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A Herdeira E O CEO

O Início

Isabella LeBlanc.

Eu não queria estar aqui. Essa festa de fim de ano é uma tortura para mim, que preferia mil vezes estar em casa, lendo um livro ou assistindo a um filme, ou numa festa com os meus amigos, e não aqui rodeada de pessoas falsas e robóticas. Mas meu pai insistiu para que eu viesse, dizendo que essa é uma oportunidade de conhecer as pessoas que trabalham na Holding da nossa família, e de me preparar para o meu futuro.

Eu poderia sentir gratidão pela preocupação dele em me fazer sentir acolhida, se isso não fosse apenas para ele me jogar para cima de algum dos sócios dele e, assim, conseguir interferir na minha vida amorosa também. Pois na profissional ele já manda e desmanda. Ao menos o meu tédio não está no ápice, pois convenci a minha amiga a vir comigo.

— Podemos ir embora? — indaguei ao revirar os olhos com desânimo.

— Não faz nem meia hora que chegamos, Isabella, e não está tão ruim assim. A comida está ótima e esse champanhe… — Júlia tentou me animar com um sorriso.

— Você diz isso porque o seu pai é legal — Afirmo e aponto com o olhar para onde meu pai estava, conversando animadamente com um grupo de homens vestidos formalmente. Nossos olhares rapidamente se encontraram, e eu me viro de costas para não dar a chance de ele me chamar e me exibir como uma mercadoria. — Está claro que esse negócio de me apresentar para os funcionários é apenas um pretexto para me casar com alguém.

— Não seja exagerada, amiga — Júlia retruca — Seu pai não chegaria a isso.

— Isabella — Meu pai nos interrompe e sorriu ao cumprimentar a Júlia com impaciência, antes de voltar a falar. — Gostaria de te apresentar para alguns dos principais nomes do nosso grupo. Você não vai conhecer seus futuros colegas de trabalho se continuar aqui sem socializar.

— Tem que ser agora? Não posso deixar a Júlia sozinha, pai, que tipo de amiga eu seria?

— Isso não é uma festa com suas amigas, isso é para o seu profissional, não se esqueça. E tenho certeza que a Júlia não iria se incomodar em ficar sozinha por alguns minutos.

— E você ainda acha que é exagero meu — sussurrei para a Júlia antes de me levantar. — Já volto, amiga.

Meu pai estende o braço para que eu segure, e caminhamos alguns metros até chegar onde estão os quatro homens que conversavam com ele há alguns minutos.

— Senhores, esta é a minha filha, Isabella. Ela se forma em administração em breve, e vai começar a trabalhar no nosso grupo quando passar as festas de fim de ano. — Ele diz com orgulho e me puxa pelo braço.

— Prazer em conhecê-la, Isabella. Eu sou o Carlos, CEO da Earth & Water.. — Um dos executivos diz e me estende a mão. Eu forço um sorriso e aperto a mão dele.

— Muito prazer, Carlos.

— Eu sou o Roberto, CEO da Sweat & Tears. — Outro executivo diz e faz o mesmo gesto.

— Prazer, Roberto.

— Eu sou o Fernando, CEO da Almeida Associados.

— Prazer, Fernando. — Eu cumprimentei o terceiro executivo, tentando parecer interessada.

— E eu sou o Diego García, CEO da Tech Corporation— O último executivo diz e me olha com um sorriso malicioso.

— Prazer, Diego. — Eu digo e sinto um arrepio na espinha — Todos vocês trabalham juntos?

— Sim. Todos fazem parte da Pouvoir LeBlanc. Mas com quem você terá maior convívio por conta das reuniões presenciais serão o Diego, e o CEO da Renaissance Engenharia, você irá conhecê-lo em breve. Enfim, senhores, a Isabella é uma jovem muito inteligente e talentosa. Tenho certeza que ela vai se dar muito bem no nosso grupo. — Meu pai diz e me abraça pelos ombros.

— Que bom que você pensa assim, pai. Mas eu ainda tenho muito que aprender. — Eu digo e me solto do abraço dele.

— Não se preocupe, Isabella. Nós vamos te ajudar no que for preciso. Principalmente Diego, que assumiu a empresa da família dele há pouco tempo. Não é mesmo, Diego? — Meu pai diz e me empurra para perto do Diego.

— Claro que sim, senhor. Eu ficaria feliz em ensinar tudo o que sei para a Isabella. E não só sobre a empresa... — Diego diz e me pega pela cintura.

— Pai... — Eu digo e olho para ele com um olhar de súplica.

— O que foi, filha? Não precisa ficar tímida, em breve você estará a frente do nosso império — Meu pai diz e finge não entender o meu desconforto.

