Julian
Um ano na prisão… Um ano sem ver o meu pai, sem ter notícias dele, e o meu desejo é que continue assim, que ele pague por todos os crimes que cometeu, principalmente por matar a minha mãe. Só de imaginar como ele a agredia e a matou cruelmente a facadas sem direito a defesa me faz ter odiá-lo cada vez mais. Ele a matou e me fez acreditar por anos que ela era uma mãe ruim,, que me abandonou quando eu ainda era uma criança. Eu odiava as lembranças que tinha dela pensando que eram frutos da minha imaginação porque elas me causavam sofrimento, eu sentia inveja do Heitor por ter a Marie por perto. Uma mãe perfeita como eu sempre quis ter. Talvez seja por isso que eu me importava quando meu pai a maltratava e a agredia, e quase a matou de verdade assim como eu tentei fazer com o Heitor.
Um ano na prisão. Foram dias difíceis, piores do que eu imaginava. Depois que fui julgado e condenado. não tive mais direto a uma cela especial por ter nível superior completo, tinha que cumprir a minha pena uma cela comum. Tive que conviver com a superlotação, com detentos que cometeram diversos crimes, muitos deles eram perigosos e mal encarados, vi diversas vezes coisas erradas acontecerem na prisão, tive que suportar sem reclamar o cheiro de cigarros e de outras drogas usadas pelos outros presos, ver o tráfico de influência, uso indiscriminado de celulares nas celas, brigas acontecerem sem motivo. A noite, tinha medo de que algo acontecesse comigo, que de alguma forma o meu pai conseguisse me matar na prisão, pois eu sei o que ele é capaz de fazer. Durante esse um ano eu fiquei isolado , era chamado de estranho pelos outros presos por não me envolver em nenhum assunto dentro da prisão.
Enfim estou vestido para ir embora, e em uma sacola cabe tudo o que eu tenho aqui, quero tomar um banho demorado e tirar o cheiro da prisão que parece estar impregnado no meu corpo.
Me mantive bem como prometi a Marie, e como prometeu prometeu, não veio me ver aqui. Mas será que ela sabe que hoje eu sairei da prisão? Escuto meu nome ser chamado pelo agente prisional, é hora de ir embora, que escrever a historia, descobrir quem eu sou de verdade.
_" já vai embora irmão?" " Que sorte a sua..." "Queria ser você!" "Troca de lugar comigo..." "Vê se não volta hein"… Foram algumas das frases que escutei quando sai da cela em direção a minha nova vida.
Depois de todos os trâmites, finalmente eu estava livre, e a principio não vi a Marie. O que eu esperava depois de tudo que fiz contra ela? Depois de desejar a sua morte a planejar a morte do seu filho? Mas mesmo assim. uma ponta de decepção surgiu em mim, eu queria vê-la, seria bom saber que alguém ainda se lembrava de mim . So agora me dei conta que eu sequer havia pensando no que fazer quando saísse da prisão, para onde eu devia ir, que eu só pensava em ver ela.
Assim que o portão da cadeia se abriu para que eu pudesse sair, vi um carro preto estacionado perto da entrada do presidio, e lá estavam Heitor e Marie, ela não me esqueceu. Fazia muito tempo que o meu coração não batia forte como ele está batendo agora. Seria errado correr até a Marie e abraçá-la forte? Não sei essa resposta, mas me contive e caminhei depressa em direção a ela que não teve medo de me abraçar forte, e era tão bom o seu abraço.
_ Você está horrível. Disse Heitor no mesmo tom provocativo de sempre, mas ele não falou com raiva, era a voz normal dele, eu que sempre pensava que tinha a intenção de me provocar
_ Você está bem? Perguntou Marie segurando o meu rosto como se uma mãe preocupada com o filho.
_ Estou...
_ Eu falei que estaria aqui no dia em que você saísse desse lugar, e aqui estou.
_ Obrigado Marie, eu não tenho com agradecer.
_ Vamos, você precisa se alimentar emagreceu muito. Disse fazendo Heitor rir, agindo com uma boa mãe.
Entrei no carro sem perguntar para onde Heitor estava nos levando, mas eu estranhamente confiava nele . Chegamos a um edifício residencial que ficava perto da sede da empresa da Marie.
_ O que estamos fazendo aqui?
Você vai morar aqui. Respondeu Heitor. Mamãe queria te levar para morar com ela e o Rodrigo, lembra dele? Os dois estão morando juntos, são um casal agora. Falou brincando com a mãe que sorriu. Então eu pensei que você gostaria de morar sozinho pelo menos por um tempo, mas se eu estiver enganado pode falar.
