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Tʜᴇ ₄ᴛʜ ᴅᴀʀᴋ ᴏғ Ʀᴇᴀʟɪᴛʏ ₂₅

Capítulo 1 - Sonho

...{Sonho}...

— (risos) Eu disse para você, que eu não sabia cantar.— Diz ela deitada no gramado da escola.

— Pelo menos você tentou, meu amor.— Diz ele, junto dela, de mão dada.

— (Suspiro) Queria poder passar mais tempo com você...— Fala para ele, num tom triste.

— Eu sei que precisa ir para outra cidade, para visitar a sua irmã. Eu também queria ficar mais tempo com você, meu amor, mas ficar com o seu namorado, não é uma boa desculpa para o seu pai.— Diz a olhar fixamente apaixonado para ela.

— Verdade, o meu pai não compraria essa ideia.— Fala sorrindo.

— Mas pelo menos, nós temos esse tempo aqui.— Se levanta a ficar sentado no gramado.

— Esses minutos juntos, são os melhores que eu já tive, isso faz-me apaixonar-me cada vez mais.— Confessa para ele, ao também levantar-se.

— Então, vamos para o parque aqui perto, passar um pouco mais de tempo junto?— Sugere para ela.

— Está louco, não posso matar aula.— Sussurra para ele, para que os demais no gramado não ouçam.

— É somente hoje, meu amor. Dá última vez que você foi visitar a sua irmã, foram mais de 1 mês longe, está certo que nós conversamos por ligação, mas não é a mesma coisa, que estar aqui comigo.— Diz a colocar o cabelo dela, por atrás da orelha, sem perder o contado visual.

— Não sei o que eu seria sem você.— O abraça com força.

— Eu também não sei o que seria sem você.— reforça o abraço apertado.

...— • • • —...

Tereza desperta do sonho que estava a ter, por alexandra que estava ao pé da cama, a chamá-la enquanto puxa o cobertor, com o quarto bem iluminado pelas cortinas estarem abertas. Mais uma vez, tereza têm o mesmo sonho, que ela não aparentava gostar de tê-lo, para ela não tinha uma explicação, por não conhecer quem são as duas pessoas, todas as vezes. Alexandra chama ela, mais uma vez, não convencida que acordou:

Alexandra — Tereza, acorda... Esqueceu que tem aula hoje, vamos levantar.

Tereza — Que horas são?— Pergunta a bocejar e se espreguiçar, mal a conseguir abrir os olhos, pela luminosidade do ambiente.

Alexandra — Hora de levantar, daqui a pouco eu vou buscar o keffery, para levar vocês para a escola.— Se levanta na direção da porta do quarto.

Tereza suspira ao abrir os olhos, espreguiçada e com pouco sono, fica pensativa quanto ao sonho repetitivo que teve naquela noite passada. Ao levantar-se, nas primeiras horas da manhã, após tomar banho e se arrumar, ela toma o seu café, enquanto espera alexandra voltar com keffery. Não demora muito, e tereza sai de casa ao ouvir o som da buzina do carro, a sentar no banco de atrás, ao lado de keffery que a recebe a sorrir:

Alexandra — Tez, o keffery e eu estávamos a comentar sobre como vamos fazer uma pequena comemoração do seu aniversário.

Keffery — Eu pensei ser melhor, a tia alexandra fazer o bolo, ela faz uns deliciosos!— Diz com entusiasmo.

Tereza — E vocês aqui a contar?— Pergunta surpresa.

Alexandra — Você, não gostou?— Desliga o carro, a olhar para ela, através do retrovisor.

Tereza — É que gosto de surpresa, poderiam ter feito em segredo.— Responde com aprovação de um sorriso.

Keffery — Ah! Bom... Eu não sabia como reagiria, se fizéssemos uma surpresa, mas está bem, na próxima, nós vamos fazer.— Diz pouco aliviado.

Alexandra — Keffery!— Diz a olhar para o banco de trás, onde ele estava.

Keffery — O que foi, tia?— Pergunta para ela, sem entender.

