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Nos Acordes Do Amor

Capítulo,01.

Sentada no sofá, encarando a mão que estava sobre minha coxa, tentava entender o quão sínico aquele homem conseguiria ser, ou talvez o problema fosse de fato eu, tudo nele começava me irritar de forma profunda.

Porém, de quem estou falando? Meu namorado, estamos juntos a mais de dez anos e sequer posso dizer que as coisas não são como antes, até porque não lembro de uma única vez que ele fez algo para mim, algo que realmente me fizesse se sentir amada.

Para mim ele tem se tornado cada vez mais dissimulado, egocêntrico, tudo nele realmente me irrita, mas ao mesmo tempo me sinto culpada em ter esses sentimentos, comparados com muitos talvez ele seja até perfeito.

Tentei retirar aquela mão pousada em minha coxa mas ele apenas apertou mais forte, estava querendo marcar território de forma sútil, está fazendo isso porque o irmão dele não retirava o olhar dos meus seios, mesmo o decote não sendo tão chamativo ainda sim parece provocar aquele homem.

Foram horas escutando a conversa entendiante de homens machistas, até que finalmente ele declarou que iria embora, teria uma manhã agitada de trabalho no dia seguinte.

Benjamin, era um dos modelos mais famosos do país e meu namorado, eu deveria ser grata por estar com ele, mas não consigo, ele é tão.. irritante. É um homem frio, tanto na cama quanto fora dela, mal conversa comigo e quando abre a boca só sai coisas que me deixam mal comigo mesmo.

— Helena, da próxima vez que sair comigo, coloca uma blusa decente.

— Você não tem vergonha? Meu irmão faltou se jogar nos seus peitos.

— Se é assim, por que não disse nada para ele? Por que não mandou ele respeitar a sua namorada?

— E outra coisa, da próxima vez que eu sair com você, meu decote será bem maior, até o umbigo, então cale sua boca, você não compra nada para mim então não tem que opinar.

Logo a expressão dele ficou séria e eu apenas ignorei, mesmo quando ele acelerou o carro fingi que aquela atitude não me afetou ou assustou, se ele achava que pisar fundo no acelerador iria me assustar, estava enganado, sempre gostei de adrenalina e velocidade, mas ele não sabe, nunca quis saber.

— Amanhã vou chegar tarde em casa, já estou te avisando para você não ficar me ligando e enchendo o saco.

Novamente eu apenas ignorei, já estava acostumada com aquilo, Benjamin geralmente chega bem tarde em casa e não avisa, eu tenho que ficar igual louca atrás dele e isso o irrita muito, mas não me importo.

Chegando em casa, fui direto tomar banho, quando sai ele veio me agarrando por trás, e isso me irrita, porque ele só lembra de mim quando quer transar, fora isso é como se eu não existisse.

— Me larga, Benjamin. Hoje não estou afim.

— Esse é se problema, você nunca está afim, Helena. Já ouviu o ditado? Quem não dá assistência, abre concorrência.

— Hum.. Deveria lembrar disso também. Agora me deixa em paz.

Me afastei dele e fui me trocar, alguns minutos depois já estávamos deitados, ele trocava mensagens com alguém e eu apenas fiquei vendo vídeos no celular até que senti a mão dele acariciando minha coxa, suspirei de raiva e revirei os olhos.

— Será que dá para você parar?

— Deixa de ser chata, Helena.

Ignorando meus protestos, ele retirou o short que eu usava, tentei afastar ele até mesmo com chutes, mas não adiantou, sabendo que ele não ia parar fui vencida pelo cansaço e o estresse, apenas deixei que ele fizesse logo o que queria.

Sentindo uma dor infernal, desejava aos céus que aquilo acabasse logo, cada segundo era uma tortura, até que finalmente ele acabou, e como sempre apenas levantou e foi pro banheiro, depois voltou e foi dormir, eu fui fazer o mesmo sentindo nojo de tudo aquilo.

Era sempre assim com ele, nunca havia carícias, ou um toque sincero, se ele me dava o mínimo de atenção era apenas porque queria transar, tudo nele era cansativo para o meu emocional, me sentia sempre usada, não havia mais amor, apenas estávamos vivendo seguindo a maré, ambos puxando a corda esperando ela arrebentar.

