Nicole foi forçada pelo pai dominador a se casar
com o filho de um homem rico. Tudo foi feito por intermédio de suas famílias. Ela não viu o marido nem no dia do casamento, os papeis foram assinados através dos advogados.
Nicole assinou o contrato, agora se chamando Nicole Salazar.
A senhora Salazar.
O pai dela ficou satisfeito por conseguir unir a filha a uma família rica. Depois que conseguiu a ajuda financeira para impulsionar mais o seu novo negócio milionário, até ele virou as costas para Nicole.
- Pai! Vai deixar-me aqui sozinha? Por que não posso ficar com você e o Carlos na mansão?
- Não seja teimosa Nicole, agora é uma mulher casada, seu lugar é aqui.
O pai virou-se e foi embora.
Nicole passou a morar na nova casa, cedida pela família do marido através do advogado Daniel que era seu único contato com eles. Nem a família do marido ela conhecia, apenas o advogado que de tempos em tempos ia verificar como Nicole estava.
O seu pai também não a procurou depois do casamento. O marido também nunca apareceu para vê-la.
Jantando sozinha na casa, Nicole suspira.
"Que vida a minha, primeiro anos no colégio interno. Quando pensei que iria ficar com a minha família, me caso com um desconhecido que não veio nem me conhecer. Agora estou aqui, jantando sozinha."
E assim, Nicole passou seu primeiro ano, totalmente solitária.
1 ano e três meses depois.
NICOLE
Estou a um ano presa a esse casamento forçado. Nunca vi o meu marido, nem sei como é seu rosto.
Meu querido pai me ignora, para ele o único filho válido e o meu irmão Carlos. Eu a sua filha, só serviu para ser moeda de troca.
Minha indignação e nítida.
Faço minha rotina de todos os dias. Levanto, indo direto para o banheiro tomar um banho e fazer minha higiene matinal antes de descer para o desjejum.
- Bom dia Paula.
- Bom dia senhora Nicole. Vai tomar o chá ou café?
- Café. Obrigado! Quero dizer que suas panquecas de ontem estavam divinas.
Tomei meu café tranquilamente, e mais uma vez insisti para Paula tomar café comigo. Ela disse que não seria correto, algo sobre limites entre padrões e empregados, e mais uma vez ela recusa.
Eu não me importaria em sentar-se a mesa com ela. Criei um carinho enorme por ela e percebo a reciprocidade. Estou solitária aqui nesta casa. Todos os meus dias são solitários.
Tentei ligar para o meu pai. Nem que seja para que ele brigue comigo. Não consegui falar com ele, sempre deixo recado com a secretária.
Saio de casa.
Preciso de distração. Fui ao shopping, comprei algumas coisas, pedi ao segurança para levar para casa. Depois fui na faculdade, falei com meus amigos e professores. Voltei para casa na parte da tarde.
Ao chegar em casa, vejo alguém sentado no meu sofá na sala.
Olhei a cara de espantada de Paula e tento decifrar o que estava acontecendo. A única visita que recebo é do advogado da família Salazar, o representante do meu marido, ele ficou responsável por tomar conta dos meus gastos e bem-estar nesta casa.
Só que a pessoa na sala não era o advogado de sempre.
- Boa tarde. Quem é o senhor?
Questiono ao entrar mais na sala.
O homem vira e me olha de cima a baixo. Confusa, eu olhei para Paula que permaneceu calada no canto. O que está acontecendo?
- Poderia me dizer qual o motivo da visita? Eu sou a dona da casa. Me chamo Nicole Salazar. E você é...?
O olhar dele me causa calafrios. O cara me analisa minuciosamente e depois estreita o olhar. Depois de me analisar ele volta a atenção ao meu rosto.
- Eu sou Henrico Salazar.
Pela primeira vez recebo visita de alguém da família Salazar.
- Henrico Salazar? Então é parente do meu marido?
Ele, com o olhar preso ao meu, chega mais perto. Pude notar um leve sorriso em seu rosto que depois some.
- Eu sou irmão dele. Prazer em conhecer-te cunhada. Vim aqui por negócios, Não sei se sabe mais nossa família tem muitos negócios em toda parte.