— Não é isso, pai... É que... — Eu digo e procuro uma desculpa para sair dali.

— Aqui está você! — Júlia aparece do meu lado e me puxa para longe do Diego — Estava procurando por você, preciso te mostrar uma coisa. Com licença, senhores.

— Júlia... Obrigada... — Eu digo e suspiro aliviada.

— De nada, amiga. Vamos sair daqui antes que seu pai volte a te exibir. — Júlia diz e me leva para fora da sala.

Depois de escapar do meu pai e do Diego, eu e a Júlia fomos para o jardim da mansão. Sentamos em uma das mesas vazias e tento me esquecer do nervosismo de minutos atrás. Conversamos por algum tempo, relaxando enquanto observamos o movimento ao nosso redor, e aos poucos me esqueço do meu pai até Júlia voltar a falar sobre ele.

— Amiga, você precisa se divertir um pouco. Você não pode deixar o seu pai estragar a sua noite. — Júlia diz e me entrega uma taça de champanhe.

— Eu sei, mas é difícil. Eu disse que isso tudo seria apenas um pretexto. — Eu digo e tomo um gole da bebida.

— Então, mostre para ele que você não é uma bonequinha dele. Mostre que você tem personalidade e vontade própria. Mostre que você sabe escolher o que é melhor para você. Por exemplo, aquele ali. Ele é lindo, charmoso e não possui uma aliança no dedo. Por que você não vai lá falar com ele?

E Se...

Júlia diz e aponta para um homem que estava parado perto da fonte. Alto, músculos evidentes, mesmo sob a roupa social, um sorriso confiante e possui os olhos verdes mais lindos que eu já vi. Ele usa um terno preto e uma gravata vermelha, e segura uma taça na mão. Ele parece entediado com a conversa com outro homem mais velho.

— Você está louca? Eu nem sei quem ele é. E se ele for um dos executivos do meu pai? E se ele for casado? E se ele for um idiota? — Eu disse e desviei o olhar.

— E se ele for o amor da sua vida? E se ele for o homem que vai te fazer feliz? Pare com esse "e se", arrisque algo uma vez na sua vida, Isa — Júlia diz e me empurra na direção dele assim que o homem mais velho se afasta.

— Júlia... — Eu digo num tom tímido e tento voltar — Eu não posso…

— Vai, amiga, confia em mim. Você não tem nada a perder. Só vai lá e diz "oi". O resto é com você. — Júlia diz e me dá um sorriso incentivador.

Respirei fundo e caminho até o homem misterioso. Sinto o meu coração acelerar e as minhas mãos suarem. Eu não faço ideia do que dizer ou fazer. Eu só sei que ele era o homem mais bonito que eu já vi na minha vida.

— Oi... — Digo e toco no seu braço. Ele se vira para mim e me olha com surpresa. Os seus olhos verdes brilham na luz da lua e eu me perco neles.

— Oi... — Ele diz e sorri. Um sorriso encantador que me provocou um frio na barriga.

— Meu nome é Isabella... — Digo e estendo a mão.

— Leandro... — Ele sorri e aperta a minha mão.

O seu toque foi suave e firme ao mesmo tempo. Eu senti uma corrente elétrica percorrer o meu corpo.

— Prazer em conhecê-la, Isabella... — Ele disse e soltou a minha mão.

— O prazer é todo meu, Leandro... 

Nós ficamos nos olhando por alguns segundos, sem dizer nada. Havia uma conexão entre nós, uma química inexplicável.

— Você quer dançar comigo? — Ele perguntou e apontou para a pista de dança.

— Claro... 

Leandro me conduz pela mão até a pista de dança. Uma música lenta e romântica embala o ambiente. Ele me envolve pela cintura e eu enlaço os meus braços em volta do seu pescoço. Nós nos movemos no ritmo da música, hipnotizados pelo olhar um do outro.

— Você dança muito bem — Ele sussurra próximo ao meu ouvido, provocando um arrepio na minha pele — Quem me dera se todas as festas dessa empresa tivessem uma companhia tão agradável quanto a sua.

— É sempre tão ruim assim? 

— Você não faz ideia — Leandro esboça um sorriso irônico e revira os olhos — Um monte de pessoas fingidas, tentando bajular o chefe para conseguir algum benefício. 

— Foi exatamente o que pensei quando cheguei aqui. Acho que conversar com você foi a melhor parte dessa noite.

— Nisso eu tenho que concordar. Já estava quase desistindo de entrar novamente e indo embora, mas tive sorte em ser abordado por você. Acho que preciso te agradecer por tornar a minha noite mais divertida. Como posso te recompensar?