Eu só queria sentir que estou vivendo e não sobrevivendo, tenho feito orações aos céus esperando que alguém me escute, estou em meu limite com Benjamin, porque ele não é uma pessoa ruim, mas é um péssimo namorado.

Capítulo, 02.

Por mais que eu quisesse, não conseguia parar de bater a caneta na mesa, estava impaciente e ansiosa, fazia algumas anotações sobre assuntos da casa mas meus pensamentos estavam na minha relação com Benjamin, minha mente me auto sabotava com o recorrente sentimento de culpa.

Me assustei com meu celular tocando, ao pegar vejo o nome de Benjamin piscando na tela, eram sete horas da noite e imaginei que ele estaria ligando para avisar que estava a caminho, engano meu, assim que atendi percebi a voz alterada, ele estava bebendo.

Tentei manter um diálogo para saber onde ele estava, mas não obtive sucesso, meu namorado estava bêbado demais para conversar, ele apenas falava coisas que me deixavam insegura, e sem paciência acabei desligando na cara dele.

Foram horas acordada esperando pela chegada dele, mas tudo que recebi foi uma mensagem avisando que ele não iria dormir em casa, eu estava com tanta raiva que era melhor ele ficar na rua, caso contrário, eu seria presa.

Eu estava tão irritada com ele que não pensei mais de forma racional, apenas subi para o quarto e tomei um banho quente, não me importei em quão tarde estava e me arrumei para sair, peguei a blusa com o maior decote, uma saia bem colada ao corpo e um casaco para não sentir muito frio.

Bom, eu não sou muito vaidosa então apenas passei gloss nos lábios e coloquei alguns acessórios antes de me perfumar, peguei um pouco de dinheiro e as chaves de casa, conferi se meu celular tinha carga o suficiente e enfim sai.

Por não conhecer muitos lugares apenas fui caminhando até lembrar de um bar que já havia escutado falar sobre, me disseram que tocava música ao vivo então segui até lá, por sorte ainda estava aberto naquele horário, era no subsolo, algo que achei diferente.

Descendo os degraus da escada podia ouvir uma música tocando, não conhecia, mas parecia ser boa, ao terminar de descer observei os detalhes, havia bastante gente mas não estava tão lotado, a estética lembrava bares americanos como nos filmes de época, era agradável.

Fui até o balcão e olhei as opções de bebidas optando por uma com baixo teor de álcool, enquanto esperava ser preparada minha bebida, minha atenção foi para o pequeno palco, havia algumas pessoas preparando alguns equipamentos, havia bateria, um teclado, duas guitarras e os microfones.

Fiquei encostada no balcão até que minha bebida foi entregue, paguei o valor exato e fui para perto do palco, as luzes ficam fracas onde apenas uma começou focar nos instrumentos.

Observo as pessoas que subiram e seus estilos eram únicos, o baterista parecia ser o mais novo, eu arriscaria uns dezoito anos, ele tinha um olhar tímido mas quando segurou as baquetas pareceu ganhar confiança e poder.

O tecladista parecia um sedutor nato, seu sorriso era direcionado a cada garota que olhasse para ele, tinha confiança de sobra pelo visto, e seus cabelos azuis era um charme e tanto.

Logo olhei para a única garota no palco, ela pegou uma das guitarras e tinha uma atitude que parecia estar odiando tudo ao seu redor, seu look era todo preto, tinha algumas mechas roxas no cabelo e mascava um chiclete, ela parecia intimidadora.

Do outro lado do palco, ao lado direito, havia mais um guitarrista, ele era um dos homens mais lindos que eu já havia visto, seu look era parecido com o da garota, estava todo de preto, mas usava bastante acessórios, usava muitos anéis, duas correntes, suas unhas estavam pintadas na cor da roupa e seu cabelo na altura dos ombros estava claramente bagunçado, mas lhe dava um charme diferente.

A maneira que aquele homem segurava a guitarra demonstrava atitude, confiança e amor, mas eu com certeza não estava preparada para a voz dele, pelo visto ele era o vocalista também, a música deveria ser de autoria dele, era simplesmente perfeita, mesmo rock não sendo meu estilo acabei por me ver gostando.