Alexandra — Não era para dizer que vamos fazer uma surpresa, na próxima vez, agora ela já sabe.— Diz a balançar a cabeça, e com um sorriso liga o carro.

Keffery — Mas vai demorar muito tempo até lá, ela vai esquecer.— Tenta justificar.

Tereza — Não vou não, keffery.— Esclarece para ele, convencida que não irá esquecer.

Keffery e tereza estudam na mesma escola, ela foi matriculada recentemente, por isso, ainda não sabia tudo sobre a sala, e os professores. Logo ao chegarem na frente do campo da escola, eles vão direto para as suas salas, por não serem as mesmas turmas, ambos só teriam o momento para conversar, na hora do intervalo, e era isso que tereza queria, pois, precisava contar para ele, visto que estão sentimentalmente apegados.

Após algumas horas, o intervalo começa para as turmas do fundamental, tereza já estava na segunda semana dos estudos, quando alexandra conseguiu ter a guarda dela, passados pouco mais de um mês, do acidente acontecido. Keffery sempre preferiu passar o intervalo, na sombra de uma das árvores do campo, frente à escola, logo tereza também ficaria ao lado dele, por não ter tanta interação com os demais colegas, ainda, mas estava visivelmente abalada e sofria:

Tereza — Keffery... Posso ficar aqui, do seu lado?— Chega, pouco após ele, debaixo da árvore.

Keffery — É claro que sim, se não viesse, eu iria te buscar.— Responde com um sorriso no rosto.

Tereza — Sabe que eu te amo muito, não é?— Senta ao lado dele.

Keffery — Sim, eu sei, também te amo, e sinto-me feliz por ter você como a minha namorada.— Diz a se ajeitar, para ficar próximo a ela.

Tereza — Sabe que eu também amo a alexandra, por tudo o que ela fez por mim, após eu ter tido aquele acidente, e não saber de absolutamente nada, sobre os meus pais e sobre a minha vida.— Expressa discreta tristeza, a olhar para ele.

Keffery — Aonde quer chegar, tez?— Pergunta ele, preocupado com a resposta.

Tereza — Mesmo a não ter palavras, para poder expressar em gratidão, para ela, você keffery, é ainda a pessoa que eu posso confiar, e contar o que está a acontecer comigo.— Começa a deixar de manter contato visual, a desviar para o chão.

Keffery — E eu quero continuar a ter a sua confiança, tez. Sabe que pode contar comigo.— Segura a mão dela devagar, para atrair o seu olhar novamente para ele.

Tereza — Eu tive mais uma vez, aquele sonho que me perturba, desde do dia em que eu acordei no hospital... E eu não sei o que posso fazer, nem ao menos, entendo o que significa, o pior é que parecer ser tão real... entende?— Conta para ele, a anteceder a mão livre, aos olhos, para não ficar com a visão embaçado, pelas possíveis lágrimas.

Keffery — Oh tez... como eu queria-te ajudar, com esse problema, estou com você e sei o quanto isso é mau, para a sua recuperação. Fico triste em não conseguir ajudar...— O sorriso se perde na face preocupada, e pouco entristecida dele.

Tereza — Mas está a me ajudar.— Segura na outra mão dele.— Está aqui comigo, não me deixou por um momento, desde que nos conhecemos, já demonstrava algo além de pena, e isso é o que me faz querer sempre poder olhar nos seus lindos olhos, e sentir esse abrigo que tanto falta...

Eram poucas as palavras, mas transmitiam as pequenas gotas desse grande mar de emoções, feridos, machucados e pouco construídos, no mais profundo interior de tereza. As horas logo passam, e a tarde chega, junto com alexandra no carro, a buscar os dois adolescentes, que tinham em mente desde cedo, preparar o bolo da tereza, o quanto antes, pois, keffery precisava voltar para a casa, junto a sua mãe, irmã de alexandra, que iria para o hospital, no começo do entardecer.

