A jovem princesa estava em seu quarto, imaginando quando seu pai iria invadi-lo para fazê-la mais uma vez de saco de pancadas. Não era assim antes de sua mãe morrer, ela tinha o melhor pai que uma menina poderia ter.
Mas tudo mudou quando seu pai foi consumido pela maldição da escuridão das sombras, sua mãe morreu tentando salvá-lo e desde então tudo piorou por completo.
Por ganância e irá o velho rei casou sua única filha aos dez anos de idade com o príncipe do reino vizinho. O pai dela deseja aquelas terras mais que tudo, isso o levou a tirar a vida do rei Guilhermo, pai de Alfonso.
Merida sente o poder herdado pela mãe crescer dentro dela, mas não sabe como usá-lo. Seu pai não permite o contato dela com ninguém, a deixa em seu quarto presa... Seu quarto virou sua torre.
Seu pai chegou furioso, Merida foi repreendida por seu pai mais uma vez, mas não se mostrou triste.
Após a morte de sua mãe, seu pai não era mais um pai amoroso, e havia se
tornado um demônio. No passado, Merida era triste e tinha
esperanças de que seu pai amoroso iria retornar, mas havia passado mais de dez
anos, ela não ansiava mais pelo amor paternal. Desistiu por completo da empatia vinda de seu pai e se afundou em si mesma.
Ela já estava acostumada com a repreensão do pai, mas hoje,
algo parecia diferente. Imediatamente, ela soube o motivo. Ele tinha perdido a guerra e estava descontando a raiva nela.
— Pai, eu sinto muito, porém não tenho culpa pelo acontecido! — Merida fala com a voz sem emoção.
— Você já sabe qual é o seu destino! Apenas cumpra-o! Me obedeça! — a voz do velho rei corta como a lamina de uma espada, a escuridão o corrompeu.
Ele vai
mandá-la para Alfonso e pediu a ela que encontrasse uma
chance de matá-lo. Então, ela soube o motivo pelo qual seu pai não havia batido
em seu rosto dessa vez, mas não se importou. Finalmente teria a chance de sair
dali e se livrar daquela vida que estava a consumindo em vida. Quanto a matar Alfonso, isso dependeria do seu humor.
Merida foi arrastada até uma carruagem qualquer e levada para seu destino. Quando chegou ao reino de Alfonso, ele não ficou
muito contente em vê-la e arranjou um lugar para ela morar imediatamente, fora do palácio sem
sequer lhe dar uma empregada.
Merida ficou confusa, mas feliz
por poder ficar em um ambiente tranquilo. Porém, os guardas disseram a ela que
o rei tinha organizado algumas aulas para ela, que incluíam
aprender a ser uma boa esposa e a usar magia.
Relutantemente, Merida aceitou, e deu início a uma vida auto suficiente. Quatro anos se passaram rapidamente.
Um dia, quando ela voltava da aula e pretendia lavar roupas,
uma empregada estranha se aproximou e disse que o rei havia solicitado sua
presença.
Embora confusa, ela não deu muita importância e
seguiu a empregada até um lugar remoto. De repente, a empregada sacou uma adaga e atacou Merida, ela ficou pensando em como as coisas acabaram assim com alguém que ela não conhece a atacando.
— Por que está fazendo isso? — Merida pergunta confusa.
A empregada simplesmente não responde e Merida fica chocada. Não queria morrer, mas era inútil lutar, nunca a ensinaram como se defender. Por não ter sua mãe não sabe usar seus poderes ou até mesmo por onde começar.
Ela
foi esfaqueada pela empregada e ficou gravemente ferida, seu sangue lava suas mãos e vestido. Quando a empregada
estava prestes a matá-la, Alfonso apareceu de repente e conteve
a empregada como um leão. Ele segurou Merida nos braços. Alfonso
foi a última coisa que Merida viu antes de mergulhar na imensidão escura e fria.
Pelo pouco tempo que viu o rosto do jovem rei ela se questionou, o rei nunca tentou algo com ela... Eles nem se falam direito, a largou sozinha esse tempo todo e a tratou como uma estranha. Eles nem sequer moram juntos, a confusão embaralha a mente de Merida, que desconfia se está sendo salva pelo seu herói ou o seu algoz.
Alfonso enviou um médico para cuidar de Merida, mas não adiantou. Os ferimentos dela pareciam difíceis de serem curados. Ele pediu à maga, Elly, que desse uma olhada em Merida, e a maga descobriu que os poderes mágicos dela pareciam
estar despertando lentamente. Também previu que esses poderes seriam muito úteis ao reino. Elly esperava que Alfonso fosse capaz de controlar completamente Merida e então usá-la. Mas Alfonso olha para Elly e pergunta um pouco confuso;
— Como irei fazer tal coisa? — Elly responde;
— Para controlar uma mulher, não existe nada melhor que o amor. Desde que ela se apaixone por você, tudo ficará bem. Seja sábio, meu rei, ela é jovem, boba e deve ser romântica como as mulheres da idade dela... Isso será fácil para o senhor!
