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Desejo Pecaminoso

minha mãe vai casar

                     Grace

              - Grace, me ajuda com a maquiagem! - Mónica olhava no espelho enquanto eu estava terminando de me vestir.

              - Estou indo! - Fui até ela e ajudei a colocar o rimel, a sombra e até o batom.

             - Obrigada amiga! Estou quase pronta. Apenas preciso de arrumar o meu cabelo novamente.

             - Tudo bem. - Falei enquanto passava o rimel nas minhas pestanas.

           Todos os dias em Madrid tem sido uma grande diversão. Baladas, visitas a museus, passeios, mais balada, e convívio com os lindos espanhóis.Estou aqui há seis meses. E estou adorando. Ainda não estou preparada para a vida de adultos. E eu tenho 24 anos.

            - Anda logo, a gente vai chegar atrasadas. - Ela colocou a mão na cintura enquanto me olhava. Revirei os olhos.

            - Não precisamos chegar mais cedo! - Falei. 

            - Já estamos muito atrasadas, eu não quero que os lindos espanhóis vão embora. Quer um namorado ou não? - Maluca essa menina!

           - Eu quero é me divertir!

           - Então vamos nessa! - Ela puxou o meu braço quando pousei o rimel, e saímos do apartamento.

          O táxi já estava a nossa espera. Mónica fez questão de chamar antes que estivéssemos pronta para sair.

          — Essa noite vai ser demais! - Ela disse quando entramos e fechamos a porta. - Melhor noite das nossas vidas. - Seu rosto feliz, ficou triste de repente. - Pena que você volta para Chicago depois de amanhã.

            - Mas vamos nos divertir muito hoje. A gente vai fazer uma loucura, que toda Espanha vai ficar a saber! - Disse sorrindo para ela.

             - Assim a gente não arranja um namorado, gostosão espanhol. - Falou. 

             - Não me interessa! - Dei de ombros.

      [...]

            Desçemos do táxi e pagámos. A discoteca Velvet estava bem na nossa frente. Entramos sem exitar.

             As pessoas dançavam, bebiam, se beijavam. Havia cor por todo o lugar. As paredes acendiam azul, vermelho, violeta, verde, e muitas outras cores.

           - É melhor do que eu pensei. - Mónica falou no meu ouvido para que eu podesse ouvir por causa da música muito alta que tocava.

           - É mesmo. - Respondi. Então surgiram dois homens lindos na nossa direção. Um tinha cabelos castanhos, alto musculoso com uma camisa azul e calça jeans, e o outro, cabelos loiros, da mesma altura que seu amigo, também de jeans e camisa preta. Não dava para ver à cor de seus olhos muito bem.

          - Hola! - O homem loiro foi ao meu lado e sorriu.

         - Hola!

         - Quieres bailar?- Perguntou no meu ouvido.

         - Sí!

         Nos juntamos as inúmeras pessoas que dançavam loucamente na pista de dança, mas nossos corpos não se tocavam. Ele mantinha uma distância considerável.

           - No vienen aquí mucho,

verdad?

           - Llegamos aquí unas cuantas veces, pero es muy divertido. Que siempre viene aquí? - Perguntei.

              - No tanto. Vengo seguir mi amigo. - Eu fiz um "Ah" e dançamos sem conversar.

              Procurei Mónica pela discoteca, mas não vi em lugar nenhum. Onde será que ela foi. Ela não pode me deixar sozinha com esse espanhol que apesar de ser lindo não estou interessada.

           Ele começou a se aproximar e suas mãos voaram para a minha cintura, mas eu me afastei um pouco.

          - Que pasa? - Seu doce sotaque entrou pelos meus ouvidos e me arrepiou.

          - Nada! Estoy bien.

          - Bueno. - Ele abaixou para tentar me beijar, mas eu o empurrei para longe.

            - Que pasa?

            - Me pareció que era lo que quería. - Ele se aproximou mais.

            - El pensó mal. déjame en paz idiota.

            Procurei Mónica empurrando as pessoas na minha frente. Ele estava com o homem moreno num canto escondido. Fala sério!

           - ...Tengo dos coches y vivo solo. La próxima semana voy a viajar a Dubai para dos días. Después de tratar algunos negocios en París. Soy un hombre muy ocupado. Se dio aviso? - Ouvi o que ele disse.

          - Él tiene que darse cuenta de que usted es el hombre que siempre quiso. Yo he estado en toda mi vida?

           Olhei para Mónica boquiaberta. Quem acredita nesse tipo de coisas? Ela é mais, muito mais esperta do que isso. Parece que as pessoas são 100% sensatas quando estão na própria casa.

            - Me das tu número? Quiero hablar con usted mientras usted está teniendo una cena en la Torre Eiffel.- Conversa fiada. Eles se conheceram hoje. Quem diz isso tudo a alguém que conheceu em dez minutos? Ah sim! Os homens que só querem uma noite de prazer e depois se livram das mulheres que enganaram.

