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Uma Curiosa No Alemão

Mateus Ferreira

Cap 1

Mateus Ferreira, 25 anos.

Hoje o dia está com uma leve chuva, até o céu está chorando por esse dia tão triste. Nunca pensei que passaria por isso, nunca pensei que eu enterraria o meu irmão mais novo.

E hoje eu estou aqui, vendo o seu corpo dentro de um caixão lacrado, por que o que fizeram com ele, não foi permitido deixar o caixão aberto.

Fico olhando em quando seu corpo vai descendo para sua cova, meus olhos se enchem de lágrimas, meu peito dói, minha alma sangra ao ver o meu irmão ali.

Sonhos se vão, uma vida se foi... aliás, duas, pois eu não sei o que será de mim, sem o meu irmãozinho, sem ter ele por perto para me perguntar para onde vou tão tarde, ou se pode ir comigo.

Sempre fomos muito unidos, tínhamos uma ligação muito forte de irmãos, é tanto que quando ele morreu, eu senti uma dor na hora, e depois veio a ligação me falando do seu falecimento.

Foi uma morte tão macabra, que é impossível até de imaginar o que ele sofreu no seus último momentos.

E eu fico imaginando se eu estivesse com ele, nada disso teria acontecido.

Sou desperto do transe com a minha mãe gritando.

— eu também quero ir com o meu filho meu Deus...

Ela se ajoelha e chora em desespero. Me aproximo dela e me agacho ao seu lado, e abraço o seu corpo, tentando dar a ela um pouco de conforto.

Não tenho palavras para dizer nada, apenas o meu corpo fala por mim. Tento transmitir uma tranquilidade para ela, não sei se está dando certo, já que por dentro eu estou pior do que ela. Sinto que eu estou sendo enterrado com ele, sinto que minha alma se foi junto com meu irmão.

Me levanto puxando ela junto comigo, ela me abraça e chora no meu peito. Molha minha camisa com suas lágrimas, e sinto seu corpo tremer pelo sofrimento de estar enterrando seu filho caçula.

Os coveiros começam a jogar terra em cima do caixão, e é nessa hora que o desespero mais bate, pois é a certeza de que nunca mais o veremos novamente.

Depois do túmulo coberto, minha mãe mais uma vez se ajoelha diante do túmulo, fecho meus olhos, para ouvir suas palavras de uma mãe desesperada.

— eu te amo meu filho, sempre vou te amar... você se foi somente em corpo, mais seu coração ficará comigo... olhe para a mamãe aí do céu, cuida de mim. Todos os dias irei rezar por você, vou manter você para sempre na minha alma... ahhhhh meu Deus por quê o Senhor levou o meu filho e não a mim?

Dói, dói muito ouvir suas palavras, abro meus olhos e as lágrimas começam a escorrer pelos meus olhos.

A lei da vida é os filhos entrarem seus pais, e não o oposto. Minha mãe sempre trabalhou para nos dar o que podia, não tínhamos pais, era só ela, e por ela eu faço tudo, até mudar a minha vida para vingar o que fizerem com ele.

As pessoas começam a colocar as flores em cima do túmulo, e eu pego uma rosa e me aproximo mais.

Dou um beijo na rosa e digo em voz baixa.

— não se preocupe maninho, irei vingar você, todos que te machucaram sofrerá a dor da vingança. descansa em paz, você sempre estará comigo.

Me agacho e coloco a rosa em seu túmulo, e olho para sua foto. Um jovem de 20 anos que morreu nas mãos de um traficante, só pelo fato de ele não permitir que eles vendesse drogas na porta das escolas.

Foi isso que causou a morte do meu irmão, e que Deus me perdoe, mais eu vou mandar várias almas para o inferno, nem que morra tentando, mais irei eliminar vários vermes, deixarei o Rio de janeiro com uma porcentagem menos de CPF, pois muitos serão cancelados.

Saio de lá subindo na minha moto, a primeira coisa que eu tenho que fazer é mudar o meu nome com documentos falsificados, e pegar confiança desses otários.

E lá de dentro, pegar o chefão e fazer ele pagar pelo que ele fez com o meu irmão.

Julio Cesar Ferrari não será mais um que eles irão contemplar a morte como se fosse um troféu.

Chego em casa, e vou colocar todo meu plano no papel, tem que ser perfeito para não ter nenhum problema posterior.