Eu não sabia nada da família Salazar, ele é o primeiro que vejo.
- Seja bem-vindo.
Apertei a mão dele. O homem olha-me de um jeito estranho. afasto-me.
- Estava na faculdade? (ele pergunta)
- Sim.
Como ele sabia sobre mim? E eu nada sei deles. Não deveria ser novidade nenhuma constatar que sou vigiada constantemente.
- Fique a vontade Henrico. Paula irá mostrar as acomodações. (digo)
Ele sorri.
- Obrigado por me receber cunhada.
Ele não tinha que agradecer, essa casa é da família dele mesmo. Aceno a cabeça positivamente.
Subo as escadas e deixo o visitante inusitado na sala com Paula. Ela ira fazer as formalidades necessárias.
HENRIQUE
Vejo a minha bela e gostosa esposa subir as escadas, parecia fugir do meu olhar.
Quando o meu pai me falou que deveria casar, fui contra. Casei por obrigação.
Nosso casamento foi redigido e firmado através dos advogados. Nunca há vi. As únicas notícias que tinha dela era através do advogado que me disse que a garota estudava muito e vivia em casa. Não tinha muitos amigos.
Só não me informou que a minha esposa era muito bonita. Assim que eu a vi, esqueci a minha resistência contra ela, e fiquei louco de desejo de arrastá-la para o quarto e fazê-la minha.
Meu objetivo era vir aqui, fechar o negócio das terras e voltar a cidade sem complicações. Mas vendo a minha esposa, ficou difícil ignorar a sua existência. Um ano ignorando e agora percebi que quero tomar o que é meu.
Eu a quero.
Menti sobre minha identidade, porque não queria ela criando expectativas de sermos um casal. Eu tinha um plano de vir, mentir sobre minha identidade, ignorar sua presença aqui e voltar a cidade. Não queria ela exigindo nada. Agora não sei se foi uma boa ideia esse plano.
Como vou tomar o que é meu se ela agora pensa que sou o cunhado e não o marido?!
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NICOLE SALAZAR
Tranco a porta do quarto. Não sei porquê mas aquele olhar do Henrico Salazar me deixou desesperada. Senti calafrios.
Pelo menos tê-lo aqui me dará a oportunidade de conhecer mais sobre quem é a família Salazar e sobre o meu marido misterioso. Marido que a um ano não sei quem é e o que faz.
Não sei nada de Henrique Salazar, e ter o irmão dele aqui, pode-me fornecer informações.
Só tenho que superar esse medo de estar diante do meu cunhado, o olhar dele é estranho.
Estou no meu quarto acabei de tomar banho, Paula bate na porta.
- Senhora Nicole a jantar está pronto.
- Ok! Avisou ao Henrico?
- Sim, Senhora. O Sr. Salazar está ciente.
- Obrigado Paula. E... paula?
- Senhora!
- Você poderia ficar na sala de jantar comigo, não quero estar sozinha com o Henrico.
- Senhora... não sei...
- Não conheço meu marido, mas não quero que ele pense mal de mim. Mesmo sendo irmão dele, não posso dar margens para desentendimento entre mim e Henrique.
Paula me olha com pena.
- Seu marido deve estar ciente da chegada do irmão. Não vai haver mal entendidos.
Seguro as mãos de Paula.
- Por favor. Me sentiria mais tranquila com você ali.
Ter uma pessoa conhecida ao meu lado ajudaria bastante.
- Tudo bem Senhora. Vou ficar ao lado da mesa.
- Obrigado.
Descemos as escadas. Henrico Salazar já estava a mesa. Ele ao me ver levanta da cadeira, muito cavalheiro da parte dele. Me sento e ele senta-se.
Paula fica em pé ao meu lado. Alguns segundo depois ele diz;
- Pode ir descansar os seus pés, Paula. Não precisa ficar parada aí. Quando acabarmos aqui aviso.
Diz Henrico, eu olhei com olhar suplicante para Paula. Ela fica indecisa se vai ou fica. Paula acaba saindo.
Droga! Tudo o que eu menos queria era ficar sozinha com Henrico.
Henrico olha-me, ficamos um tempo em silêncio.