Merida acordou e olhou para o rosto de Alfonso com uma mistura de medo e curiosidade. Ele era alto e forte, com cabelos negros e olhos azuis que pareciam penetrar em sua alma. Ele usava uma armadura dourada e uma capa vermelha que o faziam parecer um Deus da guerra. Ela se perguntou se ele era tão cruel quanto seu pai dizia, ou se havia algo mais por trás daquela expressão fria.
— Você é a filha do rei assassino, não é? - ele perguntou com uma voz grave e autoritária.
— Sim, eu sou. - ela respondeu com firmeza, tentando não tremer.
— Você sabe por que eu te trouxe aqui? - ele continuou, sem tirar os olhos dela.
Ela sabia que ele pode ser seu algoz, então respondeu;
— Meu pai disse que iria me usar como uma arma contra você. Que eu deveria encontrar uma chance de matá-lo. - ela disse, sem hesitar.
— E você vai fazer isso? - ele indagou, arqueando uma sobrancelha.
— Isso depende do meu humor. - ela retrucou, desafiando-o.
Ele soltou uma risada curta e sarcástica. Ele se aproximou dela e segurou seu queixo com a mão. Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
— Você é corajosa, eu gosto disso. Mas você também é ingênua, eu não gosto disso. Você acha que eu sou um tolo? Que eu não sei das suas intenções? Que eu vou deixar você andar livremente pelo meu reino? - ele sussurrou em seu ouvido, fazendo-a estremecer.
— Eu não sei do que você está falando. - ela mentiu, tentando se soltar.
— Não se faça de boba. Eu sei que você tem magia dentro de você. Uma magia poderosa e perigosa. Uma magia que pode me destruir. - ele disse, olhando-a nos olhos com intensidade.
— Como você sabe disso? - ela perguntou, surpresa e assustada.
— Eu tenho meus meios. E eu tenho meus planos. Você vai ficar aqui comigo, e vai aprender a controlar a sua magia. E a usá-la a meu favor. Você é a minha esposa, e vai ser a minha aliada. Você vai me ajudar a conquistar o mundo. - ele declarou, com um sorriso malicioso.
— E se eu me recusar? - ela questionou, com raiva e desespero.
— Então você vai sofrer as consequências. - ele ameaçou, apertando seu queixo com força.
Ele a soltou e se afastou. Ele acenou para um guarda que estava à porta.
Leve-a para um quarto que fique próximo ao meu, esse aqui é muito distante. E arrume uma empregada para ela. Ela vai precisar de alguém para cuidar dela. E para vigiá-la. - ele ordenou, com um tom de desprezo.
— Sim, majestade. - o guarda respondeu, obediente.
O guarda pegou Merida pelo braço e a arrastou para fora do quarto em que estava, mesmo ferida. Ela olhou para trás, esperando ver algum sinal de arrependimento ou compaixão no rosto de Alfonso. Mas tudo o que ela viu foi indiferença e crueldade. Ela sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto.
Merida foi levada para um quarto pequeno e simples, mas limpo e confortável. Havia uma cama, uma mesa, uma cadeira, um armário e uma janela. A janela dava para um jardim cheio de flores de cores variadas. Ela sentiu o aroma doce e suave das rosas, dos lírios e das margaridas. Ela se perguntou se aquele era o único lugar bonito e pacífico naquele reino sombrio e frio.
A empregada que Alfonso havia designado para ela entrou no quarto. Ela era uma mulher jovem e bonita, com cabelos loiros e olhos verdes. Ela usava um vestido azul claro e um avental branco. Ela sorriu para Merida com simpatia.
— Olá, senhorita. Eu sou a sua empregada, Lila. Estou aqui para servi-la e ajudá-la em tudo o que precisar. - ela disse, com uma voz doce e gentil.
— Olá, Lila. Eu sou… - Merida começou a dizer, mas foi interrompida.
— Eu sei quem você é, senhorita. Você é a filha do rei assassino, e a esposa do nosso rei. Você é a rainha deste reino. - Lila disse, com admiração e respeito.
— Não me chame assim. Eu não sou nada disso. Eu sou apenas uma prisioneira, uma refém, uma escrava. - Merida disse, com amargura e tristeza.
— Não diga isso, senhorita. Você é muito mais do que isso. Você é especial. Você tem magia dentro de você. Uma magia que pode mudar o destino deste mundo. - Lila disse, com entusiasmo e esperança.
— Como você sabe disso? - Merida perguntou, desconfiada e curiosa.
A jovem empregada, Lila, olha para Merida e sorrindo responde;
— Eu também tenho magia dentro de mim, senhorita. Uma magia que me permite ver além das aparências. Uma magia que me permite ver a verdade. - Lila disse, com orgulho e confiança.
