A realidade é um mistério, no decorrer da minha vida percebi que a mesma que me deu o direito de viver nesse mundo, me pregava peças a cada passo que eu dava em minha vida, a senhora realidade, ou como é mais comumente chamada, vida.
Esta doce senhora gosta de brincar com os próprios conceitos, deturpando todo o significado frágil e único palavra da vida, essa doce e amarga senhora parece escolher seus favoritos, fui abençoado com este maldito infortúnio, e agora, mais uma vez, em meu leito de morte me dou conta de que tudo se repetiu, em minha longa jornada como escritor sacrifiquei o amor da minha vida para alcançar os meus objetivos, porém pobre de mim, enganado pelas garras da doce senhora, que brinca com meu destino como se tivesse a brincar com bonecos de panos, eu juro a ti, como jurei todas as vezes em meu leito de morte, oh!! Maldita senhora da vida! Eu me lembrarei de ti! e tomarei de volta as rédeas de meu próprio destino, para enfim poder amar sem freios e receios minha doce amada, que por tantas vezes e vidas você tentou arrancá-la de mim.
É indubitável que a vida é única, preciosa e frágil, porém não fui abençoado com esta dádiva da mortalidade, e mais uma vez estou aqui, chorando nos braços de uma mulher ignota a qual vou cognominar e demonstrar os meus afetos como se ela fosse minha mãe biológica, pelo menos até o trágico dia de minha morte, quando lembrarei de tudo o que já me ocorreu ao longo dos séculos e perceberei mais uma vez a trágica verdade da minha vida. Porém desta vez será discrepante a devastação que causarei nesta minha nova vida, e desta vez lembrarei, custe o que custar, eu lembrarei!! Tenho 4 anos até este frágil corpo de bebê eliminar toda memória que não pertence a essa nova vida.
O tempo corre diferente para os bebês então eu vou entrar em piloto automático, deixar que este corpo vazio de memórias e experiências aprenda pelo menos a língua desta nova reencarnação. Antes de descansar e deixar o receptáculo vazio absorver experiências, resolver olhar mais em volta da sala em que eu estava pois até agora só tinha visto o rosto de minha parturiente, então olhei em minha volta e em um canto pouco iluminado sentado em uma cadeira estava um homem com o semblante sério e com uma aura amedrontadora, as vestes deste homem demonstravam que ele era alguém de alto escalão do exército, porém de que exército, antes que eu pudesse me recordar de que nação pertenciam às roupas daquele uniforme, o homem se levantou, veio em minha direção e quando ele estava prestes a me pôr em seus braços a porta do quarto se abre de forma abrupta, então com a já porta aberta adentrou um outro homem com uniforme militar, este homem com semblante de alguém ofegante parou, respirou e gritou:
–Vive la France!!
O homem que estava com um semblante sério e com uma aura amedrontadora olhou para o soldado e sorriu, logo em seguida ele disse:
–Então meu nobre amigo Napoleão conseguiu tomar o poder da França.
Então o mesmo olhou para mim e disse:
–Você nasceu em um dia de glória, filho. Você merece um nome a altura de um novo e grandioso império então chamarei você de Gustave, aquele que é protegido por Deus.
No primeiro instante não gostei do nome, mas seu significado me cativou, então para demonstrar gratidão tentei de todos os modos falar, era quase impossível, pois um corpo recém nascido busca naquele momento apenas sobreviver, então juntei todas as minhas forças aí então itirei meus lábios do seio de minha mãe, olhei para aquele homem de postura nobre e grandiosa e disse:
-Vive la France!
Seu rosto calmo deu lugar a uma face surpresa, não podia acreditar que seu filho tinha falado aquelas belas palavras em seu primeiro dia de vida, dois dias depois que Napoleão conquistou seu posto de imperador. Foi bom ver meu pai feliz, apesar de eu ter tido vários país eu já estava ganhando afeto por esse, talvez não seja eu mais sim uma resposta desse novo corpo, enfim gastei tantas forças apenas para falar apenas três palavras que acho que minha energia espiritual se esgotou antes mesmo dos quatros anos de idade, porém se o destino me fez esbarrar com a frança mais uma vez, significa que algo mais a frente pode me beneficiar neste jogo desequilibrado contra a senhora vida, e pode apostar, eu não cometerei o mesmo erro de matar minha amada sem saber que ela era sua reencarnação.
