Maísa...

Sempre fomos eu e minha irmã Luna.

A nossa mãe, morreu dias após dar à luz a Luna, sua gravidez foi muito conturbada, devido a problemas desenvolvidos por descobrir estar com leucemia.

Após o nascimento da minha irmã, não resistiu e acabou falecendo.

Não sabemos quem é o nosso pai, nossa avó o odeia, diz ser um homem horrível e muito perigoso. Não vou mentir, tenho curiosidade em conhecê-lo, mas não fazemos ideia de quem seja, ou onde esteja.

Sempre vivemos na casa da minha avó, com o nosso tio desempregado, Aluísio.

Sempre odiamos ele, pois é o preferido dela e fez das nossas vidas um verdadeiro inferno, só nos duas sabemos o que passamos ali dentro. As ameaças que fazia caso contássemos para a nossa avó, ou até mesmo se contasse para alguém de fora. Também nem perderia tempo em contar, ela sempre foi do lado dele, não acreditaria em nada que disséssemos.

Mesmo com tudo o que passamos, sempre me dediquei aos estudos, contudo não pude prosseguir, fiz apenas o ensino médio completo, por ser obrigatório e minha avó não queria ter problemas com a justiça.

Minha avó, me obrigava a trabalhar de vender balas no sinal, a fazer faxinas para os vizinhos e tal, não tenho medo de trabalho.

Ao completar a maioridade, fui trabalhar de faxineira na casa de uma família muito rica, lá conheci Diego. Nos tornamos grandes amigos, com sua ajuda consegui a guarda da minha irmã, para podermos sair daquela casa, antes que o pior acontecesse. Fugimos de lá ao anoitecer, sem que ninguém nos visse.

Por um ano, moramos num quitenete, o lugar era pequeno, mas o importante éramos estar juntas.

Um dia, algo muito sério veio a acontecer tirando a nossa paz, mais uma vez tivemos que fugir e dessa vez, Diego conseguiu nos tirar do país. Ele sempre foi um homem muito carinhoso, centrado e dizia ser apaixonado por mim, com as suas atitudes nos envolvemos e engatamos um namoro.

Eu e Luna, divimos o apartamento com Natália, a conheci no café que trabalhamos.

Diego tem seu apartamento luxuoso no centro, cursa faculdade de contabilidade.

Ainda não consegui fazer faculdade, fiz apenas cursos de administração online, meu dinheiro é para ajudar Luna a terminar seu curso de enfermagem.

Diego, vivi a brigar comigo, para eu aceitar sua ajuda, mas não acho justo, assim que ela terminar a faculdade, quero fazer uma também, mas no momento, a minha prioridade é ela.

Sou Maísa Souza, tenho 25 anos, sou brasileira, mas atualmente moro em Madri. Sou uma pessoa alegre, batalhadora, inteligente e muito boa, as vezes Luna diz que chego a ser ingênua com toda essa minha bondade. Mesmo com tudo que passei, não deixei isso tirar a minha doçura e alegria de viver.

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Derek...

Morava nas ruas de Madri, quando um casal muito bondoso resolveu adotar-me. Carrego marcas irreparáveis de uma infância traumática e perturbadora. Mesmo tendo o amor dos meus pais adotivos e irmãos, sou um homem muito fechado que não acredita em amor entre homem e mulher nessa geração em que vivemos.

Amo meus pais e meus irmãos, que nunca fizeram diferença de mim, sou capaz de tudo por eles, até de dar a minha vida.

Asumi o lugar do meu pai na presidência da empresa, a dois anos atrás, estou há um ano viajando a negócios e não os tenho visto. No entanto, nos falamos todos os dias por telefone, ou vídeo chamada. Tenho construído um império ainda maior, sou muito bom no que faço.

Estou noivo de Ariana, ela é uma mulher muito linda, mas muito volúvel. O que temos são apenas negócios. Ela quer aumentar sua fortuna, assim como eu quero elevar a nossa empresa, então resolvemos unir o útil ao agradável. Meus pais são totalmente contra, por isso não sabem que tudo será contratual.

A verdade é que a vida é um negócio, amores são para os fracos, eu sou muito objetivo e nunca vou me deixar envolver por uma mulher que vá tirar a minha paz e sossego. Gosto de viver a vida, curtir com mulheres diferentes e não mudo isso por nada nem ninguém.

Sou Derek Lago, tenho 30 anos, moro em Madri. Sou um homem, sedutor, obsessivo e multimilionário. Trabalhei muito duro para chegar onde cheguei, ultrapassei até mesmo o que o meu pai e tio conquistaram.