Eu nunca fui bandido, sempre trabalhei honestamente, sempre mantive a minha vida no caminho certo, e meu irmão seguiu isso, sinto orgulho por ele ter me seguindo, e não seguido as amizades que ele tinha feito em um morro.

Sempre disse a ele que quem mexe com essas coisas tem dois caminhos, ou a prisão, ou a morte. E nos dois ele iria fazer a nossa mãe sofrer. E graças a Deus, ele seguiu o certo.

Começo a anotar tudo que vou fazer ao chegar no morro.

Com o plano todo montado, decido ir para a primeira parte, trocar meus documentos. E sei exatamente onde fazer isso para que os traficantes não descubram.

No trabalho que eu estava antes de vim para cá, aprendi muitas coisas com o meu patrão. Então, esses chinelinho de dedo que se acham importantes, vão se ferrar na minha mão.

Nada, absolutamente nada supera a dor de uma perda, talvez amenize um pouco o sofrimento, mais a dor sempre existirá.

Eu sei que matando todos os que machucam meu irmão até a morte, não vai trazer ele de volta. Pelo que eu era antes de chegar aqui, era para chamar a polícia e mandar prende-los.

Mas aqui, até a polícia se cala diante do tráfico, e muitos, estão até envolvidos. Então, a morte deles é o único caminho certo a se seguir.

Com tudo em mãos, vou atrás do começo para essa nova jornada, para essa nova fase da minha vida. E só vou parar, quando o último homem não respirar mais.

Novo dono do morro

Mateus

Os mês se passam, eu peguei a confiança de todos aqui, cheguei aqui falando que eu estava sendo procurado pela polícia, e perguntei se eu poderia passar uns dias no morro.

Cheguei na manha por fora, mais por dentro queria ser uma bomba para explodir todo mundo.

Eles me permitiram ficar, e mandaram eu ir falar com o dono do morro, o otário que matou o meu irmão.

Mal falei com ele, e ele me mandou fazer uns testes. Me levou até um terreno baldio e mandou eu atirar nas latas. Eu fiz, minha mira é perfeita, eu maestro bem uma arma.

Ele gostou, e disse que eu poderia trabalhar para ele ali, e com o tempo fui ganhando sua confiança casa vez mais.

Tive que fazer algumas covardias, mas também atrapalhava ele em outras coisas, e ele sempre achando que era o inimigo que estavam contra ele.

Principalmente matar alguns dos seus, os que fizeram parte da morte do meu irmão. Ficando agora, somente ele para eu eliminar.

Mas, como eu não estou aqui para brincar de traficante, vou fazer o que vim fazer.

Espero que ele durma, digo que ficarei de vigia essa noite, pois os inimigos devem está fervendo.

Ele concorda, indo para o seu quarto.

Eu tenho acesso a toda sua casa, cheguei em um nível tão alto de confiança dele, que posso até andar pelado dentro dessa casa.

Chegou a hora!

Pego a gasolina e o esqueiro, esse filho da mãe vai queimar até morrer.

Subo para o seu quarto, quando eu abro a porta ele está de bruços na cama, todo largado. Sorrio com a facilidade que será de acabar com sua vida podre.

De vagar, vou jogando a gasolina em volta da sua cama, ele se mexe mais não acorda e eu não paro continuo molhando todo ao redor da cama.

Mas depois eu começo respingar um pouco em cima da cama, e por último joga o galão em cima dele fazendo ele despertar.

— que porrä é essa véi?

— você matou o meu irmão, e eu estou aqui exatamente para fazer cumprir a vingança dele.

— quem é seu irmão cara, somos amigos porrä.

— nunca fui seu amigo, não entrei aqui para fazer amizade, entrei aqui exatamente para acabar com você. Mande lembranças ao capeta. — jogo o esqueiro ligado, e o fogo logo se alastra.

Tiro a chave da porta ao ver ele gritando e vindo até a mim. Fecho a porta e a tranco.

E como se nada tivesse acontecido, vou para o meu quarto e durmo com a consciência limpa, com a sensação de dever cumprido.

Acordo pela manhã com o alvoroço na casa, todos já sabem que o chefe morreu, mais até então, ninguém sabe que foi eu.

Saio do meu quarto, e eles já vem me contar que queimaram o patrão. Finjo cara de espanto, e vou até o quarto dele, e a cena é espetacular.

Eles arrombaram a porta, o corpo dele está esticado no chão, duro, parecendo um carvão, e a sensação de alívio, é a melhor.