Enquanto bebia fui curtindo a música, era como se a voz e os instrumentos estivessem me guiando em alguma hipnose, o mundo ao meu redor não existia mais e quando o solo da guitarra começou todo meu corpo se arrepiou, me senti no paraíso, meus medos, inseguranças e mágoas haviam sumido, era apenas a guitarra se apoderando de mim.

Quando aquela apresentação acabou, eu estava ofegante, um pouco suada e trêmula, nenhuma música havia me causado algo assim, nunca me senti tão conectada.

Olhei para o palco e o vocalista estava me encarando, eu fiquei tímida e sai andando procurando o banheiro feminino, quando encontrei joguei um pouco de água no rosto e levei a mão até minha nuca.

Me assustei quando a porta foi aberta, olhei para o homem que entrou e logo após trancou a porta, era o vocalista, e meu coração começou pulsar de uma forma que causava dor em meu peito, mas não era medo, era como uma forte adrenalina.

Sem me dar tempo de raciocinar, meus lábios já estavam sendo unidos com o dele em um beijo de retirar o fôlego, literalmente.

Segurei nos braços dele quando fui colocada sentada na pia, meu cérebro estava tentando entender a situação e meu corpo apenas se deixava levar.

Minha coxa foi apertada de forma firme enquanto ele ainda me beijava, parecia faminto, meus lábios se afastam do dele apenas para mim poder gemer quando ele tocou em minha intimidade ainda por cima da calcinha, eu estava muito molhada e só havia sido beijada.

Em questão de segundos aquele desconhecido retirou o fino tecido que cobria minha intimidade e guardou em seu bolso, nos olhamos de maneira intensa e naquele momento eu sabia que precisava ter uma decisão, se eu continuasse estaria traindo Benjamin, e se eu parasse provavelmente perderia um sexo maravilhoso.

Ainda sendo encarada pelo desconhecido, eu não quis mais pensar, apenas o puxei pela gola da jaqueta e nos beijamos novamente, ele se encaixou entre minhas pernas e enquanto eu me agarrava em sua nuca senti a mão dele chegando entre minhas pernas, minha barriga comprimiu pela ansiedade.

Soltei os lábios dele para gemer quando um de seus dedos começou estimular meu ponto mais sensível, ele circulava com calma enquanto encarava minhas expressões, passei a língua pelos lábios e não consegui impedir meu quadril de se mover buscando mais contato.

Um dedo dele me penetrou lentamente, era a primeira vez que alguém fazia aquilo comigo, mesmo tendo Benjamin na minha vida por anos posso declarar que sou inexperiente no sexo e ele não ajuda muito pois não é de toques, apenas gosta da praticidade, você tira a roupa e pronto, gozou e acabou.

Mais um dedo me invadindo me fez parar de pensar no meu namorado, acabei gemendo um pouco mais alto pois além dos três dedos me penetrando havia mais um ainda no meu ponto sensível, aquilo estava me levando a insanidade, eu me sentia cada vez mais molhada e quente.

Os lábios dele alcançam meu decote onde ele passou a língua na linha entre meus seios, com a mão livre ele abaixou minha blusa junto com meu sutiã e abocanhou um dos meus seios, passou a língua ao redor do mamilo antes de morder de leve puxando com os dentes, causou dor, mas foi bom.

Por impulso eu fechei as pernas e ele mordeu meu seio em reprovação, minhas pernas foram abertas e ele acelerou o movimento dos dedos me fazendo gemer cada vez mais, minhas pernas tremeram e eu me assustei quando acabei gozando nos dedos dele, eu nunca havia gozado antes.

Sem me dar tempo para se recuperar, o desconhecido abriu a própria calça e retirou seu falo para fora, engoli saliva vendo o quão era grande e cheio de veias, ele se ajeitou entre minhas pernas e me beijou antes de penetrar, eu senti um pouco de dor e ele percebeu, ficou parado e alisou minhas costas, eu quis chorar e não entendi o porquê.

Quando ele percebeu que poderia se mover começou ir devagar, ia fundo e lento, sem pressa, começaram bater na porta chamando por algum Yun-ho, certamente se tratava dele, mas não nos importamos, pedi para ele ir mais rápido e assim fui atendida.

