS LEITORES!...
...Para entender esse livro é necessário ter lido SEM VOLTA AURORA ALENCAR....
...Esse é um Romance Dark erótico, contém linguagem imprópria, máfia, Hot explícito, BDSM, intriga e abuso, tortura, e eu já falei Hot? Não espere um conto de fadas. Esse livro terá um tom mais sombrio....
...Então se não for o tipo de leitura que aprecie procure outro livro!...
...Não esqueça de apoiar... É muito importante para o autor que aqueles que estão lendo deem o feedback. Assim podemos saber se estamos no caminho certo! E também construir a história com vocês!...
...** Ao começar a ler esteja ciente de que esse livro ainda está em desenvolvimento. Mas atualizarei diariamente. Quem ja leu outros livros sabe que eu me esforço para atualizar todos os dias. Então valorizem essa aspirante autora......
...** Espero que gostem da história!...
** Apoeim! cada presente, voto,curtida e comentario são extremamente importantes.
...Outras considerações: cada autor tem um estilo de escrita. Quem ja leu os meus outros livros sabe que não costumo usar linguagem neutra para expor a minha perspectiva. Gosto de criar histórias fortes e com linguagem forte. E nesse não será diferente. Se desejar continuar: Seja bem-vindo!...
...Athos Gautier Martínez...
— Sabe o que é a escuridão? É a ausência de luz. Nada de bom existe em você, porque o que há de bom no inferno? O que poderia haver de bom em você?
Eu ouvi isso dia após dia, até que de fato não restasse nada bom em mim. Eu era fruto de uma sequência de estup*ros, a obsessão doentia de Antony Martínez era a única coisa que mantinha a minha mãe viva. Ela apanhava todos os dias, o que me fez nascer prematuramente. E quando completei a idade que ele achou necessária me levou para a masmorra, onde não havia raios do sol, onde ninguém veria o meu rosto, uma jaula para um animal ele dizia com um sorriso demoníaco no rosto.
Uma criança vendo diariamente o inferno, passa a gostar dele, passa a se identificar com ele, eu observava cada tortura na minha jaula de metal, um lembrete do meu lugar no mundo, uma jaula que mal me permitia ficar em pé, e ali eu via os punhos de bronze, que desfiguravam o rosto daqueles que ousavam desafia-lo, sim, o lugar onde eu era mantido, era o mesmo destinado aos seus inimigos, lugar de carnificina onde crânios se espalhavam em uma estante como uma espécie de memorial, do quão cruel ele poderia ser, o cheiro de podridão daquele lugar eram impregnados em mim, até que se tornou algo normal, e que não incomodava mais.
Os únicos momentos em que saia daquela Jaula era para ser torturado e treinado. Treino rígido que removia de mim qualquer sentimento de humanidade, e quem me ensinava? O homem que mais odiava na vida, e quando estava bom o suficiente ele me enviava para seus alvos, eu me infiltrava em facções, gangues e máfias, destruindo dinastias, sem que soubessem sequer de onde veio o golpe que sentenciou a morte.
— Um dia você vai sair daqui filho. Me perdoe por ser fraca, e não conseguir ajuda-lo. Quero que lembre de uma coisa: você é bom Athos, e merece ser feliz, e ser amado.
A única generosidade que conheci veio dela, Johana. Era a única também que me chamava pelo nome, contava histórias sobre os três mosqueteiros no pouco tempo que tinhamos juntos, minha mãe era o empecilho que me impedia de sucumbir a loucura de cada tortura e treino. Ela havia sido sequestrada e mantida como escrava se*xual do meu pai Antony Martínez, um homem cruel e sádico que praticamente a matava a cada ato, inúmeras vezes presenciados por mim.
Pertencíamos a ele, eu pertencia aos punhos de bronze, acima de toda aquela podridão, uma casa suntuosa nos arredores de Marselha, o meu pai mantinha a fama de bom homem, uma esposa, um filho e um patrimônio que o tornava um homem poderoso. Sem que ninguém imaginasse o que havia por baixo de tudo aquilo: a sua riqueza maior vinha de bordéis, tráfico de mulheres, e drogas.
Aquelas palavras doces foram ditas antes de eu ver o que nunca mais esqueceria. Antony descobriu que ela estava tentando me tirar daquela jaula, e trancado ali sem poder fazer nada, fui obrigado a assistir tudo, e quando tentava não olhar levava choques, eu vi o espancamento, os estup*ros que foram diversos, naquele dia quase todos os soldados de elite dos punhos de bronze se 'divertiram'. Como se não bastasse isso, ela foi torturada, e enquanto o maldito homem que era meu pai a estupr*ava novamente diante da minha jaula, eu vi a vida deixar seus olhos.
Ele deixou o corpo dela lá, apodrecendo por dias a fio, me obrigando a ver o processo de decomposição, e depois disso sua cabeça também foi preparada para estar naquela estante.
