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Selvagem Amor: Amor Entre Lobos.

Capítulo um:

...🐺Iana Urrea:...

Minha loba rejubila, adorando o frescor da noite em seus pelos brancos que balançam por ação do vento,cada vez que sua velocidade aumenta. Não consigo explicar o amor que eu tenho pela noite, pela Lua então... Todos os dias eu saio e liberto a loba que habita dentro de mim, deixando que ela corra livremente, pelas terras que pertencem ao território da matilha South Wolves .Somos os mais poderosos dessas bandas, possuímos excelentes guerreiros, os guardiões são os melhores, e nenhuma ameaça passa por eles.

Talles foi quem me ensinou a usar a minha força sobrenatural para me defender, eu sou uma guerreira. Não posso fazer parte do nosso exército, os machos que precisam defender as fêmeas, não ao contrário. Isso é o que o Alfa dizia, o que eu não concordo. Eu dou conta de dois lobos muito bem, e digo isso por experiência própria.

Por ser ainda virgem, possuo um odor puro ,que aguça os machos e os tornam até irracionais quando estão perto de mim. Por este motivo ,me mantenho o mais longe que posso dos machos jovens, eles são os mais descontrolados quando se trata de uma fêmea.

Corro por quase uma hora pela floresta densa.Brinco com alguns animais que fogem de mim,e eu me divirto,algumas vezes chegando a perseguir algumas lebres.Busco controlar bastante os meus internos,não gosto de machucar animais que não me fazem nada.Claro que eu preciso caçar de vez em quando,mas nunca exagero.Me transformo novamente,chamando minha forma humana,e completamente nua eu entro na casa que eu moro desde sempre.Quando saio pra correr,costumo deixar alguns pares de roupa espalhadas ao redor da casa,não gosto de ficar nua aos olhos de ninguém,me deixa completamente constrangida.

Já se passa das 11 horas da noite.Tomo um banho frio e me preparo pra dormir.Eu trabalho numa madeireira,carrego pedaços de madeiras e limpo as serragens que ficam no chão logo após o processo.Não é algo que eu ame fazer,mas é o que está me sustentando,não tenho do que reclamar.

...•••...

Já preparada para mais um dia de trabalho eu fecho a porta e saio de casa.Estou vestindo uma calça jeans surrada,uma camisa preta folgada,um casaco de couro por cima,um tênis também preto,um boné branco aba redonda e minha mochila nas costas.Costumo andar sempre de cabeça baixa,evitando olhares e atenta aos cheiros ao meu redor. Minhas roupas também são discretas ao máximo,eu não quero que ninguém me cobice.Possuo seios muito fartos,cintura um tanto fina,quadris largos,coxas grossas e uma bunda exageradamente grande para o meu gosto.Seria o corpo que muitas queriam,mas este não é o meu caso.Se caso eu vá usar algo mais sensual,ficaria muito marcado e muitos teriam a oportunidade de ver muito do meu corpo.

Chego na madeireira,retiro meu boné pra ajeitar meus cabelos,mas logo o coloco novamente.Deixo minha mochila no lugar de sempre,alongo meu corpo,coloco as luvas e começo a trabalhar.Há uma pilha de troncos os quais eu preciso arrumar tudo certinho,ou receberei uma bronca daquelas do meu chefe.Seria um trabalho pesado para uma simples humana,mas este não é o meu caso.Carrego cada tronco no ombro,os empilhando 50 metros a frente,no lugar ideal.

—Vejo que já começou o trabalho Iana.Isso facilita o meu trabalho também.—Diz Alonso,meu colega de trabalho.Não sou muito de me afeiçoar com ele.É um macho muito intrometido e cheio de piadas em momentos errados.—Está muito bonita hoje,com todo respeito.

—Deixa de conversa fiada e comece o seu trabalho Alonso.—Digo entre dentes,vendo o que eu poderia fazer de mais.

—Tão áspera....Seria um prazer te domar Iana.

Rosno em ameaça,quando ele olha pra todo o meu corpo com malícia,parando a altura dos meus seios.Minhas presas surgem e eu o encaro com raiva.

—É melhor parar com suas gracinhas.—Advirto,mas ele parece não se importar com isso,visto que continua a olhar meu corpo de maneira descarada e desconfortável para mim.

—O macho que conseguir te domar será um herói.

Quando me preparo pra responder,a voz do meu chefe surge no ar.