Enquanto keffery estava em chamada com a sua mãe, na sala de estar, tereza e alexandra estavam na cozinha, a terminar de decorar o bolo. Aquele era o momento necessário, para tereza fazer uma pergunta, que ainda não tinha coragem de fazer, para a pessoa que resgatou ela, e cuidou como uma filha, a morar juntas naquela casa. Entre um silêncio e outro, tereza resolve ser direta, e fazer de uma vez essa pergunta, com o olhar fixo:

Tereza — O que aconteceu naquele entardecer, no dia do acidente?— Sente receio na pergunta.

Alexandra — Eu... já esperava que fizesse essa pergunta, só não sabia quando iria conseguir fazer...— Diz após suspirar, e deixar o sorriso de lado.— Confesso que tentei preparar a resposta, para poder explicar tudo..., mas até mesmo eu, queria saber o que aconteceu naquele dia.

Tereza — Eu, eu não entendi...— Mantém o seu olhar cansado, junto a sua atenção, voltados para ela.

Alexandra — Eu vou tentar explicar de maneira que consiga entender.— Após outro breve e lento suspiro, ela procura as palavras certas, e por fim continua.— No dia do acidente, eu estava na hora extra do trabalho, e precisavam de socorristas no momento, e eu estava disponível, somente não sabia sobre o que se tratava, lembro de ter sido uma chamada anônima, de uma batida de carro, na estrada principal, para o interior da cidade.

Tereza — Não sabe quem pôde ter ligado, se era alguém da minha família, que estava no carro?— Pergunta ainda triste, e quase sem esperanças de uma positiva resposta.

Alexandra — Infelizmente não, tez. Além de nós, a polícia já estava no local, e afirmou horas após, que também receberam uma chamada, mas ainda não encontraram o responsável, por ligar. Mas isso não é um mistério, também no exato momento do seu resgate, onde na sua retirada entre os escombros, pôde ser percebido que não havia mais ninguém no carro, sequer vestígios de alguém, além do seu... O que deixou várias dúvidas, naquele dia e até hoje, sobre estar aqui.

Tereza — Não... não faz sentido, não tinha como eu estar na frente, no volante a dirigir!... Alguém tinha que estar lá comigo, não faz sentido.— Começa a perder-se nesses questionamentos.

Alexandra — Tez! Calma...— Segura nos ombros dela, enquanto tenta manter contato visual.— Eu queria muito que isso que eu te falei, fosse uma grande mentira, mas não é... infelizmente, estava naquele carro, sem ninguém, no banco de atrás.

Tereza — As roupas que eu estava a usar, como elas eram?— Volta a se encontrar na conversa.

Alexandra — Eram bem diferentes, como as do meu tempo de juventude, sabe... anos 80 por aí. O estanho é, que essas roupas não eram para existir mais, após mais de três décadas.— Solta as mãos do ombro dela, e as volta para o bolo.

Tereza — Essas roupas não podem ser aquelas, dos moradores do interior? Já que o acidente foi na estrada principal de lá.— Os olhos começam a aliviar do peso, enquanto tenta assimilar.

Alexandra — Faz décadas, que esses tipos de roupas foram produzidas, e o povo interiorano não costuma usar esse tipo de roupa.— Diz enquanto keffery chega na cozinha.

Tereza — Vamos terminar essa conversa, uma outra hora.— Fala para ela, ao disfarçar quando keffery se aproxima delas.

Alexandra — Está bem, querida.— Confirma, ao terminarem de colocar a cobertura do bolo.

Capítulo 2 - Portal

Ao terminarem de aproveitarem o bolo macio, alexandra leva keffery para o hospital, onde está a sua mãe, e irmã dela, onde se encontra em repouso, após a queda que sofreu na escada, nos seus últimos meses de gravidez. Tereza fica na casa, a combinar ir no dia seguinte com alexandra, sozinha, ela preferia recuperar a sua energia do dia, e logo descansar para amanhã cedo, já chegado o final da semana, para todos.

Tereza no seu quarto, fecha a cortina da janela, deixa o abajur desligado, não tranca a porta, e deita na sua cama, a se cobrir no escuro, e tentar mais uma vez, ter um sono tranquilo. Mas não era como se ela pudesse mudar a realidade, logo nas primeiras horas do seu sono profundo, ela tem o mesmo sonho, a seguir em continuidade com o anterior, algo que certamente não era normal, porém, era frequente e inesquecível.

