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Um Herdeiro Para A Alcateia

Um Herdeiro Para a Alcateia

Esse livro é sobre lobisomens, casamento arranjado e abuso de poder. Mas também é sobre se apaixonar e se divertir em situações controversas.

Venho pedir que comentem nas partes que vocês gostarem porque me anima a trazer capítulos com mais frequência.

Essa foto é a inspiração para o par romântico, os outros vou deixar com a imaginação de vocês.

Prólogo - Doze Anos Antes

Pov Angelique Lacey

Aquele era um inverno muito rigoroso, a neve cobria meus sapatos já molhados enquanto eu andava pelas ruas do centro até a parte suja onde bandidos e prostitutas se acumulavam.

Havia uma galinha viva sob meu braço, se contorcendo e cacarejando em desespero depois ter sido roubada de seu poleiro, aos meus catorze anos, isso era uma vitória.

Subi as escadas estreitas ao lado do bar até a pequena edícula no topo, bati e ouvi passos pesados se aproximando antes da voz grave perguntar.

- Quem está aí?

- Sou eu\, pai. Me deixe entrar\, estou congelando.

A porta se abriu apenas alguns centímetros e vi o olho castanho do meu pai do lado de dentro, ele me avaliou e quando sorri levantando a galinha ele abriu o restante da porta. Joguei o animal nos braços dele e atravessei a cozinha dando um breve aceno aos outros no cômodo, entrei no quarto para tirar os sapatos molhados, vesti chinelos de tecido quentes sobre meias limpas.

Quando voltei a sala, a galinha já estava morta e sendo depenada.

- Então\, o jantar é por minha conta – brinquei e um dos homens\, o mais velho\, sorriu para mim.

Havia um ar pesado presente no cômodo e isso só podia significar uma coisa.

- Eles conseguiram? – ninguém respondeu minha pergunta e olhei para meu pai em busca de resposta.

- O legislativo é dos licantropos\, agora.

- Droga.

Os lobisomens começaram na história do mundo como uma lenda, depois se tornaram monstros, mas aos poucos se modernizaram e cansados de se acumular em alcateias no campo e na floresta, começaram galgar cargos cada vez mais altos na nossa sociedade.

Para ajudar, havia um grupo de homens defendendo o direito dos licantropos e estavam conseguindo mais adeptos rapidamente.

Naquela sala estavam os últimos homens que ainda lutavam contra o avanço dos licantropos no governo.

- Vão nos encontrar? – perguntei\, pensando no que pegaria primeiro caso tivéssemos que nos mudar outra vez.

Minha pergunta é respondida por um baque alto vindo da escada que acabei de subir e uma batida alta na porta que me fez estremecer.

- Pai.

- Rápido\, Angelique. Você tem que ir.

Ele se apressou em me levantar e me empurrando seu casaco, ele me jogou para dentro do quarto e fechou a porta, outra batida na porta da frente fez a casa toda, dessa vez, estremecer.

Ouvi rosnados e gritos, como coisas pesadas caindo no chão e uma briga fervorosa. Me apressei em sair pela janela do quarto e desci pelo telhado, escorregando no final e caindo sobre a soleira do bar.

Não precisava ser muito inteligente para entender o que tinha acontecido. Os licantropos ganharam derrotando os últimos homens que iam contra eles, nós humanos reinamos por milênios, mas agora o mundo era deles e nós seriamos os marginalizados.

Meu peito doía pela morte de meu pai, mas eu não tinha escolha, precisava continuar.

Andei pelas ruas congelantes por dias, com fome e frio, vendo-os comemorar a vitória ao ter tomado o poder no Reino Unido.

Parei em uma banca de jornal, me decidindo de roubava ou pedia, o dono era humano, talvez tivesse pena de mim. O jornal mostrava a foto de um homem velho e carrancudo com os dizeres: Novo Alfa Reina na Europa.

