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Capítulo 1 – O que uma criança faz em minha casa?

Era mais um dia de trabalho, Marina estava em uma casa luxuosa fazendo a limpeza. Limpava tudo com capricho e cuidado, precisava que tudo estivesse muito bem feito para não haver reclamações. Em um canto da sala estava um carrinho com uma criança dormindo, a criança já estava acostumada a ficar quietinha dentro dele, mesmo quando estava acordada. Mas quando a fome chegava ela reclamava, Marina lava as mãos e vai até a criança que pedia atenção. Depois de amamentar Bella, a sua filha de apenas três meses, ela arruma novamente o lençol, que forrava o carrinho e põe a filha deitada nele. Bella fica quietinha e não demora a se render ao sono. Marina aproveita para adiantar o andar de cima, da residência onde estava fazendo a limpeza.

Seus pensamentos voam enquanto limpa tudo com dedicação e cuidado, procurando deixar tudo impecável para não terem do que reclamar. Ela precisava muito daquele emprego, sem ele não teria como se manter sendo mãe solteira. Precisava de cada centavo que ganhava, afinal fralda não era barato e ainda tinha que pagar aluguel, luz e alimentação. Também não podia faltar pomada para assaduras e um talco para deixar a filha cheirosinha. Queria ter mais a oferecer a filha, mas infelizmente as condições não lhe permitiam, mas ela não se sentia triste ou infeliz, sua maior alegria era ver Bella sorrindo para ela, com aquele sorriso inocente, sem nenhum dentinho. Ouvir as gargalhadas da filha no banho, quando brincava com ela, era maravilhoso.

Eram dias difíceis, mas nunca se arrependeria de ter levado aquela gravidez adiante, Bella era toda a sua riqueza, era o motivo que a fazia despertar todas as manhãs para continuar lutando, mesmo que estivesse cansada.

Ouvir a filha chorar a espera do seu peito para amamenta-la era como ouvir os anjos dizendo: Não desista, existe alguém que depende de você, você é forte.

Deus tinha sido tão bom para ela que tinha fartura de leite, Bella podia se alimentar despreocupada, pois o seu leite a sustentava e a fazia crescer forte e saudável, suas dobrinhas pelo corpo revelava isso.

Marina estava perdida em seus pensamentos, terminando de limpar as vidraças quando escuta o choro da sua bebê. Ela desce as escadas correndo, lava as mãos rápido e a pega no colo.

— Oi minha princesinha, está com fome? — Marina pega a filha no colo para amamentar novamente. — Pronto, pronto... a mamãe está aqui.

Bella sem perder tempo se farta no seio da mãe, fazendo barulho ao sugar com força, Marina apenas acaricia os poucos cabelos da filha enquanto conversa com ela palavras doces e promessa de uma vida melhor um dia.

Marina não tinha com quem deixar a filha, por isso a levava quando ia fazer limpeza nas casas para onde a agência lhe enviava. Foi muita sorte conseguir um trabalho de diarista nessa agência, a responsável, que selecionava as diaristas, reservava para ela as residências que ficavam vazias, assim ela podia levar a sua bebê sem nenhum transtorno.

Marina estava amamentando a filha, perdida em seus devaneios, segurava com carinho a mãozinha de Bella e cantando uma canção inventada, com palavras de otimismo e fé. Não estava sendo fácil criá-la sozinha, mas nunca abriria mão de sua filha, não tinha nenhum arrependimento da decisão que tomou, ter dado a luz sem a aprovação do pai. Nunca se esqueceria do dia que ele lhe entregou um envelope com dinheiro para que fizesse um aborto. Ao lembrar desse dia é capaz de sentir a mesma dor. Amava a sua bebê desde quando soube que ela crescia em seu ventre, e jamais teria coragem de interromper aquela vida.

Olhando para a filha sente o seu coração transbordar de amor, tudo que viveu e ainda vivia, valia a pena para que pudesse criar Bella, a sua bebê.

Ainda cantava baixinho, quando uma voz grossa e rouca é ouvida na sala, a assustando.

— O que uma criança está fazendo em minha casa?

Marina olha em direção a voz e se depara com um homem de calça de pijama e sem camisa, revelando o seu peito musculoso e sua barriga salientando um "V" próximo ao cós da calça. Os seus cabelos loiros eram até o ombro e estavam bagunçados, os olhos eram de um azul intenso. O homem parecia um modelo de capa de revista. Marina tira o seio da boca da filha e o esconde, a fazendo chorar a plenos pulmões.