...{Sonho}...

— Espera!... onde você vai?— Diz ele, a segui-la.

— Eu não quero conversar, está bem.— Continua a seguir pelo corredor afora.

— Sabe que precisamos conversar...— Consegue alcançá-la, e segurar no seu ombro.

— Eu já te expliquei o motivo, não tenho tempo!— Retira a mão dele, a elevar o tom da voz.

— Motivo? Não conversa comigo, não atender as minhas ligações, e quando eu encontro você, essa é a sua reação, ainda somos um casal?— Também eleva o tom de voz, numa tarde muito nublada.

— Mas precisa exigir uma explicação a força!?— Evita ela, um contato visual.

— O quê? Sabe o que está a dizer? Eu te conheço tão bem quanto me conhece, sei que existe algo errado com você.— Tenta ter a atenção dela.

— Algo de errado em mim?— Sorri incrédula para ele.

— Desde que voltou de viagem... não é mais a mesma garota que conheci.— Diminui o tom de voz aos poucos.

— Deixa de ser dramático, eu só preciso de um tempo, ainda não consegue entender?— Torna visível o nervosismo dela.

— Um tempo entre nós?...— Diz sem perder a atenção da resposta.

— Não! Eu estou a dizer sobre mim, eu preciso de um tempo para esfriar a cabeça! Por isso não atendi as suas ligações, e eu esperava que fosse paciente comigo, mas pelo visto enganei-me.— Olha para ele, a tentar explicar o que disse.

— Não jogue para mim, como se fosse eu, quem vivesse mudado...— Antes que terminasse, ele é interrompido por ela.

— Mudado em quê?— Questiona a fala dele.

— A garota que eu conheço, não esconderia nada de mim, assim como eu, nunca, escondi algo de você, ninguém nunca precisou te contar nada, pois, tudo o que acontecia, você era a primeira a saber, sejam os momentos bons ou maus...— Começa a se afastar dela, que somente o ouve.— Mas precisa esfriar a cabeça, então, não vou mais esquenta-lá, nem invadir o seu espaço...

...— • • • —...

Tereza acorda no meio da noite, assustada a suar bastante, mais uma vez, o que ela não queria sonhar, acabou por ter, mas isso não era o mais importante, naquele momento. Ela sentiu na sua barriga, ao redor do seu umbigo, uma leve e pouco dolorida, sensação de queimadura, o que fez ela levantar a sua camisa, após passar a mão no local, e perceber que a textura da sua pele mudou. O medo no olhar vidrado, para o símbolo formado no seu abdômen, passa para todo o seu corpo, e a completa dúvida tomava a sua mente.

Rapidamente a sua atenção voltou-se para a janela, alguém poderia ter entrado no quarto, pensava ao abrir a cortina e observar em volta, mas para a surpresa dela, estava do mesma jeito que ela deixou, antes de ir para a cama deitar. O brilho da lua a iluminar o quarto, não era mais atrativo que a luminosidade do símbolo no seu corpo. Quase num completo desespero, ela vai até o banheiro, para ver se tinha outros símbolos espalhados pelo corpo, com um medo mais real que julgava ser os seus repetidos sonhos.

Sem poder fazer nada, ela opta por voltar a deitar, e espera pelo amanhecer, ainda com receio de tudo o que acontecia com ela. Como haviam marcado de visitar a mãe de keffery, alexandra acorda cedo, e se prepara junto com tereza, que resiste em dizer o houve na madrugada, a evitar falar muito, fez a ida até o carro, em um completo silêncio. Alexandra não quis perguntar, mas percebia que ela estava a agir diferente, quase de maneira preocupante.

Keffery teve a autorização, para passar a noite no hospital, perto da sua mãe, e ele estava a esperar pelas duas, assim como a sua mãe, pela tereza. As duas chegam no local, com pouco movimento no interior, até o andar onde estava a internada, ao entrar no quarto do paciente, keffery expõe leve sorriso de lado, para as duas, não contente com a situação estável, da sua mãe:

Keffery — Vieram cedo...— Abraça alexandra.