- Hei\, menina – olhei para o lado e vi um homem gordo e velho\, mas muito bem-vestido – está com frio?

Eu cresci nas ruas, pulando de albergue em albergue, sempre sendo protegida pelo meu pai, mas eu sabia das coisas, aquele homem não estava me oferecendo calor de graça, sei um passo atrás e agulhas finas de frio espetaram meus pés gelados, mais um dia na neve podia significar a morte.

Então, seja lá o que eu teria que dar em troca aquele homem por uma noite confortável, eu daria. Uma vida que durou longos doze anos.

Casamento - Parte 1

Pov Christopher Walker

Fazia dois meses desde a última reunião no congresso, quando o Alfa nos apresentou seu mais novo projeto populacional, que consistia em ampliar o sangue Licantropo de forma legítima, bastardos não seriam aceitos, se é que fazia sentido.

- Ela é uma humana\, não é de família nobre\, mas acho que você tem capacidade suficiente para limpar esse traço.

O alfa estava de costas para mim mais uma vez, era como demonstrava poder, eu não entendi por que ele estava escolhendo humanas ou não se importava com isso e toda essa questão supremacista fosse apenas uma máscara para seu verdadeiro propósito. Não cabia a mim questionar.

Passei a mãos pelo meu cabelo a fim de manter os pensamentos também em ordem.

- Como ela se chama? – minha pergunta era superficial\, apenas um detalhe que não importaria nada em breve.

- Não perguntei – ele se virou repentinamente e estendeu o braço para a garota aos pés dele a fim de lhe acariciar como se fosse um bichinho de estimação – a única coisa que precisa saber é que é uma mulher saudável em idade fértil.

- Sim\, senhor.

- Me mantenha informado\, você tem quatro meses\, mas tente ser rápido\, não quero ter que substituir um bom beta.

No segundo seguinte ele estava saindo dali levando sua garota pela coleira e me deixando responsável por guiar toda a situação.

O local, não tinha luxo ou vaidade, uma sala de escritório comum, escura e fria, com a neve caindo do outro lado da janela pequena com seus flocos claros, a única coisa que enchia o ambiente era pena daquela garota na sala a minha frente. Me olhei no vidro translúcido da porta, que refletia minha imagem. Um homem ranzinza, com tantas rugas de expressão quanto possível. As marcas fundas entre as sobrancelhas deixavam claro que eu estava sempre zangado.

Era isso que ela via.

Sendo uma apoiadora do Alfa, ela devia achar que seria algo agradável, que teria um lobo jovem e empenhado com a causa, talvez um general do exército licantropo ou um aspirante a primeiro-ministro.

Ela merecia isso, merecia ser punida por seus pensamentos fúteis e maldosos, tendo um homem asqueroso a violando noite após noite.

Eu estava ali para isso.

Empurrei a porta e entrei de uma vez, o juiz se assustou com minha presença se engasgando com a água, ouvi um risinho baixo que evitei olhar origem.

- Vamos começar – me coloquei em posição.

Ela veio devagar e parou séria na minha frente, eu sou um professor, faz parte da minha profissão avaliar, então fiz isso com ela também, cabelo escuro descendo até a cintura, contornando o tronco coberto por uma roupa apertada demais, a saia apesar de longa tinha uma transparência ao olho, ela respirou fundo, provavelmente achou que eu a estava desejando. Seu peito subiu alto e desceu mais profundo, apertado com o corpete decotado.

Eu já a tinha visto, na parte suja do centro, oferecendo o corpo em troca de alguns euros. O Alfa tinha me dado uma prostituta como esposa.

Assim como ela, eu não tive escolha, precisava aceitar a mulher que me foi dada. Naquele momento percebi que éramos o castigo um do outro.  Percebi outra coisa além disso.

O alfa não se importava de sermos licantropos puros ou mestiços, estávamos ali para formar um exército para ele, ele queria herdeiros para a sua alcateia e não importava o quão asqueroso seria consegui-los.

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