— Me Desculpe senhor, eu não sabia que havia alguém em casa.

— O que essa criança faz aqui, em minha casa? — O homem repete a pergunta. Ele cruza os braços musculosos e continua em pé a olhando, esperando uma resposta.

— Me desculpe. Eu sei que não era para ela está aqui, mas eu... eu não tinha com quem deixar, e... eu ainda estou amamentando... — Marina atropela as palavras, tamanho é o seu nervosismo.

— Com quantos meses ela está? — Ele pergunta olhando para a criança que chorava no colo da mãe, balançando os bracinhos e as perninhas, era tão pequenina, estava vestindo uma macacão rosa um pouco desbotado — Pelo amor de Deus, amamente essa criança — Fala o homem parecendo irritado, se aproximando de uma mãe desesperada, cujo coração estava na boca.

— Três meses — Marina responde se pondo de pé tentando acalmar a criança que chorava implorando para ser amamentada.

— Por favor, dê o peito a ela, ela está chorando de fome. — O homem pede mais calmo.

Marina fica o olhando sem saber o que fazer, ele revira os olhos e vira de costas para ela. Marina pega uma fralda no carrinho e cobre o seio, voltando a amamentar Bella, que se sente agradecida pela fonte de alimento.

O homem volta a olhar para a cena a sua frente. 'Essas adolescentes' ele pensa, olhando uma criança amamentando outra criança.

O homem ficar curioso em saber qual a idade daquela criança que decidiu ter um filho como se fosse ter um boneco.

— Quantos anos você tem? — Pergunta, cruzando novamente os braços.

— Vinte e dois — Ele fica surpreso, afinal pensou que ela tivesse no máximo uns 16 anos — Por favor eu só peço que não faça reclamação de mim para a agência. Eu não posso ficar sem esse emprego. — Marina resolve implorar.

— Não se preocupe, eu estou em casa porque cheguei ontem de viagem, mas seria para eu chegar hoje a noite.

— Eu posso voltar outro dia para acabar a limpeza.

— Pode terminar, eu vou voltar para o meu quarto. — Ele estava subindo as escada quando decide acrescentar algo — Não se preocupe com a limpeza, cuide de sua filha, faça o que der para fazer.

Quando o homem se afasta ela acaba de amamentar e Bella volta a dormir. Depois de colocá-la no carrinho novamente, Marina volta para a limpeza.

Capítulo 2 – Que bom que ainda não foi embora

Era quase uma da manhã quando Aaron entra em casa. Sua cabeça doia, talvez por ter bebido demais. Aaron estava em um evento de moda em Milão, a viagem de volta estava programada para o dia seguinte, mas ele quis voltar para casa assim que o evento chegou ao fim. Estava há quase um mês na Itália, dormindo em hotel, e não via a hora de voltar para a sua casa em São Paulo.

Estava dormindo em seu quarto totalmente escuro, com as cortinas fechadas e em um silêncio total, quando escuta um choro de criança, ele abre os olhos, e a criança continua chorando, ele se senta na cama e escuta com atenção, a princípio pensou que estava sonhando, mas o choro é persistente e ele constata que é a mais pura realidade, havia realmete uma criança em sua casa e essa criança chorava muito alto.

Jogando a coberta para o lado, Aaron se levanta da cama disposto a descobrir que criança era aquela com tamanho fôlego. Sai do quarto descalço, se preocupa apenas em vestir uma calça de pijama, pois estava dormindo nú. Precisava descobrir o que uma criança fazia em sua casa, essa pergunta martelava em sua cabeça, de quem era aquela criança que estava chorando com tanta disposição.

Quando desce a escada, encontra uma jovem vestida com simplicidade cantando uma canção baixinho, ele fica observando a cena. A criança havia parado de chorar porque a mãe estava a amamentando, ele se aproxima sem fazer barulho, mas precisava saber o que uma criança estava fazendo na casa dele. A mãe se assusta ao ouvir ele perguntar sobre a criança, isso faz ela deixar de amamentar o bebê, escondendo o seio, 'coitada da bebezinha', ele pensa vendo a bebê voltar a chorar.

O bebê era muito pequeno, parecia ser uma menina, pois, estava vestida com um macacão rosa, muito gasto, muitas crianças deve ter vestido aquele macacão antes dela, ele pensa.

