Capítulo 1 o início de tudo
Nick
Muitos anos atrás
- Nick, querido, precisa de carona para a faculdade? - perguntou minha mãe pegando sua bolsa.
- Não mãe, vou com o meu carro. Essa semana as primeiras aulas da manhã estão canceladas, a professora está doente! - falei.
- Ok, mas cuidado. Sabe que o trânsito é muito perigoso. Respeite todas as regras e sinalizações! E não beba, nem dê carona para nenhum estranho!
- Mãe, eu tenho vinte e um anos! Não precisa falar isso toda a vez que vou dirigir!
- Eu sei, eu sei! É só que não estamos acostumados que você esteja assim, um homem já...
- Pobre das minhas irmãs... - murmurei.
- Suas irmãs! - exclamou minha mãe largando sua bolsa e disparou para as escadas.
Mais um dia normal, que minhas três irmãs dormem demais e ainda por cima a mãe tem que ir acordar elas para que não se atrasem para a aula.
Assim que minha mãe desceu de volta para a sala, passou por mim, que estava sentado no sofá e disse:
- Querido, elas estão levantando. Poderia levá-las para a escola? - pediu.
- Sim, mãe... - concordei baixo, ela passou a mão no meu rosto e beijou minha testa.
Isso acontecia quase todos os dias.
Minutos depois, minhas irmãs desceram com seus uniformes e com as caras amassadas.
- Você vai nos levar Nick? - Lara perguntou pegando a mochila.
- Sim... vocês não vão tomar café? - perguntei.
- Não, vamos comer na escola! - Beatriz respondeu.
As levei para a escola e permaneci ali alguns minutos, como o esperado, Bianca Grouver chegou atrasada.
Há algum tempo, eu vinha inventando desculpas alguns dias na semana para trazer minhas irmãs, que sempre se atrasavam para poder vê-la. Ária era seu nome, ela era linda, cabelos ruivos, pele branca quase pálida e seus olhos verdes eram incrivelmente penetrantes. Ela tinha apenas dezessete anos, como minha irmã Beatriz.
Assim que ela se aproximou, desci do carro e apurei o passo para alcançá-la.
- Oi... - chamei e Aria se virou com seus cabelos ruivos esvoaçantes, o mundo inteiro pareceu parar quando seu olhar encontrou o meu.
- Sim? - ela respondeu esperando que eu falasse.
- Ah, desculpe abordar você assim. Mas acho que você é da mesma turma da minha irmã Beatriz e, ela esqueceu esses livros dentro do meu carro...
- Ah, sim. Ela é minha colega e amiga. Eu acho que já o vi aqui algumas vezes! - ela disse e sua voz parecia como a de um anjo. Ou, como eu achava que seria a voz de um anjo.
- Pois é, deve ter visto! - falei tentando fingir indiferença. - Pode entregar para mim? - estendi os livros em sua direção.
- Claro! - Aria afirmou sorrindo e pegou os livros, quando seus dedos finos e gelados encostaram nos meus, eu perdi o fôlego totalmente e mais uma vez, pareceu que o mundo inteiro havia parado de se mover.
Como ela podia ser assim tão linda? Parecia uma obra de arte, deveria estar exposta em um museu para ser apreciada. Não, eu não queria que ninguém a apreciasse além de mim.
- Mais alguma coisa? - ela perguntou e percebi que eu estava a encarando sem dizer mais nada.
- Não, é isso. Obrigado pela ajuda. Não estava afim de ter que entrar!
- Tudo bem e falando em entrar, eu preciso ou acabarei levando uma suspensão por mais um atraso.
- Sim, claro. Vá! - falei e ela sorriu - A propósito me chamo Nick!
- Sim, eu sei... eu sou a Aria! - ela disse e mais uma vez me perdi em seus olhos lindos e encantadores.
- Prazer! - falei rouco por uma onda de desejo que tinha me atingido de repente.
- O prazer é meu. Até mais... - ela disse se virando com a mochila nas costas e os livros que eu escondi de Beatriz nas mãos.
- Até - falei a observando entrar, fiquei alguns minutos ali parado apenas respirando.
Este tinha sido o meu primeiro contato. A primeira vez em que tive coragem de falar com ela, após dois anos apenas a olhando.
Ainda lembro da primeira vez em que ela foi em nossa casa fazer um trabalho com a Bea e eu estava de saída, ela com certeza não se lembra, mas cruzamos no corredor e desde aquele dia eu nunca mais tive paz, meu coração foi roubado por essa pequena e encantadora ruivinha.
Voltei para o meu carro e me sentei ofegante. Estava muito nervoso, mal podia acreditar que tive essa coragem. Peguei meu celular e fiquei olhando as fotos que eu tinha dela, algumas eu tinha roubado das suas redes sociais, outras eu mesmo havia tirado quando tive oportunidade, nas vezes em que a segui e a espionei.
Qualquer um que soubesse desta minha obsessão ficaria preocupado, principalmente se fosse os meus pais que descobrissem, mas eu era inofensivo e esperava que em breve isso passasse, eu ainda era jovem e com o passar os anos acabaria me esquecendo de Aria e encontraria o amor de verdade nos braços de outra.