A última fresta de esperança e luz se perderam junto com ela.
Athos ficou no passado, El Diablo Martínez alimentou o desejo de vingança, e quando chegasse a hora Antony Martinez saudaria o mostro que criou debaixo dos seus pés.
Conhece o que se diz... Nunca deixe a jaula aberta, não quando se cria um monstro. Um motim liderado por Gonzáles libertou o monstro. Embrenhado na escuridão da noite, matei o meu irmão, e a esposa do meu pai. Eu deixei ele por último. Tomei o poder dos punhos de bronze. quem iria se opor ao próprio diabo? Matei todos os homens leais a ele. Cada soldado conhecia quem eu era, sabiam o que eu fazia, não me temer era fora de cogitação. Torturei o maldito punhos de bronze por dias a fio. Deixei a sua pele coberta de podridão, sangue e pus, o odor que saia dele me dava satisfação. Ele foi comido vivo por ratos e larvas enquanto eu o assistia o fim do desgraçado. Quebrei as suas pernas, braços, fêmur, todo o terror ao que lhe submeti ainda era pouco diante de toda a atrocidade que ele fez.
E quando ele deu o último suspiro, esquart*ejei cada parte do corpo dele e enviei com um recado aos aliados. El Diablo estava no controle. Queimei aquela porr*a de mansão até que não restasse nada.
E eu permaneci na escuridão, era tudo que conhecia. Tornei o meu nome conhecido e temido. O meu rosto só era visto como um lembrete de que era o fim da linha para quem estava na minha mira.
A mania de grandeza e limpeza eram reflexos do inferno que vivi.
Não há portas que estejam fechadas para mim, entro aonde quero, tomo o que quero. Eu sou a porra de um ambicioso, excêntrico, dominador e sádico, que esta fora das vistas da imprensa e autoridades. E que Deus ajude quem estiver na minha mira, porque piedade é algo que eu desconheço e definitamente a única coisa que carrego de um herói é a porr@ do meu nome.
Ou era, até o momento que uma certa mulher entrou na minha vida. Aurora Alencar sem nem ao menos saber estava sempre dizendo aquilo que Johanna falava. Era quase uma dádiva que um homem maldito como eu, ainda pudesse ouvir que existia bondade em mim, mesmo que isso fosse uma utopia.
O caminho que eu fiz em direção ao quarto dela, poderia ser descrito tortuoso. Decidir partir quando se quer ficar é uma dor lacerante, uma das piores que senti, e de dor, eu posso dizer que entendo bem.
Ela estava dormindo, os seus lábios já estavam mais corados. Deus! Como é linda.
Me aproximei e beijei os seus lábios. Não sabia como seria dali para frente, e nesse momento o que me movia era a sede de vingança. Já não era Athos e sim El Diablo Martínez.
— Pequena eu preciso ir, eu devo isso a ele e a família dele.
Talvez estivesse dizendo isso mais para mim, do que para ela.
Fiquei um tempo ponderando, havia entrado na vida dela como um intruso, ela era o capricho que se tornou vital para minha vida. Pensei ser a vida dela que mudaria ao cruzar o meu caminho. Mas foi a minha que mudou. Estava em silêncio, quando Anne e Flávio entraram no quarto.
— Esta tudo pronto senhor.
Disse ao entrar.
— Pode nos deixar a sós Flávio?
Ele assentiu e deixou o quarto. Ela respirou fundo, e me olhou nos olhos.
— Athos, sinto muito pela sua perda.
— Obrigado.
— Vai voltar depois que resolver o que precisa?
Eu olhei e não disse nada. A minha intenção era desaparecer, tinha receio de retornar e não ter mais nada para mim. Ou de que o caminho que eu decidisse seguir em busca de vingança me afastasse de vez, não é fácil sair da escuridão depois de estar mergulhado nela. Era a primeira vez em tanto tempo que eu não sabia o que aconteceria.
— Conheço a minha menina Athos, se não voltar ela vai atrás de você. Sei que está cheio de dúvidas, mas não se afaste, fui sincera quando disse que faz parte dessa família.
Ela se aproximou e me abraçou.
— E eu sempre estou certa.
Olhei uma última vez para Aurora antes de sair. Flávio já me esperava fora do galpão. Ele se dispôs a me levar até o Hangar.
— Quem fez isso? Quem matou González?
— Aaron, Aaron White. Ele levou alguém que estava sob a nossa proteção.
— Aaron White.
Disse pausadamente, gravando cada letra daquele nome. Aaron White havia assinado a sua sentença de morte, e eu mesmo seria o executor dessa promissória.
Entrei no avião, no fundo, o caixão do meu amigo. Estava com um nó na garganta, movido pelo ódio, esse sentimento corria e queimava minhas veias.
