— Por favor, Sarah! Você quer ver nossa família humilhada? Todos os convidados já estão presentes. O que vou dizer às pessoas? Você é a única que pode ajudar nossa família! — Pediu o paia sua segunda filha, forçando-a a aceitar substituir sua irmã no casamento.
Hoje, é o dia do casamento entre Gabriela, a primeira filha de Flavio e Lili. No entanto, quem poderia imaginar que nesse dia sagrado, a noiva fugiria de casa, deixando uma carta com um pedido de desculpas aos pais. Ela escolheu ir para Milão, para participar de um concurso de modelos em nível internacional. Ela não poderia mais ser a esposa de um homem chamado André Varella, seu namorado de anos.
— Por que tem que ser eu, pai? Eu não quero. Porque tenho que substituir a Gabi? Além disso, o noivo dela é o senhor Varella. Eu não quero! Ele é meu professor e é super implacável e cruel. De jeito nenhum! Ele é velho!
A mãe se aproximou de sua menina que ainda estava no último ano do ensino médio, e tentou acalma-la para que ela entendesse a situação atual de sua família.
— Eu entendo seus sentimentos, minha querida! Mas, por favor, peço que você pense nisso! E se o casamento for cancelado, não será apenas uma vergonha para nossa família. A família do noivo também ficará envergonhada. E o que diremos a eles? Como diremos que a noiva fugiu e não quer se casar com o filho deles? Pelo menos tem você para substituir sua irmã. O que você está fazendo é para encobrir a vergonha de nossa família. Você pode fazer isso?
— Mas ainda estou estudando mãe! — Sarah protestou.
— Sim, eu sei. Mas faltam apenas alguns meses de escola, depois você se forma. E além disso, o senhor Varella é o seu professor, certo? Então não há problema, ele vai entender.— Respondeu a mãe.
— Por que estão sendo tão crúeis? Porque uma garota bonita como eu, tão jovem assim, tem que se casar com um professor implacável como o senhor Varella? Ele também é muito mais velho que eu.
Lili balançou a cabeça e continuou a convencer sua filha de que Varella certamente aceitaria. Ouvindo as palavras de sua mãe, Sarah começou a considerar aceitar o pedido de seus pais. Muito relutantemente, ela concordou em substituir sua irmã. Embora, na verdade, ela estivesse muito irritada com o professor de matemática, que deveria se casar com Gabriela, sua irmã.
Enquanto isso, o noivo tinha chegado à casa da noiva. André estava muito feliz, pois ele se casaria com a mulher que amava. Os dois namoraram por cinco anos e agora oficializariam seu relacionamento. Mas, infelizmente, Gabriela decidiu ir atrás de seu sonho de se tornar uma modelo famosa.
— Ah! Como Gabi pode fazer isso? Falar com o senhor Varella já é muito difícil para mim. Como serei sua esposa? Não consigo nem imaginar! — Sarah pensou e tentou se acalmar. Ela tentou pensar positivamente em prol da honra da família, ela não queria ver seus pais tristes.
Agora, ela estava vestida como uma noiva. Ela usava um véu que cobria parte de seu rosto, para que as pessoas não percebessem que a noiva havia sido substituída por outra garota. Sua irmã mais nova.
Ela entrou na sala de casamento e viu seu professor sentado na frente de seu pai e um líder religioso como testemunhas do casamento.
— Ah, por que estou tão nervosa? Ah, Gabi, por que você fugiu assim? Certamente ela já sabia que o senhor Varella é mesmo implacável. Ah, destino! — Sarah murmurou em seu coração.
— Eu aceito o casamento entre Gabriela Marcondes, filha de Flávio Marcondes, com a promessa de um conjunto de orações e 100 barras de ouro, pagos em dinheiro.
— Sim. — A expressão de felicidade era visível no rosto de André. Finalmente, seu desejo de se casar com sua namorada foi realizado. O homem conhecido como o matador em sua escola. Hoje, ele não estava como de costume na escola. Havia um sorriso estampado nos lábios daquele homem que costumava usar um rosto cínico em direção aos seus alunos.
"Caramba! É a primeira vez que vejo o professor sorrir. Na verdade, assim ele parece bem doce, muito melhor do que ser rude o tempo todo em frente à sala. Nem falar em vê-lo sorrir, eu já estaria enojada antes disso!" pensou Sarah ao ver André sorrindo. Naquele momento ela usava um véu, então André tinha dificuldade em reconhecer o rosto de sua futura esposa, ainda mais com uma maquiagem pesada. Ele estava convencido de que aquela era sua noiva Gabriela.