Esse pensamento não era verdade, por mais que eu sempre dissesse isso a mim mesmo. Sentia que Aria era o amor da minha vida e que poderia perder o ar que respiro se não a tivesse em breve.
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Amigas, com este capítulo final me despeço de vocês. Foi um livro intenso e cheio de aprendizados para mim.
Agradeço a todas que leram e me ajudaram de alguma forma, as amo muito.
Em breve trarei mais notícias, fiquem ligadas 🥰😉.
Esposa em fuga
Capítulo 2
Aria
Não sabia de onde havia tirado coragem de fazer tal coisa com o homem que eu amava, mas quando ele se aproximou o suficiente, enfiei a faca na sua barriga, enquanto olhava no fundo dos seus olhos. A surpresa emanou dele, conforme Adam tirava seus olhos dos meus e olhava seu abdome, passando as mãos na lateral da faca, completamente encharcada de sangue. Ele caiu de joelhos no chão da cozinha soltando meu braço que a segundos atrás ele segurava, o ambiente estava pouco iluminado, pois já tinha anoitecido e apenas uma arandela amarela estava ligada em cima do balcão de mármore, onde eu tinha começado a fazer o jantar.
Apenas alguns segundos haviam se passado entre eu pegar a faca que estava usando para cortar cebola, cravar na sua barriga e ele cair de joelhos aos meus pés, tentando balbuciar meu nome com raiva e surpresa cintilando no seu olhar.
Não parei para pensar, recolhi a chave do carro de onde ele havia acabado de largar após chegar do trabalho e corri para a garagem. Meu coração martelava contra o peito, conforme lágrimas escorriam pelo meu rosto. Cada segundo era crucial para que eu pudesse fugir. O único jeito de sair era por aqui, usando o controle do portão, que ficava dentro do carro dele, ao qual eu só tive oportunidade de pegar, porque Adam se distraiu com sua raiva sem motivo algum como sempre e largou a chave do carro antes de me pegar pelos cabelos. Ele sempre a escondia quando eu não estava olhando. As demais portas da casa, eram seladas com três trancas diferentes e eu não fazia ideia de onde ele guardava as chaves delas. Mas o controle do portão da garagem, sempre ficava em seu carro e era minha única saída agora.
Quando apertei o botão e o portão começou a subir, revelando a rua que eu não via a muito tempo, porque as janelas também eram seladas com persianas fixas, exceto a da cozinha que dava para nosso quintal, onde era o único lugar que eu podia ver a luz do dia, nem sequer os quartos tinham janelas que abriam. Ver a rua me desconcentrou por um segundo, mas logo voltei a mim e dei ré, ainda me acostumando a dirigir um carro, faziam anos já...
Andei pelas ruas o mais rápido que eu pude, o GPS do multimidia do carro parecia maluco, estava piscando sem parar. Apertei alguns botões, eu nunca tinha saído naquele carro, antes de Adam enlouquecer e me trancar em casa, ele tinha outro carro muito mais simples e sem toda essa tecnologia.
Quando percebi estava numa estrada deserta, provavelmente rumo ao leste, onde ficavam as fazendas, lugar ao qual eu não gostaria de ir, parei, respirei fundo e tomei a decisão, iria pedir socorro a minha tia, ela poderia me ajudar. Dei ré no meio daquela escuridão para dar meia volta, pois não haviam postes de luz e quando acelerei para frente o multimídia voltou a piscar e dessa vez um som apitou, fazendo com que eu me assustasse e então acelerei ao invés de frear e bati em um carro, que eu não sabia de onde havia surgido, pois me distrai com o barulho alto que apitou no carro.
Dali em diante tudo foram borrões, uma buzina e alarme de carro soaram. A silhueta do que me pareceu um homem alto e forte surgiu em frente ao meu carro, mas com minha cabeça girando e os faróis do meu carro refletindo nele, eu não conseguia ver quem era, só podia orar para que não fosse o Adam.
Minha porta se abriu e senti alguns puxões na área do cinto de segurança, alguém murmurou alguns xingamentos e logo o cinto se afrouxou me fazendo cair para a frente. Braços fortes me ergueram, me removendo de dentro do veículo e então não vi mais nada, a escuridão tomou conta de mim, me engolindo por inteira.
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Capítulo 3
Nick
Estava indo jantar com meus pais, na casa de campo que eles tinham comprado a pouco tempo. Não gostava de ir à noite para aquelas redondezas, não havia iluminação nem fiscalização, sem contar a péssima estrada. O deixava tudo bem perigoso. Mas depois de algumas idas e vindas, eu tinha perdido o medo.
Não soube dizer de onde veio, mas quando percebi um carro surgiu de repente. Eu buzinei e tentei frear, mas não houve tempo algum e eu bati na lateral de um veículo. Um alarme soou alto e eu fiquei desnorteado por alguns segundos apenas olhando o carro amassado à minha frente.
- Merda... - falei e saí o mais rápido que pude.