Então uma voz sussurrou em meus ouvidos:
--E quanto a Joana D'ark?
Me espantei com aquilo, meu ódio aumentava e minha consciência sumia, está alma está sendo apagada para da lugar a uma nova, então antes de cair em descanso até o dia de minha morte eu pensei:
-Não vai ficar assim maldita senhora vida, eu me lembrarei, juro que me lembrarei não importa o que tenha que fazer. Eu juro!!
15 anos se passaram, Gustave está de frente com um dos maiores desafios dos jovens de sua época, o recrutamento, obviamente como membro de uma família de alto escalão ele pensou que ficaria em uma patente alta, porém seu pai fez questão de dar a ele a mais baixa de todo exército, ele pensou:
–Por que meu pai faz isso comigo, me rebaixar a um mero faxineiro de quartel.
Não sabia ele que a frança em alguns meses entraria em guerra, então seu pai preocupado com os horrores que a guerra poderia causar a um jovem, decidiu colocá-lo em um posto que do ponto de vista de Gustave era humilhante, porém salvaria sua vida. É o que todos pensávamos, porém às vezes o destino pode ser imutável, como já era previsto pelo seu pai, Napoleão declarou guerra a todos os países que furaram o bloqueio continental que ele tinha imposto, como o pai de Gustave tinha participado como general estrategista na guerra que aconteceu ele sabia que em algum momento outro país ficaria tentado a furar o bloqueio continental, e não deu outra, Portugal com toda sua soberba quebrou as regras, e Napoleão vendo toda aquela audácia juntou todas suas tropas e as colocou para marchar em direção a Portugal, os imperadores por sua vez foram avisados do ataque então pegaram seus navios e zarparam em direção a uma de suas colônias, o Brasil. Quando as tropas napoleônicas já estavam em solo de Portugues descobriram que a burguesia e todo o escalão imperial já estava em mar, em direção a uma de suas muitas colônias. Como o príncipe regente fugiu de Portugal, Napoleão ordenou que suas tropas matassem tudo que vissem pela frente, então assim foi feito, sangue de portugueses inocentes foram derramados em vão por conta de um sangue real covarde, a boatos de que o próprio Napoleão enviou uma carta com o destino ao Príncipe regente com a seguinte frase:
-"Se você tem mesmo o sangue de um imperador, deixe-me derramá-lo e mostrar-te a glória da morte ou viva como um covarde e veja milhares de seu povo morrer em agonia, clamando pela volta de seu líder."
Dizem que o príncipe regente leu essa carta enquanto comia uma coxa de peru assado e lambia os dedos dizendo para todos os nobre da sala ouvir:
-"O povo só está aqui para nos servir. Há! Há! Há!"
Todos os nobres da sala riram e continuaram a degustar de um jantar farto digno de reis. Alguns dias depois chegou aos ouvidos de Napoleão que o príncipe regente gracejou de sua carta, então Napoleão que já com ódio passando por todo seu corpo decidiu mudar de estratégia, contactou o general Jean Lannes, pai de Gustave, para traçar uma estratégia que seria usada em um território não muito conhecido pelos franceses daquela época, o Brasil. Ao chegar à sala do imperador acompanhado de seu filho Gustave, o general decidiu pedir para que ele esperasse do lado de fora da sala pois aquela reunião a sós com o imperador Napoleão parecia ser de extrema importância. Em sala, a sós com Napoleão, eles conversaram:
–Meu nobre amigo Jean Lannes, mais uma vez preciso de seus conselhos nesse ataque que vou coordenar.
– Estou a seu dispor meu nobre imperador.
