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A Bruxa das Sombras

Capítulo 1

Era uma noite sem lua, a escuridão escondia qualquer ser que caminhasse pela floresta, a única luz vinha das casas, onde os habitantes ainda não haviam ido dormir, em outras, a escuridão era a mesma que lá fora. Passos rápidos de algo são ouvidos pela floresta quando, parando em frente a um muro, estava uma pessoa coberta por um manto, que pulou o muro e desceu diante de dois guardas, sacando uma espada com a qual os eliminou com um único golpe, enquanto da sua sombra surgiram várias figuras humanoides, mas com olhos vermelhos e garras, que imediatamente se perderam na escuridão e os gritos não demoraram a ecoar na mansão Caruso, os serviçais corriam aterrorizados e os guardas tentavam lutar contra as sombras.

Logo, seis pessoas foram arrastadas pelas sombras, sendo jogadas aos pés daquela pessoa coberta pelo capuz, que ao retirá-lo revelou ser uma bela albina que estava calma.

—  V-você...  —  mencionou o homem.

Antes disso, voltemos um pouco no tempo, para entender como tudo acabou dessa maneira,

Evelyn Caruso é a personagem principal de uma novela, cuja vida terminou da pior maneira possível, depois de viver de forma miserável, tudo retratado na obra chamada "O Amor do Duque". A história trata de como Caesar Smirnov herda o título de seu pai aos 20 anos e é obrigado a se casar com Evelyn Caruso, filha de um conde. Evelyn era uma garota séria e, acima de tudo, submissa, devido às tratativas que recebia em casa.

Mesmo assim, ao conhecer Caesar, ela se apaixona por ele, mas o duque era um homem indiferente e deixou claro que, apesar de terem se casado, ele não pretendia viver como um casal com ela, mas nunca lhe faltaria nada. Evelyn tentou de tudo para conquistar o afeto do duque e, com o tempo, ele foi cedendo, eles começaram a se dar bem, e então, um dia, durante um passeio em um festival, um homem tentou atacar o duque. Evelyn percebeu e afastou o Duque, sendo ela quem recebeu o ataque, uma adaga que perfurou seu abdômen, mas o pior foi que a adaga estava envenenada, e o médico informou que, devido a isso, e mesmo com a magia de cura, nada pôde ser feito para recuperar completamente seu corpo, deixando-a incapaz de ter filhos, além de seu corpo já ser fraco, como o da mãe, o que tornaria difícil conceber.

Diante disso, Evelyn pôde perceber a decepção no rosto do duque e ela entrou em depressão, se afastou do duque e, pouco tempo depois, ele teve que partir para a guerra, deixando-a sozinha na mansão. Ela se isolou na parte mais distante, um ano depois o duque retornou, a guerra havia acabado e graças a ele, considerado um herói, mas para o azar de Evelyn, ela descobriu que o duque trouxe uma mulher com ele, uma jovem bela com um sorriso radiante, que quis visitar Evelyn dando a notícia de que estava grávida do duque e que havia vindo para a mansão para ser a concubina de Caesar, pedindo que se dessem bem e que ela esperava que Evelyn tratasse bem seu futuro filho, já que ela nunca teria a felicidade de ter um. Evelyn a golpeou e foi impedida pelos serviçais, quando o duque soube disso, questionou Evelyn sobre seu comportamento.

Ao ver que sua vida seria como a de sua mãe, ou seja, uma mulher isolada por seu marido, abandonada por não poder conceber, Evelyn decidiu partir, mas ao voltar para sua casa, seu pai não a aceitou, se ela não pudesse conceber, não era útil nem mesmo para ser entregue a outro nobre, então Evelyn se viu sozinha, retornou à mansão do duque, onde pôde ver os serviçais começando a se voltar contra ela em favor da outra mulher, tratando-a como a duquesa. Diante disso, Evelyn trancou-se em seu quarto e bebeu veneno, perdendo assim a vida.

Embora a história tenha continuado, o filho daquela garota não era do duque, ele apenas fez Evelyn acreditar que ela era amante dele, mas a verdade é que o duque a levou até lá apenas para cumprir a promessa que fez ao amigo de seu pai, que, ao morrer de uma doença, deixou a filha sozinha após ser abandonada pelo homem que a engravidou. Por causa do apreço que tinha por esse homem, o duque concordou em cuidar dessa garota, mas ela queria aproveitar a oportunidade para se casar com Caesar, algo que ela não conseguiu mesmo após a morte de Evelyn. O duque se culpava por não dar atenção a Evelyn, por deixá-la sozinha, e afastou-se, não aparecendo na mansão por dias para evitar que aquela garota o seduzisse.