              -  Sí! - Ela tirou o cartão da bolsa e deu para ele. Ela é tão fácil! E se ele não for tudo isso que ela disse?

             - Nos vemos después. Voy a hablar con mi amiga! - Ela diz e vem ter comigo. Minha sobrancelha está tão arqueada que dói.

             - Por supuesto! - Ele se afasta.

             - Grace, no lo hace... Desculpa. Você não vai acreditar!

             - Não acredito mesmo. Você caiu no jogo dele?

             - Ele parece tão sincero. Ele é lindo. Acho que estou apaixonada. - Revirei os olhos.

            - Enamorada?

            - Qual é o mal? Ele é lindo, eu sou linda, somos perfeitos um para o outro. - Ri da cara dela.

           - Vocês nem se conhecem! Você por acaso é maluca? Não é assim que duas pessoas se apaixonam.

           - Diz a virgenzinha, que nunca teve um namorado por medo. Onde está o seu loiro?

           - Meu loiro? Eu não o conheço e ele é um filho da puta! E não faz o meu tipo!

           - Você diz isso de todos os homens. - Ela cruzou os braços e olhou para mim com desconfiança. - Você por acaso é lésbica? - Pergunta com nojo.

           - O quê? Não! E se fosse qual seria o problema?

          - Não entendo como você pode não gostar de homens do mesmo jeito que todas mulheres. Isso é estranho.

          - Sabe o que é estranho? Você dar o número para qualquer homem.

          - Eu não quero ser encalhada. De você não posso dizer o mesmo.

           - Me deixa em paz!

           - Vou ter com Valentino. Uau até o nome dele é sensual. - Ela correu para perto dele e ele a beijou.

           Já sei porquê 75% das mulheres se machucam facilmente. Porquê não ingénuas e fáceis. Já 15% são sensatas e se valorizam, e 10% são lésbicas. Isso não é verídico. Apenas é o que eu acho.

    [...]

           Já estava cansada de ficar observando Mónica e seu Valentino dançando na minha frente há mais de duas horas. O homem loiro veio me atormentar o tempo todo mas o dispensei, e não é que ele foi atrás da primeira que encontrou? Homens são uma verdadeira máquina de destruição.

          Me levantei, e foi ter com Mónica que ria como um cachorrinho. Revirei os olhos.

         - Mónica, eu pensei que essa noite seria divertida!

        - E não está sendo?

        - Para você só se for. Eu não estou me divertindo.

          - Quem mandou deixar o seu loiro escapar? Agora aguente. - Não sei porquê pensei que ela me ouviria.

          - Sabe de uma coisa sua louca? Eu vou embora!

          - Pode ir! Eu já tenho alguém para me levar para casa. Alguém para me levar para a casa dele.

          - Faça o que quiser. - Dei as costas para eles e sai da discoteca.

          Peguei no meu telefone e chamei um táxi. Minha mãe me ligou no segundo em que desliguei.

        - Alô, Cecília. - Respondi.

        - Oi filha, você está em casa?

        - Estou a caminho, porquê?

         - Preciso dizer uma coisa muito importante para você.

         - Pode dizer!

           - É melhor que esteja em casa. Você precisa ficar relaxada.

            - Mãe, não me assusta! O que houve?

           - Falamos depois. Beijinhos para você. - Desligou.

            O que será que aconteceu? Aconteceu algo de grave com ela? Ela sabe que eu não suporto ansiedade.

           O táxi chegou depois do que pareceu uma eternidade, e fui direto para casa.

      [...]

          Pousei as minhas coisas no sofá, e coloquei o meu pijama. Me deitei na cama, e como a curiosidade estava me matando, liguei para minha mãe. Eram apenas onze da noite.

            - Grace.

            - Vai me dizer o que é que se passa? - Não quero voltas.

            - Você é impossível sabia? É o seguinte. Estou a 24 anos solteira, você sabe disso. E agora, eu... vou me casar. - Levantei da cama. Estou surpreendida ou chocada?

            - O quê? Você está brincando não é?

            - Porquê eu brincaria com uma coisa dessas? Eu quis dizer a imenso tempo, mas é que queria ver se era algo sério...

           - Há quanto tempo está com esse homem?

          - Desde que você foi para Madrid. Grace você sabe que eu te amo, e quando você nasceu me dediquei a você a 100%, mas preciso que entenda que eu preciso de alguém ao meu lado. Um homem. - Ela está com ele há seis meses e não me disse nada? Eu pensei que fosse a sua filha querida?

            - Eu sou culpada se você ficou solteira durante esse tempo todo? É isso que quer dizer? - Que o meu nascimento fez com que ela se preocupasse mais comigo do que com ela?

            - Filha, eu não me arrependo de ter tido você. Eu te amo, e você foi a melhor coisa que me aconteceu, por isso quero que você aceite isso. Não posso me casar se você não souber. - Não quero ser a culpada da sua infelicidade. Nem pensar.

