Meu Quase Irmão.
Introdução.
Eu sempre imaginei como seria o meu futuro. Sempre o planejei do jeito mais perfeito possível, pois eu tinha tudo para levar uma vida "perfeita" aos olhos dos outros.
Porém, em um certo dia, eu tomei a pior decisão da minha vida. Eu cometi um erro que mudou todo o rumo da minha vida, e ainda não sei se agora estou em um rumo melhor ou pior.
Eu saí de uma vida perfeita, uma vida onde tinha de tudo do bom e do melhor, para viver com o filho do meu padrasto, em um apartamento onde nem um quarto para mim mesmo eu tenho.
Mas não vou reclamar, pelo menos ele é alguém gentil que, em meio a tudo, não me julgou igual aos outros.
Nome: Arkady Vasiliev.
Idade: 19 anos.
Nacionalidade: Russo.
Sexualidade: Bissexual.
ABO: Ômega recessivo.
Profissão: Estudante de medicina.
Nome: Dimitri Kuznetsov.
Idade: 32 anos.
Nacionalidade: Russo.
Sexualidade: Não divulgada.
ABO: Alfa lúpus.
Profissão: Advogado.
Nome: Yuliya Vasiliev.
Idade: 47 anos.
Nacionalidade: Russa.
Sexualidade: Heterossexual.
ABO: Alfa.
Profissão: Escritora.
Nome: Aidan Brown Kuznetsov.
Idade: 53 anos.
Nacionalidade: Britânico.
Sexualidade: Heterossexual.
ABO: Ômega lúpus.
Profissão: Juiz.
Capítulo 1.
Arkady
Mãe, a senhora e o pai vão estar em casa hoje a noite? Preciso conversar algo sério com os dois.
Arkady falou enquanto deslizava sua mão sobre seu caderno, mantendo seus olhos nele, como se estivesse estudando ainda.
Sua mãe, que estava lendo uma revista de moda, subiu seu olhar para ele e o olhou seriamente.
Yuliya
Arkady, você sabe que hoje é o jantar. Até seu irmão mais velho deixará de trabalhar para estar aqui hoje a noite.
Yuliya
E, independentemente do que você queira falar, terá que esperar até o fim. Dimitri vai apresentar a namorada dele hoje.
Arkady
Ah, certo...É aquela moça que ele estava falando sobre nos últimos jantares? Se for, ela parece ser gentil.
Yuliya apenas concordou com a cabeça e voltou seu foco para a revista, enquanto seu filho mais novo suspirava e, com cuidado, se levantava do sofá onde estava estudando.
Arkady
Já está na minha hora, irei pedir para o pai me levar hoje, por isso não se preocupe em deixar o carro comigo.
Assim que falou isso se virou e começou a andar até as escadas, enquanto apertava com força seu caderno, por conta de sua ansiedade.
Arkady andou calmamente sobre os corredores de sua casa, mas logo parou em uma grande porta, batendo nela três vezes e, em seguida, a abrindo com cuidado.
Assim que teve visão do cômodo que antes se encontrava fechado ele soltou um sorriso, observando seu padrasto na cadeira, resolvendo assuntos do trabalho.
Diferente de Yuliya, Aidan era gentil e amoroso com Arkady, por isso soltou todas as papeladas na mesa ao não sentir nenhum feromônio e subiu seu olhar para seu enteado, que o observava atentamente.
Aidan
Olá, meu bem. Precisa de algo?
Arkady
Eu queria saber se o senhor pode me levar para a faculdade...A mãe não parece estar de bom humor para isso.
Aidan
Que horas você precisa ir?
Arkady
Agora, ou daqui uns cinco minutos. Me distrai estudando e perdi um pouco as horas.
Aidan
Uuhm...infelizmente eu estou meio ocupado agora, mas pode pegar meu carro para ir.
Aidan
Ou, se for melhor, pede para Dimitri te levar, já que é caminho da casa dele. Na volta eu posso te buscar.
Arkady
Irei pegar o seu carro mesmo! para não ter que atrapalhar seus estudos quando for voltar.
Aidan
Certo, meu anjo...está com os remédios na bolsa?
Arkady
Estou sim! Mas não se preocupe tanto, o senhor sabe que não posso ter cio.
Aidan
Você ainda é um ômega, Arkady. É sempre bom prevenir.
Arkady
O senhor tem razão...vou comprar mais remédios na volta, para não lhe deixar preocupado.
Aidan
Tudo bem. Agora vá, ou se não chegará atrasado para as aulas.
