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A FILHA DO TRAFICANTE

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5 anos antes...

Aline narrando

Olho para o banheiro vendo  Maurício tomar banho, sento na cama e fico pensando nas palavras duras que a minha mãe mr disse, ela me jogou para fora de casa por causa de um deslize que seria para a vida toda.

" Eu nao te criei para ser mulher de bandido "

Nem eu queria isso para mim,mas quando eu iria imaginar qur aquele homem alto, loiro, dos olhos verdes era um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro, eu era a unica que não imaginou isso.

- Você acordou - Ele diz me olhando

- Bom dia -Digo para ele

- Acho que precisamos conversar - ele diz com a toalha no pescoço - Sobre essa criança que você está esperando.

- O filho é seu mas podemos fazer dna quando ele nascer - Eu falo para ele

- Ta tranquilo - Ele diz - Acredito em ti.

No começo tudo parecia flores, ate que o verdadeiro Mauricio se revelou.

E aos poucos comecaram agressões físicos e verbais, mesmo gravida, ele chegava drogado e me agredia.

- Você quer me matar - Eu dizia para ele chorando e encolhida em um quarto da cama.

- Eu só não vou fazer isso porque voce esta esperando uma filha minha - Ele fala

Eu já estava de longos seis mêses de gestação, mas parecia uma eternidade, ele me lembrava todos os dias que eu iria sofrer muito mais assim que a crianca nascesse, eu vivia em uma roleta russa todos os dias ao seu lado.

Os mêses foram passado e ele so foi piorando, ele sempre deixou claro que o único motivo de estar viva era por causa da criança. O problema dele era que ele se drogava, quando não estava drogado ele era o Mauricio que eu conheci e me apaixonei, mas quando ele se drogava oque estava acontecendo quase todos os dias ele mudava, ele simplesmente mudava.

Estava tomando um sorvete na sorveteria quando foguetes começou oque indicava que era uma invasão, todo mundo começou a correr, a casa de Maurício era no topo do morro e a sorveteria na entrada, começo a subir correndo só que com uma barriga de quase 8 meses dificultava tudo.

- Oque você está fazendo fora de casa? - Ele pucha o meu braço e me empurra para dentro de um beco.

- Estava tomando um sorvete - Eu respondo para ele

- Se esconde aí dentro e torce para ficar viva - Ele fala me jogando dentro de um a flecha entre duas paredes - Se você ficar viva eu Fasso o favor de te matar  - Eu Arregalo os olhos para ele que sai correndo com o fuzil atravessado nas costas.

Os tiros começam a ficar mais forte, e o barulho também, dava para ver que tinha movimentação envolta do beco, me encolho cada vez mais e levo um susto quando vejo um policial na minha frente me encarando.

- Moradora? - Ele fala apontando a sua arma para mim\, ele estava com uma touca na cabeça e conseguia apenas encarar os seus olhos e a corrente que ele tinha no pescoço.

-Sim - Digo tirando os braços na frente da barriga e ele segue o seu olhar até ela.

- Coloca isso - Ele diz tirando o seu colete e me entregando

- Não não  - Eu falo para ele

- Você quer morrer com uma bala perdida? - Ele diz e eu nego - Fica tranquila que eu me cuido.

- Obrigada - Digo vestindo o colete

- Só sai daí quando você sentir que está segura  - Eu assinto e ele sai correndo e logo atrás dele passa um monte de policial\, olho para o chão e vejo uma correntinha brilhando\, Pego ela e vejo que era o escapulario que o policial estava usando\, Pego e coloco em mim a sua corrente.

Se ele soubesse que eu era mulher de Maumau e ainda estava grávida dele, ele talvez não iria reagir assim. Ele não deve ter nem me encharcado direito até porque aqui era bem escuro oque deve ter dificultado ele ter me olhado.

Logo os tiros param e escuto a voz do Maurício pelo megafone dizendo que eles tinham vencido mais essa e que o Bope tinha recuado.  Tiro o colete e jogo em qualquer lugar, ele iria enlouquecer se ficasse sabendo que um policial tinha me ajudado.

Entro para dentro de casa e tomo um banho, ele não tinha aparecido na aquela noite em casa e nem no outro dia, deveria estar com uma das suas milhões de puta mas isso não me incomodava mais não mesmo.

(..)

Helena estava completando uma semana de vida, e Maurício apenas aparecia para ver a filha, Não dirigia a palavra para mim jamais.

- Quem é você? - Digo descendo as escadas e encontrando uma mulher na cozinha.