Aquele homem começou ir mais fundo, se é que isso poderia ser possível, suas estocadas ficaram brutas mas fui surpreendida por não sentir dor, ele começou gemer rente ao meu ouvido e aquilo me arrepiava por completo, sua voz era grossa e saber que ele estava tão excitado quanto eu me deixava com mais prazer.

Ele saiu de dentro de mim quando eu gozei, mais uma vez, me sentia até mesmo fraca, estava extremamente suada, parecia que haviam jogado água em mim e aquele homem não estava diferente.

— Quero gozar na sua boca, de joelhos gatinha.

Nunca haviam dito tal coisa para mim, parecia sujo mas ao mesmo tempo excitante, ele então me tirou de cima da pia e eu me ajoelhei no chão, ele acariciou meu rosto e sorriu antes de pedir para colocar a língua para fora, o homem se tocou e gemia cada vez mais até que gozou em meus lábios, engoli o que consegui pegar e ele me levantou antes de me beijar, limpou os resquícios de sêmen que ficaram em meu rosto e sorriu ajeitando minha roupa.

Quando ele terminou de fechar a calça, a porta foi aberta e a guitarrista entrou furiosa, ela pareceu entender o que havia acontecido e veio para cima de mim como um touro, ela teria me batido se o homem não tivesse segurado ela.

Os gritos estéricos da mulher me deixaram desconfortável diante a situação, pelo que eu entendi ela era alguma coisa daquele homem, talvez namorada, ele me mandou sair do banheiro e eu achei melhor não ir contra isso.

Fora do bar e de tudo aquilo passei a mão no rosto, me apressei para conseguir um carro e retornei para casa, quando eu fechei a porta me tornei um misto de sentimentos, havia culpa e ao mesmo tempo realização, havia sido um sexo incrível.

Capítulo,03.

A música, I love Rock 'N Roll, da Britney Spears, tocava no último volume enquanto eu limpava a casa e dançava pelos cômodos, eu havia acordado animada como a tempos não me sentia, acabei por subir no sofá e comecei rebolar, lembrei do solo da guitarra da noite anterior e meu corpo se arrepiou.

Desci do sofá e cantei a música em plenos pulmões, parei apenas quando a porta foi aberta e abaixei o volume, olhei para Benjamin e fui até ele que me agarrou pela cintura, ele cheirava a bebida alcoólica e isso me deu um extremo nojo, mas decidi não discutir com ele por causa disso, não queria ser a chata.

— Por que dormiu fora, Benjamin? Onde estava exatamente?

— Eu estava na minha mãe, não começa implicar.

— Não estou implicando, só quero saber onde você estava, hoje você tem trabalho e eu sequer sei se você compareceu.

— Ainda estou no horário, apesar de tudo sou responsável perante meu trabalho, não sou você que é uma desocupada.

— Se eu não trabalho é por sua culpa, e você sabe muito bem disso, toda vez que eu tento trabalhar você surta com esse seu ciúmes.

— Não é ciúmes, é porque eu te conheço, você não quer trabalhar coisa alguma, quer é ficar se expondo para os homens como uma vadia.

Empurrei ele com raiva e decidi que o melhor era me afastar, era sempre assim, na cabeça dele se eu trabalhar é sinônimo dele receber vários chifres, as vezes Benjamin é infantil demais e machista ao extremo.

— Vou tomar um banho, alguém nessa casa precisa trabalhar.

— Ah, antes que eu me esqueça, meu irmão vira aqui mais tarde, tente se comportar como uma mulher decente.

— Serei tão decente quanto as vadias que você deve foder por ai.

Dei passos para trás quando ele veio até mim rapidamente, me vi encurralada na parede e ele segurou meu rosto com força me fazendo formar um bico nos lábios, fiquei tensa e com medo mas tentei não demonstrar, sabia que se ele percebesse meu medo iria usar contra mim.

— É melhor você não me irritar, não estou com paciência para seus dramas ou ironias.

— É mesmo? Pois você terá que aturar meus dramas e ironias durante toda a visita do seu irmão.

Pisquei para ele e consegui me soltar do seu aperto, vi ele subindo furioso e tensa fui terminar o que eu estava fazendo antes da chegada dele, naquele momento a culpa da traição evaporou, era errado, mas me sentia grata comigo mesma por ter ficado com aquele guitarrista.