_ Eu adoraria recebê-lo na minha casa. Falou Marie olhando para mim com um sorriso no rosto.
_ Heitor tem razão, eu preciso de um tempo para mim, mas eu não tenho dinheiro para pagar aluguel de um lugar como esse, não tenho emprego... não tenho um centavo nas minhas contas... Disse a verdade
_ Relaxa julian. Esse apartamento está alugado em nome da Ceus-pes, e mamãe deixou reservado o seu emprego na empresa.
_ Não… eu não posso aceitar.
Julian, não diga não a minha mãe. Advertiu Heitor me olhando como se pedisse para eu não decepcionar Marie, realmente já bastava o que eu tinha feito ao lado do meu pai. Fique aqui até conseguir se estabelecer, voltar a ter uma vida normal.
_ Está bem, mas será uma estadia temporária.
Isso é bom, mostra que você não é mais a mesma pessoa. Disse me olhando. Eu cuidei do seu carro, ele está naquela vaga. Falou Heitor apontando para o meu carro e me entregando as chaves do veículo. _ Ele acabou de passar por uma da revisão, está novinho em folha.
_ Obrigado. Foi a primeira vez que agradeci o Heitor por alguma coisa e ele parecia surpreso, mas sorriu parecendo satisfeito. Subimos para o apartamento que estava completamente mobiliado e era bastante confortável.
Eu peguei as suas roupas, sapatos, e acessórios na minha antiga casa. As roupas estão lavadas e passadas no guarda roupas do seu quarto. Disse Marie me entregando as chaves do apartamento. A despensa está cheia, assim com a geladeira, espero que goste das coisa que comprei.
_ Obrigado... Agradeci um pouco sem jeito, ainda estou tentando ser uma pessoa mais agradecida, não é fácil depois de anos de arrogância e soberba.
_ Agora que está em casa, tome um bom banho e vista uma roupa confortável. Enquanto isso vou preparar o nosso almoço. Marie estava certa, eu precisava de tomar banho e comer, estava faminto pois a ansiedade de sair da prisão tinha me tirado todo o apetite nos últimos dias.
Quando sai do banho, o cheiro de comida havia se espalhado pela casa, e pelo que eu me lembro, Marie cozinha bem. Nos sentamos a mesa que estava farta, e curiosamente tudo que Marie havia preparado para o almoço eu gostava, como ela poderia saber? Será que ela sempre me observou e sabe quais são os meus pratos preferidos?
Pode comer o maior pedaço, você é mais velho. Brincou Heitor. E sim, eu sou mais velho, tenho quase trinta e Heitor, se não estiver enganado, tem vinte e seis. Como eu me irritava com o bom humor de Heitor? Agora vejo que a inveja que sentia dele me cegava, e me fazia pensar que ele estava mal intencionado e queria me machucar. É triste perceber que perdi a chance de ter uma família de verdade... eu poderia ter ficado ao lado da Marie e do Heitor desde o primeiro sinal de que o meu pai era um homem ruim, sem escrúpulos. Heitor seria com um irmão e Marie teria cuidado de mim com uma verdadeira mãe.
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Venha ai a minha redenção. Começo a postar regularmente assim que terminar A armadilha. Já já conheceremos a Helena.
Helena
O meu dia começou terrível, mais uma noite mal dormida em que eu fui atormentada por ele, até nos meus pesadelos Otávio insiste em me incomodar... mesmo já tendo se passado mais de um ano, tenho que lembrar constantemente eu estou livre do inferno que ele me colocou ... Já basta todo a dor que ele me causou na vida real, porque ele permanece na minha mente me atormentando.
Como eu pude pensar que o Otávio me amava... Pergunto ao me levantar da cama e ir para o banheiro encarando a minha imagem no espelho. Estou horrível, preciso de uma boa noite de sono. Digo entrando no banho, preciso me arrumar rapidamente senão me atrasarei para o trabalho.
Durante namoro com Otávio, foi tudo perfeito... mas quando começamos a morar juntos e nos mudamos para essa cidade, tudo mudou de repente... O homem carinhoso e amoroso que ele era deu lugar a um homem possessivo e violento. Eu não consegui mais trabalhar ou estudar por causa do seu ciúme doentio, eu não era mais livre para decidir o que vestir e com quem poderia conversar, incluindo a minha família que mora no interior e por isso eu perdi contato com todos. A pior fase aconteceu quando as agressões verbais e psicológicas deram espaço as agressões físicas... foram dias horríveis, e eu só desejo esquecer tudo que aconteceu.
