Ao adentrar os grandes portões de vidro transparentes da empresa multimilionária, sou recebida por um ambiente que exala elegância e sofisticação. Meu olhar é imediatamente atraído para o chão de ônix negro que se estende por todo o espaço, cujo valor de mercado é avaliado em uma cifra impressionante de 200 mil dólares por metro quadrado. Cada passo que dou sobre essas pedras preciosas me faz sentir como se estivesse caminhando em um palácio.
As recepcionistas bonitas e impecavelmente vestidas me cumprimentam com um sorriso profissional, e percebo que todos os funcionários usam crachás de identificação, evidenciando um rígido sistema de segurança. A sensação de proteção e controle paira no ar, enquanto os colaboradores se movem com determinação em seus trajetos diários.
O ambiente é impecavelmente organizado, cada detalhe meticulosamente planejado para transmitir uma sensação de perfeição. O som suave da música clássica permeia o ambiente, acrescentando um toque de refinamento ao cenário. Sinto-me envolvida por essa atmosfera de prestígio, como se estivesse participando de um evento exclusivo.
Enquanto observo a minha volta, percebo que, entre as mulheres presentes, sou a mais bela. Meu vestido vermelho revela minhas curvas com elegância e confiança, e a pinta abaixo dos meus lábios adiciona um charme único ao meu rosto. Meus cabelos negros caem como uma cascata sobre meus ombros, realçando minha beleza natural. O perfume Chanel Coco que exala de minha pele deixa um rastro de sofisticação por onde passo.
Embora esteja apenas começando minha jornada nessa empresa, sinto-me poderosa e decidida em alcançar meus objetivos. Sei que posso usar minha beleza como uma arma, manipulando aqueles ao meu redor para alcançar o sucesso e a posição que almejo.
Enquanto mergulho nesse ambiente de luxo e opulência, estou ciente de que estou destinada a ser a vilã e protagonista dessa história. Serei a figura misteriosa que encanta a todos com minha aparência deslumbrante, ao mesmo tempo em que trilho um caminho de ambição e intriga.
Neste cenário perfeitamente orquestrado, onde a elegância é uma exigência e o poder é uma moeda de troca, estou pronta para desvendar os segredos que essa empresa guarda e usar todos os meios necessários para alcançar meus objetivos. Nesse mundo brilhante e sedutor, sou a rainha, e todos os outros são apenas peões no meu jogo de poder.
Ao notar o olhar das recepcionistas sobre mim, percebo que elas me encaram com uma mistura de admiração e fascínio. Um sorriso surge naturalmente em meus lábios, sabendo que consigo facilmente ler seus pensamentos. Cada uma delas, de maneiras sutis, expressa seu desejo de me elogiar.
Embora cada recepcionista seja única em sua aparência e personalidade, todas compartilham um traço em comum: todas desejam me enaltecer. Seus olhos brilham enquanto absorvem minha presença, e posso perceber os elogios não ditos dançando em suas mentes.
Com sutileza, elas se esforçam para encontrar as palavras certas para expressar sua admiração. Seus sorrisos amigáveis e cumprimentos calorosos são apenas um sinal daquilo que desejam dizer, mas não conseguem verbalizar.
É uma sensação poderosa estar rodeada por essa aura de encanto e beleza. Seu desejo de me elogiar me reforça ainda mais como a protagonista desse cenário. Com cada olhar e pensamento revelado, percebo que minha presença tem um impacto inegável.
Entendo que minha aparência deslumbrante e carismática pode influenciar as pessoas ao meu redor. É uma vantagem que sei aproveitar para alcançar meus objetivos. Cada elogio silencioso me lembra da influência que possuo e da minha capacidade de manipular as situações em meu benefício.
— Querida, poderia me mostrar o caminho para o setor do chefe? Tenho uma reunião importante com ele e não quero me perder. — perguntei com um sorriso.
Enquanto todas as recepcionistas assentem prontamente ao meu pedido, uma delas se destaca ao tomar a frente e caminhar ao meu lado. Percebo um leve nervosismo em sua expressão, mas isso apenas aumenta minha confiança e influência sobre ela.
Adentramos o elevador juntas, e imediatamente o aroma marcante do meu perfume Chanel Coco se espalha pelo pequeno espaço. Observo com satisfação como a presença do perfume parece hipnotizar a garota ao meu lado, envolvendo-a em uma aura de encantamento.
Seus olhos se fixam em mim, enquanto o aroma se entrelaça com a música clássica ao fundo, criando uma atmosfera envolvente e sedutora. Sinto que exerço um domínio sutil sobre ela, uma influência magnética que a faz seguir cada movimento meu.
Enquanto o elevador sobe silenciosamente, aproveito a oportunidade para estudar a expressão da garota. Seus traços revelam uma combinação de fascínio e uma pitada de insegurança, uma mistura irresistível para uma pessoa como eu, que sabe como explorar fraquezas e desejos.
Com um sorriso matreiro nos lábios, deslizo meu olhar em sua direção e sussurro suavemente enquanto olho para o nome bordado em seu traje padronizado — Seu nome é mia, certo? Prazer, me chamo Eve. —
Observo sua reação com atenção, sabendo que cada palavra que sai de minha boca aprofunda ainda mais a conexão que estou construindo com ela.