            - Eu sei. Eu quero que a senhora seja feliz. Eu sempre a privei disso.

            - Grace não fala assim. Você nunca me privou de nada. Você é o meu maior tesouro.

            - Eu espero que a senhora se case com o homem certo. Você merece toda a felicidade do mundo principalmente depois daquilo que o papai fez com a senhora.- E também comigo.

            - Eu sei. Obrigada por compreender.

            - Não precisa agradecer, mãe.

           - Então, e você? Encontrou algum lindão? - Estava demorando. Porquê é tão difícil perceber que eu não quero isso ainda? Ainda preciso de liberdade.

           - Não! Eu prefiro ficar solteira por um bom tempo.

          - Qualquer dia você vai tirar essa ideia da cabeça. E é mais cedo do que imagina. - Revirei os olhos.

           - Desde quando a gente estava falando sobre mim?

           - Você é impossível, sabia? Mas eu a amo mesmo assim.

           - Eu também a amo Cecília.

           - Adeus. - Desligou.

            Voltei a deitar na cama. Não creio que Mónica volte para casa hoje, ou amanhã de madrugada. Talvez às doze ou as cinco da tarde. Isso se não descobrir que o tal Valentino é um mentiroso sem escrúpulos.

           Quanto ao casamento da minha mãe. Ainda preciso digerir isso. Como será o futuro marido dela? Com cinquenta anos? Ou da mesma idade que o meu pai? Tudo isso só vou descobrir quando eu conhecer o sortudo.

        [...]

         

             Acordei e fiz minha higiene, depois fui para a cozinha tomar o pequeno almoço. O meu último dia em Espanha. Foi o semestre mais divertido da minha vida.

          Mónica ainda não chegou, acho que é melhor ligar para ela.

          Voltei para o quarto e liguei para ela, mas não atendia. Suspirei e coloquei o celular no lugar.

          Porquê eu estou preocupada? Ela faz isso sempre e sempre volta ilesa, mas não pára de falar das suas aventuras sexuais. Ela precisa de aprender a não ser tão fácil. Isso os homens não gostam. Eu acho, não os conheço. 

           Fui para a cozinha tomar o café da manhã quando a porta se abriu e uma Mónica chorona entrou por ela. Eu corri até ela e a abracei.

           - Aí meu Deus! Mónica o que houve?

           - Ele... Ele...

          - Te enganou?

          - Ele não tem dois carros, nem uma empresa enorme, nem vai viajar. Aliás acho que nunca sai desse país.

           - Eu avisei!

           - Mas ele disse que gosta de mim de verdade e que quer tentar outra vez.

            - Sério?

           - Sério. O que eu faço?

           - Como você descobriu a verdade?

            - Quando eu queria que ele transasse comigo, ele me falou a verdade.

            - Sério? Ele não quis dormir com você sem que soubesse a verdade. Eu acho que deveria dar uma chance para ele.

           - Mas ele é mecânico!

           - O amor não olha para essas coisas, não é?

           - Você talvez tenha razão. Eu vou ligar para ele, mas antes preciso de um banho.

          - Precisa mesmo. - Falei

          Ela foi para o quarto, e ouvi meu telefone tocando. Fui correndo até o quarto, e vi quem me ligava. A última pessoa que eu esperava ouvir nesse mundo.

de volta a casa

             - Porquê você está me ligando? Se enganou no número? Ou está bêbado? - Falei com raiva.

             - Não fale assim comigo, eu ainda sou seu pai. - Eu conseguia sentir o seu sorriso. Revirei os olhos.

             - Da última vez fingiu que não era! Mas qual é a novidade?

             - Eu não disse que me orgulho disso. Não disse que me orgulhava de ser seu pai! - Fechei os olhos. Aquilo doía de diferentes maneiras.

             - Então não ligue para mim! - Desliguei.

             Estou cansada disso. Ele só faz isso para me afetar. Me odeia tanto assim? O que eu fiz para que ele me odiasse? Eu sou inocente nisso tudo.

          Ouvi os passos de Mónica voltando para a sala. Ela olhou para mim e limpou suas lágrimas. Olhei para o celular.

            - Não me diga. Seu pai.

            - Infelizmente. Não entendo porquê ele faz isso. Eu não fiz nada a ele.

             - Eu sei amiga. Mas há pessoas muito cruéis, por isso não vale a pena pensar muito nisso. - Ela tinha razão. Ele não podia me afetar assim, mas afetava. Ele é meu pai.

           - Você já ligou para o Valentino? - Perguntei tentando mudar de assunto.

           - Ainda não.- Suspirou. - Ele me disse muitas coisas. Disse que seus pais estão mortos e que vive com a sua avó que está doente, e que gosta de mim. Mas como ele que é mecânico pode... - Ela sacudiu a cabeça para livrar os maus pensamentos. - Eu tenho gostos caros. Ele não é a pessoa certa.