Após o evento do casamento, Sarah foi imediatamente levada para a casa dos sogros. É claro que era uma experiência muito emocionante para uma garota de sua idade. Durante a viagem, André sempre segurava a mão de sua esposa. Mais uma vez, ele não percebeu que estava segurando sua própria aluna.
— Finalmente, nos tornamos oficialmente marido e mulher. Você está feliz, Gabi? — Perguntou André com conversa fiada. Sarah começou a ficar nervosa, o que ela deveria responder? Já que temia que André descobrisse que ela era sua aluna e até então cunhada.
— Hmmm! — Respondeu Sarah enquanto balançava a cabeça. André então olhou espontaneamente para ela, que parecia em pânico. Com o rosto ainda coberto pelo véu, Sarah tentou não parecer tensa.
André franziu a testa e sentiu que sua esposa estava nervosa depois de se tornar a senhora Varella
— Você está nervosa, não é? Eu sei disso. Não se preocupe! Eu não vou ter pressa. Eu vou devagar!— disse André sussurrando. Sarah arregalou os olhos quando seu professor disse isso.
" O que?? Ele quer ir devagar? Ai meu Deus... o que ele quer dizer com isso? A noite de núpcias? Oh não... Eu não quero fazer isso, definitivamente não." Ela pensou ficando cada vez mais angustiada e aflita. Imagens sobre a noite de núpcias dançavam em sua cabeça.
Depois de chegarem ao quarto dos nubentes, André, que aparentemente não podia esperar para se deitar com sua esposa, começou a tirar seu terno de noivo. Enquanto isso, Sarah estava confusa sobre o que fazer. Ela observou ao redor do quarto de André. O quarto, com uma atmosfera azul, tinha muitos pôsteres de fórmulas. Seja de matemática ou química.
— Meu Deus, estar neste quarto é como estar em uma sala de aula. Eu tenho que pensar em fórmulas até na hora de dormir mesmo ?Logo ficarei careca. — murmurou Sarah enquanto se distraía com os pôsteres de matemática pendurados na parede do quarto.
De repente, ela foi surpreendida pelas mãos de André que a abraçaram pela cintura. Ela arregalou os olhos quando o professor de matemática a abraçou.
— Nós já somos casados, não somos? — disse André enquanto a abraçava por trás.
— O quê? O que é isso? — Sarah gritou espontaneamente e afastou as mãos de André do seu corpo. — Não me toque, professor! — Gritou ela, enquanto cobria o corpo com as mãos.
Finalmente, ela soltou sua voz verdadeira e, é claro, André ficou muito surpreso ao ouvir uma voz que não era de sua amada Gabriela, mas de outra garota que lhe era muito familiar.
— Sarah?
André lembrou de um dos seus alunos que frequentemente não fazia as tarefas. Sarah Marcondes, é uma aluna da turma 12A que frequentemente era punida por ele por nunca fazer as tarefas que ele tinha dado. Além disso, Sarah também é irmã de Gabriela. A mulher com quem ele iria se casar.
— Sarah? Você é a Sarah, certo? — Perguntou André com ênfase. Sarah não conseguiu negar. Afinal, de alguma forma André sabia que ela não era a irmã mais velha.
Devagar, ela retirou o véu que cobria o rosto.
— Sim, senhor, sou eu, Sarah! — Respondeu a garota nervosa e assustada.
Ao ver que não era Dinda na sua frente, mas Sarah, André rapidamente vestiu a roupa de novo, depois de estar sem camisa na frente da mulher que ele achava ser Gabriela.
— Merda! Porque você está aqui? Onde está a Gabriela? — Perguntou ele, começando a mostrar sua expressão assassina.
— Desculpe, senhor. Fui instruída a substituir minha irmã como esposa do senhor. Peço que não me castigue... — Implorou a garota enquanto encarava o rosto de André que parecia estar ficando irritado.
— O quê? Substituir a sua irmã? Onde está Gabriela, afinal? — André perguntou novamente, arregalando os olhos. Fazendo Sarah imediatamente fechar os olhos com as mãos.
— Para de arregalar os olhos assim! É feio, sabia? E não tem mais ninguém aqui. — Reclamou Sarah, falando sem pensar. Não se importava se era o próprio professor.