- Oque você faz aqui ainda? - Ela fala me olhando

- Aqui e a onde eu moro - Eu respondo para ela

- Não mais - Escuto a voz de Maurício  -Os vapores vão te levar até a sua nova casa.

- Como? - Eu pergunto ainda sem entender

- Quando Helena desmamar ela vem morar comigo e eu e Tici vamos criar ela - Ele fala

- Você não vai tirar a minha filha de mim - Eu falo para ele

- Você quer morrer agora? - Ele diz me apontando uma arma na cabeça  - Então vaza da aqui.

E então aí tinha começado a minha grande angústia, ele queria tirar Helena de mim a todo custo, Tici era a maior puta do morro e sua amante a muitos anos, e agora eu descobri que ele envenenava ele para se drogar e me tratar mal desse geito.

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Aline narrando

Acordo com um barulho na cozinha e vou até lá vendo Maurício esquentar comida.

- Você não tem casa? - Digo para ele que encara com o asseblante fechado.

- E você não era para esta cuidando da minha filha? - Ele pergunta

- Nossa filha - Eu digo o encarando

- Sua apenas por alguns meses  - Ele fala se aproximando de mim me fazendo engolir seco

- Não tira ela de mim Maurício - Eu falo para ele

- Ela nunca nem vai saber que você é a mãe - Ele diz - Até porque morto não fala. - Deixo uma lágrima cair e ele me pressiona contra a parede\, passando a sua mão pelo meu pescoço.

- Você é um monstro - Eu digo para ele e ele aperta a sua mão no meu pescoço  - Para pro favor - Digo chorando

- Se você quer que eu adiante a sua morte me avisa  - Ele diz me largando no chão - Aproveita que o seu tempo está esgotando. - Ele diz saindo de dentro da casa.

(..)

Helena já estava completando dois meses de idade, e ele fazia questão de me lembrar que ele iria pegar ela daqui quatro meses. Eu não poderia sair para fora do morro com ela de jeito nenhum e a onde eu ia aqui dentro tinha vapores atrás de mim, então ficava em casa o tempo todo.

Mais uma invasão estava começando aqui no morro, abri a janela e consegui ver a visão lá de baixo, era muitos policiais subindo,os vapores que estavam envolta da minha casa saíram tudo correndo. Eu poderia fugir com Helena mas ele iria me achar, e ele iria me matar, Eu precisava tirar Helena daqui.

Arrumo uma pequena bolsa com as suas roupas, e enrolo ela em uma manta, coloco o escapulario que eu tinha no meu pescoço enrolada na sua roupa, e saio com ela pelos becos, os tiros estavam mais lá para cima, vejo algumas viaturas da Polícia, e apenas um homem no telefone falando com alguém, coloco Helena dentro da viatura da Polícia e fecho a porta e saio e me escondo atrás de um barraco.

Maurício e os bandidos tinham ganhado mais uma vez dos policiais, e logo avistei um policial e reconheci ele apenas pelos seus olhos, era o policial que tinha me dado o colete,olhei para o seu nome na farda Leonardo e tive a certeza que era ele.

- Espera - Ele fala assim que abre a porta do carro

- Oque foi Leonardo - O policial que estava no telefone fala para ele

- Um bebê na viatura - Ele fala

- Quem deixou ela aqui? - O policial fala sem entender

- Tem um bilhete aqui - Ele diz pegando o bilhete que eu escrevi pedindo para levarem ela sem fazer alarde..

Não demorou muito para eles voltarem para a sua viatura e sumiram da ali, olho para trás vendo Kleiton o braço direito de Maumau

- Eu vi  - Ele fala me olhando

- Por favor nao conta - Eu falo para ele - Me entrega para ele\, mas não fala a onde Helena está.

- Você acha que eu vou esconder? - Ele fala

- Ele vai matar ela - Eu falo para ele - Ela é só uma crianca.

- Oque você está fazendo aqui vagabunda? - Maurício diz chegando com a arma já  mirando  em mim - Cadê a Helena sua desgraçada?

- Eu não vou contar - Eu falo para ele que me fuzila com o olhar ele vêm  para cima de mim\, me chutando e deferindo socos em mim.

- Eu te odeio para - Eu falo para ele

Ele me trancou dentro de um quarto a onde eu fui torturada de todas as formas, mas jurei pela vida da minha filha que eu jamais contaria a onde eu tinha deixado. Espero que alguém tenha pego ela e esteja cuidando dela muito bem.

- Porque você não me mata de uma vez? - Eu falo sentindo o sangue escorrer pela a minha boca.