           - Olha Mónica, vocês se conheceram ontem, por isso não acredito muito que ele goste de você, e também não acredito que você está chorando. Vocês não passaram tanto tempo juntos assim.

           - Você não entende, Grace. Quando eu estava com ele, era diferente. Parecia que todo em nossa volta era perfeito. - Revirei os olhos.

            - Então ligue para ele, sei lá, tentem se conhecer melhor e com o tempo vocês vão descobrir.

            - Quem diria que é possível receber conselhos de uma pessoa que nunca teve um namorado. - Revirei os olhos novamente.

          - Esse assunto não me interessa.

          - Interessa sim! Eu sei. Eu te conheço. Você só tem medo de sentir algo por alguém e acontecer o mesmo que a sua mãe. Você se afasta dos homens por isso. Você se afasta do bonitinho do Connor por isso.

            - Não é isso. É que eu ainda não encontrei alguém que faça o meu tipo! - Simples assim.

            Ela arqueiou uma sobrancelha e sorriu para mim. Eu não queria tocar naquele assunto tortuoso, por isso fui para a cozinha e ainda assim, ela me seguiu.

            - Você não precisa esconder nada de mim, Grace. Você sempre diz as coisas não na sua totalidade. Você me disse sobre sua mãe, e consigo perceber como isso te afeta. Sou uma ótima psicóloga.

            - E se for? Estaria errada por pensar assim?

            - Você precisa entender que os homens não são todos iguais. Alguns são os homens que toda a mulher sonha e outros são um pesadelo. - Ela cruzou os braços e franziu o cenho. - A propósito, qual é o tipo de homem que você gosta. - Olhei para ela.

            - Eu não sei.

            - Sério, eu sou sua amiga, pode me dizer tudo.

             - Eu estou falando sério! Eu não sei. Eu não me preocupo em saber. Eu só quero me afastar.

             - Eu sabia! Finalmente você admitiu.

             - Eu não sei se consigo confiar em algum homem. Eu não sei se algum dia vou confiar.  É difícil para mim.

           - Você tem que saber que: Todos os homens são iguais; O Valentino é homem, logo é igual a todos. Isso é tão falso que nem a própria falsidade. Todo mundo é diferente.

           - Aulas de Lógica? Não Mónica dispenso! Vá tomar um banho por favor! - Ela estreitou os olhos e saiu da cozinha.

             - A CONVERSA AINDA NÃO ACABOU SENHORITA MILLE.- Ouvi ela do quarto. Revirei os olhos e comecei a preparar o pequeno almoço.

        [...]

          - Eu vou sentir muitas saudades suas. - Mónica me abraçava tão apertado que quase sufoquei. - Me liga para me dizer tudo o que acontecer na sua vida. Eu tenho a certeza que você vai conhecer o homem perfeito para você.

           - Eu acho que você fala demais e infelizmente vou ter saudades disso.

             - Eu vou sentir tanto a sua falta! - Ela me largou e olhou para mim com os olhos vermelhos. - Você promete que vem me visitar?

             - Sempre que eu poder!

             - Então, depois nos falamos?

             - Até depois amiga. - Disse me afastando dela pelo o aeroporto. Ficar em Madrid foi divertido, mas já está na hora de voltar para a casa e para a minha mãe. E o seu noivo.

         Sentei ao lado de muitas pessoas que esperavam o voo. Meu corpo ainda estava em Madrid, mas a minha cabeça já estava em Chicago com a minha mãe e seu noivo. Como será que ele é? Ele faz a minha mãe feliz? Ele é como ou diferente do meu pai? Preciso conhecer esse homem.

         [...]

         Já no avião, eu tentei relaxar e não pensar muito, apenas tentei ficar calma e aguardar o que aí vem. Uma vida nova (ter um padrasto) me espera.

             - Você não acha que as pessoas são muito estranhas? - Olhei ao meu lado e vi um homem loiro de olhos azuis sorrindo para mim. Ele estava com um livro nas mãos.

             - Eu tenho a certeza disso, e a prova são dos que me rodeiam. - Falei me encostando no assento, e fechando os olhos.

              - Você não gosta muito de conversar não é?

              - Acertou em uma parte.

              - Não gosta de conversar é com certas pessoas!- Ele corrigiu.

              - Isso mesmo. Se nota tanto assim?

              - Eu não sei, foi só uma opinião. - Senti ele fechando o livro. - Que tipo de pessoas você gosta de conversar?

             - Vários!

             - Ok. Que tipo de pessoas você não gosta de conversar?

            - Hipócritas, mentirosos, arrogantes, sem escrúpulos, e insensíveis. - Tudo isso atribuo aos homens.

            - Uau! Felizmente eu não sou nada disso. - Ele disse me fazendo abrir os olhos e arqueiar uma sobrancelha para ele.