André cerrou os punhos e começou a bater na parede com a mão. Sarah espiou o que ele estava fazendo entre os dedos.
— Meu Deus! Ele está batendo na parede, sendo que ela não fez nada de errado. Imagine eu... Oh meu Deus! Proteja-me desse professor estranho! — Ela rezou em seu coração.
Não demorou muito e ouviram batidas na porta do quarto vindo de fora. Eram os pais de André, que ouviram o barulho dele batendo na parede. O som estava alto porque o quarto deles era ao lado.
— André? O que está acontecendo, meu querido? O que foi esse barulho?— A voz de sua mãe, que costumava chamar o nome do filho, foi ouvida. André parou por um momento ao ouvir os pais do lado de fora da porta.
Ele olhou para Sarah, que estava encolhida no canto do quarto, com um sorriso no rosto. Enquanto ela observava a expressão do seu professor de matemática com um olhar malicioso.
— Meu Deus, ele está me olhando com ódio! Será que vai me matar? Oh meu Deus, estou encrencada. — Pensou ela.
Depois de encara-la com ódio, André abriu a porta do quarto e, é claro, não aceitou ter sido enganado daquela maneira.
Nádia e Antonio Varella viram o filho deles abrir a porta com uma expressão irritada.
— André, o que está acontecendo, meu filho? — Nádia olhou para trás de André, curioso sobre o que estava acontecendo no quarto do filho.
André perguntou firmemente aos pais sobre o casamento dele com Sarah. Ele entrou no quarto novamente e a trouxe para mostrar aos pais.
— Ei, o que vocês vão fazer comigo? Pare, pare, eu não quero ser forçada, ok? Eu ainda sou nova, entendeu? Não é bom, é amargo e não tem nada de bom! — Sarah gaguejava enquanto André a levava para encontrar seus pais.
Sem dizer nada, André a empurrou na frente dos pais dele e mostrou o verdadeiro rosto da garota que ele havia casado.
É claro que os dois ficaram muito chocados ao verem a cara da sua nora se transformar na de Sarah. Deveria ser Gabriela a nora deles.
— Sarah! — Exclamaram os pais de André.
Sarah parecia sorrir, mas estava muito assustada.
— Pai e mãe, vejam! O que é isso? Por que Sarah é minha esposa? O que realmente aconteceu? Certamente esse casamento não é válido, porque eu casei com essa criança, não com Gabriela. Onde está você, Gabriela... Haaaaaa! — André gritou alto ao mencionar o nome da amada. Sarah instantaneamente tampou os ouvidos porque não gostava do som dos gritos.
— Pare com isso, senhor. Pare de gritar! Você não consegue ficar quieto? Meus ouvidos estão doendo. Criança?, Incrível como você me chama de criança. Já sou grande e ainda me chamam de criança... Maldito assassino! — Respondeu Sarah, incomodada por ser chamada de criança. Por alguma razão, os pais de André começaram a rir quando ela mandou ele calar a boca.
Imediatamente, André olhou intensamente para ela e disse.
— Hei! Onde está a Gabriela? Por que ela não está aqui? Você só quer roubar o lugar dela, não é? Você está com inveja da sua irmã porque ela ia se casar com um professor do serviço público como eu. Não é verdade? Por isso você planejou esse casamento, admita!
Ao ouvir as acusações dele, é claro, que Sarahnão ficou quieta. Ela respondeu, pois as palavras dele a deixaram irritada.
— Senhor Varella, cuidado com o que diz. Se não fosse pelos meus pais, eu não aceitaria me casar com você. Além disso, nem passa pela minha cabeça me casar com um cara como você. Deixe-me contar, foi minha irmã quem deixou a casa. Ela disse que não quer ser sua esposa, é claro que ela não quer. Deve ter sofrido abusos com você. Se as paredes são espancados, imagine a esposa? Além disso, senhor, eu nunca invejei minha irmã por ter um futuro marido como o senhor. Afinal, o que há para se invejar nisso? O senhor já está velho. Enquanto eu sou jovem, bonita, radiante, ainda há muitos rapazes interessados em mim. Não ache que não tenho pretendentes.
Sarah respondeu sarcasticamente, cheia de raiva. Enquanto Nádia e Antonio apenas observavam ambos com perplexidade, movendo os olhos alternadamente em direção a André e depois para Sarah.