Ao olhar para a jovem pensou ser uma adolescente e ficou surpreso ao saber a sua verdadeira idade. Ela estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo, tinha o rosto sem nenhuma maquiagem e as suas roupas eram simples e gastas, mas mesmo assim era uma jovem muito bonita.

Onde estava o pai daquela criança, porquê a mãe tinha que levar aquela bebê tão novinha para o trabalho? Como o marido podia permitir isso?

Dspois de tentar acalmar uma mãe em pânico, ele volta para o seu quarto, mas o sono tinha ido embora. Decide toma um banho e quando acaba, veste uma calça branca dobrada na barra e um tênis branco, veste uma camisa azul escura de mangas curtas e deixa os cabelos soltos.

Aaron olha a hora, já passava das 11.00h da manhã, resolve sair para almoçar. Ele desce as escadas e encontra a jovem com um aspirador ligado passando no tapete da sala. Ela não o vê descendo as escadas e ele aproveita para se aproximar do carrinho onde a bebê dormia de lado chupando uma chupeta rosa. O carrinho era velho e em péssimo estado. Estava forrado com um lençol onde a bebê dormia em cima. Aaron esboça um sorriso, ao ver aquele ser tão inocente dormindo despreocupada.

— Você já almoçou?

— Aí! Que susto ! — Marina dá um salto, pondo a mão no coração, ao ouvir aquela voz.

— Me desculpe, eu não quis te assustar. — Aaron se aproxima de Marina que desliga o aspirador para lhe dar atenção.

— Eu que devo pedir desculpas. Eu vou terminar de limpar primeiro, depois eu irei embora e almoço em casa.

— Qual o seu nome? — Aaron pergunta a observando, Marina segurava o aspirador como se estivesse ansiosa para continuar a limpeza.

— Marina.

— Tudo bem Marina, eu vou precisar sair, e só devo voltar a noite, pode fazer o seu serviço sem pressa, não precisa se preocupar em correr.

Aaron sai e faz uma ligação antes de entrar em seu carro e sair exalando beleza. Marina acaba de passar o aspirador na sala e decide limpar o quarto dele, aproveitando que ele saiu. Estava subindo com o balde de limpeza para o andar de cima quando escuta um barulho na cozinha ela vai até lá para encontrar um homem de terno preto colocando na mesa algumas embalagens.

— Quem é você? — 'Hoje não é o meu dia' ela pensa com medo de ouvir a resposta. Quando ela chegou de manhã a pessoa que lhe abriu a casa usava uma roupa como aquela.

O homem a olha, mas continua arrumando as embalagens na mesa.

— Boa Tarde! Eu me chamo Charles, sou o segurança pessoal de Aaron, ele me pediu para vir trazer o seu almoço. Marina, não é esse o seu nome?

— Não precisava se preocupar, eu não estou com fome.

— Aproveite Marina, a comida desse restaurante é muito boa — Ele dá uma piscadinha para ela.

— Obrigada. — Marina sente a sua barriga roncar só em sentir o cheiro da comida, ela só estava com o café da manhã que havia sido um pão com manteiga e café. — Eu vou pegar Bella.

— É a bebê? — Charles pergunta sorrindo para ela, já sabendo da história do bebê.

— Sim, é a minha filha, ela está dormindo agora. — Marina responde com um sorriso, indo em seguida pegar o carrinho onde Bella dormia.

Marina chega na cozinha com o carrinho e Charles se aproxima para olhar a criança.

— A sua filha é muito linda — Ele se afasta indo em direção a porta — Agora eu preciso ir. Foi um prazer te conhecer.

Charles sai e deixa Marina se servindo para almoçar. A comida estava muito cheirosa e há muito tempo ela não sabia o que era comer carne.

— Hummmmm que delícia. — Marina come de olhos fechados, saboreando a carne que está na boca — Um dia você também vai poder comer bebê, é muito gostosa, hummm é uma delícia.

Marina come bastante, mas ainda sobra e ela arruma tudo que sobrou em uma das embalagens e guarda na geladeira, quando fosse embora levaria, já era a sua janta. Bella acorda e mama de novo, quando ela volta a dormir, Marina sobe para arrumar o quarto do dono da casa.