Ao receber a confirmação da garota através de um assentimento com a cabeça, sinto uma pequena onda de satisfação. Achei sua atitude adorável e, por um breve momento, quase deixo escapar uma risadinha, contida com uma suave mordida no lábio inferior.
À medida que o elevador se abre, revelando o andar onde meus olhos se encontram com inúmeros funcionários em seus respectivos espaços de trabalho.
— Para chegar ao escritório do chefe, você deve seguir em frente pelo corredor principal até o final. Em seguida, vire à esquerda e será a terceira porta à direita. É uma porta de vidro com o nome dele gravado. Boa sorte, Eve! — afirmou, se retirando logo em seguida.
Apenas agradeci com a cabeça enquanto observava ela apertar no botão para descer.
O ambiente é amplo e organizado, com estações de trabalho alinhadas em perfeita ordem. As paredes são revestidas com um tom neutro, transmitindo uma sensação de seriedade e profissionalismo. A iluminação é sutil, destacando cada área de trabalho sem ofuscar os detalhes.
À medida que percorro o corredor, meus passos ecoam suavemente no piso impecável. Os funcionários estão concentrados em suas tarefas, muitos deles usando fones de ouvido para se isolarem do ambiente ao redor. O som baixo das teclas sendo digitadas cria uma melodia discreta, acompanhada pelo zumbido suave dos computadores em funcionamento.
Enquanto observo a cena, noto a diversidade de perfis profissionais presentes. Há engenheiros, designers, analistas financeiros e muitos outros especialistas, cada um contribuindo com sua expertise para impulsionar os negócios da empresa.
Acompanhando a atmosfera de trabalho, uma sensação de eficiência e produtividade permeia o ar. É evidente que todos os funcionários estão imersos em suas tarefas, dedicados a alcançar os objetivos da empresa.
Sigo as instruções de Mia e caminho com determinação pelo corredor principal. Observo as portas numeradas à medida que passo por elas, contando mentalmente até chegar à terceira porta à direita. Meus passos são silenciosos no chão impecavelmente polido.
Chego em frente à porta de vidro do escritório do chefe. Seu nome está gravado de maneira elegante e imponente. O reflexo da luz nos detalhes dourados chama minha atenção, criando um brilho sutil.
Respiro fundo para controlar as batidas aceleradas do meu coração. Minhas mãos, levemente trêmulas de expectativa, se aproximam da maçaneta. Sinto a textura fria e lisa em meus dedos antes de girá-la com confiança.
A porta se abre suavemente, revelando o interior do escritório. Meus olhos são imediatamente atraídos pela grandiosa mesa de trabalho no centro da sala, meticulosamente organizada e repleta de papéis e dispositivos eletrônicos.
O ambiente é requintado, com móveis elegantes e cores sóbrias que transmitem seriedade e poder. Uma janela do chão ao teto permite a entrada de luz natural, iluminando sutilmente o espaço.
Meu olhar se volta para o chefe, sentado atrás da mesa. Sua figura imponente preenche a sala, emanando autoridade e confiança. Seus olhos, penetrantes e atentos, encontram os meus, criando uma conexão instantânea.
Respiro profundamente, absorvendo a energia do momento. É aqui que tudo começa. É aqui que minha busca por vingança ganhará forma. Nada me deterá.
A voz grave dele quebra o silêncio, convidando-me a entrar. Sem hesitar, avanço em direção ao centro da sala, mantendo a postura confiante. Cada passo ecoa no silêncio tenso, ampliando o impacto da minha presença.
O homem indica uma poltrona luxuosa do outro lado da mesa. Sem perder tempo, me sento, embora estivesse evidentemente nervosa.
Enquanto me ajusto diante dele, uma onda de eletricidade percorre todo o meu corpo. Sinto um arrepio suave percorrendo minha pele, como se estivesse sendo tocada por uma corrente invisível. Nunca havia experimentado essa sensação intensa por um homem antes.
Observo-o atentamente, maravilhada com sua presença imponente. Seu terno caro encaixa-se perfeitamente em seu corpo esculpido, realçando cada traço de sua masculinidade. Cada detalhe revela a sua riqueza e poder, aumentando ainda mais sua atração sobre mim.
Seus olhos, profundos e intensos, parecem capturar minha alma e desvendar meus segredos mais íntimos. É como se pudesse ler meus pensamentos, minha vulnerabilidade exposta diante dele.
A cada palavra pronunciada, sua voz grave ressoa em meus ouvidos, envolvendo-me em uma melodia sedutora.
— Eve, recebi seu currículo e devo admitir que fiquei impressionado com sua experiência em administração. Seu histórico profissional é bastante sólido. — um sorriso confiante brincou em seus lábios, revelando uma pitada de charme e mistério.
Cada gesto, cada movimento, exala uma aura magnética e irresistível. A medida em que o observo, minha admiração cresce, como se seu poder e riqueza o tornassem ainda mais atraente.
Eu me encontro perdida em um mar de sensações contraditórias. Por um lado, estou ciente de que estou aqui para manipulá-lo, para alcançar meus objetivos de vingança. Mas, ao mesmo tempo, sou inegavelmente atraída por sua presença cativante.