Alexandra — Eu esperava encontrá-lo a dormir.— Reforça o abraço dele, com um beijo no cabelo.

Tez. — A senhora já melhorou?— Vai até ao lado da cama, com um tímido sorriso.

Alexandra — Essa é a sua "homônimo"[Pessoa que tem o mesmo nome que a outra], irmã.— Apresenta tereza, para ela.

Tereza — Ah! Então é ela, a garota que anda de romance, com o meu keffery.— Diz surpresa, a passar a mão no rosto da tez.

Keffery — Mãe!…— Fala pouco constrangido, enquanto todos riem da situação.

Tez.— É um prazer te conhecer, senhora tereza.— Diz, sem saber como reagir na frente dela.

Alexandra — Além de terem o mesmo nome, são bastante parecidas também.— Olha para as duas.

Tereza — O prazer é meu, tez. Infelizmente, não pude conhecê-la antes, tinha que manter sob cuidado, o meu filho que está para nascer.— Passar levemente a mão, na sua barriga com carinho, e um sorriso que só ela tinha.

Keffery — Mas pelo visto, o cuidado não foi o suficiente, e você caiu da escada, podia ter morrido ou perdido o meu irmãozinho. — Fala num tom triste, com a cabeça pouco curvada.

Alexandra — Keffery! Não fale dessa forma com a sua mãe!— Repreende ele, no tom calmo.

Tereza — Não se preocupe com o que ele falou, irmã. Eu entendo o motivo dele sentir-se assim, não é fácil perdermos alguém de tanto amamos, ele ainda está a superar a perda do pai.— Diz ela, a manter o seu olhar único, para o seu filho.

Alexandra — Sabemos o quanto é difícil, também deve ter se culpado pelo acontecido.— Concorda com a sua irmã, após um rápido suspiro.

Tereza — Não foi culpa dele, eu ter caído da escada, foi apenas um descuido da minha parte, mas o importante é que eu e o bebê, estamos bem, e logo iremos receber alta do hospital.— Consegue se levantar e ficar sentada na maca.

A conversa continua, e keffery ajuda a sua mãe, enquanto alexandra fica a perceber as atitudes de tez, que desde que chegou junto com ela, não falou com o keffery, apenas ficou pensativa, todo o tempo, após o início da conversa. Ao pedir licença para a sua irmã, alexandra chama tez para fora, no corredor para terem uma conversa, o que ela parecia saber bem claro, para ela, que não conseguia esconder a sua inquietação:

Alexandra — Vai-me dizer o que aconteceu, tez?— Olha para os lados, a perceber estar quase vazio.

Tez.— Não aconteceu nada de mais...— Fala para ela, a olhar o chão à direita.

Alexandra — Mas aconteceu, não foi?— Procura a atenção dela.— Sabe que eu não preciso ficar a pressioná-la, para dizer o que acontece com você, eu sou a sua responsável, e tenho muito alegria disso, porém, precisar dizer, se algo está a incomodar você.— Segura as mãos dela, com um olhar sincero, como de uma mãe, para a sua filha.

Tez.— Não sei explicar, então...— Levanta a sua blusa, discretamente.— Eu acordei com isso no meu corpo.

Alexandra — Tez, mas... como?— Precavida, ela confirma não passar ninguém por perto, se abaixa para observar aquilo, ainda brilhoso.

Tez.— Eu verifiquei a janela e a porta, estavam da mesma maneira que deixei.— Diz com vergonha, e ainda confusa.

Alexandra — Mas isso não deveria acontecer, tem os alarmes na frente, iriam acionar, se alguém tentasse entrar na casa.— Afirma com a certeza, que os mesmos estavam em perfeito estado.

Tez.— O que adianta ter alarmes de segurança, e não ter câmeras de vigilância, daria para saber, se alguém realmente entrou na nossa casa.— Pouco triste, reclama para ela.