Não tenho piedade de ninguém, passo por cima de qualquer um para conquistar o que quero. A empresa é minha vida, sou perfeccionista e não admito erros dos meus funcionários, por isso tenho apenas os melhores ao meu lado.

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...Será que o destino, será capaz de unir pessoas tão diferentes e fazê-las mudar? O amor poderá tirar Derek da escuridão?...

E Luna? O que o destino tem reservado para essa jovem, também muito marcada pela vida?!

Maísa...

Acordo bem cedo, faço minhas higienes pessoais e tomo um banho rápido.

Hoje é o primeiro dia de estágio de Luna, passo em seu quarto e a mesma já está acordada, dou-lhe um beijo no rosto e um abraço apertado.

Maísa: Bom dia, irmãzinhã!

Luna: Bom dia, irmãzona!

Maísa: Pensei que ainda estivesse dormindo!

Luna: Que nada, estou muito anciosa com meu primeiro dia de estágio!

Maísa: Então se arruma, que vou preparar o café da manhã!

Luna: OK!

Saío do quarto e vou direto para a cozinha, passo um café, enquanto faço ovos mexidos o prato preferido de Luna.

Confesso, que também estou muito ansiosa, o gerente do café saiu de licença, o chefe vai escolher um novo funcionário para ficar em seu lugar, estou confiante que serei eu, afinal sempre ajudava o gerente. Mudar de cargo, vai ajudar muito nas despesas de casa, talvez consiga juntar dinheiro para iniciar uma faculdade.

Luna: Má! Conseguiu o dinheiro para pagar o aluguel?!

Maísa: Sim! Consegui um adiantamento no café!

Luna: A folgada da Natália contribuiu com a parte dela?

Maísa: Não, teve que mandar dinheiro para seus pais novamente! A mãe dela piorou no estado de saúde e...

Luna: Por favor, Má! Não seja tão ingênua! Ela nunca pode ajudar nas despesas de casa, nem com o aluguel, mas sempre está vestindo roupas novas!

Maísa: O namorado quem lhe dá de presente!

Luna: Ah tá bom! Engraçado que nunca vimos esse namorado dela!

Maísa: Não seja tão desconfiada, irmãzinha!

Luna: A questão é que se mata de trabalhar para bancar todas nós, enquanto essa metida da Natália faz grraça por aí! -disse revirando os olhos. -Desse jeito nunca vai conseguir entrar numa faculdade!

Maísa: Vou sim! Estou confiante de que serei a nova gerente, daí vou ingressar numa boa faculade e não passaremos por tantas dificuldades!

Luna: Não vejo a hora de ter meu primeiro pagamento, para poder te ajudar, irmãzona! Não irei ganhar muito, mas já vai nos ajudar, acredito que pelo menos a mensalidade da faculdade dará para pagar!

Terminava de tomar o café, quando Natália chega da rua.

Natália: Bom dia, meninas!

Maísa: Bom dia! Dormiu fora de novo?

Natália: Sim, tive uma noite incrível com meu namorado! -disse sentando-se a mesa. -Por falar em namorado, onde está o seu? Pensei que havia passado a noite aqui!

Maísa: Sabe muito bem que não! Diego me respeita e respeita minha irmã!

Natália: Ser toda certinha assim, uma hora vai fazer ele cansar de você! Parece aquelas velhas de antigamente que só transavam depois do casamento! Estamos numa geração diferente!

Maísa: Pode ser, mas essa é minha condição para estar com Diego, e ele entende muito bem isso!

Luna: O que tem a ver com as escolhas da minha irmã, Natália? Isso é algo dela, não tem nada a ver com isso!

Natália: Nossa, só estamos conversando!

Não me importo, com esse tipo de comentário, pous tenho meus motivos, para não querer transar agora.

Luna: Não me pareceu uma conversa, mas sim uma gozação de sua parte!

Natália: Nossa, Luna! Leva as coisas muito a sério, precisa relaxar um pouco!

Percebendo que minha irmã, estava alterando, entrei na conversa.

Maísa: Luna, vai terminar de se arrumar, não é bom chegar atrasada no seu primeito dia!

Assentiu com a cabeça, retirou-se da mesa.

Maísa: Não liga para Luna, só está nervosa com seu primeiro dia!

Natália: Entendo! Vou me aprontar e já vamos para o café!

Enquanto foi se arrumar, retiro a mesa, lavo a louça e vou até o quarto pegar a minha bolsa.