—Bom dia pessoal.—Hermano é um lobo mais velho,muito experiente,com grande influência no concelho da matilha.Admiro de mais sua companheira,que é uma guerreira e tanto.—Iana,você vai me acompanhar hoje a cidade.Preciso comprar alguns utensílios e você irá pesquisar novos estilos de madeira que posso utilizar.

—Sim senhor.

Ajeito a minha jaqueta,e vou até o carro dele.Uma caminhonete verde musgo,não muito evoluída,mas que serve perfeitamente para o transporte de diferentes tipos de madeira.

O caminho até a cidade próxima não demorou muito.Na nossa aldeia,temos algumas lojas,mas elas são menores que as da cidade,por isso possuem menos opções.Eu até gosto de ir na cidade de vez em quando.Preciso me controlar ao máximo para não mostrar parcialmente a minha transformação,ou eles ficariam sabendo da nossa existência.Claro que sabem que lobos rondam a região,mas não precisam saber que "nós" é quem nos transformamos.Hermano me deixa pra olhar novas formas de madeira,e também novos modelos de móveis pra ele fazer.Eu gosto de ver os móveis rústicos que ele faz.Um tronco de madeira,depois de cerrado,bem polido,se torna uma obra de arte.O talento dele é incrível,e os seus clientes reconhecem isto.

—Já sabe o que fazer não é Iana?

—Sim,vejo o senhor daqui a pouco neste mesmo lugar.

Aceno pra ele, e continuo meu caminho.

Apesar de pesado, eu gosto do meu trabalho. Ele me faz entender que posso muito bem me cuidar sozinha.

Capítulo dois:

...🐺Iana Urrea:...

Salto da caminhonete e começo a andar pelas ruas.Consigo reconhecer alguns lobos andando também,nosso odor é diferente,e um simples humano não consegue distinguir.A cidade não é muito grande,a maioria dos moradores se conhecem.Ando sempre de cabeça baixa,nessas horas eu queria muito ser invisível,passar despercebida por entre as pessoas.A maioria das fêmeas da minha matilha sonha em encontrar seu companheiro de alma,e viver com ele feliz,submissa.Mas não é isso que eu quero.Minha tia,que me criou da melhor maneira que pôde,vivia com seu companheiro também lobo,e sua vida não era as mil maravilhas.Ele não a amava,e nem queria ser feliz com ela.Pelo contrário,aquele homem machucava minha tia,e fez isso até o último suspiro dela.

Eu lembro muito bem de quando eles tiveram a última briga.Ele queria bater nela,mas eu não permitir.Nós dois brigamos,eu era mais fraca e com facilidade fui vencida por ele.

Eu vi um companheiro de alma,matar sua companheira com uma mordida certeira no pescoço.Ela agonizou,eu a vi morrendo,me senti inútil.Estava muito ferida e não tinha como ajudar.Levei mais de três dias pra me curar totalmente.Minha loba se remexe dentro de mim ao lembrar do dia que seu espírito animal foi solto na natureza,ele uivou e foi viver livre.Fiquei sozinha,sem meus pais,sem a mulher que aprendi a chamar de mãe.

Não gosto de ficar me lembrando desta fase da minha vida.É algo que eu quero deixar lá no fundo.

Passeio pelas ruas,entro em alguns estabelecimentos,olho algumas madeiras,pego referência de novos móveis que Hermano possa fazer.Tiro umas fotos com meu celular,pra que ele possa ver depois.Quando já estou indo para o local onde fiquei,acabo encontrando Talles no meio do caminho.

—Ei Iana!—Ele atravessa a rua e vem em minha direção.Talles é um homem atraente,que para o trânsito.As mulheres o olha sem pudor alguém,desejando aquele belo homem.Seus cabelos pretos,olhos escuros,sobrancelha grossas,mandíbula quadrada e corpo musculoso,chama muita atenção na rua.

—Ei Talles!

—Nunca mais apareceu nos treinos,estou com saudades da minha aluna preferida.—Pisca pra mim,quando me abraça apertado.Se eu não fosse uma loba,eu reclamaria de dor.—Fiquei com saudades da sua força,ao querer me acertar um golpe.

—Eu não me esqueci de ir treinar,se é isso que se passa pela sua cabeça.—Cruzo os meus braços,sobre meus seios.—Só estou sem tempo mesmo.Preciso resolver muitas coisas.Mas quando já estiver tudo em ordem novamente,eu irei voltar com tudo.Recuperar o tempo perdido.