— Agradeço pelo reconhecimento, Sr Brixton. Sempre me dediquei a aprimorar minhas habilidades nessa área. — respondi.
— Ah, desculpe pela formalidade, Eve. Você pode me chamar de Henry. Quero que se sinta à vontade aqui. —
Abri um sorriso discreto ao sentir a confiança fluindo em meu ser. Ergui-me da poltrona com determinação e caminhei de forma graciosa até a mesa de Henry. Coloquei minhas mãos cuidadosamente sobre seus papéis, transmitindo uma sensação de proximidade.
Olhei diretamente nos olhos dele, exibindo um sorriso dócil, enquanto minha presença preenchia o espaço entre nós. Queria transmitir confiança, mas também uma aura de encanto e mistério.
Aquele momento era crucial. Era a oportunidade perfeita para mostrar minha determinação e persuasão, sem perder a elegância. Era como se toda a minha beleza e charme estivessem concentrados naquele olhar.
Um leve brilho de desafio reluzia em meus olhos, mas também havia uma pitada de vulnerabilidade. Queria que percebesse minha determinação, mas também estivesse disposto a me ouvir e considerar minhas palavras.
Através do meu sorriso dócil, deixei claro que estava ali para agregar, para trazer algo especial ao seu mundo. Queria que ele entendesse que minha presença poderia ser uma valiosa contribuição, não apenas em termos profissionais, mas também pessoais.
No fundo, eu sabia que a conquista da confiança e atenção de Henry era crucial para alcançar meus objetivos de vingança. Mas naquele momento, naquele olhar, eu estava disposta a deixar transparecer uma conexão genuína e uma vontade de colaborar.
Aguardando a reação dele, mantive meu sorriso dócil e meu olhar penetrante. Sabia que aqueles segundos eram cruciais, e estava pronta para aproveitar qualquer oportunidade que surgisse daquele encontro.
— Obrigada, Henry, por abrir as portas desta empresa e permitir que eu traga meu potencial à tona. Estou ansiosa para começar alguns projetos e surpreender você com meu profissionalismo... e talvez, quem sabe, trabalhar ao seu lado algum dia. —
O homem parecia questionar interiormente minhas palavras, mas antes que ele tivesse a chance de responder, a porta do escritório se abriu abruptamente, interrompendo o momento tenso. Minha atenção imediatamente se voltou para a entrada, curiosa para ver quem ousava interromper nosso encontro.
Uma onda de surpresa percorreu meu corpo ao reconhecer a figura que adentrava o escritório. Era Alice, a noiva de Henry e também uma modelo famosa. Seu olhar desconfiado cruzou com o meu por um breve instante, e pude sentir uma energia carregada no ar.
Vacilei por um momento, ficando cara a cara. Finalmente, compreendi o motivo pelo qual ela era uma modelo de tanto sucesso. Seu vestido cami bustiê floral revelava um decote ousado, expondo suas belas pernas esguias. Seu longo cabelo loiro era tão sedoso e brilhante que era impossível não notá-lo de longe.
Enquanto captava cada detalhe de sua aparência deslumbrante, pude sentir a hostilidade em seu olhar. No entanto, mesmo com toda a sua intensidade, ela ainda mantinha uma aparência de inocência, como uma garota vulnerável.
Pela primeira vez, senti um leve temor percorrer meu corpo, incapaz de me sentir superior como de costume. Alice emanava uma aura de poder e confiança, uma combinação intrigante que me deixava desconfortável e ao mesmo tempo fascinada.
Aquele encontro repentino despertou uma faísca de competição em mim, uma determinação feroz de não me deixar intimidar. Eu sabia que a batalha pela confiança e atenção de Henry seria árdua, mas agora tinha uma adversária à altura.
Enquanto nossos olhares se encontravam, houve um instante em que o tempo parecia congelar. Naquele momento, percebi que não poderia subestima-lá.
Enquanto Alice me encarava, senti sua expressão transmitir um desprezo quase palpável. Para ela, eu era como uma barata insignificante, alguém que poderia esmagar com um simples movimento de seus saltos altos.
No entanto, me recusei a ser intimidada tão facilmente. Mantive minha postura altiva, com a cabeça erguida, transmitindo uma mensagem silenciosa de que não seria facilmente dominada.
Por mais que sua presença despertasse um certo medo em mim, me neguei a demonstrar fraqueza. Sabia que, para alcançar meus objetivos, teria que enfrentar adversidades e desafios, inclusive aqueles personificados pela loira.
Alice, com um tom de desprezo e superioridade, olhou para mim e disse com firmeza:
— Saia. Eu quero ficar a sós com meu noivo. Visitas insignificantes como você não deveriam nem ser agendadas com Henry. Ele é um homem ocupado e não tem tempo para qualquer funcionário. —
A voz dela ecoou no escritório, carregada de desdém e autoridade. Seus olhos se fixaram nos meus, desafiadores e repletos de superioridade, deixando claro que não tinha a menor intenção de me dar espaço ou consideração.