Saímos as três juntas, o café fica a duas quadras do hospital.

Natália: Sabe, Maísa! Não entendo porque ainda trabalha naquele café! Diego é muito rico, pode te dar tudo, pagar uma faculdade, devia aproveitar!

Maísa: Não concordo com isso, Diego já fez muito por nós e não quero o seu dinheiro! Por mais difícil que seja, gosto de trabalhar, conquistar as coisas com meu próprio esforço!

Natália: Estaria se esforçando também, para ususfruir do dinheiro dele! É muito careta, amiga!

Luna: Minha irmã, não é uma aproveitadora! Mas e você, pelo que sei seu namorado também é muito rico, porque não para de trabalhar e se casa com ele?!

Natália: Você não entenderia! Ainda é muito novinha!

Luna: Má, vou indo para o hospital, me deseje sorte! -a ignorou.

Maísa: Boa sorte, maninha! -deposito um beijo em sua testa, ela segui para o hospital.

Entramos no trabalho, vou para o vestuário, me troco e vou para meu posto.

Antes de abrirmos o café, o chefe reuni a todos.

Homem: Reuni todos aqui, porque como sabem, tenho que escolher um novo gerente, Benedito, teve que se afastar por motivos de força maior! Analisando cada um e seguindo suas recomendações, Maísa será a nova gerente!

Fiquei eufórica, todos aplaudiram, menos Natália, pareceu não ter gostado muito, mas a entendo, todos queriam esse cargo, ainda mais ela que tem os seus pais já de idade e precisa mandar dinheiro para comprarem remédios e alimentos.

Todos me parabenizaram, Natália voltou ao normal e o dia transcorreu normalmente.

Falei com Luna por telefone, que ficou eufórica com a novidade, também estava feliz com seu estágio.

Na hora do almoço, Diego passou por aqui, comemos um lanche juntos.

Diego: Não sei porque, não aceita se casar comigo e para de uma vez de trabalhar nesse lugar!

Maísa: Já falamos sobre isso, Di!

Diego: Está bem, não vamos discutir novamente!

Ele não aceita o meu trabalho, já chegou a me pedir em casamento, apenas para que eu desistisse, mas não quero depender dele para nada. Não é questão de orgulho, mas sim de caráter, claro que se estivéssemos passando fome, não negaria sua ajuda, mas do jeito que estamos levando dá para viver.

Nos despedimos com um selinho, ele volta para sua empresa e eu volto para meu trabalho também.

No final do expediente, fecho o caixa, faço a contagem do dinheiro e guardo no cofre. Natália fica me aguarda para voltarmos juntas para casa.

No caminho de volta, ela recebe uma ligação de seu namorado e vai se encontrar com ele, volto sozinha para casa, admirando a bela noite.

(imagem retirada da internet)

Maísa...

Acordo, faço minhas higienes pessoais, tomo um banho, me arrumo e sinto o cheiro maravilhoso de café.

Chego na cozinha, minha irmã quem prepara o café, como sempre nos cumprimentamos com um beijo e um abraço apertado.

Maísa: Acordou cedo hoje, hein?

Luna: Sim! Hoje é o meu dia de preparar as refeições, não sou como a folgada da Natália, que além de não ajudar com nada, não faz nada!

Tomamos café conversando, até que como sempre, Natália entra, mas dessa vez acompanhada de Diego.

Natália: Bom dia! Olha quem eu encontrei lá em baixo!

Maísa: Não sabia que viria, Di! Por que não avisou que viria?

Diego: Queria fazer uma surpresa para você, meu amor!

Deixou um selinho demorado em meus lábios. Em seguida cumprimentou Luna.

Luna: Toma café conosco?

Diego: Não obrigado! Aproveitei que não tenho reuniões pela manhã, passei aqui para levar minha bela namorada... futura esposa, para o tarabalho!

Luna: Que fofo! -disse com ironia, revirando os olhos.

...💭Não sei o que deu nessa menina, ultimamente.💭...

Maísa: Vou apenas pegar a minha bolsa e vamos!

Natália: Pode me dar uma carona?

Diego: Sim! Também quer uma carona, Luna?

Luna: Não obrigada, vou arrumar as coisa depois eu vou!

Maísa: Tem certeza, irmãzinha?! Deixa que quando chegar eu arrumo!

Luna: Não, Maísa! Não é justo deixar todo o trabalho para você, como umas e outras! Depois vou caminhando, sabe que gosto de caminhar!

Concordei, pego minha bolsa e seguimos os três converando assuntos aleatórios.