—Estarei te esperando de braços abertos,sabe disso não sabe?—Ele pergunta,e eu só faço concordar com a cabeça.—Você irá para a festa de apresentação do nosso novo Alfa?Será amanhã,e todos da aldeia só falam disso,as fêmeas principalmente.

—Não gosto de festa,sabe muito bem.—Reviro os olhos.—E se for pra ir pelos mesmos motivos que as outras lobas vão,eu prefiro ficar no refúgio da minha casa,que é bem melhor.

—Você irá sim,eu lhe faço companhia.—Me abraça pelos ombros.—Todas as fêmeas vão estar lá,e você não será uma exceção mocinha.

—Não pense que eu irei só por que você disse isso Talles.Eu vou porque eu quero,deixando bem claro aqui.

—Não abri minha boca pra dizer nada.—Levanta as mãos,tirando seu corpo do bolo.—E o que faz aqui?Acompanhando Hermano?

—Sim.Se fosse pra eu mesma vim,você sabe que eu não vinha.É minha obrigação né?—Dou de ombros,colocando as mãos no bolso da minha jaqueta de couro.

—E aquele lobo ainda anda lhe importunando?—Retira o meu boné,só pra me ver brava.O olho como se fosse pular em sua jugular a qualquer momento.

—Se ele ainda tivesse,eu já teria lhe arrancado o pescoço com os dentes.—Reprimo um rosnado.

—Claro.Você é uma guerreira.—Tomo o boné de sua mão,e colocando novamente na minha cabeça.—Não posso ficar muito tempo aqui conversando com você,preciso resolver uns assuntos.

—Eu também preciso voltar,seu Hermano deve já está me esperando.

Me inclino e lhe dou um abraço,me despedindo dele.

Como eu já suspeitava,Hermano já estava a minha espera.Entro na caminhonete e nos encaminhamos novamente para a serraria.Alonso já estava lá,cuidando de alguns troncos.Apesar de ser um idiota na maior parte do tempo,ele também é um artista de mão cheia.Faz desenhos incríveis na madeira.Fico novamente no local onde estava,carregando mais alguns troncos que foram deixados para ser trabalhados.

—Você irá a festa de recepção hoje Iana?—Ele pergunta.

—Não que seja da sua conta,mas eu irei sim.

—Achei que você não era muito de socializar.Nunca lhe vejo nos acampamento,nem no último luau feito pela alcatéia.—Continua dizendo.

—Achou certo.

—Qual é Iana,eu sou um idiota,mas também não precisa me responder assim.Somos colegas de trabalho,podemos pelos menos ficar num clima agradável?

—Ao menos você admiti que é um idiota.E ficaríamos num clima agradável,se você não desse encima de mim a cada fala.—O olho.

—É que você desconcentra qualquer um Iana.E vai que em uma das minhas investidas,funciona com você.

—Pode tirar seu lobinho da chuva.A única coisa que você vai ter de mim,se continuar com essas idiotices,vai ser a marca das minhas garras no seu peito.—Rosno pra ele,mostrando as minhas presas.

—Calma aí Iana!Você está muito bravinha hoje.

Ignoro ele o restante do dia.

Almoço em paz,e trabalho pesado como todos os dias.Vou pra casa a pé mesmo,já que não fica tão longe.Faço o caminho como todos os dias,ignorando todas as pessoas a minha volta,e querendo passar despercebida.Ao chegar em casa,me sinto muito melhor.Sozinha,eu me sinto livre,consigo andar tranquilamente,sem me importar com nada.

Capítulo três:

...🐺Iana Urrea:...

Já são quase oito horas da noite, e as pessoas já devem estar no local que acontecerá a festa de recepção. Talles me importunou para que eu possa ir também,só pra conhecer o nosso novo líder. Eu não faço muito questão em estar presente.

A minha animação é tão grande,que nossa...

Algumas fêmeas estão eufóricas com a ideia de ter mais dois machos na alcatéia. Algumas já planejam o casamento, os filhotes, com o Alfa ou com seu Beta. Não entendo porque tanta euforia. São completamente loucas atrás de um macho, que chegam a beirar o ridículo.

Principalmente quando esse alguém é poderoso, bonito e jovem. Capaz de mudar a vida de alguém. As mulheres da alcateia estão ansiosas a tempos, para conhecer o novo Alfa. Algumas passaram horas no salão de beleza, para poder ficarem ainda mais "bonitas", e assim conseguir um pouco de atenção.