Por quase dois anos eu sofri nas suas mãos todo o topo de violência e foi o suficiente para eu nunca mais querer me envolver com outra pessoa. No meu corpo sobraram cicatrizes visíveis das suas agressões, mas as que ainda estão na minha mente continuam doendo, talvez seja necessário continuar com as sessões de terapia por um longo tempo.
_ Como eu fiquei ao lado dele durante esses dois anos? Se eu tivesse tido coragem de procurar a polícia na primeira agressão verbal, no primeiro tapa talvez eu não tivesse perdido o meu filho...Eu não devia ter lembrando disso...
A principio, eu não queria engravidar tão jovem, sem ter feito uma faculdade, e nós não tinhamos condições financeiras adequadas para cuidar de uma criança, mas Otavio não deixava que eu tomasse anticoncepcional e me obrigava a ter relação com ele sem usar preservativo, e quando eu finalmente engravidei, ao contrario do que eu imaginava que aconteceria, eu fiquei extremamente feliz ao saber que em alguns meses eu seria mãe. Pensei que talvez Otavio mudasse o seu comportamento ao descobrir que seria pai. No inicio sim, mas a minha paz durou pouco... um dia ele chegou em casa me culpando, como sempre, por algo que eu não fiz, e ele me bateu mesmo sabendo que eu estava grávida, mesmo eu implorando para que ele não me batesse. Mas ele me bateu até eu desmaiasse. Eu acordei no hospital, e até hoje não sei quem me levou para lá. Estava com muita dor, muitos hematomas pelo corpo. Quando o médico soube que eu estava acordada veio me examinar e me deu péssima noticia de que eu havia sofrido um aborto. Eu fiquei completamente arrasada, meu peito parecia que ia explodir de tanta dor que eu senti, eu amava o meu filho. Chorei por horas pensando em tudo que estava acontecendo comigo, em tudo que Otavio havia feito comigo nos dois anos que estávamos morando juntos.
Assim que tive alta do hospital e voltei para casa, Otávio teve coragem de me culpar pelo aborto que sofri por causa das suas agressões, dizia que eu não prestava, que por minha causa o nosso filho tinha morrido. A dor que eu sentia após a perda do meu filho, fez com que eu finalmente me rebelasse contra os seus abusos dele. Disse que estava indo embora e que ia denunciá-lo a policia... Foi um erro expor o que eu pretendia fazer. Otavio ficou furioso e tentou me matar com uma faca... ele teve coragem, acertando com violência a minha barriga. A faca atingiu o meu útero que já estava fragilizado por causa do aborto provocado pela sua violência. Fui parar no hospital outra vez, tive que passar por um cirurgia para conter a hemorragia causada pela facada. Quando estava me recuperando e o médico disse que meu útero... que eu não posso mais ter ... eu não posso... por que continuo revivendo essa dor? Me pergunto saindo do banho.
Será errado agradecer a Deus pela morte do Otavio? Eu não imaginava que ele estava envolvido com o tráfico de droga e que por esse motivo ele foi morto pela policia em uma troca de tiros. As vezes penso que se ela ainda estivesse vivo, não sei se eu estaria viva para contar a minha historia.
Um ano que tudo aconteceu… Precisei de ajuda para recomeçar e foi em uma instituição dedicada a mulheres vítimas de violência doméstica que conheci a Marie, que também havia sido vítima de violência doméstica. Ela passou por todo tipo de violência domestica além de ficar mais de nove anos presa em cativeiro longe do filho que pensava que ela estava morta. Deve ter sido horrível... Meu corpo se arrepia só de pensar na sua historia.
Marie ajuda na manutenção dessa instituição onde fiquei abrigada por alguns meses, e ela está sempre lá ajudando, dando o seu depoimento para as mulheres que chegam à instituição, mostrando que é possível seguir em frente, que temos que lutar contra esse e qualquer tipo de violência contra as mulheres. E foi assim que eu a conheci, e a Marie gentilmente me deu uma oportunidade de emprego em sua empresa, o que foi muito bom para mim, pois com vinte e quatro anos eu não tinha nenhuma experiência profissional significativa, afinal tive que parar estudar e trabalhar por causa do Otávio.