Enquanto proclamava sua exigência, uma chama ardente se acendia dentro de mim. Eu estava disposta a provar a ela que não era apenas uma "visita insignificante", mas alguém capaz de se destacar nesse mundo implacável.
Com um sorriso leve e um olhar desafiador, respondi em tom firme: "Entendo sua posição, Alice. No entanto, estou aqui como uma profissional qualificada e determinada a contribuir para o sucesso desta empresa. Tenho certeza de que podemos encontrar um meio termo para trabalharmos juntas."
Enquanto eu pronunciava essas palavras, a atmosfera do escritório parecia ficar ainda mais tensa. O embate entre nós estava apenas começando, e eu estava disposta a enfrentar todos os desafios que viessem pela frente, incluindo Alice e sua postura desdenhosa.
Sabia que conquistar a confiança e o respeito de Henry não seria fácil, especialmente com sua noiva vigiando cada passo meu. No entanto, eu estava determinada a superar todas as adversidades e provar meu valor, não apenas como uma funcionária, mas também como alguém capaz de despertar sentimentos além da admiração naquele homem.
Enquanto me preparava para enfrentar os obstáculos que se apresentavam, uma certeza se firmava em minha mente: eu não iria recuar diante da provocação dela. Estava pronta para lutar pelo meu lugar nesse jogo de poder e sedução, disposta a desafiar as regras estabelecidas e reivindicar o que era meu por direito.
— Acredite, Alice, a verdadeira beleza não se limita aos traços físicos. A inteligência é uma joia rara que brilha com intensidade e perdura muito além das aparências passageiras. Enquanto a superficialidade pode atrair olhares momentâneos, é a sabedoria que conquista mentes e corações. —
Deixei as palavras pairarem no ar por um instante, permitindo que a força das minhas convicções ecoasse em cada sílaba proferida.
— Educação e elegância são virtudes que transcendem os estereótipos superficiais. Elas refletem a verdadeira essência de uma mulher, independentemente do dinheiro que possa estar em suas mãos. — continuei enquanto observava a expressão da loira se contorcer momentaneamente, mantive a postura altiva e a voz firme.
— Por mais que possamos ter diferenças, Alice, lembre-se de que a inteligência é uma força silenciosa que pode derrubar as barreiras mais imponentes. É algo que não pode ser comprado nem adquirido com facilidade. É um tesouro que se revela nas atitudes e na forma como nos posicionamos no mundo. —
Com um movimento calculado, virei-me para Henry, deixando transparecer uma expressão de tristeza sutil, porém convincente. Meus olhos brilharam com uma pitada de melancolia enquanto minhas sobrancelhas se curvavam levemente para baixo.
— Desculpe por isso. — disse em um tom de voz suave e carregado de desapontamento — Eu não esperava encontrar uma recepção tão hostil logo no meu primeiro dia. Mas não se preocupe, não deixarei que isso me desanime. Estou aqui para contribuir e fazer a diferença nesta empresa, mesmo que alguns obstáculos apareçam no caminho.
Deixei um breve silêncio, permitindo que minhas palavras afetassem ele, plantando sementes de dúvida sobre sua postura fria e distante. Então, com uma pitada de charme, continuei.
— Acredito que juntos podemos superar qualquer desafio e alcançar grandes conquistas. Espero que possamos encontrar um equilíbrio entre nossas diferenças e construir uma parceria de sucesso. —
Enquanto mantinha minha expressão de tristeza superficial, meus olhos brilhavam com uma chama ardente de determinação. Eu estava decidida a transformar aquele momento desafiador em uma oportunidade de me destacar e conquistar a confiança daquele homem, usando minha inteligência e habilidades estratégicas.
Com um último olhar significativo, deixei a sala com um ar de dignidade, ciente de que havia plantado uma semente de curiosidade e incerteza na mente de Henry. Sabia que, em breve, ele perceberia que subestimar-me seria um erro grave.
E assim, com cada passo firme que eu dava pelo corredor atrás de ajuda para encontrar meu escritório, estava determinada a provar que, por trás da fachada de tristeza, havia uma força formidável pronta para conquistar qualquer desafio que se apresentasse.
À medida que o dia avançava, mergulhei profundamente em minha nova rotina de trabalho. Fui recebida com cortesia por todos os funcionários, o que me surpreendeu positivamente. A atmosfera profissional era agradável e, aos poucos, comecei a me sentir parte da equipe.
Descobri que tinha um escritório exclusivo para mim, algo que me deixou surpresa e satisfeita. Era um espaço aconchegante, não muito grande, mas perfeitamente projetado para atender minhas necessidades e manter minha privacidade. Os arquivos e documentos estavam organizados meticulosamente, facilitando meu trabalho e permitindo que eu me concentrasse nas tarefas que me aguardavam.
Enquanto os ponteiros do relógio avançavam rapidamente, observei pela ampla janela em minha sala o sol se pondo no horizonte. Os raios de luz suaves pintavam o ambiente com uma beleza serena, trazendo um sentimento de calma e satisfação.
Mesmo depois de todos os funcionários terem ido embora, eu permaneci ali, mergulhada em minhas responsabilidades e na empolgação de estar iniciando essa nova etapa. Estar disposta a cumprir algumas horas extras em meu primeiro dia de trabalho demonstrava minha dedicação e entusiasmo em fazer a diferença na empresa.