Disse Jean Lannes se curvando como um sinal de respeito. Então Napoleão falou:
– Deixe de tanta formalidade, somos amigos de guerra, me chame apenas de grande e todo poderoso Napoleão.
Jean Lannes não se conteve e gargalhou:
– há! há!há!
Junto a ele gargalhou Napoleão:
-Há! Há! Há!
Ao cessar dos risos, Jean Lannes pediu para que seu filho adentrasse a sala:
–Gustave entre.
Jean leanes apresentou seu filho a Napoleão e contou a ele os acontecimentos do dia do seu nascimento, que ficaram envoltos de mistério, tanto para ele quanto para a sua mulher.E abismado com tudo que ouviu Napoleão pergunta:
–Você é realmente tudo isso que seu pai falou?
Gustave com um pouco de receio falou:
–Err… Eu sempre fui um prodígio desde o momento que obtive consciência de quem eu sou.
Aquilo tudo despertou a curiosidade de Napoleão que questionou seu conhecimento de batalha, como uma forma de testá-lo, porém Gustave vendo que a pergunta do imperador foi um tanto capciosa ele apenas respondeu:
– Não tenho conhecimento algum em batalhas, pois um verdadeiro estrategista se adapta aos locais que lhes causam desvantagens, trazendo assim a vitória certa e rápida.
Napoleão ficou admirado com seus conhecimentos de batalha citando até um grande general e estrategista, Sun tzu. Então Napoleão olhou para Jean e o perguntou:
– Não acha que já está na hora deste jovem provar do gosto da guerra?
Jean Lannes demostrou uma face que discordava completamente de seu amigo e imperador, Napoleão. Então seguindo de uma face de rejeição Jean Lannes falou:
— Não, ele ainda é jovem demais para ver os horrores da guerra.
Então Napoleão falou:
— Já passou da hora de você lapidar esse diamante bruto, o seu filho tem um grande potencial para guerras.
Jean leanes bateu seus punhos sobre a mesa de Napoleão e gritou discordando:
— De Jeito nenhum!! Não deixarei que ele lute por uma luta que não é dele.
Napoleão espantado com aquilo manteve a calma se aproximou e disse:
— Não vai deixá-lo lutar porque não quer que ele morra como aconteceu com o nosso grande amigo, não é?
— Tsc…! Você me conhece tão bem…
— Meu nobre amigo Jean Leanes, nós estamos no comando, antes não podíamos fazer nada por nossos aliados, porém, hoje temos o poder de mudar o destino das guerras, e com o seu filho ao nosso lado, ou melhor dizendo, ao seu lado absorvendo conhecimento, poderemos alcançar o grande objetivo de nosso falecido amigo. Então… Por favor… dê uma chance para os novos tempos.
—Tsc… você sempre teve uma capacidade incrível de persuasão, não tenho escolha, afinal você é meu imperador, e você deve saber o que está fazendo.
Napoleão se aproximou de Jean tocou em seu ombro e falou:
—Iremos criar um mundo melhor, onde a paz possa perdurar por longos séculos, e assim concretizar o sonho de nosso amigo.
Então Jean Leanes olhou para seu amigo, deu um leve sorriso e falou:
—Sim…E que assim seja feita a vontade do imperador.
Então assim foi feito, e dentro de alguns meses centenas de navios franceses atracaram no litoral do Brasil, com apenas uma missão, trazer a cabeça do príncipe regente, Dom João. Adentrando o interior do Brasil foi traçado uma estratégia, como eram cerca de 10 mil soldados divididos em dois grupos, o grupo de exploração e o grupo de ataque. Depois de alguns dias de viagens, as tropas chegaram separadamente na capital do Brasil, uma sobre o comando de Leanes e outra sobre o comando de Gustave, para não ter tanto peso sobre suas costas, Jean Lannes deixou ele ficar sob o comando da tropa de exploração. E assim as coisas foram se desenvolvendo, a tropa comandada por Gustave estava responsável por se infiltrar na cidade e diminuir as forças que poderiam resistir ao ataque francês, enquanto isso Jean Lannes ordenava que suas tropas cercassem a residência dos nobres portugueses para que não tenha escapatória de nenhum membro real ou da burguesia, então assim foi feito, e sem temer mal algum Jean Leanes adentrou a residência dos nobres, e com um ar de soberba chegou de frente para o príncipe regente falando:
—Ora… ora… Se não é o grande príncipe regente. Dentre os mais fedidos porcos, aqueles que mais fedem a merda são aqueles que aceitam a covardia como uma forma de honra.
