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De Volta Para O Céu (Romance Gay-yaoi) *-*

Prólogo

Queria encontrar com você. Apenas nós dois. - disse de forma meiga.

- Estou aqui, não estou? - um homem usando sobretudo fala aproximando de mim.

- O sirvo por muitos anos e já fiz tudo o que me mandou. Saiba que te amo muito! Por favor, aceite este amor! - gritei.

Mesmo não entendendo o porquê estou falando isto, posso sentir um sentimento forte ao dizer tais palavras.

Um silêncio pertubador ficou entre nos dois. Ele suspira alto.

- Eu não posso corresponder ao seu amor. - ele disse com uma voz séria.

Não consigo ver o seu rosto como se uma faixa preta estivesse na frente, mas sinto o meu coração acelerar.

- Por que não?! - berrei.

As palavras saem da minha boca, não consigo controlar.

Ele rir alto.

- Por que amaria alguém como você?

Ele aproxima-se, de mim, tento afastá-lo andando para trás, todavia as minhas pernas não se movem.

- Você não consegue entender não vou amar um homem, ainda mais um pobre e inútil. - ele falou.

Sinto o meu coração despedaçar, lágrimas rolam pelo meu rosto, não consigo respondê-lo, lágrimas rolam pelo meu rosto. Ajoelho e olho para cima, ele cospe no meu rosto.

- Isto é o máximo que você vai ganhar de mim. - ele disse friamente.

- Você usou-me! Fiz tudo o que pediu! - gritei.

- Sim, mas nunca prometi o meu amor. Você fez isso por que quis.

Ele dá as costas.

- Eu vou-te matar, seu filho da puta! - berrei.

Ele vira-se para mim, e um raio corta o céu.

- Está me ameaçando?

- Vou arrancar o seu coração de merda!

A chuva fria cai, não tão forte.

Do seu sobretudo ele abre e retira uma pistola, engatilha e aponta para a minha cabeça, não consigo parar de tremer.

- Pensei em usá-lo mais um pouco. Sabe? Hoje em dia não é fácil achar um cão tão obediente como você.

Olho em volta, quero pedir por ajuda. Não consigo ver nada em volta, há não ser um poste de luz que o ilumina e uma rua sem fim atrás daquele homem.

- Socorro... - disse baixo.

- Por que não grita? Perdeu a voz? - ele indagou aproximando de mim - Olhe em sua volta não há ninguém, nem se quer uma casa por perto. Apenas eu e você.

Ele usa o cabo da pistola e bate no meu rosto, caiu no chão e ele da chute no meu estômago, não consigo parar de gemer de dor.

- Não tenho nada contra você, mas não posso deixar alguém que me ameaçou e sabe demais vivo, você entende, né?

Com dificuldade levanto e tento correr, escuto o som de dois tiros e uma dor aguda vindo das minhas pernas, caiu no chão. Não posso mais andar.

- Ainda devo ter umas 10 balas, você não consegue correr e deve ter vindo desarmado, já que veio até aqui me pedir para que fique com você. Bem... julgo que isto seja um adeus.

Ele engatilha a pistola e mira na minha cabeça, antes que eu pudesse agir ou dizer qualquer coisa escuto o alto som da arma, e vi uma luz forte antes de tudo ficar escuro.

Capítulo 1 - parte 1

...“Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o atirei á terra (...).” - Ezequiel 28:17-18...

...~Angel~...

Miami – EUA...

Cidade magnífica...

Lembro-me quando foi fundada, parece até que foi ontem.

Como muitos fui escolhido para trabalhar por toda a eternidade sendo um Arcanjo¹. Diferente da maioria dos anjos podemos reencarnar e ganhamos dons, que seria praticamente tirar férias por um século. O problema é que passamos a maioria do tempo no mundo humano, então não achamos tanta graça e já que não sou um Creatdei, mas sim um Anter³.

Devo admitir que já reencarnei duas vezes, não me lembro muita coisa já que assim que retornamos para o céu as nossas memórias da vida terrena desaparecem, as vezes ficam alguns resquícios.

Atualmente estou na Terra e desta vez protegendo um humano chamado Halck, um empresário endividado e quase chegando na falência. Ele está viajando com a intenção de esquecer os seus problemas, julgo que é por este motivo, bem que seja... não me importo, apenas tenho que ficar ao seu lado.