Finalmente, desliguei o computador à minha frente, respirei fundo e me levantei da cadeira, esticando meus braços. A sensação de dever cumprido e a perspectiva de tudo o que ainda estava por vir me enchiam de energia. Olhei mais uma vez para o ambiente tranquilo e iluminado, sentindo-me grata por fazer parte daquele cenário.
Enquanto deixava minha sala, caminhando pelos corredores vazios, uma mistura de satisfação e entusiasmo tomava conta de mim. O primeiro dia tinha sido desafiador, porém recompensador.
Entrei no elevador e apertei o botão do meu destino, observando as portas se fecharem lentamente à minha frente. Era um momento de tranquilidade e solidão, pois não havia mais ninguém ali além de mim. A sensação de estar envolta por aquele pequeno espaço era quase reconfortante, um refúgio momentâneo do burburinho do escritório.
Uma mão segurou a porta, impedindo-a de fechar completamente. Surpresa, olhei para o lado e vi Henry parado ali, com um olhar sério, porém curioso. Seus olhos penetrantes encontraram os meus e uma sensação elétrica percorreu meu corpo.
— Posso me juntar a você? — perguntou com um tom de voz firme, mas suave.
Sorri levemente, surpresa com a sua abordagem inesperada.
— Claro, Henry. Fique à vontade — respondi, dando um passo para o lado para lhe dar espaço para entrar no elevador.
Enquanto as portas se fechavam, senti uma tensão palpável no ar. O silêncio se instalou entre nós, mas havia uma energia carregada de curiosidade e interesse mútuo. O som suave da música de fundo ecoava no espaço confinado, tornando o momento ainda mais envolvente.
Nossos olhares se encontravam ocasionalmente, revelando uma mistura de mistério e fascinação mútua. Havia muito que eu queria dizer, mas as palavras pareciam trancadas na minha garganta. A presença de Henry ao meu lado era avassaladora, e eu não podia negar a atração que existia entre nós.
— Parece que nossos caminhos se cruzaram novamente — comentei de forma descontraída, tentando ocultar a faísca de curiosidade que brilhava em meus olhos. — Foi um dia bastante movimentado, não é mesmo?
Enquanto o elevador se movia, trocamos um breve olhar, cheio de significado. Havia algo entre nós, uma energia indescritível que não podia ser ignorada. Eu estava intrigada com a presença dele e com a dinâmica que começava a se estabelecer entre nós.
Com um leve sorriso nos lábios, aguardei o momento em que o elevador chegaria ao meu destino. A curiosidade e a sensação de mistério que envolviam aquele homem eram irresistíveis. Eu estava determinada a desvendar as camadas ocultas do herdeiro poderoso, mesmo que isso significasse adentrar em um território desconhecido.
Enquanto me preparava para deixar o ambiente do elevador e seguir meu caminho, uma força repentina agarrou firmemente meu braço. Um arrepio percorreu minha espinha, fazendo-me tremer involuntariamente. Meu corpo ficou tenso, e minha respiração se tornou mais rápida.
Surpresa com o repentino toque de Henry, meu coração acelerou, e um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Eu me virei para encará-lo, encontrando seu olhar intenso e indecifrável. Aquela mão firme em meu braço transmitia uma sensação de autoridade e controle.
— Desculpe, Eve — ele murmurou, com uma expressão momentaneamente desarmada.
— Não sei o que me deu. Eu... Eu só queria... — hesitou, suas palavras se perdendo no ar.
Mantive minha postura, ainda um pouco desconcertada com a situação. Por um breve instante, nossos olhares se encontraram, e pude ver uma mistura de emoções nos olhos dele: surpresa, desejo e um toque de vulnerabilidade.
— Não se preocupe, Henry — respondi com uma voz calma e controlada. — Acredito que todos temos nossos momentos de impulso.
Ele soltou meu braço suavemente, como se reconhecendo sua ação impulsiva. As portas do elevador começaram a se fechar novamente, e a cena ficou para trás, presa naquele breve instante de conexão.
— Vejo você amanhã — ele disse, sua voz carregada de uma tensão mal disfarçada.
Assenti com a cabeça, oferecendo um sorriso sutil antes de o elevador nos separar completamente. Enquanto o pequeno espaço se tornava cada vez menor, meus pensamentos vagavam por aquela interação, intrigada com o que poderia significar para o nosso futuro.
O encontro inesperado no elevador deixou uma faísca de curiosidade e interesse, algo que eu não podia ignorar. Aquele momento fugaz, embora confuso, alimentava minha determinação em descobrir mais sobre o homem por trás da fachada imponente e descobrir se havia uma ligação verdadeira além das aparências.
Enquanto seguia em frente, minha mente se encheu de expectativa e uma inegável sensação de que aquele encontro poderia mudar o curso dos acontecimentos. O futuro se desdobrava diante de mim, e eu estava disposta a desvendar os segredos que o destino reservava.
Ao sair completamente da empresa, fui recebida por um espetáculo de luzes e cores que enfeitavam a paisagem noturna. Os prédios imponentes e as ruas movimentadas ganhavam uma aura mágica sob a luz das estrelas e dos postes de iluminação.