— Você disse que estava quase indo embora… — O encaro e decido seguir o conselho da Júlia. Ir embora com esse pedaço de mal caminho parece a melhor opção, ou certamente meu pai irá me obrigar a ir embora com o tal Diego. Atrevimento nunca foi o meu forte, mas só por hoje decidi arriscar — Que tal me levar com você? Estou cansada dessas pessoas e imagino que você também esteja.

— Imaginou certo, Bella — Ele sorri e me puxa pela mão — Aceita uma carona? 

— Sem dúvidas. Só preciso avisar a minha amiga antes de ir.

— Tudo bem, vou me despedir de alguns amigos e te espero no estacionamento.

Leandro solta a minha mão e caminha em direção à saída, enquanto os meus olhos percorrem a multidão. Após andar entre as pessoas, encontro a Júlia conversando com um rapaz moreno, que observa atentamente o que ela diz.

— Amiga? — interrompo a conversa deles com um sorriso sem graça.

— Claro! Um minuto, Bruno, já volto. — Ela se despede do rapaz e me segue até o jardim.

— Júlia — Falo assim que chegamos ao ar livre — eu vou embora.

— Isso é óbvio, amiga, e até acho melhor. Ou seu pai dará um jeito de você ir embora com aquele loiro sem sal que estava conversando com você.

Abro um sorriso empolgado e ela me olha surpresa.

— Você não vai acreditar no que fiz.

— O quê?

— Aceitei ir com ele, Júlia. Com o Leandro.

— Tá se sentindo bem? — Ela coloca a mão na minha testa e franze a testa — Você? Sexo casual? Não acredito!

— Amiga, não seja exagerada! — Dou uma risada nervosa e balanço a cabeça — Eu só aceitei a carona. Mas isso não significa que vou para a cama com ele.

— Você tem vinte anos, Isa. — Ela revira os olhos e coloca as mãos na cintura. A música alta e as luzes coloridas do salão contrastam com o seu tom sério — Vinte anos e só transou com um homem na sua vida! Por que não se diverte um pouco?

— Você deveria me aconselhar a pedir um Uber, e não me induzir a ir para a cama com um desconhecido. Não vou ignorar seu conselho, mas também não vou prometer que vou seguir. 

— Aproveite! — Ela abre um sorriso empolgado e me abraça por alguns segundos — Agora vai logo, antes que o seu pai apareça.

— Uma boa noite para você, ao lado do seu acompanhante, te mando uma mensagem pela manhã.

Essa Noite Vai Ser Inesquecível

Torço para que Leandro não tenha desistido de me esperar e me despeço da Júlia, apressada para sair do jardim. Mas, para a minha infelicidade, meu pai me intercepta assim que atravesso o salão principal.

— Onde você se meteu? — Ele pergunta com uma voz insatisfeita — Eu te trouxe aqui para você conhecer o pessoal da empresa, e você simplesmente some.

— Desculpa, pai, eu achei que já tinha cumprimentado todas as pessoas que o senhor queria que eu conhecesse.

— Você deveria ter sido mais simpática com o Diego, e não ter agido com grosseria e virado as costas para ele.

— Daqui algumas semanas terei tempo de sobra para ser simpática com ele, na empresa, pai — Respondo e ponho uma das mãos na cabeça — Diga a ele que me desculpe, mas eu estou com uma dor de cabeça terrível e preciso descansar.

— No próximo encontro de vocês, eu espero que você se comporte melhor. Boa noite, Isabella.

Dou um beijo forçado na bochecha dele, tentando amenizar seu mau-humor, e saio quase correndo até o estacionamento. Meu coração dispara ao ver o Leandro encostado em um lindo carro vermelho, e minhas pernas tremem conforme eu me aproximo dele.

— Pensei que você tinha desistido da carona — Leandro diz e estende a mão para mim. Ele dá um beijo delicado em cima dela, e eu sinto uma eletricidade percorrer o meu corpo ao sentir o toque dele.

— De jeito nenhum, o que eu mais quero é ir embora daqui.

— Nesse caso — Ele abre a porta para mim — Vamos?

Aceno com a cabeça, sem conseguir esconder o meu entusiasmo, e um sorriso bobo se forma em meus lábios. Leandro fecha a porta do carro e se ajeita no banco do motorista. Ele fica em silêncio por alguns segundos, e me lança um olhar intenso enquanto se inclina na minha direção. Ele pára o rosto a milímetros do meu, e fita a minha boca, como se me desafiasse a dar o próximo passo. 