Até que Caesar conhece a princesa desse reino, já que o rei o designa como seu guarda-costas. Aos poucos, a princesa conheceu o passado de Caesar e o ajudou a superar sua culpa, e eles se apaixonaram. Ao saber disso, aquela garota se apresenta à princesa com seu filho para dizer que ela é a amante do duque e que, agora que têm um filho, ela será a duquesa. Mas a princesa decide confronta-la, ela é diferente de Evelyn e não se deixa enganar, então propõe um teste de paternidade. Se o filho for realmente do duque, ela se afastará e deixará o duque.

Caesar, é claro, aceita o teste, pois sabe que a criança não é seu filho, apesar da garota jurar para todos que ela é a mulher do duque, mas ela se recusa a fazer o teste. Para evitar o teste, ela mesma mata seu filho e tenta culpar a princesa, mas descobre-se que foi ela e é condenada à execução por ter cometido o horrível ato de matar seu próprio filho. Assim, finalmente, a princesa e o duque têm seu final feliz.

Uma história que Kate não gostou muito, com muitos mal-entendidos, um homem que não deu atenção à esposa e que nunca obteve a justiça que merecia. Se aquela garota pagou, foi por outro crime, além disso, tudo terminou da maneira mais clichê, Caesar e a princesa viveram felizes para sempre, e a verdade é que Kate odeia esse tipo de história. Ela leu porque sua amiga insistiu.

Já se passou um ano desde que Kate acordou sendo Evelyn, ela ainda se lembra daquele dia em que abriu os olhos confusa. Lily, sua criada, disse que ela desmaiou porque não quis comer, pois fazia apenas uma semana desde que Ophelia, sua mãe, morreu e o conde já havia anunciado que Martha se tornaria a nova condessa, pois é mãe de seu herdeiro. Inicialmente, Kate estava confusa, não entendia o que estava acontecendo, até que finalmente se adaptou e descobriu quem era naquele momento. Portanto, ela não podia permitir-se acabar como a verdadeira Evelyn, então seguirá um pouco o rumo da história e, quando chegar a hora, se afastará de tudo para poder viver sua vida como quiser.

Evelyn tinha 12 anos, era uma menina de cabelo branco e olhos azuis escuros, mas dentro dela agora residia a alma de Kate, uma mulher de 25 anos, cuja vida não foi fácil, mas isso a ajudou a sobreviver. Ela aprendeu a se virar desde pequena, tornando-se uma mulher perigosa, pois Kate foi a líder de uma das máfias mais temidas do mundo. Ela era letal, perigosa e sanguinária. E como ela morreu? Não importa o quão perigosa uma pessoa seja, ninguém escapa de um acidente aéreo. Foi assim que ela acabou no corpo de uma menina, que agora está sendo espancada nas costas pelo pai, por ter gritado com a condessa. Mas não foi por teimosia, foi a condessa que lhe deu motivos. Ainda assim, ela é a culpada e agora está ferida nas costas.

Em seu quarto, Lily, sua empregada, limpa o sangue com muito cuidado e aplica o remédio para evitar infecção, embora a expressão da empregada seja de completa tristeza e impotência, por não conseguir salvar sua senhorita. Evelyn ouve seus soluços.

—  Não se preocupe, Lily, pessoas como eles pagam caro... —  ela sorri.

—  Mas, minha lady... não é justo, você nunca fez nada a eles e eles sempre te machucam... —  diz Lily.

—  Exatamente, e é por isso que um dia pagarão pelo que fizeram. —  ela só precisa esperar o momento, não é uma mulher que fica de braços cruzados, sempre esperará a oportunidade de se vingar.

Depois de terminar de fazer os curativos, Lily a veste com um vestido simples e confortável, dá-lhe um remédio para beber, assim a dor irá diminuir e ela poderá descansar. Ao sair, Evelyn se levanta e caminha até a varanda, onde pequenas luzes começam a se mover ao seu redor. Ela estende a palma da mão e uma pequena criatura pousa sobre ela. Evelyn fica surpresa, nunca imaginou ver algo assim.

Uma fada? —  ela pergunta.

A pequena sorri e acena, mas se afasta e se transforma em uma espécie de sombra humanoide com olhos brilhantes, ajoelhando-se.

—  Seja bem-vinda, minha rainha. Estamos à sua disposição, nós, os demônios das sombras, servimos à bruxa das trevas, nossa criadora.

Evelyn estava surpresa com o que ouviu, não apenas porque a sombra falou, mas também porque a chamou de bruxa e rainha.