Ele fica-me olhando fixamente, parecia analisar cada movimento meu. Fiquei muito incomodada com isso, baixei o olhar para a minha comida comecei a comer.
- Gosta dessa cidade?
Ele perguntou-me, levanto a cabeça e respondi.
- Gosto. Aqui é tranquilo.
Realmente gosto da cidade, estamos em uma cidade bem pacata.
- Gostaria mais da cidade grande. (fala ele)
Incomoda-me muito essa fala dele, dando certeza que eu iria gostar da capital.
- Não sei se gostaria. Estou feliz aqui.
Ele me analisa.
- Quantos anos você tem? (pergunta ele)
- Vinte.
Disse sem mais detalhes, acho estranho ele perguntar-me tantas coisas.
Fico olhando para ele. Talvez esse seja o momento de tirar as minhas dúvidas sobre sua família.
- Seu irmão...
- O que tem ele?
Vejo um pouco de irritação no seu olhar. Não sei porquê.
- Quero saber mais sobre seu irmão. Como ele é?
- Parecido comigo.
Diz ele limpando a boca com o guardanapo.
- Ele virá me ver um dia?
Perguntei a querer respostas, o Henrique não veio ver-me em um ano após casados. Nunca o vi nem por foto.
- Por que quer tanto que ele venha?
- Somos casados. Queria ter uma conversa com ele... não sei o que ele pensa sobre toda essa situação; Eu estudo e um dia terei que exercer a minha profissão... Teremos que entrar num acordo sobre muitas coisas.
- Ele não vem. E não liga para os seus assuntos e o que deseja fazer da sua vida.
Diz ele secamente. Sinto uma pontada de tristeza. Rejeição gera isso.
Rejeição de um desconhecido na rua gera um incômodo e a rejeição da pessoa que deveria cuidar e zelar por você, é pior ainda. Ele casou-se, mas não deseja estar ao meu lado. De início eu nem queria esse casamento, mas agora queria pelo menos ter a amizade dele. Poderíamos levar esse casamento forçado com leveza.
- Entendi.
Digo e abaixo a cabeça. Voltei a comer em silêncio.
HENRIQUE SALAZAR (HENRICO)
Fui duro nas palavras com ela.
Sua curiosidade é normal, mas acabei-me irritando com ela. Agi como um idiota e acabei sendo ácido com Nicole.
Ciúmes de mim mesmo. Loucura!
Nicole abaixou a cabeça, comeu silenciosamente. Depois pediu licença e subiu para o quarto.
Fiquei ali parado. Quero ter Nicole na minha cama, mas já vi que como cunhado não conseguirei nada. Tentei difamar a mim mesmo como marido, queria gerar um desapontamento nela. O que pensei? que Nicole iria cair nos meus braços quando soubesse que o marido não a quer?
Droga! Atirei no meu próprio pé com essa ideia de Henrico.
Saio da sala irritado.
_________
HENRIQUE SALAZAR
Estou em um restaurante esperando Daniel. Acordei cedo e sai antes do café da manhã, fui até a filial de nossas empresas. Assinei alguns documentos e agora estou no restante.
Vejo Daniel entrar no restaurante. Ele vem até mim.
- Não acredito que esteja aqui. Henrique, enfim veio a cidade. Já foi a sua casa?
- Sim.
- Viu a sua esposa. Então? O que achou?
- Você não disse que ela era bastante bonita!
- Já vi homens ficarem cegos por muito menos que isso. Não vou elogiar a beleza da sua esposa. Então, conversaram! Nas últimas reuniões que tive com ela, a moça pareceu bastante angustiada. Ela quer saber quem é o marido. Agora vocês terão a oportunidade de se conhecer.
- Ela não sabe quem eu sou.
- Como assim?
- Tive a brilhante ideia de me apresentar como Henrico Salazar, irmão de Henrique.
- Irmão? Você é filho único.
- Eu sei... mas ela não sabe desse detalhe.
- Caramba! Henrique que enrolação. Por que não foi honesto com ela e Chegaram a um acordo. Essa mentira não vai terminar bem.
- Não quero ela agarrada a mim como um chiclete. Casei para agradar ao meu pai, mas não quero esse status.