            - Claro que não diria que é! Em 100% da população, 86% não admite seus defeitos e os humildes que correspondem a 14 % admitem. Isso não é verídico, apenas do meu ponto de vista.

           - Está querendo dizer que eu tenho um desses defeitos que acabou de citar?

            - Pode até ter todos eles, mas o que eu quero dizer, é que, não confiamos nas pessoas pelo facto de não saber o que se passa nas suas cabeças.

           - Isso é verdade, mas...

           - Confiança é uma coisa difícil de ser adquirida, e a desconfiança mais fácil.

           - Você é... digamos que sábia. A sabedoria adquiri-se por vontade.

           - Não concordo. Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. Santo Agostinho de Hipona.

            - Você é impressionante. Alguma vez alguém disse isso a você?

           - Muitas vezes. Mas eu não ligo. Agora, por favor, me deixa dormir?

           - Está bem. Não te incomodo.

       [...]

         Depois de aterrarmos, eu subi num táxi.

          Quantas saudades eu tive de Casa! Estou em casa novamente e isso é tão bom. Não há nada como a nossa casa, ou no meu caso, a casa da minha mãe.

           Verifiquei o meu celular e vi apenas mensagens de Mónica. Mal saí de Madrid e ela mandou umas nove. Aquela mulher maluca!

          O táxi pára na frente da casa da minha mãe. É engraçado. Já não moramos em Chicago, mas sim em Los Angeles. Eu entro caminho até a porta principal e toco a campainha.  

                      Cecília

            Como os tempos mudam! Até parece que foi ontem que eu ainda brincava de boneca. Hoje tenho 39 e vou me casar.

           A vida deu muitas voltas. Num dia odiava os homens, e noutro me apaixono loucamente por um. E espero que isso não seja difícil para Grace. Ela sofre muito por causa do pai, e ela não gosta de homens. E agora vamos morar com um. Espero que ela consiga mudar de pensamentos, tal como eu fiz. Finalmente consigo confiar em Sebastian, e confesso que foi difícil.

           Ainda me lembro de quando me apaixonei por Ray. Tinha 15 anos de idade. Estudava na mesma escola que Ray, e éramos amigos. Grandes amigos.

          Ray e eu saímos todos os dias para passear, e cada dia que passava eu sentia algo mais que amizade. Eu confiava nele mais do que ninguém, e minha mãe me dizia para ter cuidado, mas eu pensava que Ray era perfeito. Que não cometia erros. Era tão inocente que algumas pessoas me viam como santinha.

           Depois de um bom tempo, nós começamos a namorar. Ray dizia coisas lindas para mim. Me dava muitos presentes, me levava sempre para passear. Tudo parecia tão perfeito e bonito, até aquele dia chuvoso.

          Ray tinha apenas 16 anos mas sabia demais. Nós ficamos numa casa abandonada e foi então que fizemos Grace. Dia seguinte, ele terminou comigo e já tinha outra. Isso me machucou muito e me fez ter vontade de matá-lo.

           Um mês depois, eu descobri que estava grávida de Grace. Contei para Ray, mas ele disse que não queria saber.

           Meus pais descobriram e conversaram com os pais dele, mas ele se recusou a estar perto dela. Os meses passaram, Ray não me acompanhava nas consultas pré-natais, sempre que me via me xingava, e quando Grace nasceu, ele não apareceu no hospital, e ficou um ano sem vê-la.

           No primeiro aniversário de Grace, ele apareceu na festa para arruinar tudo. No quinto aniversário, ele ofereceu para ela um ursinho de pelúcia sem cabeça, no décimo, foi simplesmente para dizer coisas horríveis para ela. No aniversário de 15 anos, ele apareceu bêbado com uma prostituta e fez um grande escândalo. Grace sofreu muito durante esses anos todos.

           Agora ele só liga para ela, mas ainda assim, diz coisas terríveis para ela. Mas ela está tão acostumada que já não a afeta como antes, eu acho.

         Passei durante esses anos todos evitando me machucar novamente e me concentrei apenas em dar uma boa vida para Grace. Felizmente minha família sempre foi rica e ela não esteve a falta de nada.

             A campainha tocou e Donna correu para abrir a porta. Garrett entrou, exuberante como sempre, com uma camisa dobrada até aos cotovelos, calça jeans preta e um sorriso perfeito.

         Levantei do sofá para cumprimentar ele. Ele era alto, negro, e musculoso. Parecia ter menos que 34 anos.

          - Cece! - Ele beijou as minhas bochechas e sorriu para mim.

         - Garrett! Que bom ver você. Finalmente voltou de Berlim. Como foi? - Sentamos no sofá.

           - Foi bom, mas tive que voltar. Não posso perder o casamento do meu melhor amigo por nada nesse mundo.

             - Eu acho que ele não casaria se não estivesse presente. - Rimos.

            A campainha voltou a tocar. Ambos olhamos para a porta, e Donna foi abrir.