A cidade brilhava diante dos meus olhos, revelando sua beleza noturna em todo o seu esplendor. Os letreiros luminosos piscavam, convidando-me a explorar o que aquela metrópole vibrante tinha a oferecer. As pessoas passavam apressadas, imersas em seus próprios mundos, enquanto eu me permitia um momento de contemplação.
A brisa suave acariciava meu rosto, trazendo consigo uma sensação de liberdade e renovação. As estrelas cintilavam no céu escuro, como pontos de esperança e sonhos a serem alcançados. Era um cenário inspirador, que despertava em mim uma profunda sensação de gratidão por estar ali, vivendo aquele momento único.
Enquanto caminhava pelas ruas iluminadas, percebia que a cidade à noite revelava uma faceta diferente, uma aura de mistério e encanto. Os reflexos dos prédios espelhados dançavam na superfície dos carros que passavam, criando um espetáculo visual hipnotizante.
Em meio a essa sinfonia de luzes e movimento, senti-me parte de algo maior. Era como se a cidade pulsasse com uma energia vibrante e cativante, envolvendo-me em seu abraço acolhedor. Eu me sentia viva, consciente de que a noite guardava segredos e possibilidades infinitas.
Alguns minutos se passaram até que finalmente avistei um táxi se aproximando. Com um gesto rápido, levantei os braços na ponta da calçada, sinalizando para o motorista. Ele prontamente parou o veículo e abriu a porta para que eu entrasse.
Cumprimentei o senhor de idade com um sorriso amável, e adentrei o banco traseiro do táxi, acomodando-me confortavelmente e fechando a porta.
— Por favor, siga em direção à Rua Estrada Real das Esmeraldas. É onde meu apartamento está localizado. — solicitei gentilmente.
Enquanto o táxi seguia em direção ao meu destino, deixei-me envolver pela calma e pela paz que aquela pequena jornada proporcionava. Era reconfortante saber que, mesmo em meio à agitação da cidade, sempre existem momentos de tranquilidade e conexão consigo mesma.
Ao chegar ao meu destino, paguei a corrida com gratidão e desejei ao senhor uma noite agradável. Saí do carro com um sentimento de satisfação pelo meu primeiro dia.
Enquanto caminhava com confiança pelos corredores elegantes do prédio, sentia o olhar atento dos seguranças que guardavam a entrada. Com meu crachá de identificação em mãos, passei por eles com um sorriso discreto e um cumprimento educado.
Ao entrar no imponente hall, a sensação de exclusividade envolvia o ambiente. O elevador dourado estava à minha espera, e com um toque suave no botão, as portas se abriram para mim. Adentrei o espaço luxuoso, que refletia o requinte do prédio.
Enquanto o elevador subia lentamente, eu aproveitava o breve momento de tranquilidade. Observava os números iluminados acima da porta, indicando cada andar percorrido. Até que, finalmente, chegou o momento de sair.
As portas se abriram, revelando o corredor impecavelmente decorado do meu andar. O tapete macio sob meus pés, as paredes revestidas de obras de arte e a iluminação suave criavam uma atmosfera acolhedora.
Segui em direção ao meu apartamento, sabendo que atrás daquela porta me esperava um refúgio pessoal, um espaço que refletia a minha personalidade e meu gosto refinado. A chave deslizou na fechadura, abrindo as portas para o meu santuário — quase — particular.
Adentrei meu apartamento, um espaço pequeno, porém repleto de sofisticação e beleza. Cada detalhe era cuidadosamente planejado para criar uma atmosfera acolhedora e luxuosa.
Na sala de estar, o brilho do ouro se destacava nos detalhes decorativos. Uma delicada moldura dourada adornava o espelho na parede, refletindo a luz suave do candelabro no centro do teto. As cortinas de tecido nobre, em tons suaves, traziam elegância ao ambiente.
O sofá era um convite ao relaxamento, com seu estofamento macio e confortável. Almofadas luxuosas, com detalhes em dourado, complementavam o conjunto. Uma mesa de centro, feita com um tampo de vidro espelhado, revelava detalhes esculpidos em ouro, proporcionando um toque de glamour.
A iluminação estrategicamente posicionada criava uma atmosfera aconchegante. Lustres delicados e luminárias de chão, com detalhes em ouro, iluminavam o ambiente de maneira suave e acolhedora.
Na parede, uma estante elegante exibia livros encadernados em couro e objetos de arte cuidadosamente selecionados. Um toque de requinte estava presente em cada detalhe, desde os pequenos enfeites até as molduras dos quadros que adornavam as paredes.
Emma saiu de um dos quartos, com seus cabelos curtos bagunçados e um pijama confortável. Sua aparência era simples e despretensiosa, mas sua presença sempre trazia alegria ao ambiente. Como minha melhor amiga, ela sempre esteve ao meu lado, desde os tempos de colegial.
Apesar de não trabalhar, Emma possuía uma condição privilegiada, graças à fortuna de seus pais. Ela poderia viver uma vida de luxo sem se preocupar com as despesas, mas optou por dividir o apartamento comigo. Nossa amizade era tão forte que ela estava disposta a compartilhar o espaço e as responsabilidades.