- A mulher que o seu pai escolheu não o agradou em nada Henrique?
Fico pensando na pergunta de Daniel por alguns minutos. Não consegui responder. Daniel suspirando diz:
- Então ela agrada-te, mas você decidiu não assumir a sua própria esposa.
- Não sou obrigado a conviver com ela.
- Mas a quer em sua cama. Seu olhar não consegue esconder. (fala Daniel)
- Nicole é bonita mesmo. Não tenho dúvidas que a quero, mas sem que ela me veja como uma possível ilusão romântica. Acreditando que teria direitos sobre mim. (falo)
Daniel ri.
- Ela nunca vai aceitar ter algo com você o cunhado. Nem sei se aceitaria como marido.
- Veremos. Tenho uma semana para fazer minha amada esposa cair em meus braços.
Daniel põe a mão nos olhos demonstrando insatisfação.
***
NICOLE SALAZAR
Quando acordei, desci para o café e Paula me informou que Henrico tinha saído. Fiquei aliviada por tomar café sozinha sem o olhar de avaliação de meu cunhado.
Mesmo que Henrique tenha me ignorado por um ano, não vou dar motivos para ele pensar que não o respeito. Na faculdade mesmo alguns rapazes pediram para ficar comigo, a culpa foi minha, não uso aliança quando saio de casa.
Hoje é meu dia de folga sem aula. Então decidi aproveitar a piscina da casa.
Nadei por meia hora. Depois sai para encontrar Amanda no restaurante.
- Demorei?
- Demorou mais do que deveria. (fala ela)
Sento-me rindo. Amanda é uma das poucas amigas que tenho. Ela é bem engraçada.
- Não exagera Amanda.
Ela revira os olhos, respira fundo e diz:
- Então, vai ou não na festa do Bruno?
- Não sei...
- Ahhh não Nicole. Você quase não sai de casa, nem parece uma jovem. Vamos viver né, Nicole.
- Eu tenho que te contar uma coisa. Não tinha falado antes porque não queria expor tanto a minha vida.
- O que foi?
- Eu sou casada.
Amanda abre a boca surpresa.
- Fala sério! Está brincando.
- Não é brincadeira. Eu sou casada a um ano.
- Eu nunca a vi acompanhada. Essa é novidade!
- Eu e meu marido moramos em casas separadas. Vivemos vidas separadas... Na realidade nem me sinto casada.
- Então ele não se importa com você?
- Não.
- Mais um motivo para ir a festa. Você precisa viver Nicole... o tempo passa rápido demais para jogar fora.
- Eu...
Paro de falar ao ver Henrico e Daniel o advogado saindo do restaurante. Eles não me veem.
- O que foi Nicole?
- Aquele ali saindo... é o meu cunhado Henrico.
Amanda estava de costas e vira para olhar os dois homens.
- Hum! Bem bonitinho os dois... qual dos dois é seu cunhado?
- O de casaco de couro. Aquele é Henrico.
Ficamos a olhar os dois homens saírem do restaurante, não só nós, mas a maioria das mulheres do lugar também. Os dois chamam bastante atenção, exalam poder e charme.
- Amiga, o seu cunhado é solteiro? Que pedaço de mal caminho... Olhe se o seu marido for igual ao seu cunhado, a senhora teve muita sorte.
Amanda começo a se abanar.
Fiquei em silêncio. Não queria dizer-lhe que nunca vi o meu marido. Talvez ele seja parecido com Henrico, então já tenho um pouco de referência para imaginar como é a aparência de Henrique.
Após comermos, fomos a na loja da mãe de Amanda. Ela tem uma botique de roupas de griffe.
- Não quer levar nada? (pergunta a mãe de Amanda)
- Não sei... gostei dessa roupa.
- Então experimente. (fala Amanda)
Pego a peça e vou até o provador. Saio dele.
- Amiga ficou linda. Vai arrasar na festa com essa roupa.
Amanda estava insistindo bastante para que fosse a tal festa. Me olhei mais uma vez no espelho e decidi que vou a essa festa. Não sei nada da vida pessoal do meu marido misterioso, e não vou abdicar a minha por causa dele. Se ele não gostar, problema é dele.
- Eu vou levar esse. (digo)
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