                       Grace

            - Boa tarde Grace. - Donna sorriu para mim assim que abriu a porta. Felizmente não mudou de empregada. Conheço Donna desde que tinha quinze anos. Abracei ela.

            - Oi Donna. - Ela se afastou para olhar para mím.

            - Você está tão grande. Vamos entrar. - Entrei e vi minha mãe e um homem se levantarem. Será que é seu noivo?

         Sorri e fui abraçar minha mãe. Ela é como eu. Loira, magra, mas ao invés de olhos verdes, ela tem olhos castanhos.

          - Filha!

          - Mãe!

          Me virei para encarar o desconhecido na minha frente. Ele sorriu e estendeu a sua mão para mim.

            - Olá Grace, eu sou o Garrett. - Olhei para sua mão pendurado. Isso é coisa de outro mundo. Um homem me tratando bem?

           - Olá. - Apertei sua mão. Ele ampliou o seu sorriso.

            - Sua mãe fala muito sobre você! - Ele diz. Deve ser, sem dúvida, o noivo dela.

            - Também fala muito sobre você. - Disse.

             - Sério? Eu não fazia ideia. - Garrett disse sorrindo para Cecília.

            - Eu também não sabia. - Cecília respondeu franzindo o cenho.

            - Não me digam que começaram a festa sem mim. - Ouvi uma voz maravilhosamente grave e sexy e passos nas escadas e me virei imediatamente.

           Um homem de cabelos pretos deliciosamente bagunçado, com uma pólo branca e calças Jeans azul escuro, com um corpo de perder o fôlego, desceu os últimos degraus com uma mão no bolso e outra passando pelo seu cabelo sedoso, e em seu rosto um sorriso deslumbrante. A personificação da beleza masculina.

          Ele chegou até mim ainda sorrindo. Fiquei emburrada.

           - Muito prazer em conhecê-la, Grace. - Seu sorriso desapareceu, e seu rosto ficou sério. Ainda assim era lindo.- Sou Sebastian. O noivo da sua mãe.

o noivo da minha mãe

            Olhei para o homem que dizia ser o noivo da minha mãe. Ele devia ter uns 29 quase trinta, já para não falar que ele é muito... muito atraente. Eu sabia que não havia problema em ele ser atraente, mas algo não batia certo. Não sei porquê mas isso me incomodava de diferentes maneiras que eu não sabia explicar.

            Depois de tanto olhar para ele finalmente respondi:

            - Olá, eu sou a Grace.

            - Sua mãe fala muito de você! - Ele tinha lindos olhos azuis, para pior a situação. Piorar, porquê?

            - Foi o que eu disse! - Garrett colocou as mãos no bolso divertido. Eu ainda estava com as malas na mão.

             - É bom saber! - Eu disse.

             - Deixa que eu levo as suas malas para o quarto. - Sebastian olhou para as minhas malas, sorriu e pegou nelas. Eu não conseguia fazer nada a não ser olhar.

             - Sebastian gosta de agradar! - Garrett falou.

            Sebastian era bom comigo. Um homem me tratava bem. Não era como meu pai que vivia fazendo merda só para me ver sofrer, nem como os outros homens que me tratavam como uma qualquer.

           - Filha você deve estar muito cansada. Donna por favor, mostre o quarto a Grace.

          - Sim, senhora!

          Segui Donna pelas escadas até o meu quarto. Entrei e agradeci antes dela sair e fechar a porta. Quando me virei vi Sebastian sorrindo.

           - Que susto! - Falei.

           - Desculpa! Eu estava apreciando a vista do seu quarto. Me perdi.

             - Eu gostaria de ficar sozinha. - Cruzei os braços. Ele olhou para mim de cima a baixo.

             - Claro! Tudo o que quiser, princesa!

             Ele saiu do quarto e eu me joguei na cama.   

              Impressionante, é tudo que eu tenho a dizer. Como eu vou conseguir viver com um homem aqui em casa? Eu não estou acostumada, embora o Sebastian pareça uma boa pessoa.

           Uma boa pessoa por fora. Deve ser o homem mais lindo que eu já vi. Sem exageros. Porquê minha mãe está com ele? O que ele fez para fazer com que ela mudasse de ideias quanto aos homens? O que ele quer com ela?

             Acho que não devo pensar muito sobre isso. O melhor a fazer é ligar para Mónica. Ela precisa saber disso.

           Tirei o celular da bolsa e liguei para Mónica.

             - Já com saudades minhas, baby! - Sempre me perguntei se ela fica sempre a espera da minha ligação. Sempre que eu ligo para ela, responde em menos de um segundo.

             - Muitas! - Olhei para as minhas malas. - Você não vai acreditar!

            - Diga! O que é? O que é? - Ela pergunta que nem uma criança curiosa.

            - O noivo da minha mãe. Ele é jovem e... lindo. - Ouvi alguma coisa quebrando.