O príncipe olha com desgosto para ele e fala:
–Como ousa adentrar em meus aposentos e me insultar com filosofias baratas. Guardas prendam esse infame!!
Os guardas se aproximam e colocam suas lanças apontadas para o pescoço de Jean Lannes, que levantou suas mãos lentamente e falou:
—Se você não ordenar que seus homens abaixem essas lanças em 5 segundos eu terei que ordenar aos meus arqueiros que atirem em você.
Confuso o príncipe regente questiona confuso:
–Como assim arqueiros?
Jean Lannes desdenhou dele e falou:
–Olhe para trás e verá no topo daquelas casas todos meus arqueiros posicionados, apenas esperando eu fechar o meu punho, para então flechas adentrarem pelas janelas perfurando tudo e todos que entrarem em seu caminho.
Um clima tenso se formou naquela sala, e quanto mais o mesmo pesava sobre as costas do regente mais ele suava frio, seu ego e toda sua arrogância estavam sendo postas a prova por um mero general, então em um ato de desespero ele gritou:
–Eu sou o grande príncipe regente o senhor do mundo, aquele que foi agraciado por Deus, como ousa tentar me cercar, seu maldito.
Então Jean Lannes gritou:
–Se você é mesmo abençoado por Deus ele certamente mostrará a você o caminho certo para o inferno, seu porco de merda!!
Então logo em seguida ele deixou o seu punho, seguido disso ele tomou uma das lanças e abriu caminho entre os guardas, pulando logo em seguida atrás de uma mesa, seguido disso flechas e mais flechas quebravam os vidros das janelas do palácio, perfurando tudo que aparecia em seu caminho, os guardar, os móveis e nem mesmo o príncipe regente escapou, suas pernas foram atingidas quando ele tentou se esconder, o mesmo conseguiu fugir e avisou os soldados que estavam de guarda do lado de fora da sala, os mesmos reuniram o máximo de soldados dentro do palácio e foram para o confronto. Eram basicamente 5 mil soldados em torno do palácio era quase impossível sair de lá com apenas algumas centenas de homens.Então depois de reunir todos os homens do palácio dom João pegou seu filho em seus braços e levou para a sala onde iriam elaborar um plano para sair de lá. Um de seus soldados falou:
— Senhor é praticamente impossível sair daqui, eles cercaram tudo, é só questão de tempo para invadirem e chegarem até aqui.
O coração de dom João pela primeira vez batia de uma forma tão acelerada que o deixava confuso, incapaz de raciocinar de forma eficaz. O mundo parecia girar para ele, sua vista turvava e quando ele estava prestes a desmaiar ele vislumbrou a silhueta de seu filho, o que manteve são. Então pela primeira vez em toda sua medíocre vida, dom João olhou olhou nos olhos do seu filho e disse:
–Você precisa sobreviver. Torne-se o imperador que eu jamais poderia ser, dom Pedro I.
Então assim foi feito, como eram cerca de 200 soldados ao lado de Dom João, ele ordenou que 150 soldados dessem suas vidas para proteger o pequeno Pedro. Foi um grande carnificina ao ultrapassa os portões do palácio Pedro estava banhado em sangue dos seus servos, e aquilo marcou sua mente, seus dentes rangiam de tanto ódio que ele sentia, com todas suas forças ele correu a uma base do exército brasileiro perto da região do palácio, alertando assim todo o batalhão do exército brasileiro que estava disponível, eram um total de 15 mil homens, alguns com pouco preparo porém dispostos a lutar pelo seu país em desenvolvimento. Naquele mesmo momento as tropas de Gustave estavam na frente da base do exército, os mesmos foram surpreendidos por milhares de soldados com sangue nos olhos em busca de vingança pela morte de seu imperador então dá multidão enfurecida saiu Pedro um garoto ainda desconhecido pelo jovem Gustave, eles se olharam e Pedro gritou aos prantos :
–Maldito sejam todos vocês…franceses de merda, que se acham os donos do mundo!! Eu criarei um novo mundo!!