Era um pouco mais das quatro da tarde e ela guarda o material de limpeza na área de serviço e depois de trocar a fralda de Bella, abre a geladeira para pegar a comida que havia guardado. Estava com a embalagem na mão quando escuta alguém falando com ela.

— Que bom que ainda não foi embora. — Se ela não morresse do coração aquele dia, não morreria mais de problemas cardíacos.

— Ai! Que susto — Ela quse derruba a embalagem que estava em sua mão — Me desculpe senhor, eu já estou de saída.— Marina fica sem graça por está com a geladeira aberta e com a embalagem de comida na mão. — agradeço pelo almoço e espero que não se importe que eu leve o que sobrou.

Aaron olha para aquela jovem que está com o rosto vermelho, ele não sabe se é por vergonha ou por ter arrumado aquela casa enorme sozinha.

– De maneira nenhuma. — Ele se aproxima do carrinho onde Bella está — Oi menininha, você está acordada? — Bella o olha com os olhinhos atentos — sabia que os seus olhos se parecem com os meus?

— Bem eu já estou indo embora. Obrigada por não fazer reclamações minha na agência.

— Espere, eu comprei algumas coisas para a sua bebê. Espero que o seu marido não se importe.

Capítulo 3 - O futuro veremos depois

Charles entra com algumas bolsas, sendo seguido por um outro segurança com uma caixa.

— Não precisava senhor. — Marina vê várias bolsas com coisas para a sua bebê.

— Charles, monte o carrinho para que a menininha já possa ir nele.

— Senhor eu não posso aceitar... — Marina fica sem ação por ver tanta coisa.

— Não seja orgulhosa, acredito que a sua filha mereça roupas novas e um carrinho novo. — Aaron fala se abaixando em frente a Bella que o olha com lindos olhos azuis.

— Não é isso, é que eu não tenho como pagar por tudo isso.

Aaron volta a ficar de pé e fica de frente para Marina, ela era muito baixinha, sua cabeça não chegava nem no seu ombro.

— Não há necessidade de me pagar nada, apenas aceite. Esse carrinho está muito velho, deve ser difícil até para você empurrar pois, uma das rodas parece está quebrada. — Ele pega um macacão azul que tinha uma saia por cima, em um tom mais escuro, e mostra a ela — Acredito que a menininha ficará ainda mais linda com essa roupinha.

Marina sente vontade de chorar de gratidão, ela sempre quis comprar uma roupinha bonita para a filha, mas o dinheiro não sobrava, até a roupa que saiu do hospital foi doação de roupa usada. A sua filha merecia e ela aceitaria por ela.

— Eu vou aceitar. Muito obrigada. — Marina agradece com um sorriso tímido e com os olhos marejados.

— Charles, quando acabar de montar o carrinho, leve Marina em casa, não tem como ela levar tanta coisa de ônibus.

Aaron sai da cozinha sem dá chance de Marina responder, mas faz um carinho no rosto de Bella que ri para ele o fazendo ri também.

Charles a leva até um bairro pobre, ela morava em um quarto em uma vila com vários quartos minúsculos. Charles a ajuda com as bolsas levando para dentro, deixa tudo no único cômodo, era um quarto que tinha uma cama de solteiro, um berço e algumas caixas, onde provavelmente ela guardava as suas roupas e as da bebê. Tinha dois pacotes de fralda em cima de uma das caixas, um deles já estava aberto. Além disso tinha um talco e uma pomada de assadura. Parecia ser tudo o que Bella tinha, o coração de Charles doeu ao ver aquilo, se a cama era de solteiro, significava que Marina era mãe solteira. Onde estava o pai dessa criança? Ele se pergunta.

— Obrigada Charles, que Deus recompense vocês pelo que fizeram.

Charles apenas sorri para ela e após acenar com a cabeça volta para a casa do seu chefe. Ele vai embora com vontade de contar para o patrão a situação daquela jovem, mas muda de ideia. Ele ficou surpreso ao receber uma ligação de Aaron pedindo que levasse almoço, de um dos restaurantes que ele costumava frequentar, para a pessoa que estava fazendo limpeza em sua casa. Ficou ainda mais surpreso em saber que a pessoa estava trabalhando na casa dele com uma bebê recém bascida.

Depois de levar o almoço, Aaron o fez acompanhá-lo em várias lojas para poder comprar roupas e produtos de bebê. A cena o fez lembrar de uma outra época, mas diferente do momento atual, a filha era do próprio Aaron.