            - Você chamou um homem de lindo? Grace, você está bem?

           - Estou ótima.

           - Mónica que pasa? - Ouvi uma voz masculina no fundo.

           - Com quem você está? - Perguntei.

           - Com Valentino. Ele veio aqui e a gente está junto, mas não importa. Voltando para você. Lindo?

          - Ah Mónica, é normal. Você não acha que Valentino seja?

           - Claro, mas você nunca disse que um homem era lindo, Grace. Quem é esse homem? - Mas porquê eu fui contar uma coisa dessas para ela?

           - Olha, depois nos falamos! - Desliguei.

            Andei até a janela e olhei para a vista. Realmente tinha uma vista incrível. Uma vista da beleza da natureza. 

          

       [...]

           Desci para beber um copo de leite antes de dormir, e me encontrei com Sebastian na cozinha, sem camisa e com a calça de pijama. Ele bebia a água, depois virou para mim.

            - O que faz acordada a essa hora princesinha?

           - São dez da noite!

           - Você devia estar na cama às oito. O que faz acordada?

          Abri o frigorífico e tirei o leite, e um copo no armário. Sebastian olhava para mim e ria. Suspirei, e servi o meu leite.

          - Você é mesmo uma menininha não é? Não acredito que terei uma enteada tão...

           - Adulta?

           - Eu ia dizer bebezinha, mas se te faz feliz! - A quem é que ele está a chamar bebezinha?

            Porquê ele está agindo assim? Eu pensei que ele era bom. Confiar nos homens apenas nos desilude. Por um segundo pensei que nos íamos dar bem.

            Suspirei e segurei no meu copo, me preparando para sair, e ele segurou o meu braço. 

              - Calma. Eu estava apenas brincando, não precisa ser tão sensível! - Eu não disse nada. Apenas soltei o meu braço e fui para o quarto.

            Eu não posso viver com ele. Preciso conversar com a minha mãe, sobre isso, senão as coisas vão ficar muito feias por aqui.

             Desisti de beber o leite, fui lavar os dentes e voltei para a cama.

        [...]

            Vesti uma blusa preta e um calção jeans, e fiz um rabo de cavalo, depois de tomar banho.

            Desci os degraus e fui para a sala de jantar. Minha mãe e Sebastian tomavam o pequeno almoço felizes da vida. Suspirei e sentei na mesa com eles.

            - Bom dia! - Falei.

            - Bom dia! - Sebastian e minha mãe responderam em uníssono.

            - Como você está Grace? - Ele perguntou.

            - Muito bem.

            - Tive tantas saudades de você, filhinha. - Cecília respondeu.

            - Eu também, mãe.

               - Nós estávamos falando do nosso casamento. Não é Cece? - Sebastian sorriu para minha mãe.

             - Sim. O nosso casamento será amanhã. - Eu quase despejei o suco na mesa.

             - Sério? Isso é muito bom. - Disse.

             - Você está bem?- Cecília perguntou preocupada.

            - Sim, eu estou. - Amanteiguei uma torrada.

            - Que acha de sairmos para comprar o seu vestido?

            Suspirei.

            - Eu tenho muitos vestidos que servem perfeitamente para a ocasião. Não se preocupe, mãe.

            - Está bem.

            - Eu acho que vocês deviam ir. - Sebastian olhou para mim. - Não gosta de roupa nova pequena Grace? - Estreitei os olhos para ele. Pequena Grace?!

             Acho que o melhor é não responder a isso.

            - Eu não gosto muito de compras. - Bebi o suco.

           - Ah! Estou vendo. Você é daquelas! - Alguém tinha que calar aquele homem.

           - Deixa ela em paz, amor. - Cecília repreendeu ele.

            - Está bem. Eu não quero ferir sua sensualidade. - Outra vez.

            Não disse nada, apenas comi o mais depressa possível para fugir daquele homem, mas eu engasguei.

            - Calma, Grace! - Minha mãe levantou imediatamente, e foi correndo para o meu lado.

            Eu estava tentando me livrar da maldita comida entalada na minha garganta, sem sucesso.

            - Eu resolvo isso. - Sebastian colocou as mãos em mim, fazendo a Manobra de Heimlich e eu lancei a comida fora.

           - Está tudo bem? - Sebastian perguntou ainda me segurando. Eu me afastei imediatamente dele e fui ao lado da minha mãe.

           - Bem, eu não mordo! - Sebastian falou para si num sussurro, mas eu ouvi.

          - Você está bem, filha?

          - Obrigada. - Falei olhando para Sebastian.

          - Não precisa agradecer. Estou sempre disposto a ajudar.

          - Eu vou para o meu quarto, então. - Subi as escadas, e entrei no meu quarto.

        [...]

           Minha mãe tinha saído antes que eu podesse conversar com ela, e infelizmente, Sebastian ficou aqui comigo. Estava no escritório trabalhando.