Próximos do café, avistamos o carro da polícia, parado em frente ao nosso local de trabalho.

Natália: O que será que aconteceu?

Nos aproximamos, meu chefe vem em nossa direção com um dos policiais!

Policial: Senhorita Maísa Souza?

Maísa: Sim, sou eu! -respondi com certo temor.

Policial: Está presa por furto!

Maísa: O que? Eu não fiz nada, não sei do que estão falando?! -disse desesperada.

Natália: O que aconteceu? Pode por favor, nos explicar!

Homem: Como todas as manhãs, venho buscar o dineiro do caixa, ao chegar não o encontrei no cofre! Acionei a polícia e encontraram tudo, no armário da Maísa!

Maísa: O quê?:Eu não fiz nada, eu juro que não fiz nada! -disse em pranto.

Não conseguia conter o choro.

Diego: Calma, amor!

Policial: Teremos que te levar para a delegacia!

Maísa: Eu não fiz nada! Não fiz nada!

Homem: Como posso ter me enganado tanto com você, pensei que pudesse confiar!

Maísa: Eu juro que não fiz nada! Eu juro! -disse com as mão juntas na frente do meu rosto.

Nunca fiz algo do tipo na minha vida, nem quando passávamos fome, fui capaz de roubar. Desesperada ajoelhei na frente do meu chefe chorando, implorando para que acreditasse em mim. Diego levantou-me.

Diego: Vamos resolver isso, amor! Se acalma!... Podemos conversar? -pergunta ao policial e ao meu chefe.

Fiquei abraçada com Natália, enquanto os três conversavam, num lugar mais afastado.

Não acreditei no que estava passando, uma humilhação sem tamanho, ser acusada de algo que não fiz. Chorava desesperada, enquanto as pessoas me olhavam com julgamento.

Diego voltou sozinho.

Maísa: Vou ser presa, Diego?!

Diego: Por sorte, consegui fazer com que seu chefe não prestasse queixa, mas ele não te quer mais aqui! Tem que se manter afastada do lugar, caso contrário, vai te mandar para a prisão!

Maísa: Eu juro que não fiz nada, eu juro! -disse o abraçando.

Diego: Eu sei, meu amor! Acredito na sua inocência! Mas não temos como provar!

Natália: Melhor levá-la daqui!

Luna: O que está acontecendo aqui? -perguntou se aproximando.

Ao vê-la, corri para os seus braços.

Natália: Sua irmã, está sendo acusada de furto! Iam prender ela, se não fosse por Diego... as essas horas estaria sendo levada para a delegacia!

Maísa: Eu não fiz nada, Luna! Nada!

Luna: Claro que não fez! É a pessoa mais honesta que conheço! Eu vou falar com eles, esse lugar deve ter câmeras!

Diego: Já resolvi tudo, Luna! O dono não vai fazer a denúncia, desde que ela nunca mais volte aqui!

Luna: Conveniente, não é mesmo?! -disse irritada.

Diego: O quer dizer com isso?

Luna: Minha irmã está sendo humilhada na frente de todos, isso pode dar um belo processo a essas pessoas se for provado o contrário!

Natália: Deixa isso quieto, Luna! Não percebe que sua irmã está muito mal!

Maísa: Sabemos que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, Luna! Quero sair daqui, já fui muito humilhada!

Luna me acompanhou até o carro com Diego.

Maísa: Luna, vou ficar bem, vá para o seu trabalho!

Luna: Não vou conseguir ficar tranquila...

Maísa: Não se preocupe comigo, mana! Não pode faltar no seu segundo dia de trabalho!

Diego: Maísa tem razão, pode deixar que cuido dela!

Mesmo contrariada foi para o trabalho, e eu vim para o apartamento com meu namorado, estava arrasada.

Ao entrarmos, disse:

Diego: Eu te disse que que deveria deixar esse trabalho! Olha só, o que sua teimosia e orgulho custou! Se eu não estivesse naquele exato momento, a essas horas estaria presa, iria para a delegacia algemada!

Maísa: Obrigada por tudo Diego, mas quero ficar sozinha!

Diego: Não vou te deixar sozinha, meu amor!

Maísa: Já disse que quero ficar sozinha! -dise abrindo a porta para que saísse.

Tudo foi demais para mim, ainda ouvir sua opinião machista, apenas piorou tudo.

Diego: Está bem, volto depois para conversarmos!

Ao vir para me beijar, virei o rosto. Logo que saiu, fechei a porta, encoste nela e soltei meu corpo no chão, chorei como uma criança.

(imagem retirada da internet)