Alexandra — Tem razão, meu amor. Deveria ter reforçado a segurança de casa, agora que eu tenho você comigo. Escuta o que eu vou dizer, eu vou resolver esse assunto das câmeras hoje, e após isso, vamos marcar uma consulta, para saber a origem dessa marca, no seu corpo.— Garante a segurar no rosto dela, e transmitir para ela tranquilidade, através das suas palavras.

Tez.— Está bem...— Diz enquanto consegue ter calma, e deixar de lado essa preocupação.

Passados algumas horas, após todos almoçarem, no início do entardecer alexandra vai com keffery, para comprar as câmeras, e resolver toda essa situação, para tirá-lo por um momento, daquele ambiente hospitalar, por conta da sua mãe. Tez resolve ficar com a tereza, naquela instante, os corredores e salas do hospital, estavam mais que movimentados, e a mãe de keffery precisou ficar de repouso, até a chegada do médico, a dormir, sobre a observação de tez, a pensar no sonho.

E de repente, tez começa a sentir junto com as paredes do hospital, um leve tremor de arrepiar o seu corpo, e a faz sentir o símbolo na sua barriga, queimar levemente, fazendo-a sair pelo corredor, onde podia ouvir o som das pessoas assustadas. Porém, para o desespero dela, não estava mais ninguém, apenas roupas jogadas no chão, a dor aumenta tanto, que ela cai de joelhos, o que logo passa, da mesma maneira que veio a tê-la.

Ao se levantar, com a testa suada e a cambalear, ela entra novamente no quarto, onde está a mãe de keffery, a conseguir apoio na parede, para se manter de pé, com a vista pouco embaçado. A visão recobra para o seu susto, sem perceber antes, tereza também não estava ali, e foi ainda mais estranho, pois, não ficou as suas roupas, o que logo tez sentir e veio a ter certeza, que quem fez o símbolo na sua barriga, era o mesmo que levou a mãe de keffery, e então um grito é ouvido.

O símbolo começa a brilhar, e se conectava com ela, de maneira que sentia para onde tinha que ir, a correr do corredor para a escada de incêndio, até o térreo, na direção do lado do hospital, onde tinha um pequeno campo, junto a um lago que tinha ponte. Lugar esse, que tez afirmava estar tereza, levada por quem quer que seja. O tempo passou tão rápido, que estava escuro fora, e tez chega no lado do prédio, e consegue vê uma cena que não sairia mais da sua mente...

Uma silhueta de alguém, que não dava para saber quem era, pelo brilho intenso de algo atrás, que parecia ser um portal, e com o local escuro, pelas lâmpadas do poste estarem queimadas, somente podia confirmar existir um ser misterioso. O que deixou tez paralisada, e quase sem reação, foi ver outra sombra no chão, perto desse ser, jogada e sem se mexer, o que tez conseguiu identificar, e confirmar ser a mãe grávida de keffery, tereza...

Capítulo 3 - Descoberta

...{Sonho}...

— Eu sempre te amei!— Diz ele, ao descer da sua bicicleta rapidamente, atrás dela, na praça.

— Chega de ficar atrás de mim! Isso tudo estar a cansar-me...— Fala para ele, num tom evelado, já não preocupada com algumas pessoas ao redor.

— Eu quem estou a cansar aqui, de entender o motivo de nos levar até essa situação.— Diz a estar ofegante.

— Qual situação, essa que você está a fazer eu passar? A seguir os meus passos, por onde eu vou.— Enquanto fala para ele, as pessoas perto se retiram da praça.

— Não! E sim você ter terminado comigo, com aquela mesma desculpa que precisava esfriar a cabeça, para me tratar da maneira que eu nunca a trataria, sequer houve motivos, apenas óbvias desculpas, para tentar cobrir o seu segredo.— E então, as nuvens trazem a chuva forte.

— Eu não escondia nada de você, quem andou a fazer a sua cabeça, com mentiras sobre mim? Eu fiz certo em terminar com você, e agora está a querer-me colocar como culpada?— Expressa visivelmente, as várias emoções no seu olhar.