— pô tio, e agora o que vamos fazer?

— talvez seja a hora de cada um por si, e acabei com o tráfico...— eles me olham assustados.— bom, como não temos mais o chefe, quem comandaria isso aqui?

Ele me olham e todos dizem "você".

— eu não posso, eu não... — não foi para isso que eu vim para cá, eu só queria a morte dos envolvidos da morte do meu irmão.

Mas com a insistência deles acabo cedendo, e me tornando o chefe do morro do alemão.

O poderoso chefão, a majestade. E comecei com uma nova ordem no morro, não para o mal dos inocentes, pelo contrário, botei ordem para quem roubasse, matasse, ou fazer qualquer maldade com um morador do morro, sofrerer uma punição de acordo com o ato.

Me tornei um deus diante da população, todos me adoravam exatamente pela minha justiça em não deixar ninguém os machucar.

Só que não sei de onde uns criam coragem para continuar comento crimes no meu morro.

Um dos vapores diz que um muleque de 19 anos está roubando as pessoas na rua, arrancando seus pertences, e sai correndo.

Todos já sabem quem é, então mando levarem ele até a rua que ele roubava, vai ser lá o seu castigo para não roubar mais.

Chego na rua e ele já está de joelhos, com dois vapores segurando ele pelos ombros, forçando ele a ficar ajoelhado.

Me aproximo dele, e vejo ele levantando a cabeça.

— então você gosta de roubar não é?

— não senhor, eu não roubei não tio.

Pego uma madeira que está na mão de uns dos soldados, e dou uma lapada em suas costas.

— não sou seu tio, fala comigo direito, e não com gírias. — olho para o pessoal que está assistindo ali. — quantos de vocês ele roubou?

A maioria levantou a mão.

— sabe que a regra e não roubar não é?

— sim senhor, eu só roubei para comprar comida, eu estava com fome.

Odeio mentiras, a pessoa usa um esse artifício para se livrar de uma boa surra. Mas... Comigo não existe vitimismo.

Sem mais demora, mando ele colocar as mãos na frente, e ele coloca com medo. E com a madeira eu dou várias madeiradas na palma da sua mão, para cada pessoa roupas ali, acho que dei umas 5 lapadas antes de um flash chamar a minha atenção, e eu olho em direção do mesmo.

Uma bela garota tirando foto de mim, enquanto eu ensino um idiota a virar homem.

Ela me olha assustada e arregala os olhos.

Ela vira de costas para correr quando eu começo a caminhar atrás dela.

— pode parar aí, ou eu atiro nas suas pernas.

Ela para, mais não se vira.

Me aproximo dela e a viro de frente para mim.

— para quem seriam essas fotos mocinha?

Ela fica muda, está tremendo de medo. E pelos olhos dela, eu percebo o quanto eu mudei esses últimos dias.

— para ninguém eu juro...

Heloísa Santos Marques

Cap 3

Heloísa Santos Marques, 23 anos.

Na minha casa morava minha mãe, meu pai e eu. Sempre que o meu pai bebia, baria muito na minha mãe. E isso não era tudo.

Era um inferno viver dentro daquela casa. Eu sempre escondia a realidade vivida ali dentro.

Eu me sentia uma pessoa com dupla personalidade, pois dentro de casa eu era aquela pessoa que não sorria, não brincava... Bem, eu não vivia.

E na rua eu fazia de tudo para demostrar que eu era uma pessoa feliz. Não tive amigas e sim colegas. Pois eu não queria que ninguém fosse visitar a minha casa e vê a minha vida sofrida.

Meu pai era dois tipos de pessoa. Quando não bebia era o sério certinho que mandava em todo mundo.

Quando bebia, era a vergonha em forma de gente. Chegava em casa e já mandava minha mãe colocar a comida no prato, e sem pudor nenhum, mesmo eu estando presente, ele falava que ia comer ela depois da refeição.

Falava todos os tipos de palavrões. E depois que comia a comida, a arrastava pelos cabelos para servir ele.

Depois ela saia sempre do quarto chorando e indo para o banheiro, que ficará no meio entre os dois quartos.

E sempre, sempre ele mijava na cama. Ainda tinha isso, a parte de ter a casa fedendo a mijo de um bebê de 45 anos.

Quando eu era pequena não entendia bem isso, mas com tempo, fui entendo que o que ele fazia com ela era um estrupo.