Quanto mais os humanos sobem, mais fundo é o poço que os espera. Como tais seres conseguem ser ao mesmo tão entediantes e fascinante?

Bem... Estar dentro de um avião deixa-me desconfortável, mesmo que as paredes humanas não possam impedi-me e consigo voar pelo os céus, devo sempre permanecer junto ao meu humano, não importa o que aconteça.

Não consigo entender o porquê os seres humanos evoluem cada vez mais e criam tantas barreiras, tanto físicas e psicológicas. Por que não são como os outros animais? Por que não ficam andando por aí sendo presa ou caçador? Apenas tendo as suas crias para manter o ciclo da vida, deixando a natureza seguir o seu rumo.

Olhando em volta do avião posso notar que há muitos Arcanjos, provavelmente novatos, isto é bem interessante... o jeito que eles fitam os seus humanos, com alto nível de admiração e preocupação, o engraçado é alguns ter inveja, deve ser por não serrm mais mortais. Os arcanjos novatos que nasceram para serem humanos geralmente piram na primeira vez, tanto que demora até dois séculos para se recuperarem totalmente a sanidade, pois se apegam demais, muitos até quebram a primeira lei de Deus, entretanto como são pequenos atos quase sempre saem impunes.

– Aqui quem fala é o comandante. Estamos a chegar ao aeroporto de Fort Lauderdale. Horário estimado da chegada local 8 pm. Temperatura 29°C. Gostaríamos de agradecer a preferência por voar no 44 A... - a voz vindo do alto falante interrompe meus pensamentos.

Halck possui uma aparência tão calma, todavia posso escutar perfeitamente os seus batimentos cardíacos acelerando quando o piloto falou que estamos próximos ao destino, ele provavelmente tem algo emente neste lugar e pelo visto não será tirar férias. Sentado na primeira classe, com seu terno caro, seus cabelos grisalhos, sua aparência senil e a sua maleta de couro lotada de papéis que a abraça com muita força.

Quando tudo está calmo, o fito e posso recordar perfeitamente o seu nascimento. Sempre estive ao seu lando, o vendo crescer como uma criança amada e pura; e agora ele é praticamente um monstro aos olhos da sociedade, destruiu todo que construiu, perdeu a pessoa que mais amava por algo tolo e a afastou de sua família, tudo devido a problemas com drogas, mafiosos e entre outras coisas... está situação deixa-me muito empolgado, ele praticamente assinou a sua sentença de morte.

Talvez pareça um demônio por eu pensar em algo tão macabro, todavia quando passa por toda a eternidade fazendo a mesma coisa, se torna algo monótono e chato, por isto só penso no meu humano morrer logo para que eu posso tirar as minhas merecidas férias de um século, até o próximo trabalho.

Finalmente chegamos. – ele fala apertando o cinto e olhando para a janela.

- Devo concordar com você. – o respondi.

Sei que parece estranho falar com um humano, mesmo sabendo que ele não possa escutar, apenas se eu quiser e é claro que isto é contra as regras, então eu nunca faria uma coisa tão estúpida quanto está. Por que então falar com eles, sabendo que não poderão me escutar? É pelo mesmo motivo que uma criança cria um amigo imaginário, para que não se sinta sozinha.

Talvez devesse conversar com os outros anjos, mas todos presentes neste avião preferem levar seus “empregos” a sério, tanto que evitam até a troca de olhares. Isto é normal entre nós, Arcanjos. Eles acham que se comunicar um com o outro, irão ficar mais propícios a serem consumidos pelos pecados humanos e podem quebrar a regra divina, por isso o silêncio.

Acredito que ser um anjo têm horas que é bem solitário...

Senti um pequeno tremor e logo o avião começou a descer.

Finalmente chegamos.

...****************...

¹Arcanjo/Anjo da guarda: podem ter sido humanos ou foram criados por deus com o propósito de defender os humanos do obscuro e alguns demônios. Diferente dos outros anjos, eles podem reencarnar, quando querem e não ficam muito tempo no céu. Não possuem nomes, são marcados por números e letras.

²Creatdei (criação de Deus): são anjos que nunca viraram humanos ou qualquer outra criatura terrestre.