Pedro sacou uma arma que estava na parte de trás de sua calça e deu um tiro com direção certeira à cabeça de Gustave, neste mesmo momento, todos atrás de Pedro começaram a atirar em direção a Gustave e sua tropa, então quando as balas estavam prestes a atingir gustave o tempo parou, todas as memórias da vida de Gustave passavam diante de seus olhos, e vendo que toda sua vida foi resumida em um momento ele se questionou:
— Então essa foi minha pequena existência aqui neste plano terreno…eu… eu nem consegui conhecer o amor…
O brilho no olhar de Gustave foi sumindo aos poucos, dando lugar a um olhar sem vida e cheio de lágrimas que escorriam por todo seu rosto, aceitando assim sua morte. Por um pequeno instante o silêncio pairou sobre tudo e todos, a paz foi alcançada em seu descanso final e de braços abertos gustave olhou para o céu e disse:
–Obrigado pela sua graça divina senhor… enfim poderei descansar eternamente.
Então quando ele já tinha aceitando sua morte, um som desconhecido semelhante ao tocar de teclas de um piano pairava pelo ar, aumentando a cada toque em suas teclas e junto a isso uma sinfonia crescia e tomava cada vez mais espaço, de repente um coral surge, o que parecia ser um fim, deu início a uma manifestação divina, de repente todas as balas caíram no chão e enquanto isso o coral glorificava e os toques do piano só aumentavam, gustave não podia acreditar no que estava ocorrendo então repentinamente uma voz grave vinda dos céus disse:
— Serás abençoado com a minha proteção divina nobre espírito que tem persistido por séculos em busca de justiça.
O coração de Gustave batia com tanta força que faltava sair pela boca, uma força maior falando com ele, algo que um mero humano seria incapaz de compreender o deixou tão assustado que seus cabelos ficaram brancos, então com seu queixo tremendo de tanto pavor ele perguntou:
— Pro…proteção divi…Divina?
Inesperadamente ele sentiu um tremendo choque dentro da sua cabeça, memórias e mais memórias eram ativadas a cada momento, memórias que ele não recordava de ter, eram como se fossem vidas passadas para ele tudo aquilo e tudo aquilo foi tão difícil de processar que ele caiu no chão desacordado. Antes de sumir o ser divino misterioso que se comunicou com Gustave falou:
—Tempo… volte a correr.
—Os sonhos podem te dar uma incrível liberdade de criação, não acha?
–Quem é você?
Gustave se pegou flutuando em um mundo totalmente branco com um ser misterioso e reluzente a sua frente, quando foi questionado o mesmo ser ignorou a pergunta e continuou a falar:
— Nos sonhos é dado a vocês primatas uma fração do que o grandioso pode fazer, e vocês usam para quê? Banalidades e colocar seus prazeres mais profundos em prática.
Gustave olhou para ele, respirou fundo e perguntou já angustiado:
— Quem é você?
O ser falou:
Me diga você, Gustave… Quem sou eu?
–Você sou eu?
O ser riu e disse:
—Não seria um ser tão fraco assim
Debochando Gustave falou:
—Então quem seria você o ser todo poderoso?
–Eu sou a manifestação da sua alma.
Então confuso Gustave disse:
—Se você é a manifestação da minha alma, você não seria parte de mim, ou seja, eu?
O ser cruzou seus braços olhou para ele e disse de forma curta e grossa:
— Não!
— Eu sou a manifestação da forças de todas as almas que vivem em você.