Estava impaciente pela demora em partir daquele hangar. Olhei pela janela e vi um carro estacionar. Era Vincent, ele andou até a porta do passageiro e abriu, ajudando Aurora a descer. Não era para ela estar aqui. Eu desci aquela escada, sentindo o meu peito apertar, seria mais fácil se não precisasse encarar aqueles olhos, pois no momento que ouvi o nome de Aaron, eu decidi que não haveria lugar na terra que me impedisse de chegar até ele. Ela estava segurando em Vincent, mal conseguia ficar de pé.
— O que faz aqui pequena? Deveria estar descansando e se recuperando.
Aurora deu alguns passos e me abraçou, tornando tudo ainda mais difícil para mim.
— Eu sinto muito, sinto muito Athos.
Aprofundei aquele abraço, e pela primeira vez desde que vi a minha mãe naquele chão sem vida eu chorei. Segurei ela em meus braços e a levei para dentro do avião.
— González a muito me fez prometer que se algo acontecesse com ele eu deveria leva-lo até a sua família.
Disse, quebrando o silêncio entre nós.
— Senti tanto medo de não te encontrar, de ser tarde. Esteve comigo Athos, todas as vezes que precisei.
— Obrigado por estar aqui pequena.
— Athos...
— Não faz isso pequena.
Disse com a voz embargada.
— Não pretendia voltar não é?
— Pequena, Eu sei o que acontece agora.
— O que acontece? Athos...
— Aurora, eu vi a sua família, o que vocês têm um com os outros, eu não sei se consigo dar isso a você. Não posso deixar que viva dividida pequena, disse que a mesma medida que eu desse você me daria, e vivemos na medida que poderíamos dar um ao outro. E foi o melhor, o melhor tempo da minha vida. Mas, e se não puder lhe dar mais? Você merece mais Aurora.
Ela estava com os olhos cheios de lágrimas, e segurava a minha mão.
— E pequena, eu sei que esta confusa, desde que soube dele, não tivemos tempo de conversar sobre isso, mas está confusa e sabe disso.
— Athos... É difícil lidar com tudo que surgiu. Foi tudo tão rápido, em um dia ele estava morto... E no outro...
— Pequena, lembra que me perguntou se tudo poderia ter sido diferente? Senti a dor em cada uma daquelas palavras.
— Isso não anula o que vivemos Athos, eu... eu, não quero que as coisas terminem assim entre nós.
— É por isso que estou escolhendo por você Aurora. Eu não estou em paz, estou com raiva, com ódio, e tudo que me move nesse momento é o desejo de vingança, por Gonzáles e por você. Não vou descansar antes de ter Aaron e Petrova nas minhas mãos. Não vou te arrastar para isso.
— Athos...
Ela levou a mão em direção ao meu peito.
— Não se preocupe pequena jamais conseguiria machucar o meu coração, continua a ser minha luz. Eu a amo. E é por isso que estou fazendo isso.
Aurora se sentou no meu colo, as suas lágrimas caíram e molharam a minha camisa, aspirei o perfume dela e a abracei forte. Por mais que eu quisesse ficar, eu já tinha decidido partir.
— Eu te amo Athos.
Ela me beijou, um de nós precisava seguir em frente. E eu sabia que seria ela. Eu torcia para que fosse ela.
— É a melhor parte da minha vida pequena.
Com ela nos braços e uma ferida no peito, a levei de volta, coloquei ela no carro, Aurora ainda segurou a minha mão e me puxou, beijando-me novamente. Me afastei e entrei no avião novamente. Enquanto ouvia o choro dela. Não olhei para trás. Não poderia. Alguns momentos depois Flávio entrou no avião e sentou, certamente à mando dela. Um dos inúmeros gestos de cuidado que havia recebido dela.
Fui em silêncio a viagem toda, lutando contra os meus próprios pensamentos. Flávio não me dirigiu a palavra.
Ao chegarmos, fomos direto para a cerimônia fúnebre. Juana vestida de preto e inconsolável chorava por ele, González havia salvo a vida dela, e aquele ato se tornou amor. Eagora ela precisava dizer adeus.
Melissa mal conseguia processar o que estava acontecendo ali, tinha apenas seis anos, ora chorava pela falta do pai, e no momento seguinte já estava tentando caçar borboletas. Matteo ainda no ventre nem ao menos conheceria o pai. Aaron havia tirado isso dele.
Enquanto estava ali me lembrei de que González havia se voltado contra a tirania dos punhos de ferro, enquanto o homem que era meu pai me alimentava com lavagem e comidas mofadas, González quando estava em serviço sempre dava um jeito de me alimentar.
Ele orquestrou o motim que me livrou das mãos daquele desgraçado, deixou a jaula aberta, e depois que acertei as contas com todos aqueles que me deviam sangue, González esteve ao meu lado, não como um soldado, mas como um amigo, e até mesmo como família que nunca tive.
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