— Você tem magia? Mas como isso é possível? Eu pensei que só poucas pessoas tivessem magia neste mundo e algumas estão mortas. - Merida diz, surpresa e intrigada.
— Não, senhorita. Você não é a única a pensar assim, alguns estão escondidos para não serem usados. Há muitos outros como nós neste mundo. Pessoas que nasceram com um dom especial. Pessoas que podem manipular os elementos da natureza. Pessoas que podem curar as feridas do corpo e da alma. Pessoas que podem prever o futuro e alterar o passado. Pessoas que podem criar ilusões e realidades alternativas. Pessoas que podem comunicar-se com os animais e as plantas. Pessoas que podem fazer coisas incríveis e maravilhosas com a sua magia. - Lila disse, com paixão e admiração.
— E onde estão essas pessoas? Por que eu nunca as vi ou ouvi falar delas? - Merida pergunta, interessada e fascinada.
— Elas estão escondidas, senhorita. Elas têm medo de se revelar ao mundo. Elas têm medo de serem perseguidas, capturadas, torturadas ou mortas por aqueles que não entendem ou aceitam a sua magia. Aqueles que têm inveja ou ódio da sua magia. Aqueles que querem usar ou destruir a sua magia para os seus próprios fins egoístas ou maléficos. - Lila disse, com tristeza e angústia.
— E quem são esses? - Merida perguntou, temendo a resposta.
— Eles são muitos, senhorita. Eles são os reis, os nobres, os generais, os soldados, os sacerdotes, os fanáticos, os tiranos, os traidores… Eles são aqueles que governam este mundo com violência e opressão. Aqueles que fazem guerras por poder e riqueza. Aqueles que exploram e escravizam os pobres e os fracos. Aqueles que ignoram e desprezam os sábios e os justos. Aqueles que temem e odeiam os diferentes e os livres. - Lila disse, com raiva e indignação.
— E o rei? O homem que me salvou? O homem que quer me forçar a ser sua aliada? O homem que quer me fazer usar a minha magia para conquistar o mundo? Ele é um deles? - Merida perguntou, com receio e repulsa.
— Não, senhorita. Ele é um rei bom. Ele é o melhor. Seu pai é o mais poderoso e o mais cruel deles. Ele se sente o rei dos reis, o senhor da guerra, o mestre da morte. Ele é o dragão negro, o devorador de mundos, o destruidor de sonhos. Ele é o nosso inimigo, senhorita. E ele deve ser detido. - Lila disse, com determinação e coragem.
Ela se aproximou de Merida e segurou sua mão. — Mas você pode detê-lo, senhorita. Você tem o poder para isso. Você tem a magia para isso. Você tem a luz para isso. Você é a única que pode enfrentá-lo e vencê-lo. Você é a única que pode salvar este mundo da escuridão e do caos. Você é a nossa esperança, senhorita. E nós somos os seus amigos. - Lila disse, com sinceridade e carinho.
— Quem são vocês? - Merida pergunta, confusa e tocada.
— Nós somos os seus irmãos e irmãs de magia, senhorita. Nós somos os seus aliados e protetores, senhorita. Nós somos os rebeldes, os resistentes, os libertadores, senhorita. Nós somos aqueles que lutam por um mundo melhor, mais justo, mais belo, mais feliz, senhorita. Nós somos aqueles que sonham com a paz, a harmonia, a liberdade, a felicidade, senhorita. Nós somos aqueles que amam você, senhorita. - Lila disse, com emoção e ternura.
Ela abraçou Merida. — E nós estamos aqui para ajudá-la, senhorita. Para ensiná-la a usar a sua magia com sabedoria e bondade. Para apoiá-la em sua missão e em seu destino. Para acompanhá-la em sua jornada e em sua aventura. Para defendê-la de seus inimigos e de seus perigos. Para celebrar suas vitórias e consolar suas derrotas. Para compartilhar seus momentos e suas memórias. Para ser sua família e seus amigos, senhorita. - Lila disse, com lealdade e gratidão. Ela soltou Merida e olhou-a nos olhos com confiança e esperança. — Você está pronta para isso, senhorita? Você está pronta para se juntar a nós? Você está pronta para mudar este mundo? Você está pronta para ser a nossa rainha? - Lila perguntou, com entusiasmo e expectativa.
Merida ficou sem palavras por alguns segundos. Ela sentiu uma mistura de medo e coragem, de dúvida e certeza, de tristeza e alegria em seu coração. Ela olhou para Lila com determinação e esperança.
— Sim, eu estou pronta, Lila. - ela respondeu, com firmeza e convicção. Lila sorriu com orgulho e felicidade.
— Então, vamos começar, senhorita. Vamos começar a nossa revolução mágica! - ela exclamou, com paixão e animação. As duas se abraçaram novamente.
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