Conhecendo todos os detalhes sobre o acidente que tirou a vida dos meus pais e o controle opressivo que meu tio exercia sobre a empresa, Emma sempre foi meu porto seguro. Ela entendia minha luta e estava ao meu lado para enfrentar os desafios que surgiam.
Enquanto nos cumprimentávamos com abraços calorosos, senti um alívio profundo por ter Emma ao meu lado. Sua presença trazia conforto e uma sensação de pertencimento.
— Eve, e então, deu certo a sua estratégia de seduzir o chefe? — indagou com curiosidade.
Com um suspiro, eu expliquei para Emma como tudo aconteceu, enfatizando o momento em que a noiva de Henry apareceu de surpresa e o quão pretensiosa ela parecia ser.
— Emma, você não faz ideia. A noiva dele chegou do nada, toda cheia de si, agindo como se fosse a dona de tudo. Ela estava claramente incomodada com a minha presença e tentou me humilhar. Mas eu não me deixei abalar, mantive minha postura e respondi à altura. Acredite, a batalha está apenas começando. —
Surpresa com a intensidade das minhas palavras, Emma segurou minhas mãos e me abraçou com força. Era reconfortante sentir seu apoio incondicional.
A jovem olhou diretamente em meus olhos e disse com convicção: — Eve, você é absolutamente deslumbrante. Não deixe que a opinião de uma modelo te abale. Você tem uma beleza única e uma presença magnética. Mantenha a cabeça erguida e confie em si mesma. —
Minha risada ecoou pelo apartamento enquanto eu me divertia com a expressão surpresa de Emma. Ela não esperava essa reação tão confiante e audaciosa de minha parte.
— Os homens, minha querida, são todos iguais. Quanto mais investimento financeiro fazem em uma mulher, mais ela se torna inestimável, como uma joia preciosa. Com Henry, tenha certeza de que não será diferente. Ele estará em minhas mãos, como um cachorro obediente à sua dona, seja casado ou não. —
Ela olhou para mim, ainda um pouco perplexa, mas com um brilho de admiração nos olhos. Sabia que eu estava determinada a conquistar o que queria, não importando os obstáculos que surgissem no caminho.
Eu estava exausta após um longo dia de trabalho, ansiosa para tomar um banho relaxante e esquecer todos os problemas do mundo lá fora. Enquanto conversava com emma, que estava ao meu lado, ela mencionou uma entrega misteriosa que havia chegado para mim. Acompanhando o pacote, um bilhete cuidadosamente escrito à mão, com meu nome, Eve, destacado em vermelho.
A garota dirigiu-se para um canto do nosso apartamento e arrastou o pacote para o centro da sala, deixando-me intrigada. Brincando, ela sugeriu que poderia ser um admirador secreto, mas algo naquele pacote parecia muito mais perturbador do que uma simples surpresa romântica.
Com cautela, abri o pacote pesado, sentindo meu coração acelerar. Dentro, encontrei um quadro.
Minha atenção foi capturada instantaneamente pela pintura em frente a mim. Os traços daquela imagem sinistra se tornaram ainda mais vívidos. A figura retratada era a minha mãe, inconfundível em cada detalhe. Seus olhos profundos, como poços de sabedoria e ternura, agora pareciam vazios e sombrios, refletindo um tormento desconhecido.
Os traços do rosto dela eram reproduzidos com precisão impressionante, cada linha, cada ruga, exatamente como eu me lembrava. Mas algo estava errado. Uma aura de desespero e agonia emanava daquela representação distorcida. As pinceladas vermelhas, que imitavam sangue fresco, manchavam a pele da minha mãe, como feridas abertas que se recusavam a cicatrizar.
As manchas escorriam, criando padrões abstratos que pareciam evocar angústia e desespero. Era como se cada marca vermelha fosse um grito silencioso, uma representação simbólica do tormento que ela enfrentara em vida, um tormento que até então permanecera oculto.
A expressão no rosto dela, antes radiante e cheia de amor, agora se contorcia em uma máscara de inquietação. Os olhos, outrora cheios de vida, estavam vazios, como se a essência de sua alma tivesse sido sugada para fora. Os lábios, que costumavam curvar-se em sorrisos reconfortantes, estavam presos em uma expressão de tormento silencioso.
As cores da pintura pareciam exalar uma escuridão sutil, envolvendo-a em um véu de mistério e desassossego. Os tons avermelhados e escuros fundiam-se de forma sombria, criando uma atmosfera opressora. Cada pincelada parecia uma gota de sangue, como se a vida tivesse sido drenada do retrato, deixando para trás apenas a morte e o desespero.
Meu coração apertou-se diante daquela visão perturbadora, uma mistura de tristeza e inquietude. Reconhecer minha mãe ali, retratada de forma tão agonizante, era como reviver sua perda, como se a ferida ainda fresca de sua ausência fosse rasgada novamente.
Meu olhar se fixou em algo pequeno e quase imperceptível no canto inferior. Uma frase grifada, como se clamasse por minha atenção. "Memento mori" estava ali, em letras cuidadosamente desenhadas.