Ao ver os dois brigando dessa forma, Nádia e António finalmente decidiram casá-los novamente. Afinal, André precisava de uma esposa, já que Gabriela não queria se casar com ele, sua irmã mais nova poderia substituí-la. Os dois haviam se apegado as filhas de Flávio Marcondes. Além disso, a idade de André já estava avançada. Seus pais queriam que ele tivesse uma esposa logo.
— Chega! — A voz de Antonio fez com que os dois parassem de discutir. Ele olhou alternadamente para André e Sarah. E então o homem de meia idade disse a eles.
— Muito bem, decidimos que vocês irão se casar novamente... — Antes que ele pudesse terminar de falar, André cortou sua fala.
— Mas, pai!
— Não tem... mas. Se Gabriela não quer se casar com você e prefere priorizar sua carreira, então deixe isso para lá. Significa que você e ela não são compatíveis. E agora seu futuro é com Sarah. Concordamos que você deve se casar com ela. Além disso, você já está maduro o suficiente para se casar, ou você quer ficar solteiro para sempre? Disse Antonio com firmeza.
Sarah só conseguiu observar, e ficou chocada com o que Antonio disse. — Meu Deus, André realmente nunca foi popular? Meu Deus, a vida dele é tão trágica, ele foi amado pela minha irmã e logo depois foi abandonado. Coitado. — Ela pensou o olhando.
Inconformado com as palavras de seu pai, André rejeitou veementemente essa decisão.
— Não, eu não pretrendo me casar com ela. O que está acontecendo? Ela é minha aluna na escola, não posso me casar com uma criança, não sou um pedófilo, pai! — Protestou André.
Ao ouvir as palavras de seu filho, Nádia tentou convencê-lo. André nunca contestava as ordens e decisões de sua mãe, então era ela quem iria persuadir seu filho a se casar com Sarah.
A mãe era a fraqueza de André. Ele acabou cedendo e teve que concordar com o pedido de seus pais.
— Tudo bem, eu caso. Mas, há uma condição.
— Qual condição, filho? — Perguntou Nádia.
— Quero que esse casamento seja mantido em segredo. E não esperem que eu vá amá-la, eu amo Gabriela e quando ela voltar, me divorciarei de Sarah para ficar com ela.
No final, os pais dele concordaram com as condições impostas pelo filho, a fim de que ele quisesse se casar. Pois fazer André se casar era algo extremamente difícil, superando até mesmo a dificuldade de mover montanhas para o oceano. Eles manteriam o casamento em segredo, mas tinham a esperança de que André acabasse desistindo de se divorciar de Sarah.
Naquela mesma noite, os pais de André conversaram com os pais de Sarah, contando que o casamento dos jovens precisaria ser repetido, pois agora André já sabia que a noiva não era Gabriela, mas sim Sarah.
— Eu aceito o matrimônio de Sarah Marcondes, filha de Flavio Marcondes, com dote composto por conjunto de utensílios de oração e 100 barras de ouro, pago em dinheiro à vista.
Ambos os pais estavam felizes com o casamento de seus filhos. Senhor Flavio e dona Lili pediram desculpas aos pais de André, já que partida de Gabriela havia causado esse casamento forçado.
Enquanto os pais se perdoavam e se alegravam, era diferente para o casal recém-casado. Eles se olhavam como estranhos completos e ambos permaneceram em silêncio.
— Nunca vou tocar nessa criança. Eu não sou um pedófilo!
— Meu Deus, que pesadelo. Como pude casar com um homen assim? Ah, se continuar assim, posso morrer agora!—
Ambos pensaram em silêncio.
Após a repetição do casamento, Sarah se tornou a esposa legítima de André Varella, professor de matemática na escola onde ela estuda.
Nádia estava muito feliz por ver seu único filha se casar. Porque há muito tempo desejava que André se casasse. Não só ela, seu marido também estava feliz. Embora não tenha sido Gabriela quem se casou com seu filho, para eles Sarah também era tão boa quanto sua irmã.
Após o fim da cerimônia de casamento e a ida dos pais de Sarah para casa, Nádia pediu a ela para ir para o quarto primeiro, enquanto André receberia um pequeno conselho de seus pais.
— André, esperamos que este casamento seja um amadurecimento para você. Lembre-se, meu filho! Sua esposa ainda é muito jovem. Você tem que ser capaz de cuidar e ceder. Eu entendo muito bem seus sentimentos. Você ama Gabriela, mas e ela? Será que ela pensou ou está pensando nos seus sentimentos agora? É impossível! — disse Nádia.