Capítulo 2

Evelyn não podia acreditar no que ouvia, não sabia o que pensar, sabia que existia magia e criaturas mágicas naquele mundo, mas não imaginava ter um encontro tão próximo. Rapidamente, viu as outras fadas se transformarem como a primeira e se curvarem diante dela.

—  Você é nossa rainha, nós somos seus fiéis servos.

—  Eu não sou uma rainha... Não posso ser.

—  Você é a bruxa das trevas, descendente de nossa criadora e escolhida para ser nossa senhora.

"Senhora" "senhora"

Evelyn ouvia as vozes de todas as sombras enquanto uma figura misteriosa aparecia diante dela. Essa figura trazia consigo um livro com capa de couro negro e letras douradas.

—  Este é o testamento da bruxa, herdado por gerações, agora é seu. Nele estão contidos feitiços e a história de nossa criadora. Tudo está escrito aqui.

Evelyn segurou o livro, era pesado e as letras estavam em uma língua estranha, mas ela conseguia entender. Era exatamente como a sombra disse, o título era Testamento da Bruxa. Ao abri-lo, ela viu as primeiras palavras que deveria aprender. Uma frase era para selar o livro e a outra para fazê-lo aparecer quando necessário. Também dizia que somente ela poderia ler o seu conteúdo, as palavras e tudo o que estava escrito ali eram da linguagem das sombras, uma língua que apenas uma bruxa poderia entender.

As sombras desapareceram, mas permaneceram escondidas na sombra de Evelyn. Ela jamais imaginou que algo assim aconteceria. Um dia era uma mulher reencarnada em uma criança e agora era descendente de uma bruxa. Evelyn sorriu e seus olhos brilharam levemente. Ela não sabia como ou por que, mas agora tinha uma grande vantagem a seu favor. A menina começou a rir, uma risada que ecoava pelo quarto.

Evelyn passou a noite toda lendo o livro. Evy era a mais poderosa bruxa conhecida. Ao contrário dos magos, que manipulavam apenas um elemento concedido desde o nascimento, a bruxa poderia manipular todos os tipos de feitiços, desde lançar ondas de fogo até flutuar manipulando o vento. No entanto, logo o templo afirmou que Evy era muito perigosa e começaram a caçá-la. Receberam uma ordem assinada pelo imperador para capturá-la e queimá-la na fogueira. O templo enviou seus guardiões para capturá-la, mas usando seu poderosa magia, Evy criou sombras, seres humanoides para servirem a ela. Eles se tornaram seu exército e uma guerra entre Evy e o templo se iniciou.

Tudo o que ela queria era viver em paz, então fugiu para um país estrangeiro chamado Elek, onde foi protegida pelo imperador desse país. Ele era um homem de cerca de 30 anos, de boa aparência e grande coração. Ele lhe deu proteção, mas o templo procurou o imperador de seu país, Lukon, para mediar e entregá-los a bruxa. No entanto, o imperador de Elek se recusou e tanto o templo quanto o imperador de Lukon ameaçaram guerrear. Diante disso, Evy concordou em se entregar, mas aquele imperador não aceitou. Durante o tempo em que esteve lá, ele se apaixonou por ela e estava disposto a fazer qualquer coisa para protegê-la.

Diante desse grande ato de amor do imperador, Evy ficou comovida. Ela não o amava, mas prometeu estar ao seu lado, entregando-se a ele. Imediatamente, o imperador a coroou como sua imperatriz, mas o templo não desistiu. Aproveitando uma viagem do imperador e de Evy para outro país, eles os atacaram com a intenção de matá-la. No entanto, foi o imperador quem acabou morto durante a batalha. Ao ver isso, Evy ficou cheia de raiva e declarou guerra. Todo o país de Elek estava ao seu lado, pois, devido à necessidade do templo, eles haviam perdido seu imperador. Apesar de ser poderosa, quando se tornou imperatriz, Evy usou sua magia para ajudar e não para ferir; ela não era má. No entanto, o templo queria fazê-la parecer assim, mas eram apenas pessoas egoístas que não aceitavam alguém mais poderoso que seus magos.

O imperador de Lukon virou as costas para o templo, eles não queriam uma guerra, então permitiram a destruição do lugar. Evy se culpou, pois se tivesse atacado o templo antes, o imperador, seu marido, não estaria morto e seu filho não estaria nascendo órfão de pai.

—  A culpa não foi sua, a culpa é apenas daqueles que não aceitam que outros tenham algo melhor.—

Foram as palavras da irmã de seu marido.