- Porque seria muito fácil  - Ele fala me dando mais um soco

- Nada do que você fizer vai me fazer falar a onde eu deixei ela - Eu digo para ele

- Você sabe a onde ela está agora não é mesmo? - Me mantenho em silêncio e ele passa a ponta da faca pela a minha perna.

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Aline narrando

4 anos depois....

Vivi durante quatro anos o inferno, vivi quatro anos trancada em um barraco qualquer na favela, enquanto Maurício me humilhava, me batia e me estudava. Com a ajuda do sub o Kleiton eu consegui fugir, ele me levou até a casa do seu irmão Maicon, o porque dele fazer isso? Até hoje eu não entendo direito, mas ele me ajudou muito e eu tenho uma divida com Kleiton.

- Os policiais adotaram ela - Kleiton fala

- Eles são aqui do Rio? - Eu pergunto

- Moram em copa cabana - Ele fala - Consegui uma entrevista para você na casa deles.

- Entrevista? - Eu pergunto

- Sim\, baba da pequena Helena - Ele diz e eu abro um sorriso para ele - Você foi indicada por uma senhora que trabalha no prédio\, você arrecem chegou no Rio\, Leonardo te viu apenas uma vez na invasão não vai lembrar de você agora que você cortou e pintou o cabelo - Eu assinto - Seu nome continua Aline mas só muda o seu sobrenome.

- Obrigada - Falo para ele que assente

- Toma cuidado\, ok? - Assinto - Eu vou segurar ele lá no morro.

(..)

- Gostei de você  - Silvia a mãe de Carlos fala me olhando - Você pode começar amanhã?

- Posso sim - Respondo

- Carlos meu filho  - Ela diz chamando o policial - Essa é Aline a nova babá da Helena.

- Tudo bem Aline? - Ele fala estendendo a mão.

- Tudo sim e com o senhor? - Eu pergunto

- Dispensa o senhor - Ele fala - Carlos está ótimo. - Assinto com a cabeça e logo ele sai.

- Então te espero amanhã de manhã - Ela fala e eu assinto. - Joselita que trabalha na cozinha vai te mostrar o seu quarto amanhã quando você chegar.

- Obrigada - Falo sorrindo para ela

Estava tão ansiosa enfim iria poder estar perto da minha filha e quando as coisas estivesse mais calma iria para bem longe com ela, mas para bem longe.

O dia logo amanhece rápido e eu estava bastante ansiosa para ver Helena, bato na porta da cozinha.

- Você deve ser a Aline - Joselita fala me olhando - Entre.

Ela me mostra a onde fica o meu quarto e eu arrumo as minhas coisas ali, estaria ganhando bastante, mas o dinheiro não me importava iria usar ele para ir embora quando tivesse uma boa quantia guardada.

- Essa é a Helena - Joselita me leva ao seu quarto e vejo uma menina dos cabelos loiros brincando no quarto\, e sim\, ela era a minha filha\, ela era tão linda. - Eu vou para cozinha.

Helena me olha e abre os seus braços  pedindo colo, Eu abro um sorriso para ela na mesma hora .

Segui a rotina dela como Silvia tinha dito, levei ela para a sua aula de balé a tarde, e depois fomos brincar na pracinha, Helena não me estranhou em nenhum momento, ela me abraçava o tempo todo, parece que sentia que eu era a sua mãe.

- Olha o avião  - Digo brincando com a colher e ela abre o bocão para comer\, já era noite e eu estava dando a sua janta.

- Leo  - Ela diz olhando para a frente quando eu me viro eu vejo ele na minha frente.

- Minha princesa  - Ele diz dando um beijo na sua testa\, logo os seus olhos param em mim.

- Boa noite - Digo cumprimentando ele\, que me encarou e na hora pensei que ele iria me reconhecer.

- Boa noite - Ele diz com um sorriso  fraco\, ele se vira e vai até a geladeira. - Agente se conhece? - Ele diz bebendo um gole de água.

- Acredito que não  - Eu respondo para ele meus olhos descem até o seu pescoço a onde estava o escapulario. E logo volto a minha atenção para Helena - Mais uma - Eu falo para ela que abre a boca novamente toda animada.

- Deve ser impressão  - Ele diz olhando para Helena na sua frente - Aline né? - Assinto com a cabeça  - Seja bem vinda.

- Obrigada  - Falo para ele que vem em nossa direc ao e dar um beijo na irmã.

- Até amanhã pequena - Ele sai e seu perfume fica no ar.

Coloco Helena para dormir, e me asseguro que ela está dormindo, e vou para o meu quarto, tomo banho e troco de roupa.

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