— Mas eu a amo mãe, não posso viver com sua irmã, você sabe como ela é na escola? Ai! Se ao menos você soubesse. Com certeza você me entenderia. Ela nunca faz as tarefas que eu peço, mãe. Ela é tão preguiçosa. Tudo o que ela sabe é se maquiar, levar espelho, pó, batom, brincar com o celular. Essa garota sempre me irrita! — Respondeu André, mostrando o comportamento de Sarah na escola.
— É sua responsabilidade! É normal que ela seja assim. Ela está em idade escolar, não está? Agora que você é o marido dela, precisa ajudá-la a amadurecer. Tenho plena certeza de que Sarah é uma menina muito boa e obediente! — afirmou Nádia confiante.
André arregalou os olhos ao ouvir as palavras de sua mãe. Uma menina obediente? Ela é rebelde, ele pensou antes de se retirar.
A noite de núpcias que costuma ser vivida com brincadeiras entre os recém-casados. Na realidade, isso não se aplicou a André e Sarah. Ambos ficaram em silêncio e não pronunciaram uma palavra se quer. Enquanto estavam na cama, havia uma separação entre eles por meio de uma espécie de corda com um tecido estendido como uma cortina para separá-los.
André estava ocupado com seu laptop enquanto Sarah rolava a tela de suas redes sociais, esperando encontrar informações sobre sua irmã mais velha que saiu de repente, sem se despedir. Assim, ela poderia se libertar dessa prisão matrimonial se sua irmã voltasse.
Às vezes, André lançava olhares para o lado onde ela estava. Parecia que ele não se importava com o que ela estava fazendo, que estava mais concentrado na tela de seu laptop.
Até que, finalmente, ele suspirou e teve coragem de falar com ela, depois de ficarem em silêncio o tempo todo.
— Lembre-se, Sarah! Talvez em casa, sejamos marido e esposa. Mas na escola, você ainda é minha aluna e eu sou seu professor. Não deixe que ninguém saiba que nos casamos, entendeu?
Sarah revirou os olhos enquanto suspirava profundamente.
— Sim, até porque quem é que gostaria de ser reconhecida como sua esposa senhor? Mas você também precisa lembrar que não pode me proibir de sair com meus amigos. Eu ainda sou uma adolescente e preciso de muitos amigos. Ainda não sou adequada para ser dona de casa. E muito menos a esposa do senhor Varella. Eca! Combinado? — Retrucou Sarah com seu jeito característico de falar.
André ficou calado e não disse mais nada. Ele preferiu fechar seu laptop e ir dormir. Embora as memórias de Gabriela ainda o assombrassem, ele estava tentando ser paciente, pois o sonho de Gabriela de se tornar uma modelo famosa era o objetivo dela desde sempre e ele sabia disso. Mas a partida de sua amada o prendeu em um casamento com sua ex-cunhada, que para piorar também era sua aluna.
Ele deitou-se para descansar e dormir. Mas Sarah ainda estava ocupada procurando o paradeiro de sua irmã nas redes sociais dela. Gabriela costumava compartilhar suas atividades em suas redes sociais pessoais. Mas desde que saiu, ela não apareceu nas redes sociais. Até mesmo o número do WhatsApp dela estava desativado, tornando difícil para sua família entrar em contato com ela.
Por não conseguir obter informações, Sarah ficou mais interessada em assistir seu drama coreano favorito no aplicativo de TV online. Enquanto isso, André fechou os olhos e adormeceu.
Depois de meia hora, enquanto estava ocupada assistindo seu drama favorito, de repente Sarah foi surpreendida pelo som alto de ronco vindo ao seu lado. Ela ficou extremamente incomodada com o ronco de seu marido.
— Meu Deus, sério mesmo? Esse cara. Além de bravo, ronca? E alto, muito allto! — Ela colocou os fones de ouvido para que não pudesse mais ouvir o ronco de André. Assim, ela pôde assistir e ouvir seu drama favorito sem interrupções.
— Meu Deus, isso é tão triste! Eu estou chorando mesmo. Maldito homem de sangue frio, traidor! Se ele estivesse aqui, eu chutaria aquele maldito rosto dele. Muito irritante, sério! — Depois de um tempo assistindo Sarah parecia murmurar enquanto fazia gestos de socos e pontapés. Além disso, seu choro repentino acordou André.
Ele esfregou os olhos. Seu sono foi interrompido pelos gritos altos e choro de Sarah.