É motivo de alegria entre as fêmeas daqui, quando se recebe a atenção de um macho, ainda mais quando é um importante e forte lobo. Menos pra mim. Eu não quero ter um companheiro, não quero um macho mandando e demandando em mim. Não quero ter que me submeter a alguém e perder a minha liberdade.

Estou vestida com um conjunto moletom folgado,da cor verde musgo. Nos pés um tênis branco, um dos meus favoritos. Basicamente,o meu guarda roupa está repleto de moletons,calças jeans,tênis,boné e algumas toucas.Tirando claro as minhas peças íntimas. É confortável para o trabalho, e eu não gosto de andar mostrando meu corpo por aí.

As oito e meia, Talles chega para me buscar. Juntos, no seu carro, nós vamos até o meio da nossa alcateia, onde há o espaço para as festas. Há muita gente. As fêmeas solteiras, estão muito bem produzidas,com saltos altos e vestidos luxuosos.Parece que apenas eu não me dei ao trabalho de me super produzir para conhecer o líder.

—Eu vou ficar até a apresentação,depois eu vou embora.Já estou arrependida de está aqui.—Murmura baixo,para que ele ouça,apesar de que alguns lobos ao nosso redor ouviu também.—Nem queria vim mesmo. Sei que ainda vou brigar com você quando estivermos lá. Você não vai querer vim para casa tão cedo, seu cínico.

—Eu não prometi que te levaria pra casa? Quando você quiser ir,eu vou também.—Ele abraça os meus ombros.—E tenta se divertir ao menos um pouquinho . Abaixa a guarda e quem sabe não ache um macho aqui. Já conheço todas as fêmeas dessa alcateia, sei que nenhuma delas foi feita para mim. Possa ser que eu conheça uma estrangeira, e quem sabe não acasalamos no meio dessa floresta, como dois loucos com os hormônios a flor da pele.

—Não estou a procura de um macho.—Rosno e mostro as minhas presas afiadas.—Não quero homem nenhum perto de mim.

—Calma lobinha. —Ergue as mãos.—Não está mais aqui quem falou.

—Você é um macho safado. Acasalar no meio da floresta? Coitado dos animais que vão ter que presenciar essa cena triste e ainda ouvir vocês.—Faço uma careta.

—Você não sabe o que é bom.—Passa a língua nos lábios, começando a me traumatizar. —Uma festinha no meio da escuridão é uma delícia.

—Credo Talles. Não quero saber desses detalhes sórdidos.

—Só disse a verdade. Quando você experimentar, não vai querer mais parar , e só aí saberá o que eu estou falando.

—Acho bom não tocar mais nesse assunto.—Digo. Não quero saber da vida sexual do meu melhor amigo, e nem onde ele faz isso.

—Calei minha boca.—O assunto tenebroso cessa

Ficamos um pouco afastados do palco, ele sempre abraçado comigo. É claro que percebe-se que ele não é meu companheiro, nós não temos o cheiro do acasalamento.

—Ele já vai subir no palco.—Ele diz ao meu lado,olhando claramente pro palco.

Quando o alvoroço começa,sinto uma inquietação da minha loba dentro de mim. Nunca havia acontecido algo parecido antes. Todas as fêmeas se aproximam ainda mais do palco,e um homem surge no meio do palco, acompanhado por mais dois. Olho atentamente pra ele,e quando ele olha exatamente na minha direção,nossos olhos se encontram e eu arregalo os meus,quando a minha loba o reconhece.

—Meu!—Rosna ela,querendo ter controle.

Desvio rapidamente meu olhar, com o coração acelerado por ter o encontrado. Não era pra acontecer, eu não o queria encontrar.

—Talles, eu preciso ir embora agora.—Digo desesperada pra sair, ainda mais percebendo que o nosso Alfa ainda continua olhando na minha direção, sem desviar, com os olhos lupinos a monstra.

—Iana,nem ouvimos o discur...Espera!—Ele para no meio da frase.—O nosso novo Alfa..ele...

—Eu falo com você depois.

Não espero que ele me responda, apenas saio correndo em disparada ,querendo fugir,chegar em casa o mais rápido que eu consiga.

Ele não vai fazer aquilo comigo! Não vai!

Eu não vou permitir.

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