Eu não resisto, e meu coração salta quando a boca dele toca a minha, me dando um beijo suave, carinhoso e, ao mesmo tempo, ardente. Quando nos falta o ar ele se afasta e sorri, mostrando suas lindas covinhas e seus dentes perfeitos.

— Desculpa pelo atrevimento, mas eu estava louco para fazer isso desde a pista de dança — Leandro sorri de um jeito tímido ao coçar a nuca. Ele dá partida no carro e então saímos do estacionamento.

— Eu amei, não se preocupe.

— Para onde eu levo essa bela dama? — Ele sorri ao me olhar de relance, antes de voltar a atenção para o trânsito — Eu estou dirigindo sem destino, já que você não me disse onde mora.

— Sério? — Sorrio maliciosamente e tento parecer confiante, mas por dentro estou completamente nervosa, sem saber como agir perto dele — Eu achei que você tinha algum lugar interessante em mente. Você quer mesmo me deixar em casa?

— Uau — Ele solta uma risada divertida, demonstrando sua surpresa — Você é bem decidida.

— Desculpa —, cubro o rosto ao senti-lo pegar fogo de vergonha —, eu não quis parecer tão oferecida. Eu moro perto daqui, no condomínio Le Jardin.

— Ei, eu que devo te pedir desculpas por te fazer pensar assim. Na verdade, depois daquele beijo, eu só consigo pensar em te levar para outro lugar, mas não sabia como te propor isso.

— Tem minha permissão — Murmuro, forçando um sorriso ao encará-lo novamente — Me surpreenda.

Leandro pega a rotatória e entra na rodovia principal. Mesmo nos conhecendo há poucas horas, sorrimos de forma descontraída. Ele usa algumas frases divertidas para resistir aos meus apelos para saber onde ele vai me levar. Como se soubesse perfeitamente a minha paixão, alguns minutos depois ele estaciona em frente à praia, e eu levo as mãos à boca para abafar um gritinho animado, assim que ele abre a porta e sai do carro.

— Não quis ser indelicado e te levar para outro lugar assim, de cara — Ele diz ao abrir a porta do carro e estender a mão para mim.

— Tem certeza que não nos conhecemos?

— Nem nos meus melhores sonhos, porque nunca me esqueceria desse belo sorriso. Mas, por que diz isso?

— Porque eu sou apaixonada pelo mar.

— Que bom que acertei. O que estamos esperando? Vamos caminhar.

— Vamos! — Digo animada e tiro o salto. Eu sinto uma mistura de sensações indescritíveis que me deixam sem fôlego quando os meus pés tocam na areia gelada e macia. Observo a beleza do mar iluminado pela lua, ouço o som das ondas quebrando na areia, sinto a brisa fresca acariciando o meu rosto, e antes que pudesse externar a minha felicidade, Leandro segura o meu rosto entre as mãos, e saboreio a doçura de um beijo que me faz arrepiar — Sem sombra de dúvidas, você foi a melhor parte dessa noite.

— Te digo o mesmo, Bella.

— Estou gostando de ouvir você me chamar assim.

Ele me abraça pela cintura e me conduz pela areia até a beira do mar. A água fria molha os nossos pés e eu solto um suspiro. Ele me olha nos olhos e sorri, como se soubesse o que eu estou sentindo. Leandro me beija de novo, com mais intensidade, e eu me agarro ao seu pescoço. Ele me levanta no colo e me gira no ar, fazendo-me rir. Logo após, me coloca no chão e me puxa para mais perto. 

— Você quer ir para um lugar mais reservado? — Leandro sussurra, e beija o lóbulo da minha orelha, fazendo com que todo o meu corpo acenda pela sensação.

Eu aceno com a cabeça, sem conseguir falar. Ele me pega pela mão e me leva de volta ao carro, abrindo e fechando a porta para mim. Leandro liga o motor e sai em direção à rodovia. Eu não sei para onde ele vai me levar, mas me sinto segura ao seu lado. Ele parece perceber a minha confiança e sorri, apertando a minha mão. Eu retribuo o sorriso e me aconchego no seu ombro. Ele acaricia a minha perna enquanto dirige, e eu sinto um arrepio quando ele entra num hotel de luxo da cidade.

— Você é incrível, Bella — Ele sussurra no meu ouvido ao entrarmos no elevador, após pegar o cartão de acesso da suíte. Ele me puxa para perto de si e beija os meus dedos — E eu quero muito que essa seja uma noite especial para nós dois.

— Eu também quero — eu digo, olhando nos seus olhos verdes. Eu fecho os olhos e me entrego ao seu beijo apaixonado, sentindo que essa noite vai ser inesquecível.

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