— Por que ela está chorando? É muito barulho! sabia que está perturbando o sono das pessoas? — Reclamou André, cobrindo os ouvidos com o travesseiro. No entanto, o choro de Sarah só aumentava, o que fez André se virar novamente, se sentindo extremamente perturbado.
— Ele está matando a garota. O cara deveria ser o que morre, cortar o bilau dele em pedacinhos, moer finamente e jogar fora! — Sarah soluçava enquanto enxugava suas lágrimas ao ver a personagem principal sofrendo.
André ouviu Sarah falando consigo mesma. Ele ainda conseguiu ser tolerante e pediu para ela ir dormir.
— Você não está dormindo? Amanhã você tem que ir para a escola! Sua primeira aula é comigo. Não se atrase! Você sabe qual será a punição se chegar tarde na aula?
— Eu não ligo! Você é um idiota! — Em vez de uma resposta madura, André recebeu uma resposta raivosa de Sarah.
Instantaneamente, ele abriu a cortina no meio da cama e viu Sarah chorando enquanto olhava para a tela do celular com os fones de ouvido nos ouvidos.
— Sarah? Porque você não está dormindo? Quem é o idiota?
— Whyyyyy... uhhhh, você vai sentir, você vai sentir o que é fazer alguém triste. Maldito traidor! — Sarah estava distraída e se assustou quando olhou para o lado e viu a cabeça de André saindo por trás da cortina. Ela imediatamente bateu na cabeça dele com o celular que estava segurando. A garota ainda estava influenciada pelo drama coreano que acabara de assistir, fazendo-a pensar que André era o personagem masculino malvado e traindo alguém.
— Eh eh, o que você está fazendo, Sarah! Eu sou seu professor! — André gritou e afastou a mão de Sarah, que estava batendo em sua cabeça com o celular.
Sarah ficou extremamente surpresa quando percebeu que estava batendo em seu professor, e agora seu marido.
— Incrível! Errei o alvo: Desculpe, professor, foi sem querer, pensei que era aquele traidor. Uuuhhh, que horror, professor! Eu realmente queria bater naquele rosto, mas aí você que apareceu. — Ela falou coçando a cabeça.
— Apenas não faça de novo, e agora durma! Você está perturbando o descanso dos outros. — André respondeu com irritação.
— É culpa sua, professor, por roncar tão alto. Então, não me culpe. Você é o motivo pelo qual eu não consigo dormir. Seu ronco parece um alto-falante. — Ela defendeu-se.
André preferiu não falar muito, pois não estava realmente interessado em conversar com ela. Ele voltou à posição de dormir e, sem dizer mais nada, dormiu novamente de costas para Sarah. Ela por sua vez, voltou à posição original e ajeitou a cortina separadora corretamente. Depois disso, ela deitou para dormir. No entanto, de repente ela sentiu vontade de ir ao banheiro.
Sarah se levantou da cama e foi em direção ao banheiro. Assim que ela abriu a porta do banheiro, foi surpreendida por uma barata que estava passando pelo chão.
— Ah! — epontaneamente, ela gritou novamente, pois estava com muito medo daquela criatura.
André, que havia acabado de fechar os olhos, acordou imediatamente e se aproximou de Sarah, que ainda estava em frente à porta do banheiro.
— O que está acontecendo? Você está gritando o tempo todo, criança! — Exclamou André enquanto se aproximava de Putri.
— Tem uma barata, senhor! — Respondeu Sarah, apontando para o chão do banheiro.
— Onde? Não tem barata nenhuma.— André olhou para o chão do banheiro. Não havia nada lá.
— Estava lá, eu não estou mentindo. — Ela parecia arrepiada só de imaginar a barata. Mas como não havia nada, André voltou para sua cama.
— Não tem nada ai, não grite mais. Estou cansado disso! — Respondeu ele com grosseria.
Assim que André deu um passo adiante, de repente Sarah sentiu algo rastejar em sua perna. Imediatamente, ela olhou para baixo e, de fato, havia uma barata grudada em seu pé direito. Com medo, ela puxou e abraçou rapidamente André de forma espontânea.
— Tem uma barata, senhor! — Ela gritou apontando para o chão.
Imediatamente, André arregalou os olhos com as sobrancelhas juntas, não foi por causa do abraço de Sarah, mas porque a mão dela acidentalmente esbarrou na banana prata que estava pendurada entre as pernas dele.
— Merda!
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