Comecei a trabalhar em sua empresa como recepcionista e agora fui promovida a secretária, e talvez seja essa promoção que está me tirando o sono, pois eu vou trabalhar com secretária de um tal Julian. Pelo que eu fiquei sabendo na empresa, ele não presta. Ajudou o pai a manter Marie em cativeiro, e foi ele planejou matar o filho dela, além de já ter escutado de algumas funcionárias que ele costumava assediá-las constantemente fazendo comentários impróprios e insinuações, mas elas garantiram que não passava disso, o que me deixa mais tranquila. Mas se ele tentar algo contra mim, eu não ficarei quieta e mesmo que eu fique sem emprego, vou denuncia-lo.
_ Vou trabalhar para um demônio… É o que penso desse tal Julian, não acredito que uma pessoa como ele pode mudar. E sabendo de tudo que ele fez Marie, uma pergunta não sai da minha cabeça: porque ela está ajudando ele?
_ Estou atrasada… Fico assustada quando vejo as horas no relógio, e percebo que estou atrasada. Fecho a porta do meu apartamento e desço correndo as escadas, tenho que pegar o ônibus agora, senão chegarei atrasada no trabalho.
Suspiro aliviada quando consigo chegar à empresa no horário. Vejo Marie chegar acompanhada por um homem que eu não conheço e ela vem na minha direção sorrindo como sempre.
_ Bom dia. Marie se aproximou me cumprimentou com um abraço.
_ Bom dia! Retribuo o cumprimento.
_ Helena, gostaria de te apresentar ao Julian, a partir de hoje você será a secretária dele. Sou surpreendida com essa informação. Olho para ele vendo o quanto esse demônio é bonito, e eu nunca diria que ele fez o que fez, mas quem vê cara não vê coração como diz a expressão.
_ Bom dia. Ele me cumprimenta estendendo a mão para que eu aperte.
_ Bom dia. Respondo de forma seca sem apertar a sua mão.
Julian
_ Uma semana… suspiro ao pensar como será o meu dia. Hoje completa uma semana que eu saí da prisão. Uma semana que passei praticamente trancado neste apartamento refletindo como seriam o meus dias a partir de hoje. Marie insistiu para que eu descansasse durante esta semana antes de começar a trabalhar, disse que eu precisava de um tempo só para mim e para não contrariá-la aceitei a sua sugestão, e parece que eu realmente precisava desse tempo, pude realmente pensar em todos os meus erros, e sei o que não devo mais fazer.
Mas hoje, felizmente ou infelizmente, eu volto a trabalhar. Felizmente porque eu quero retribuir a Marie a oportunidade que ela está me dando para mudar , e acredito que somente através trabalho poderei fazer isso. E digo infelizmente porque sei que olhares de curiosidade, reprovação e até medo cairão sobre mim com o meu retorno ao trabalho, principalmente daquelas pessoas que me conhecem a mais tempo e que sempre eu tratava mal.
Confesso que cheguei a pensar em pedir a Marie que me conseguir outro emprego, longe das Ceus-pes, mas refleti e cheguei a conclusão que talvez seja bom voltar para lá, e demonstrar que eu posso mudar, ou melhor dizendo, que eu realmente mudei.
Durante a semana que se passou, Marie veio me visitar algumas vezes. Ela continua me tratando com um filho, e me trouxe um celular de presente, disse que eu preciso de um celular por causa do trabalho, mas ela sabe que eu não tenho dinheiro para comprar nada por enquanto. Foi bom ter a sua companhia, comer a comida gostosa que ela faz, me sentir amado por alguém... acredito que desde que o meu pai me separou da minha mãe, e mentiu dizendo que ela havia me abandonado quando na verdade ele a matou, eu nunca mais me senti amado.
Marie contou o que havia mudado na sua vida no último ano. Ela e o Rodrigo, o advogado que descobriu todos os podres do meu pai e o mandou para a prisão, estão morando juntos há três meses, e Heitor e a Sofia acabaram de se casar. Quando eu fui preso não sabia que a Sofia estava grávida do Heitor, hoje eles tem uma filha que se chama Sol, e ela completou sete meses de vida. Marie parece ser aquela avó coruja que poderia passar o dia inteiro cuidando da neta. Ela me mostrou algumas fotos da Sol, e a menina é a cara do Heitor.
Preciso pedir perdão a Sofia quando me encontrar com ela. No passado, me comportei como um canalha tentando agarrá-la a força... me arrependo profundamente de ter feito isso, pois sei o que a minha mãe e a Marie passaram nas mãos do meu pai. Fiqueo assustado com os noticiários da tv ao ver o que tantas mulheres sofrem nas mãos de homens violentos, desequilibrados, machistas que se sentem donos das suas companheiras, e muitas são cruelmente agredidas e assassinada quando decidem dar um fim a esse tipo de relação abusiva, elas são assassinadas por quem dizia amá-las... que tipo de amor esse? A resposta é que não é amor...