Ainda bem que eu tinha batido na porta do carona, ou seria mais difícil de conseguir tentar tirar a pessoa. Era uma mulher. Eu tinha deixado meus faróis ligados, pois a estrada era totalmente escura. Mas não pude ver com muita clareza o rosto da pessoa, só notei que era uma mulher, com os cabelos caídos no rosto. Tentei puxar seu cinto, mas não abriu. Então peguei meu canivete de bolso e o cortei rapidamente.
A mulher escorregou para meus braços com facilidade, parecia estar apenas desmaiada, pois eu conseguia sentir sua respiração. Sua cabeça encostou no meu peito e seus cabelos saíram de cima da sua face, revelando seu rosto.
Seu lindo rosto.
O rosto que assombrou meus sonhos e desgraçou minha vida por longos anos.
Apesar do cabelo bem mais comprido e do corpo muito magro, eu a reconheci imediatamente, era ela. Era a Aria.
Como em nome de Deus o destino podia ser assim tão cruel? Que senso de humor mais horrível que o universo tinha para punir as pessoas.
Por algum tempo, eu não saberia dizer quanto, fiquei com Aria em meus braços no meio daquela escuridão com a luz dos faróis nos atingindo deixando que todas aquelas lembranças me dominassem.
Quando a sensação de dormência passou a afastei do seu carro, com medo de que pudesse pegar fogo ou explodir, embora a batida não tivesse sido tão desastrosa assim. A coloquei no banco do carona do meu carro e ainda com a porta aberta tentei ligar para a polícia.
- Ótimo, sem sinal! - falei com raiva e olhei para o céu - Ok, eu já entendi! Isso é uma punição! Mas o que eu vou fazer? O que devo fazer? Deixar ela aqui?
- Não... não... - a voz suave e delicada de Aria surgiu, mas com uma urgência estranha. Seus olhos ainda estavam fechados e ela balançava a cabeça de um lado para o outro - Não me deixe aqui, ele vai me achar!
- Ele? Ele quem? - perguntei me agachando ao lado do banco.
- Ele... - falou ela parecendo delirar um pouco - Me tire daqui... - sua voz saiu num sussurro perturbador de agonia e desespero.
Olhei para o meu celular sem sinal algum e suspirei. Fiquei de pé com meu coração batendo descompassado no peito, o suor escorria pelas minhas costas e eu só conseguia pensar que se a deixasse aqui, eu seria muito cruel. Mas se a levasse, estaria desgraçando minha vida.
Ela parecia estar com medo de alguém, provavelmente fugindo. Eu não podia a deixar aqui. A levaria para a casa dos meus pais, ligaria para o socorro e nunca mais iria voltar a vê-la. Eu conseguiria, eu precisava conseguir.
Consegui com bastante custo colocar o carro dela no acostamento, após uma rápida inspeção de que o carro não iria explodir e me matar. Sinalizei deixando o pisca alerta ligado e o tranquei.
Voltei rapidamente para o meu carro, sentei no banco do motorista e olhei para a Aria. Ela ainda era incrivelmente bonita, mas suas feições pareciam tristes e ela também parecia estar muito magra.
Dirigi até a casa dos meus pais, desliguei os faróis e entrei em silêncio. Fui até o pequeno chalé dos fundos que eles haviam reforma para quando eu ou minhas irmãs viessem aqui para ficar algum tempo, ou algumas noites.
Estacionei atrás do chalé e levei Aria para dentro. Ela estava desmaiada ainda, então a coloquei numa cama e inspecionei seu corpo por cima da roupa, procurando por algo quebrado ou fraturado. Nada. Aria parecia bem. Exceto por um pequeno corte no supercílio. Eu esperava que não fosse nada grave e pela minha experiência, não era.
O que mais me preocupou foi sua mão direita. Sangue seco estava debaixo das suas unhas e na ponta dos seus dedos.
O que eu deveria fazer meu Deus? Chamar a polícia? Uma ambulância? E se ela estiver em perigo? Ela estava fugindo? Ela tinha cometido algum crime?
Meu Deus...
Suspirei e caminhei de um lado para o outro irritado comigo, irritado com a situação e irritado com Aria. Por que meu Deus justo eu tinha batido no carro dela? E por que que era justo ela dentro daquele carro?
Eu não sabia, mas precisava ser racional, embora quando se tratava dela, eu nunca tinha sido racional.
Mas agora eu seria, tinha que ser.
Ela parecia bem, embora desmaiada, eu a deixaria descansar.
Fui até a casa principal dos meus pais e bati na porta três vezes, como de costume.
- Filhão! - falou meu pai ao abrir e me abraçou com força.
- Pai... - disse retribuindo seu abraço.
- Nick? - era a voz da minha mãe se aproximando - Como está meu querido? Cadê a Vivian?
- Estou bem mãe... - disse quando ela também me envolveu num abraço apertado - Viviam não pode vir!
- Há... que pena! - disse minha mãe, mas eu sabia que ela não se importava nenhum pouco.
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Se preparem que o babado deste livro vai ser grande viu...
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