Um pouco atordoado com o que o ser falou Gustave começa a lembrar das visoes que ele teve, as memórias que não pertenciam a ele. Então ele pergunta:
—Por que elas se manifestaram em mim?
E ele responde:
—Por que você é todas as vidas em apenas uma alma.
Ainda confuso Gustave pergunta:
—Como assim?
E o ser responde:
— Você foi abençoado com uma maldição. E essa maldição deturpa todo significado da própria vida.
Gustave fala:
— Agora comecei a compreender o motivo de memórias que não são minhas estarem na minha mente agora. Mas então
Então o ser misterioso fala:
— Você tem um destino pior que o pecador que nas profundezas do inferno… Porém o desejo de viver das suas vidas passadas me manifestou.
Então o Gustave pergunta:
—Que destino seria esse?
O ser disse:
—Para isso terei que ter dizer o sentido da vida. Você está ciente que depois que eu explicar isso sua pequena mente de primata vai explodir.
Gustave cruza seus braços olha para ele com desdenho e fala:
–Não devo temer a verdade, mais sim aprender com ela pôs ela é o caminho para a sabedoria.
–Muitos foram os filósofos que buscaram pelo caminho da verdade, o significado puro e mais formoso dessa tão frágil vida, aqueles que se aventuram em buscar tal conhecimento se aprofundaram em um abismo de mais e mais mistérios, que continuava a se aprofundar em uma extensão infinita de significados, e poucos foram os que buscaram o sentido da vida por meio da morte, afinal o que verdadeiramente dá preço a essa tênue vida, é o preço que pagamos no final de nossos dias, um universo sem a morte é como dar de encontro com o infinito desprazer, a morte é tão bela quanto a vida, então busque o sentido de ambas as partes, e viva, viva como se fosse seu último dia de vida, neste seu pequeno planeta isolado das grandezas divinas.
–Meu… Deus…
Então o ser diz:
Por isso estou aqui… nasci da sua vontade de viver, no momento em que você estava prestes a morrer, a força das suas vidas passadas, juntas com a sua vida, todas elas almejavam viver em busca de uma justiça inalcançável durante eras. O seu desejo de viver me libertou, e eu sou aquele que te levará a um caminho de glória, eu sou sua manifestação divina.
Então o coração de Gustave começa a acelerar e uma força toma conta de seu corpo, um desejo reprimido estava prestes a despertar, então forma inconsciente Gustave fala:
—Champion…
Então o ser fala:
—Sim… esse é meu nome. Agora… Desperte, Gustave. Um último aviso, as forças do mal vão bater de frente com você de uma forma nunca antes vista por todos seus antepassados, então lembre-se do meu nome…
Então Gustavo começa perder o fôlego, seu coração começa a acelerar e de forma abrupta ele desperta da cama almejando por ar enquanto clama por um nome:
— aaah!!!... Champion…Aff…
Depois de recuperar o fôlego, Gustave olha a sua volta e nota que está em um quarto até o momento desconhecido, porém a sua análise visual acaba sendo interrompida pelo bater de passos no chão, a porta se abre e uma luz deixa sua a visão turva o que o impede de ver com clareza quem adentrava a porta, a mesmo ouve o ser de silhueta feminina falar:
—Que bom que você acordou…Eu já estava preocupada.
Gustave confuso e ainda tonto de sono pergunta:
Quem… é você…?
A visão de Gustave começa a voltar ao seu normal e o ser de silhueta feminina finalmente se revela como uma bela dama de cabelos curtos e castanhos, de pele branca como a neve e de um sorriso pequeno, porém, demonstrava toda sua inocência em meio a tudo o que estava ocorrendo. Então mais uma vez já com a vista mais clara ele pergunta:
—Quem é você, ó formosa dama?
Ela pôs a mão em sua boca e deu uma pequena gargalhada, e disse:
—Seu sotaque é bem engraçado, você não é brasileiro, não é mesmo?
Ele por um momento ficou congelado, aquele pequeno sorriso o deixou completamente anestesiado, era como se eles se conhecessem a várias eras, uma conexão profunda parecia querer os aproximar mais e mais naquele instante, então um pouco nervoso e tropeçando em suas próprias palavras ele tenta perguntar mais uma vez:
—Q-qu-quem é… você nobre senhorita?