Após arrumar toda a casa, subi as escadas indo para meu quarto, olhei para Benjamin terminando de se arrumar e revirei os olhos, não sei para quê ele fazia tanta questão de estar extremamente arrumado para receber o babaca do irmão dele.

Segui para o banheiro e me despi antes de ligar o chuveiro, quando a água ficou na temperatura que eu queria tratei de tomar banho para poder relaxar, meu banho não foi demorado sendo assim sai fui logo me trocar, coloquei algo básico mesmo, não queria estar bonita diante meu cunhado.

Quando ouvi a campainha sabia que precisaria respirar bem fundo, então foi o que eu fiz naquele momento, inspirei o ar para meus pulmões até sentir eles arderem, depois soltei o ar e me senti relaxada, vesti meu conjunto de moletom e enfim sai do quarto.

Ao chegar no último degrau da escada avistei meu cunhado abraçando o irmão, eu detestava Bernardo com todas as minhas forças, sentia um nojo crescente sempre que precisava estar no mesmo ambiente que ele, e eu tinha motivos de sobra para me sentir assim, ele sempre me assedia quando tem a oportunidade.

Meu cumprimento foi algo básico, apenas um breve aceno de cabeça antes de me sentar vendo Benjamin faltar me oferecer de bandeja para o irmão dele, eu permanecia calada apenas observando tudo aquilo, me incomoda tê-lo em minha casa, sinto como se meu espaço estivesse sendo invadido.

— Você bem que poderia ir fazer um pudim para mim, Helena. Estou com vontade.

Eu estava prestes a dar uma bela resposta para aquele assediador de merda, mas Benjamin pareceu perceber e foi mais rápido na resposta dizendo que eu não sabia fazer aquela sobremesa em específico, com isso o irmão dele começou me pertubar para mesmo assim fazer e eu tive que ir até a cozinha.

Comecei fazer aquilo com um ódio extremo e obviamente deu tudo errado, avisei que não tinha dado certo e fui lavar a louça quando senti braços ao redor da minha cintura, naquele momento senti como se meu coração estivesse congelando pois era Bernardo me agarrando, rapidamente me afastei dele e ia lhe acertar um tapa mas Benjamin entrou na cozinha.

Ficou um clima estranho na cozinha e meu cunhado decidiu ir embora, algo que agradeci mentalmente, mas quando a porta da frente se fechou e Benjamin olhou para mim, eu tive medo, ainda mais quando ele veio até mim me puxando pelo braço e me prensando na parede, eu odeio quando ele me encurrala desta maneira.

— Acha que eu não percebi o modo que você estava se jogando para cima do meu irmão?

— O que, você ficou louco?

— Eu, louco? Ah claro, porque você acha mesmo que eu não vi as trocas de olhares, e você ainda foi lá cozinhar para ele.

— Pelo amor de Deus, você também não sabe o que quer.

— Das vezes que eu não fiz nada para ele comer, você reclamou dizendo que eu trato sua família de modo grosseiro, e agora quando faço algo você vem com isso.

— E que caralho troca de olhares? Eu nem olhei para ele, você sabe que seu irmão me dá nojo.

— Suas falas não me enganam, sei que você é louca para estar na cama dele.

Fechei minhas mãos em punho e respirei fundo antes de empurrar ele, deixei Benjamin falando sozinho e subi para o quarto enquanto ele gritava ofensas, já no quarto eu chorei escondida com raiva de tudo aquilo e meu coração pesando com tanta mágoa dentro de mim.

Se existe alguém de quem tenho nojo é daquele Bernardo, por várias vezes ele me assediou, qualquer oportunidade e ele tocava em meu corpo, tentava flertar e várias outras atitudes grosseiras usando a bebida como desculpa, e eu sempre levo a culpa no final.

O fato de Benjamin não confiar em mim e estar sempre me acusando de coisas, faz com quê eu pense que sou uma namorada ruim, tento entender quais motivos tenho entregado para ele pensar apenas coisas ruins.

Mas a realidade é que estou ficando cansada, ele não vê minhas qualidades e ainda procura sempre um motivo para me ofender ou me deixar para baixo.

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