E assim, Evy continuou governando, nunca se casou novamente. Seu filho, que era um menino, cresceu para se tornar um bom imperador e, assim, aos poucos, a descendência da bruxa foi aumentando com os filhos e netos que Evy teve, que em seu tempo passou a ser conhecida como a bruxa das sombras.

Evelyn cerrou o livro, já estava amanhecendo, então guardou o livro debaixo do travesseiro e preparou-se para dormir um pouco. Mas só conseguiu dormir algumas horas, pois Lily entrou para dizer que o conde havia convocado-a e que ela se vestisse bem.

—  Não sei por que ele me chama. O que ele está planejando agora? —  ela franziu os lábios.

—  Ouvi dizer que os duques Smirnov estão vindo para o jantar. Eles eram grandes amigos de sua falecida mãe e se você não estiver presente, o conde ficará mal diante deles —

respondeu Lily.

—  Ainda sinto dores nas feridas. Se dependesse de mim, não compareceria, mas é muito cedo para outra punição —

disse ela.

—  Não diga isso, minha senhora. Venha, vamos deixá-la linda, para que Alondra e as outras se afoguem de raiva —

disse Lily.

Lily a leva para o banheiro para ajudá-la, deve cuidar de suas feridas e evitar que elas se abram, especialmente durante a refeição, ou sua senhorita estará em sérios problemas.

Capítulo 3

Evelyn se apresentou ao conde com o melhor vestido, embora não se compare aos que Alondra e a condessa estão usando, já que estes são novos. Ainda assim, o conde acha que ela está bem e não precisa de mais nada. Se perguntarem, ele dirá que Evelyn costuma ser simples e não compra vestidos a cada temporada. O conde ordenou que todos esperassem na sala enquanto aguardavam a chegada do duque.

—  Até o pai acredita que você não é digna de um vestido novo. —  zombou Alondra.

Essa menina é dois anos mais nova do que ela, mas cresceu e aprendeu muito bem com Martha.

—  Não preciso de nada novo para realçar minha beleza. Quem precisa, é porque não tem mais nada a oferecer. —

sorri zombeteira.

—  O que você disse? Minha filha é linda, ao contrário de você, bastarda. —  Martha ia bater nela, mas parou, lembrando dos convidados.

—  Bata nela, mãe, ela está nos desrespeitando.

—  Por enquanto não, não podemos irritar seu pai.

—  Mas mãe...

—  Ela será punida amanhã. Agora, comporte-se, precisamos impressionar os duques. —  Martha sabe que eles têm um filho de uns 14 anos e devem estar procurando uma jovem para um compromisso, então Martha espera que a duquesa fique impressionada com Alondra.

—  Se a duquesa ficar impressionada, você tem o futuro assegurado. Sem dúvida, casará com o filho dela.

Evelyn apenas revira os olhos, pois ela sabe perfeitamente que Alondra sequer chamará a atenção da duquesa e sabe o que acontecerá. Uma criada lhes avisa que devem sair e assim o fazem. Na entrada, a carruagem chegou e os duques desceram, embora a condessa consiga ver que o filho não estava com eles.

—  Saudações, duque Smirnov, duquesa, sejam bem-vindos à minha humilde casa. Essa é minha esposa, Martha, e minha filha, Alondra.

A duquesa observa a mulher e Alondra, fazendo um gesto de desagrado disfarçado atrás de seu leque.

—  Um prazer, duquesa Smirnova, eu... —  Martha e Alondra fazem uma reverência, mas são ignoradas quando a duquesa se aproxima de Evelyn, mostrando um sorriso amável. Evelyn faz uma reverência.

—  Saudações, duquesa. —  Evelyn tenta fazer uma reverência adequada.

—  Que elegância, sem dúvida, digna filha da condessa Ophelia.

—  É uma honra receber o elogio de uma dama tão distinta.

Martha franze os lábios ligeiramente diante do elogio a Evelyn e a menção a Ophelia. Alondra também, era uma menina mimada e detesta que alguém mais seja elogiado na sua presença.

—  É porque ela tem os melhores professores de educação, minha Alondra também possui uma elegância única. —

fala Martha.

—  Ela precisa fazer aulas também. —  observa a duquesa.

A vestimenta da mulher era chamativa demais, com excesso de joias e adornos.

—  Sigamos para a sala de jantar, por aqui. —  acrescenta o conde.

Quem os guia até a grande sala de jantar da casa, onde procuraram estar bem decorado e parecer o mais elegante possível. Cada um toma seu assento, o duque ao lado direito do conde e do lado esquerdo estavam Martha, Alondra e Evelyn, em frente a elas a duquesa.