A moça olha para ele, se aproxima, toca em sua testa e fala:
— Pelo visto sua febre já baixou…Seu corpo estava tão quente que quase queima os lençóis da cama. Rsrs.
Sem acreditar Gustave olha para a cama e nota que a mesma estava encharcada de suor, o que significa que sua febre tinha passado, então ele olha para ela e agradece pelo seus cuidados e diz:
—Muito obrigado, porém eu tenho que ir, pode ser tarde demais.
A moça o impede de levantar da cama e fala:
— Já é tarde demais para todos os seus compromissos...
Ele espantado pergunta:
—Como assim!!
E ela responde:
— Você ficou desacordado por uma semana, eu não sei quem você é, mais alguém lá em cima deve gostar muito de você.
Ele desacreditado no que ela falou, pergunta:
—E o que aconteceu na luta que teve na frente do quartel?
Ela desviou seu olhar e disse triste:
— Os malditos franceses… Mataram todos e prenderam o primogênito do imperador, o Pedro l.
Gustave por sua vez desviou o olhar e ficou pensando:
— E se eu estivesse sobre o controle daquela situação, talvez as mortes poderiam ter sido controladas, ou talvez eu poderia ter feito um acordo de rendição.
Ele olhou para ela com um semblante triste, sentou na cama, pegou em sua mão e disse:
— Me desculpa…
Ela olhou para ele enxugou suas lágrimas e falou:
—A culpa não é sua, você é apenas uma vítima daqueles que usam do poder para benefício próprio.
Ele olhou para ela, passou uma das mãos em seus cabelos e enxugou suas lágrimas com sua outra mão, então olhando para ela, sorriu e disse:
—Eu irei criar um mundo melhor, doce senhorita sem nome, enxugue suas lágrimas pôs dias de paz viram…
Ela olhou para ele e disse:
—Não me importo com a paz, me importo apenas com o caminho que é escolhido para alcançar a paz…Pôs esse caminho é cheio de dor e morte.
Ele se levantou e disse:
—Trarei a paz sem derramar uma gota de sangue no solo deste belo mundo.
Depois de falar isso, ele pegou a mão da moça e a acariciou, logo em seguida a beijou e antes de partir ele perguntou mais uma vez:
—Qual é o seu nome, bela senhorita?
- Meu nome... é Von Fran ll, e o seu, nobre guerreiro?
Ele olhou para ela, deu um leve sorriso, virou-se de costas e falou enquanto partia:
—Se o destino nos uniu aqui de forma tão anormal e certamente misteriosa, é provável que nos encontremos de novo, e quando esse momento chegar, direi a você.
E assim Gustave partiu em direção ao porto,ainda debilitado e tropeçando, ele continuou andando com apenas um objetivo em mente, trazer a paz para esse mundo conturbado. Chegando no seu destino ele notou que ainda tinham tropas francesas com seus barcos atracados. Se aproximando dos guardas ele perguntou:
— Onde está o general Jean Lannes?
Os guardas não o reconheceram, pôs seu cabelo estava mais branco que a neve, então já estressado com a lerdeza dos guardas Gustave grita:
—Onde está o meu pai, soldado?!!
O guarda tremeu na base, levantou o seu capacete, deu uma olhada melhor na face do sujeito de cabelos grisalhos e se pôs em posição de sentido, pois na sua frente estava o comandante desaparecido da divisão de exploração, ou seja, Gustave. O outro soldado então disse nervoso:
—Estavamos a sua procura comandante, o general Jean Lannes nós ordenou que buscássemos por você por toda extensão de território desse país, ele ficou desestabilizado ao saber que muitos de seus soldados tinham morrido e pensou que você tinha sido um deles.
Então Gustave olhou para o guarda tocando em seus ombros:
—Descansar soldado. Diga ao general que eu estou de volta, e que trago novidades…
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