Arkady apenas obedeceu seu padrasto e se retirou do cômodo, fechando a porta e indo direto para seu quarto, afim de pegar sua bolsa.
No decorrer do dia não teve nada de especial, foi como todos os outros. Ele ficou na faculdade com seus amigos, estudou, fez anotações e conversou com alguns professores.
Quando chegou pela noite, ele e seus amigos foram para frente da faculdade, já que cada um tinha que ir para sua casa. Todos estavam igualmente ocupados naquela noite.
Arkady e um outro garoto foram os últimos a ficarem na frente da faculdade, apenas esperando que todos os seus amigos fossem embora logo.
Assim que estavam completamente sozinhos, os dois se olharam e soltaram um sorriso, logo se aproximaram o suficiente para que um pudesse dar um beijinho no outro, como dois jovens apaixonados.
Arkady
Eu irei falar para eles hoje, Liam...e se eles não gostarem da notícia?
Liam
Eles vão gostar! Seus pais te amam, Dydy. Não precisa se preocupar com isso, ok?
Arkady
Ah mas...acho que minha mãe não irá gostar. Ela é tão...
Liam
Sua mãe é velha. Ela tem outros pensamentos, a mente dela está presa em um outro mundo.
Arkady
Eu sei, e é por isso mesmo que me preocupo tanto. Ela pode acabar surtando com essa notícia.
Liam
Ela vai ter que aceitar uma hora ou outra.
Arkady
Está certo...mas mudando de assunto! Tenho uma novidade para contar.
Liam
Então conte! Não me esconda nada, desembucha tudo!
Arkady soltou uma risada ao ouvir as palavras de seu amigo, mas logo parou de rir e pegou seu celular, abrindo o contato de seu irmão e o mostrando pro alfa a sua frente.
Arkady
Ele está namorando! E vai apresentar a menina hoje!
Liam
Perai, perai....A mesma menina que vimos beijando outro?! Pff!
Arkady
Essa mesmo! E, aparentemente, os dois estão se traindo.
Liam
Os dois?! Não sabia que seu irmão era tão mal caráter também!
Arkady
Pois então! Mas olha, pelas minhas fontes eles não estão namorando mesmo, é só uma mentira pros dois se livrarem dos pais chatos.
Liam
Nossa...que coisa do passado. Eles devem achar que estão em algum tipo de fanfic para adolescentes.
Arkady soltou uma risada escandalosa ao ouvir a frase de seu amigo, fazendo com que um sorriso surgisse em seus lábios e seus olhos se fechassem.
Arkady
Eu pensei o mesmo! Aquelas fanfics onde os dois não se gostam, mas aí acabam se apaixonando um pelo outro e blá-blá-blá.
Liam revirou seus olhos e soltou um sorriso, mas logo parou de sorrir ao sentir seu celular vibrando.
Liam
Aiai...o assunto está muito bom, mas preciso ir também. Até amanhã!
Os dois se abraçaram rapidamente e se beijaram, mas logo cada um foi para um lado, sem nem olhar para trás.
-----Quebra de tempo-----
Arkady entrou em sua casa e foi direto para as escadas, já que queria evitar encontrar sua mãe. Ele estava atrasado, e não queria levar bronca.
Ele subiu rapidamente cada degrau e logo foi correndo até seu quarto, entrando nele e apenas encostando a porta, para enfim começar a retirar sua roupa, já que precisava se arrumar pro jantar.
Ele pegou um terno que estava passado em sua cama e o vestiu, logo tomou um banho de perfume e começou a arrumar seu cabelo o mais rápido que conseguia.
Quando terminou de se arrumar, olhou para sua estante e viu um remédio com um copo de água, já sabendo que aquilo foi deixado por seu padrasto.
Arkady
Não sei para que se preocupar tanto...ele sabe que sou praticamente um beta.
Falou consigo mesmo, indo até a estante e tomando o remédio junto com a água, enquanto olhava a porta do quarto atentamente.
Ele percebeu uma sombra alta passando por sua porta, logo julgou ser Dimitri, por isso largou o copo na estante e foi até a porta, a abrindo e chamando seu irmão.
Arkady
Eii, Dimitri! A mãe está muito brava?
Falou enquanto observava as costas de seu irmão, achando ela um pouco diferente. Seu irmão era obviamente mais musculoso.
Antes mesmo que o homem se virasse ele já sabia que não era seu irmão, por isso suspirou e corou um pouco, se sentindo envergonhado por falar com alguém que não devia conhecer.
Arkady
Sinto muito, senhor! Achei que era meu irmão..