A expressão em latim ressoou em minha mente, despertando um sentimento de desconforto. "Lembra-te de que és mortal" - a tradução daquela frase tão carregada de significado. O contraste entre a lembrança da minha mãe e essa mensagem macabra parecia criar um paradoxo assustador.
Aquelas palavras eram um lembrete cruel da fragilidade da vida, da inevitabilidade da morte. E ali, naquele desenho, elas se tornavam ainda mais sinistras. Como se alguém estivesse tentando transmitir um aviso sombrio ou até mesmo uma ameaça.
O significado oculto por trás dessa frase arrepiou minha espinha. Será que essa pintura era uma forma de lembrar-me da efemeridade da existência humana? Ou seria um aviso sobre algo mais sinistro e desconhecido? As perguntas invadiram minha mente, alimentando o suspense que me envolvia cada vez mais.
Enquanto me debatia com minhas próprias conjecturas, uma sensação de insegurança e vulnerabilidade tomou conta de mim. A incerteza do que aquilo significava e o porquê de ter sido enviada a mim instigavam meu medo mais profundo. Eu estava diante de algo maior do que podia compreender, algo que desafiava minha razão e minha sanidade.
Com os dedos trêmulos, soltei o quadro, deixando-o cair no chão com um estrondo que ressoou pela sala. O som do impacto ecoou no silêncio, como se cada batida do meu coração fosse amplificada por aquele barulho repentino.
O impacto da queda reverberou por todo o meu ser, e um peso avassalador se abateu sobre mim. Meu corpo tremia, enquanto me afundava no sofá como se fosse incapaz de suportar o fardo emocional que aquele quadro carregava.
A sensação era como se uma âncora invisível tivesse sido lançada sobre mim, prendendo-me naquele lugar de desespero e agonia. Cada músculo parecia pesar toneladas, tornando difícil até mesmo respirar. O ar parecia rarefeito, como se a atmosfera estivesse impregnada de uma energia densa e opressora.
O desespero se desdobrava em lágrimas que fluíam descontroladamente pelo meu rosto. Um grito estrangulado escapou dos meus lábios trêmulos, ecoando pela sala, carregado com toda a angústia que havia se acumulado dentro de mim.
Meu corpo cedeu sob o peso esmagador do medo, e eu caí de joelhos no chão frio, sentindo minhas pernas falharem. As lágrimas se misturavam com soluços, engasgando-me enquanto minha mente se afundava em um colapso emocional.
No auge do meu desespero, Emma se agachou ao meu lado, envolvendo-me em um abraço reconfortante. Seus braços me envolveram com força, como uma âncora que tentava me segurar diante da tempestade furiosa que devastava minha mente.
— Shh... Eve, acalme-se. Estou aqui por você, e juntas vamos encontrar uma maneira de lidar com tudo isso. Eu não suportaria perdê-la. —
Palavras de consolo escapavam de seus lábios, sussurradas com ternura e compaixão. Ela me lembrava que eu não estava sozinha, que podia contar com seu apoio incondicional. Suas palavras, embora abafadas pelo som do meu choro desesperado, penetravam em minha consciência, oferecendo um vislumbre de esperança em meio à escuridão.
Enquanto as lágrimas secavam em meu rosto, uma escuridão inquietante tomava conta do meu coração. O ódio crescia em mim como uma chama insaciável, alimentando uma sede de matança que eu não podia ignorar. Cada batida do meu coração era impulsionada por uma determinação sinistra, disposta a fazer qualquer coisa para alcançar a minha vingança. A luz da esperança desapareceu completamente, substituída por um desejo obscuro e implacável de ver aqueles que me fizeram sofrer pagarem pelo que fizeram. Não haveria misericórdia, nem piedade. Apenas a crueldade calculada que infligiria a todos que cruzassem o meu caminho.
— Destruirei eles, mesmo que eu mesma seja reduzida a cinzas no processo. Ninguém escapará da minha vingança. —
Com determinação ardente nos olhos, afastei Nina, minha amiga leal, e me ergui do chão. Era hora de superar aquele medo insignificante que se instalara em meu ser. Com passos firmes, dirigi-me ao quadro virado de cabeça para baixo, sentindo a energia sombria emanando dele.
Peguei-o nas mãos e, por um breve momento, observei-o intensamente. Meu olhar penetrava cada detalhe, como se buscasse desvendar os segredos ocultos naquelas pinceladas carregadas de segredos.
Sem hesitar, rasguei aquela folha fina, meticulosamente trabalhada por semanas, sentindo a satisfação momentânea de liberar minha frustração e raiva contidas. Os pedaços da folha voaram pelo ar, dispersando-se como fragmentos de uma verdade que eu estava disposta a desvendar.
Porém, em meio aos pedaços rasgados, algo chamou minha atenção. Havia um endereço inscrito na tábua do quadro. Uma nova onda de surpresa me envolveu, deixando-me curiosa e ao mesmo tempo apreensiva. O que aquele local poderia revelar? Quem o enviara e com que propósito?
Meu coração acelerou novamente, impulsionado por uma mistura de curiosidade e ansiedade. Sabia que, seguindo aquele endereço, adentraria um território desconhecido e perigoso. Mas, naquele momento, o chamado da verdade e da vingança era irresistível.
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