— Fez muito certo em trocar-me por outro, e ficar de romance enquanto ainda éramos um casal! Você não era assim... É isso que a falsa ilusão de traição, coloca na sua cabeça? Que é melhor trocar um por outro melhor a vista!?— Começa a perder o controle emocional, enquanto procura acalmar o coração acelerado.

— O que você está a dizer?... Onde tirou isso? — Quase não responde, surpresa e sem saber o que fazer.

— Por que fez isso comigo.— As lágrimas descem pelo seu rosto, acompanhadas pelas gotas da chuva.

— Eu não fiz nada...— Ambos estão ensopados.

— Por que fez isso com nós dois?— Sozinhos na chuva, no final de tarde.

— Eu não fiz nada!— Grita a chorar também.

— Conheço muito bem... E sei que ainda há amor entre nós...— Dá alguns passos na direção dela.

— Não há mais nada, entendeu?... Acabou... Me deixa em paz...— Recua para trás, a evitar contato dele, ainda a chorar.

— Esse é o preço de amar você?... É dessa forma que tudo o que construímos juntos, termina?...

— Eu... não amo mais você...— Quase não consegue dizer.

Ao ouvir essas palavras, ele vai até a sua bicicleta jogada, sem conseguir dizer mais uma palavra, sai do local rapidamente, quase sem rumo, e ela fica ainda no local, a sofrer de igual maneira. Ele segue pela estrada, até chegar na praia próxima, na parte que fica o grande rochedo, a decidir por um fim, na sua vida, ao pular daquela altura até o chão da praia, a perecer pelo impacto da queda. Na parte onde ele caiu, estava um relógio de bolso, que no momento em que ele toca, um forte brilho aparece, e ele desperta próximo ao seu corpo morto, com aquele relógio intacto…

...— • • • —...

Tez acorda novamente no meio da noite, na sua cama, nos primeiros minutos sem entender, mas logo começa a lembrar do acontecido. Após ela testemunhar a mãe de keffery, a ser assassinada por alguém, o som dos carros da polícia foram a última coisa que ela ouviu, antes de desmaiar, tez ainda lembra de ter acordado com alexandra a levá-la para o seu quarto, numa conversa com alguém. Tez se levanta da cama, a pensar sobre, quando se depara com dois objetos na pequena estante, que a faz ficar alerta no cômodo.

Uma carta selada com o mesmo símbolo que tinha na sua barriga, junto a uma esfera brilhosa, eram os objetos que estavam diante dos seus olhos, sem vestígios que alguém colocou, apenas uma pequena luz vermelha da câmera, instalada no seu quarto, saberia mostrar de quem seria. Ao pegar a carta, o medo fluía pelo seu corpo, como o fictício ao tornar-se real, e parte daquele longo e cansativo mistério, estava prestes a resolver se.

O silêncio na casa, anunciava as altas horas, tez sabia que não podia fazer nada, por enquanto, a não ter escolha senão voltar a dormir, e pela manhã resolver todo esse assunto, por mais que seja algo enlouquecedor, e ainda misterioso, um passo de cada vez, existiam problemas maiores. O sono pareceu ser rápido, mas não era o que o relógio dizia, tez dormiu bastante, que acabou por ficar sozinha na casa, pois, alexandra tinha que sair cedo, junto de keffery para o enterro.

Ninguém esperava uma perda repentina, mas todos tinham tudo preparado, caso acontecesse, e alexandra não queria esperar as investigações, ou outras coisas que seriam exigidas, apenas queria que tudo fosse feito rapidamente. Por isso ela ficou metade da noite em claro, para decidir o cemitério que a sua irmã iria ficar, essa forma de agir, diante de uma situação abaladora, era mais que o resultado das perdas anteriores. Keffery estava pronto para ir naquela manhã, e esperava ela no carro, quando alexandra entra, avisa à ele:

Alexandra — A tez não vem...— Olha para ele, que está no banco da frente.

Keffery — Ela sabia que hoje seria o enterro?— Pergunta muito tristonho, a olhar para fora.