Ditou em um tom envergonhado enquanto observava o homem se virando.
???
Seu irmão? Pensei que você me achava mais atraente que ele.
Ao ouvir a voz do rapaz a sua frente e finalmente ver o rosto dele Arkady se assustou, ficando em um estado de êxtase nesse momento.
Nome: Liam Byrne.
Idade: 20 anos.
Nacionalidade: Irlandês.
Sexualidade: Demissexual.
ABO: Alfa recessivo.
Profissão: Estudante de medicina.
Capítulo 2.
Mesmo em êxtase, Arkady soltou um sorriso e, logo em seguida, uma risada baixa com a frase do homem a sua frente.
Arkady
Está certo, Henry! você é bem mais bonito que ele. Meu irmão não tem nem como chegar aos seus pés.
Henry
Isso aí, sou mil vezes mais bonito que ele. Nem parece que já estou na idade de sua mãe!
Enquanto falava Henry se aproximou do ômega e o abraçou com força, dando uma fungada forte no cabelo dele.
Arkady
Não é pra tanto, tio! Você está na flor da idade ainda!
Arkady riu baixinho e cheirou o pescoço de seu tio, como demonstração de afeto, mas logo o afastou e deu leve batidinhas em seu terno.
Arkady
Mas por que o senhor está aqui!? Pensei que minha mãe tinha lhe expulsado dessa casa.
Henry
Ela expulsou. Vim aqui ao pedido do Aidan...aparentemente ele precisa da minha opinião sobre algo.
Arkady
Uuhm...sobre o trabalho?
Henry
Acredito que não, ele nunca levou opiniões privadas pro trabalho. Sempre trabalhou honestamente com a lei.
Arkady
Pelo menos não é corrupto. Não sei se iria ficar feliz se descobrisse que ele condena inocentes.
Henry soltou um sorriso ao ouvir seu sobrinho, mas logo levou sua destra até o cabelo dele e o afagou, o bagunçando.
Henry
Você é mais bonito assim!
Arkady
Tio! Eu já tinha arrumado ele!
Arkady, irritado com aquilo, bateu na mão de seu tio e franziu sua testa, enquanto tentava arrumar seu cabelo com sua própria mão.
Henry
Calma, calma! Está bem melhor bagunçado. Sua mãe não pode te controlar sempre!
Arkady
Mesmo assim! O senhor sabe que ela odeia cabelos bagunçados...é por isso que meu primo é mal visto por ela.
Henry
Sua mãe é louca. Uma completa fanática pela igreja...não deveria levar a sério oque ela fala.
Arkady
Ela me sustenta, o mínimo que posso fazer é obedecer suas regras.
Henry
Ela te teve porque quis. Você não deve nada pra ela, tudo que ela te dá é o mínimo.
Arkady abaixou sua cabeça ao ouvir aquilo, ficando meio triste com as frases de seu tio.
Henry
Não adianta ficar assim. Você sabe que ela não pode te controlar...Deveria se opor enquanto pode.
Dimitri
Se opor a quem? Acredito que o senhor deveria estar na sala de meu pai, não gastando saliva com Arkady.
A voz de dimitri surgiu do vim do corredor, fazendo com que Henry e Arkady olhassem para a direção dele.
Henry, que foi repreendido, apenas revirou seus olhos e voltou a seu rumo: indo assim até o escritório de Aidan e batendo a porta com uma certa força.
Arkady
Você não deveria falar com ele assim...
Dimitri
Ele não deveria falar com você assim. Você já é grande, já tem sua própria opinião.
Dimitri falou se aproximando do filho de sua madrasta. Quando estava perto suficiente do ômega, o alfa cheirou o ar, tentando sentir o cheiro dele.
Dimitri
Ainda está sem feromônio?
Arkady
Você sabe que eu não produzo nenhum cheiro muito forte ainda.
Dimitri
Não teve seu primeiro cio ainda? Já deveria ter tido.
Arkady
Não tenho e não vou ter. Sou recessivo, Dimitri.
Dimitri
O marido de seu tio também é, mas hoje em dia ele tem um feromônio que é fácil de se identificar a quadras de distância.
Arkady
O marido do meu tio teve sorte. Não é fácil encontrar um alfa que ative meu lobo. E mesmo se fosse, eu não iria querer encontrar.
Dimitri soltou um sorriso ao ouvir aquilo, logo se aproximou de seu quase irmão mais novo e o abraçou com força, ficando meio inclinado para baixo.