³Anter (anjo terrestre): são humanos que viraram anjos.

Capítulo 1 - parte 2

– Alo Henrique? Lembra daquele negócio.... Sim isso mesmo... – fala Halck ao telefone.

Ele mal pisou em terra e já fala de negócios. Este humano não sabe aproveitar o que tem, apenas quer mais e mais, a ganância dele o matará um dia e enquanto o ciclo dele termina o meu começará novamente.

– Estou a ir para o bar, o de sempre... Te vejo lá?... Ok... Te espero...

A única coisa boa em ser o arcanjo deste humano é que o cara que ele deve muito dinheiro possui o único Anjo Guardião que fala comigo, o único que ser posso conversar neste planeta. Sei que não deveríamos conversar entre si, todavia não acredito que uma interação entre amigos, possa nos corromper.

Ele olha para a rua e por sorte passa um taxi vazio, ele grita e acena fazendo-o parar. Halk entra e já ordena:

Bar Hunters e rápido.

- Sim senhor. – o homem responde.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Logo consegui avistar a placa: Hunters escrito ainda de neon verde. Ele desceu do taxi, ajeitou o terno e entrou.

O bar está praticamente vazio, a música de todas as vezes animada quando íamos, desta vez calma, nenhuma alma viva na sinuca e na parte aonde o barman está a servir bebidas: apenas um homem de cabelos escuros, moreno, usando terno e tomando uma cerveja.

Halck se aproxima do homem e senta ao seu lado.

– O que vai querer senhor? – pergunta o barmen, um menino jovem de pele clara e pela sua aparência, aproximadamente 23 anos.

– Um Martinez. – ele fala colocando o dinheiro no balcão, imediatamente o barmen começa a preparar a bebida.

– Sempre pegando uma bebida clássica, não é Halck? – Questiona o homem do lado.

O homem vira a caneca de cerveja.

- Henrique, quanto tempo.

- Pare de baboseiras, você sabe o porquê estou aqui.

- Sim, tratar de negócios.

Que assunto chato, se for para mata-lo, mate logo; não tenho todo o tempo do mundo. Não pera.... Tenho sim.

De repente um anjo moreno com cabelos pretos, olhos marrons escuros entra no bar com a sua túnica longa e branca rasgada e manchada de um líquido parecido com sangue, mas negro. As suas asas são similares a do Papagaio-da-Nova-Zelândia.

– Pelo visto dessa vez você teve muito trabalho. – retruquei com ele.

– Não me diga! Parece até que ele é uma isca viva para os demônios e você não teve trabalho nenhum ainda?

– Não é incrível? Mais de um ano que está tudo calmo.... Até demais.

Ele vai em direção a Henrique, apoia no balcão, depois estala os dedos fazendo com que as suas vestes e a sua aparência ficassem como novo, sem nenhum ferimento ou sujeira.

– Que sorte em? Bem, mas quanto tempo não te vejo, antes de darmos um tempo de 100 anos.

Lembro-me bem, que sorte nós demos, eles mesmo se mataram. Ambos atiraram ao mesmo tempo, pegando a mesma região do corpo. Isso acontece uma vez na vida. - falei.

- No caso na vida deles.

Rimos alto.

- Talvez não daremos sorte com estes humanos. - ele resmungou.

- O que quer dizer com isso?

- Seu humano deve mais dinheiro para o meu e como ele está enrolando, logo irá morrer. Já o meu parece que vai ter uma vida longa.

- Sempre disse que a ganância o mataria, bem não apenas eu, alguns familiares e amigos próximos a ele disseram com as mesmas palavras. Humanos, não importa o tempo que passe e o que constroem, sempre serão contaminados pelos seus pecados.

- Por isto estamos aqui. - na sua voz um tom de humor.

Dou uma leve risada forçada.

Os mais antigos dizem que houve um tempo que o ser humano não tinha pecado, que não existiam obscuros¹ e os demônios não iam atrás deles. Será que um dia este dia irá voltar? - indaguei.

Você acredita em tal lenda?

Nem um pouco. - falei dando um lado sorriso.

Halck se levanta.

Meu humano está indo, provavelmente não irá durar muito. Vejo-te no céu?

Claro. Até mais amigo.

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