Alexandra — Não... mas preferi deixá-la a dormir, tudo o que aconteceu, a deixou de certa forma abalada.

Keffery — Você não disse para ela...— Diz num tom insatisfeito.

Alexandra — Keffery... nós estamos a sofrer, não é hora é nem momento adequado, para discutir.— Diz a ser compreensível, visto a tamanha dor que ele sente.

Keffery — Sabe quando você está num momento mau, que se torna o pior dia da sua vida, e você quer que a pessoa que mais ama, esteja ao seu lado?— Pergunta para ela, a tentar segurar o choro.

Alexandra — Sim, meu amor... Eu sei.— Responde, após um suspiro silencioso, junto a um aperto no coração, ao ouvir essas palavras.

Keffery — A pessoa que você mais ama, era a mamãe... E você queria estar aqui com ela.— Olha para ela, que permanece a olhar para a frente, para ele não ver ela chorar, ainda sem sair do lugar, com o carro.

Alexandra — Todos nós queríamos...— Falou para ele, apenas o que conseguiu dizer.

Keffery — A pessoa que eu mais amo, não vai voltar comigo para a casa... nem o meu irmão, que não teve tempo de nascer, mas ainda tem você e a tez, mas ela não está aqui... e eu queria muito que ela estivesse aqui, no pior dia da minha vida... mas ela não está...— Silenciosas lágrimas percorrem no rosto de keffery, enquanto falar quase a sussurrar, as poucas palavras que disse, naquele fúnebre dia.

Sem conseguir dizer mais nada, alexandra coloca a chave no carro e começa a dirigir, na direção do cemitério mais próximo, onde todos os demais iriam se encontrar. Após se arrumar, e tomar o seu café matinal, tez vai até à sala de estar, não demora muito para a campainha tocar, que a faz atender, eram os instaladores das câmeras, que no dia anterior, não puderam terminar o serviço, o que não era um problema, por mais que estivesse sozinha na casa, pois, o reparo seria nas câmeras de fora, que davam na rua e as casas vizinhas.

Um serviço básico que não durou mais que trinta minutos, após terminar e antes de irem, um deles chama tez para explicar como funcionaria, todas as câmeras estavam conectadas ao "notebook" O que logo a fez lembrar, do ocorrido dessa noite, então, novamente sozinha ela pega o "notebook" e começa a verificar as gravações da madrugada, qualquer coisa que julgasse suspeita, ou que levasse a explicação daquela carta e a esfera.

Para o desprazer dela, nada foi encontrado nos horários de madrugada, apenas algo que chamou a sua atenção, quando parou desanimada por não ter visto nada, era exatamente nas horas. Ela então pegou a sua caderneta, e prestou atenção nos segundos e minutos, entre as duas e as três horas da madrugada, os horários que o símbolo na sua barriga, começam a brilhar. Rapidamente, tez chega num resultado, que nem mesmo ela entendeu, mas que deveria fazer sentido, e seria ideal para entender melhor, tudo o que está a acontecer, ao guardar a caderneta no seu quarto.

Tez percebeu que entre os horários das duas e das três horas, os segundos que sempre foram sessenta, para completar um minuto, mudaram para cinquenta segundos, ou seja, dez segundos foram retirados durante esse período. Algo que era impossível, até mesmo, a ser um defeito na câmera, pois estavam mais que novas, e ainda receberam revisão naquela manhã. Os segundos retirados do tempo, quando acumulados, davam tempo suficiente para alguém entrar sem ser visto pelas câmeras, muito menos deixar rastos ou sinais que esteve no local, isso a espantou de tal forma, que resolveu deixar tudo isso de lado.

Algumas horas após descobrir, alexandra chega no horário do almoço, que para a surpresa de tez, estava sozinha, e num silêncio total, a ir até ela, ao avistá-la na sala, séria e com discreta tristeza. Tez queria saber onde estava keffery, de certa forma ela sentia a sua falta, e queria conversar com ele, mas parecia que o que alexandra trazia, ao se sentar na frente dela, eram sérias notícias...

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