Arkady retribuiu aquele abraço. Ele deslizou suas mãos pelas costas larga de Dimitri e as pousou no meio dela, apertando aquele local com força, enquanto sentia os pelos de sua nuca se arrepiarem com a respiração do alfa em seu pescoço.
Os dois gostavam de se abraçar desde quando se conheceram. Eles sempre foram conectados pelo abraço, como se os dois corpos se tornassem apenas um.
O mundo parava por volta deles, suas mentes focavam apenas um no outro, como se fossem os únicos seres humanos do universo.
Mas aquele sentimento surreal não era mantido por muito tempo, pois sempre chegava alguém para atrapalhar. Dessa vez não foi diferente.
O barulho de um salto alto pisando fundo foi escutado de longe, fazendo os dois garotos se afastarem e se olharem por alguns segundos, mas logo desviarem seus olhares para o causador do som.
Arkady
Mamãe...você está linda.
Arkady disse ao ver sua mãe desfilando lindamente pelo corredor do segundo andar. Ela era como uma fada. Sua beleza, mesmo em uma idade avançada, era incomparável.
Dimitri
Devo concordar com Arkady, a senhora está magnífica nesse vestido.
Dimitri concordou com o mais novo, conforme admirava o belo corpo e rosto de sua madrasta, se perguntando como seu pai tinha a conquistado.
Yuliya, sendo bajulada daquele jeito, apenas conseguiu sorrir e parar na frente dos dois jovens, demonstrando assim um afeto pelos dois no seu tom de voz.
Yuliya
Obrigada, queridos. Vocês também estão maravilhosos, principalmente você Dimitri. Esse terno valorizou seu corpo.
Dimitri
Também notei isso. A senhora realmente sabe escolher ternos para nós.
Yuliya sorriu minimamente para o filho de seu marido, mas logo desviou seu olhar pro seu próprio filho, o analisando completamente.
Yuliya
Você realmente tinha de tudo para ser uma boa mulher. Uma boa ômega também. Pena que puxou seu pai até nisso.
Arkady
Sinto muito por trazer esse desgosto para nossa família...já estou me cuidando melhor, para ter o corpo que a senhora deseja.
Yuliya
Que ótimo, não quero nenhum filho meu sendo afeminado assim. Trate de treinar bem, para ficar com o corpo igual de seu irmão.
Yuliya
Mas enfim, preciso ir resolver alguns problemas. Dimitri, avise sua mulher que o jantar está confirmado para a próxima semana mesmo.
Yuliya
O tio de Arkady conseguiu estragar meus planos novamente...mas ainda teremos um jantar, então fique para comer conosco.
Dimitri
Claro, senhora! Irei adorar comer com a companhia de todos vocês. E não se preocupe, ela virá de certeza no próximo jantar.
Yuliya
Certo, estarei esperando por ela ansiosamente.
Yuliya falou antes de voltar a andar e desaparecer no corredor escuro, deixando apenas os dois irmãos juntos novamente.
Arkady
Então...acho que vou pro meu quarto...
Dimitri
Pro seu quarto? achei que iria aproveitar pelo menos um pouco a minha companhia.
Arkady
Não estou afim de escutar um velho falando
Dimitri
Como assim um velho?!
Arkady
Ah, você sabe...você já tem 32 anos...e eu só tenho 19
Arkady
Nossos assuntos não batem, sabe? você deve falar sobre vinhos e essas baboseiras
Arkady
Já eu, sendo bem mais novo que você, gosto de falar sobre...corpos.
Dimitri
Corpos? Pensei que já tinha saído da puberdade
Arkady
Ixi, tô longe ainda. Como você acha que eu tô treinando pra ficar musculoso?
Dimitri
Aí credo! Pode parar, não quero saber sobre seus atos pecaminosos de jovem.
Ao falar aquilo Dimitri olhou seriamente para Arkady, que devolveu o mesmo olhar para ele.
Os dois se encararam por segundos, mas logo caíram em uma gargalhada que durou, ao todo, 8 segundos.
Arkady
Vamos logo, não quero perder meu precioso tempo!
Dimitri
Certo, certo! Vamos para o quarto falar sobre corpos!
Arkady
Nada disso, vamos bater altos papos cabeças! Bem coisa de velho, pra você se sentir confortável.
Arkady brincou pela última vez, mas logo agarrou a mão de Dimitri com força e o puxou com calma para dentro de seu quarto, que estava bem ao lado dos dois.
Nome: Henry Vasiliev.
Idade: 45 anos.
Nacionalidade: Russo.
Sexualidade: Homossexual.
ABO: Alfa.
Profissão: Psicólogo.
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