—  Ouvi dizer que a duquesa é uma boa amiga da rainha, deve ser uma grande honra ter a amizade da mulher mais importante do reino.

—  Sim, nos conhecemos muito antes de nos casarmos. Lady Evelyn, espero que um dia você me acompanhe para vê-la. Ela também foi grande amiga de sua mãe.

—  Seria uma honra, gostaria de saber mais sobre minha mãe e sua juventude.

Martha e Alondra estão irritadas por serem ignoradas pela duquesa.

—  Que bom, Evelyn querida, Alondra também ficará encantada em ir e conhecer a rainha.

—  O convite é para a lady Evelyn, conde Caruso. Sua esposa não foi educada? Continua se intrometendo em uma conversa alheia.

—  O quê? Eu sou a con...

—  Desculpo-me, Duquesa, prometo que cuidarei para que ela seja educada como deve ser.

Martha queria reclamar, mas não pôde, pois viu o rosto de raiva do conde.

—  Esse é o problema quando se casa com uma plebeia. Você não pensou em se casar com uma verdadeira nobre como esposa?

—  N-não se preocupe, ela sabe se comportar, não é?

—  Claro, desculpe se a desrespeitei.  —  Martha abaixa o olhar, mas aperta as mãos com raiva diante da vergonha que acabou de passar e, é claro, para ela, tudo é culpa de Evelyn, se apenas ela não existisse, a duquesa prestaria atenção em Alondra.

O jantar continua e enquanto o duque conversa com o conde, a duquesa só presta atenção em Evelyn. Alondra tentou falar, mas Martha não permitiu, ou seria repreendida novamente. No final do jantar, os duques se despedem de Martha apenas por cortesia, mas com Evelyn, a duquesa foi muito gentil e até lembrou seu convite para ver a rainha.

Agora que eles se foram, quando Evelyn estava prestes a sair, a condessa a segura pelo braço com força.

—  Maldita garota, não sei o que você fez para que a duquesa me ignorasse, a senhora desta casa.

—  Mas eu não fiz nada, se não respondesse, seria uma falta de educação e meu pai me castigaria.

Alondra se aproxima e a empurra, fazendo-a cair. Lá fora, suas roupas ficaram sujas de terra.

—  Sou eu quem merece ver a rainha, eu irei quando o convite chegar. Mãe, não é verdade que sou eu quem merece conhecer a rainha?

—  Claro que sim, e quando esse convite chegar, será Alondra quem irá.

—  Como ordenar, madame.

Evelyn abaixa a cabeça e se levanta para sair, mas está furiosa. Se dependesse dela, mataria todos eles agora mesmo, mas precisa esperar um pouco mais. Além disso, já sabe o que espera a condessa, um grande castigo do conde por envergonhá-lo. Ele enviará Alondra quando a duquesa convidar Evelyn e isso deixará a duquesa muito irritada. Ao chegar em sua residência, Lily se assusta ao vê-la tão suja e corre imediatamente para preparar um banho.

—  Não consigo acreditar que essa mulher continue com seu assédio e que o conde permita isso.

—  Não se preocupe, Lily, o preço a pagar será mais alto para eles. E quando tiver minha vingança, vou desfrutar como nunca.

Evelyn entra no banho e depois Lily cuida com cuidado de secar as feridas em suas costas e colocar as bandagens novamente. Ao terminar, ela a deixa descansar em seu quarto. Ainda é dia, mas Lily é a única criada que a serve e cuida de tudo. Aquela pequena residência não é atendida por mais ninguém, e Evelyn não recebe educação de forma alguma, pois o conde deixou claro que só educaria as filhas que lhe fossem úteis.

Evelyn aproveita sua solidão para continuar lendo o testamento da bruxa. Há uma infinidade de feitiços, que nenhum mago consegue realizar. Evelyn levanta a mão e cria uma luz púrpura, que logo desaparece, pelo menos agora ela sabe que pode usar magia. E se for como as sombras disseram, ela poderá controlar todos esses feitiços do livro.

Uma semana depois, um mensageiro chegou com o convite da duquesa para tomar chá com a rainha. Obviamente, o convite era para Evelyn, mas como o duque não estava em casa, Martha prepara Alondra e a instrui a dizer que ela estava lá em nome de sua irmã, que estava doente. Com esse plano, Alondra subiu na carruagem que a levaria até o palácio.

Evelyn vê a carruagem partir e Martha, que a viu observando, sorri debochadamente, mas Martha pode ver que Evelyn apenas a ignora.

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