Por várias e várias vezes a chamei para irmos embora, mas ela não ia, disse que se fossemos em bora passaríamos fome.

Eu passaria fome mil vezes se fosse para ela sair dessa vida de saco de pancadas.

E eu não entendo por que ela sempre quis ficar, nunca quis ir embora. Mesmo apanhando mais do que macaca velha, sendo mais humilhada do que mulher de bandido, mesmo assim ela não se via longe dele.

Quando eu completei meus 18 anos, tive dois sonhos, um deles era começará trabalhar e ir morar sozinha, e o segundo me tornar uma fotógrafa de alto valor.

Queria mudar minha vida, e queria salvar a minha rainha da vida desprezível que ela tinha. Mas como ela não desgrudava dele, então eu iria morar só.

Consegui um emprego em uma fábrica de chocolate, e comecei a juntar dinheiro para comprar uma câmera profissional para mim. Enfim consegui, esse seria o meu primeiro passo.

Guardava a minha câmera dentro do armário do trabalho, não levava para casa, porque tudo que a gente tinha que meu pai não gostasse, ele quebrava.

Já quebrou mais de 5 celulares meus, porque dizia que eu estava dando o prikito e ficava de namoradinho.

Sendo que isso nunca passou pela minha cabeça. Namorar, noivar e casar. Não quero isso para minha vida.

A vida da minha mãe foi um grande exemplo para eu fugir de qualquer compromisso que podesse acontecer, mal eu tinha colegas masculinos, para não ter que me envolver e me apaixonar.

Um certo dia cheguei em casa, e a vi toda revirada, meu pai não estava, e a casa estava em um silêncio absurdo.

Vou chamando a minha mãe enquanto vou subindo as escadas, e a encontro em cima da cama ensanguentada.

— Maaaaaeeeee. — grito me aproximando dela. Sinto sua pulsação e saio correndo para a rua para pedir a alguém que chame uma ambulância.

Alguns vizinhos entram e pegam ela no colo, diz que a ambulância irá demorar muito para chegar. Aqui em São Paulo tem muitos acidentes, e as vezes passamos horas a espera de um resgate.

Então, com ela no colo ele leva ela até o hospital. Chegamos lá ela logo é atendida como emergência.

Alguns minutos se passam, e o médico volta e diz que ela estava com uma hemorragia interna, mas agora está bem.

Respiro aliviada!

— quantos dias ela ficará aqui doutor?

— pelo menos dois dias para ver se os pontos não se soltam.

— ok. Posso ver ela?

Ele diz que amanhã eu poderei ver, pois ela está sedada e não vai me responder. Ele manda eu ir para casa e trazer os documentos dela para fazer a ficha, já que eu só dei o nome.

O vizinho que me trouxe diz que me leva de volta para casa, mais não vai poder me trazer de novo aqui para o hospital pois irá trabalhar.

Eu agradeço tanto a ele pelo o que ele fez, e voltamos para minha casa. Nada do cacheiro aparecer.

Então pego todos os documentos e vou de volta para o hospital e faço a ficha completa da minha mãe.

Eu preciso pensar em um jeito de tirar ele da vida dela, ela sozinha não vai sair. Eu tenho que aproveitar esses dois dias que ela ficará fora para colocar o plano em ação.

Nossa casa tem seguro, e está no nome dela, já que ele tem o nome sujo e não poderia ficar no nome dele.

E com isso tive uma ideia, todos sabem que os babados são avoados, e esquecem das coisas.

Não sou uma pessoa má, nunca desejei a morte de ninguém a não ser a morte do meu pai.

O médico me pergunta se eu trouxe roupas íntimas para ela, eu digo que não, mas que irei buscar.

Pelo menos o motivo para voltar para casa eu tenho, só não sei ainda o certo o que fazer para aquela casa cair em cima dele, enquanto ele dorme.

Chego em casa e vou para o quarto dela. Separo algumas roupas e peças íntimas. Escuto a porta da entrada se fechar, e corro para o meu quarto para esperar ele entrar no quarto dele.

— Lurdes, cadê você mulher, eu quero comida porrä... Vadiä, se eu souber que você está nas casas, vou quebrar as duas pernas sua vagabundä.

Maldito desgraçado, esse merece queimar no fogo do inferno por mil vezes... Fogo... É isso.

Já tenho o plano para mandar o meu pai para o inferno.

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