Quando Charles vai embora, Marina começa a olhar o que tem nas bolsas, uma delas era só com fraldas, outra tinha produtos de higiene, sabonete líquido, sabonete em barra, shampoo e até uma loção infantil. Tinha também talco e pomadas para assaduras, além de lenços umedecidos.

— Olha filha, shampoo bebê, veja como é cheiroso, a minha princesinha vai ficar linda e cheirosa.

Marina ficou encantada com as roupinhas que a filha ganhou, eram vestidos, macacões, conjuntos e até meia calça e calcinhas.

— Obrigada senhor Aaron, muito obrigada. — Ela sussurra segurando um vestidinho nas mãos, permitindo que as lágrimas saiam, mas dessa vez de felicidade.

Aaron deixou a casa pela manhã decidido a ir fazer compras, não para ele, mas para uma menininha que estava em sua casa. Ao ver aquela criança seu coração se aqueceu, não conseguiu evitar pensar em sua filha, o seu coração ainda doia quando pensava no que aconteceu. Ao ver aquela bebezinha dormindo em um carrinho velho, com roupas gastas pensou como as vezes as coisas eram inversas, a criança que poderia ter do bom e do melhor não pode usufruir das coisas que foram compradas para ela, mas ali estava uma mãe trabalhando com a filha deitada em um carrinho velho e deplorável.

Em um ato impensado ele vai as compras na companhia de seu segurança e amigo, Charles. O mesmo que o acompanhou quando ele foi comprar o enxoval da filha.

Ao chegar com as coisas que foram compradas e ver a emoção nos olhos daquela mãe sofrida, soube que fez a coisa certa. Ela foi embora levando o novo carrinho e nem se preocupou de deixar o velho quebrado para trás no meio de sua cozinha, talvez ela nem tenha percebido o que fez, ele pensa.

Depois que ela se foi, ele ficou olhando aquele carrinho velho, não que os seus olhos estivessem vendo o carrinho, mas ele podia vê a criança que estava dentro dele há pouco. Aquele bebezinho tão inocente, que lhe sorriu sem entender como a vida de sua mãe parecia ser difícil.

Uma semana depois Aaron pede ao seu assistente que peça a agência que enviem Marina para fazer a limpeza em sua casa, ele não estaria em casa, mas pelo menos ela teria almoço, e dessa vez ela não iria precisar levar só as sobras, ele pensou. Seria preparado duas refeições para ela.

Ele tinha um desfile de sua marca, seria o lançamento da coleção outono inverno, e iria ser em um hotel na cidade com uma recepção ao final do desfile para os convidados, por isso, ele não tinha como ir em casa vê a menininha.

Ele não pôde deixar de pensar em Marina e Bella. Bella, a bebê que o encantou com aqueles olhos azuis, iguais aos seus. Marina que em meio a dificuldade não abandonava a filha.

Quando estava indo embora, depois do evento, Aaron decide perguntar sobre Marina. Charles estava dirigindo e o olha pelo retrovisor, Aaron pergunta primeiro se ele tinha levado o almoço conforme havia pedido.

— Sim, eu levei, mas ela não parecia está bem, acho que estava gripada.

— Como ela foi trabalhar estando doente? A menininha estava com ela?

— Sim, e estava muito linda de roupa nova. — Charles ri ao se lembrar da bebê arrumada em seu carrinho novo.

— Onde está o marido que não vê isso?

— Eu acho que ela não tem marido. — Aaron estava vendo as fotos do evento no celular, e olha para Charles pelo retrovisor.

— Como assim? E o pai da criança? — Charles aproveita a oportunidade para contar a Aaron as condições que Marina vivia.

— Ela mora em um quarto praticamente vazio. A cama é de solteiro, por isso acredito que ela não tem marido. Vive em condições precárias, nem geladeira ela tem, apenas um fogão e um berço velho. As roupas, acredito que, ficam guardadas em caixas de papelão, pois era o que estava no quarto ao invés de guarda roupas.

Aaron não fala nada e depois de pensar por um pouco ele liga para o seu assistente.

— Quero que descubra tudo a respeito de Marina, a mulher da agência que limpa a minha casa. Quando eu digo tudo é tudo, preciso saber tudo sobre ela, passado e presente — Ele suspira — 'O futuro veremos depois' completa em pensamentos.

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