_ Eu não devia ter feito seguido o exemplo do meu pai ... não me sinto bem ao pensar na pessoa que estava me tornando. Volto a minha atenção para o trânsito quase parado nesta manhã.
Já tinha dado uma volta de carro pela cidade, mas no horário de pico o trânsito parece ter piorado significativamente. Como pode tantas coisas mudarem em um ano? Que pergunta boba, se nem eu sou mais o mesmo, e não quero voltar a ser.
Encontrei a Marie me esperando no estacionamento da empresa. Com sempre ela estava sorrindo e me abraçou. Estou me acostumando facilmente com seu sorriso e o seu abraço. Marie fez questão de me acompanhar até a entrada da empresa, e no caminho eu pude ver como as pessoas que me conheciam me olhavam torto, o que eu já esperava, pois não lembro de ter sido educado com nenhuma delas.
_ Julian, não se deixe abater, tudo vai mudar com o tempo, e com as suas atitudes. Marie tentava me animar, deve ter visto na minha cara que, por incrivel que pareça, eu estou assustado.
_ Eu sei Marie...
Na recepção, nos encontramos com uma mulher jovem e bonita e eu tenho certeza que ela não trabalha na empresa antes da minha prisão. Assim que a viu, Marie foi cumprimentá-la.
_Bom dia. Marie se aproximou e a abraçou carinhosamente, parece que ela tem um carinho especial por essa mulher.
_ Bom dia! Ela respondeu de forma tímida me olhando rapidamente.
Helena, gostaria de te apresentar ao Julian. A partir de hoje você será a secretária dele. Disse Marie. Antigamente eu não tinha secretária, e parece que agora eu terei. Resolvo cumprimentá-la, faz parte da minha mudança tentar ser cordial.
Bom dia. Cumprimento estendendo a mão para ela.
_ Bom dia. Helena respondeu de forma seca sem apertar a sua mão. Não está escrito na minha cara que eu sou um criminoso, mas pelo visto, a Helena conhece bem o meu passado, deve saber tudo que eu fiz por isso quer se manter o mais distante possível, e eu não estranho a sua atitude.
Agora eu preciso ir, tenho uma reunião fora de empresa. Helena, qualquer dúvida que tiver pode perguntar a Bruna, ela trabalha com a Sofia mas sei que ela poderá te ajudar, e Julian vá com calma, algumas coisas mudaram nesse um ano que você esteve fora, então pode procurar o Heitor se precisar.
Obrigado Marie, eu procurarei o Heitor se precisar de algo. Nos despedimos e Marie saiu. Fui em direção a minha sala e ao entrar vejo que ela passou por pequenas mudanças, o computador não é o mesmo, as paredes foram pintadas de branco, o restante continua igual. Na minha mesa já havia uma pilha de papel, provavelmente Heitor já se adiantou e separou alguns documento para que eu fique a par de tudo que mudou nesse um ano.
De volta ao marketing da empresa... Preciso me atualizar. Penso. Escuto alguém limpar a garganta tentando me chamar a atenção. Olho na direção da porta e vejo Helena parada perto da porta. Como é a minha secretária, ela deve ter me seguido até aqui. É estranho... Helena não olha para mim diretamente.
O senhor precisa de alguma coisa? Perguntou com as mãos juntas na frente do corpo parecendo nervosa. Começo a observar a roupa que ela estava vestida, percebendo que as suas roupas não combinam em nada com a idade que a Helena aparenta ter, e na minha percepção ela deve ter entre vinte quatro e vinte oito anos. A calça está larga, e se não fosse pelo cinto, ficaria caindo, e a blusa é estranha... eu não sei dizer porque. Os botões todos fechados, cobrindo quase todo seu corpo e parece que o tamanho também não é adequado para ela, e os seus cabelos estão presos em um coque...
Senhor... Helena chama a minha atenção, por um momento me distrair analisando a sua roupa
Por favor, me chame apenas de Julian, e não estou precisando de nada por enquanto, obrigado.
Está bem... Estarei na minha mesa. Disse saindo rapidamente da sala e fechando a porta.
Ela é estranha... Sofia entende tanto de moda, ela poderia dar um consultoria para a Helena, assim ela se vestiria de forma mais adequada a sua idade. _ Helena é bonita... Digo me sentando para começar a trabalhar.
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