           Entrei no quarto deles, e era duas vezes mais grande que o meu. Tinha uma King Size de madeira cinza, e mesas de cabeceira da mesma cor.

          Fui até o closet. Ele era grande, muito grande. Vi uma caixa cinza, grande e abri. Lá tinha o vestido de noiva da minha mãe.

           Ele era lindo. Muito lindo. Tirei da caixa e olhei para ele em mim no espelho.

           Rodopiei e quando voltei a olhar no espelho, vi Sebastian na minha trás. Que vergonha!

           Coloquei o vestido dentro da caixa numa questão de segundos, e encarei Sebastian.

           - O que te deu para entrar aqui? - Perguntou. Eu nem conseguia olhar nos olhos dele.

           Olhava em sua boca.

           - Eu não sei. Eu não quero... - Não sabia o que dizer, por isso, tentei fugir, mas ele não deixou.

            - Nem pensar! Você não vai sair daqui!

            - Eu só queria saber como era o quarto. - Respondi.

            - Dançando com o vestido da sua mãe? Pensei que não fosse daquelas que sonham em casar algum dia.

            - E não sou! - Ele não me deixava passar.

            - Porquê gosta de fugir sempre? Você sofre de Síndrome da ansiedade social?

            - Não! Eu só... - Ele segurou meu braço.

            - Você sabe que eu serei seu padrasto não sabe? - Olhei para sua mão me tocando. Era um grande incómodo. 

             - Por favor, me solta! - Eu comecei a chorar.

             Ele olhou para mim surpreendido, e chocado também.

             - Tudo bem. - Ele me largou. - Você é muito estranha. - Limpei minhas lágrimas.

            - Eu... só não gosto que esteja perto de mim. - Disse gaguejando.

            - Eu?

            - Não! Vocês!

            - Nós quem?

            - Não importa. Me deixa sair, por favor! - Minhas lágrimas ainda corriam.

              - Está bem. - Ele me deixou passar.

              Eu corri até o meu quarto, e sentei na minha cama. Abracei as minhas pernas, e balançava para frente e para trás.

             Eu precisava sair daquela casa o quanto antes. Precisava de outro lugar para ficar, mas eu não tinha emprego, como iria me sustentar?

           Fechei os olhos e continuei os meus movimentos.

           - Posso entrar? - Vi Sebastian entrando com um sorriso de desculpas, e uma bandeja com duas fatias de bolo nela.

            Eu acenei afirmativamente, sentei por cima dos meus pés e ele se aproximou. Sentou na minha frente e colocou a bandeja entre a gente.

              - Donna me disse que você adora bolo de chocolate. - Ele falou sorrindo.

             - Porquê você não me avisou apenas que havia? Não precisava vir para cá.

             - Eu só quero que a gente se dê bem. Você é filha da minha futura esposa, e temos que nos dar bem.

             - Tudo isso porque eu chorei na sua frente?

             - Não! Eu nem entendi bem essa parte. Eu apenas quero que a nossa relação mude.  Você foge de mim, não entende quando estou brincando, fica pálida e estranha quando toco em você. Temos que mudar isso.

           Tirei a minha fatia de bolo e dei uma garfada. Estava delicioso.

           - Você acredita que eu fiz esse bolo?

          - Não! Não acredito.

          - Mas eu fiz. Se quiser, um dia desses eu provo. - Ele também come.

            - O problema não é você!

            - Não?

            - O problema sou eu. Isso tudo é novo para mim.

           - O quê? Uma figura paternal?

           - Você tem vinte e muitos anos de idade.

           - Tenho 35 anos. Completei no mês passado.

             - Você tem 35? - Fiquei chocada.

             - Sim. E eu prometo ser o padrasto mais divertido do mundo!

             - Está bem. - Sorri. Ele também sorriu.

           - É a primeira vez que vejo você sorrindo!

           - Eu sei. - Dou uma garfada enorme no bolo. - Isso está muito delicioso, você tem que me dar a receita!

          - Tenho mesmo? Um chefe de cozinha nunca revela os seus segredos. - Ri.

          - Esses não são os mágicos?

          - Não!

           - Posso chamar você de papai? - Brinquei.

           - Definitivamente não! Nunca! Eu não tenho idade para ser seu pai! Quando você nasceu eu só tinha dez anos! Nem sabia o que era sexo. - Rimos, mas de repente ele ficou muito sério.

             - Me chama de Sebastian! - Falou num tom muito sério e sexy.

            - Está bem, Sebastian! - Falei sorrindo para ele.

            - Ótimo!

            Silêncio.

            Já tínhamos terminado o bolo, apenas olhavamos um para o outro de uma forma estranha. Então ele se levantou e pegou na bandeja.

             - Foi muito bom conversar com você Grace, sem você estar na defensiva ou chorando.

            - Digo o mesmo. - Sorri. - Obrigada.

            - Obrigado!

            Então ele saiu e fechou a porta.

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