Seul – 2023
Na manhã de quinta-feira, Kim estava atrasado para mais uma reunião. A vida corrida e o seu jeito sério deixavam todos à sua volta à beira da loucura. Naquele dia, seus pais estavam de saída para Nova York, onde participariam de uma festa beneficente — uma corrida de motos, evento ideal considerando que a empresa da família atuava no ramo automobilístico. Kim era o chefe perfeito para o cargo.
Ana, a ajudante da casa, observava a pressa do patrão com preocupação. Pegou um guarda-chuva e o entregou a ele, mas Kim o pegou sem nem agradecer. A garota ficou visivelmente triste com o tratamento frio.
— Eu não sei o que deu nele... — murmurou, dando de ombros e fechando a porta.
No caminho para a empresa, Kim recebeu uma ligação de Ben, seu melhor amigo.
— O que quer? — perguntou ele, seco.
— Bom dia, meu caro — respondeu Ben, com tom bem-humorado. — Temos uma reunião. Preciso de você imediatamente. Ah, e Mary contratou um estagiário. O contrato está sobre sua mesa.
— Hum... vamos ver se ele aguenta até seis meses — retrucou Kim, sem esconder o desdém.
— Kim, pega leve com o garoto. Seja mais gentil, sim?
— Veremos, Ben.
Enquanto seguia pensativo sobre a reunião, Kim não percebeu o sinal vermelho. Gun atravessava a faixa de pedestres quando foi brutalmente atropelado.
— Maldição! — gritou Kim ao sair do carro. — Você está maluco? Não viu o sinal?
— Quem não viu foi você! Está dirigindo como um lunático!
— O que disse? — Kim ficou indignado.
— Isso mesmo, parece um louco!
— Não estou com humor para suas bobagens. Saia da minha frente!
Gun se ajoelhou para recolher os papéis que haviam caído de sua mochila. Com os joelhos ralados, abaixou-se com dificuldade.
— Maldito seja... como vou à entrevista desse jeito? Aquele cara é um maluco...
Apesar da raiva, não pôde evitar notar a beleza do homem à sua frente. Pensou alto:
“Aquele cabelo liso caído sobre o rosto... os óculos escuros... um charme. O mau humor até o deixava mais interessante. Que homem lindo... será que o verei de novo? Acorda, Gun! Quem vai querer um homem simpático e desengonçado como você? O destino só pode estar se revoltando contra mim.”
Gun se levantou, mancando, e atendeu o telefone — era Ayan, seu amigo. Após ouvir o ocorrido, Ayan prometeu encobrir o atraso com uma boa desculpa.
Depois de alguns minutos caminhando pela avenida movimentada, Gun finalmente chegou à empresa de Kim. Sentia-se envergonhado ao cumprimentar os colegas. Eggy, sócia da empresa, apareceu justamente quando Gun entrava.
— Na minha sala, agora! — ordenou ela.
“Estou ferrado...”, pensou ele.
— Sente-se — disse Eggy, autoritária.
Gun sentou-se, cruzando as pernas.
— Trabalha com marketing?
— Sim, senhora.
— Seu perfil é ótimo, mas houve uma mudança de setor.
— Como assim?
— Você agora irá trabalhar diretamente com Kim, o chefe da empresa. Fará tudo o que ele mandar. Entendido?
— Mas... — tentou protestar, sendo interrompido pela entrada de Kim.
— Eggy, onde está o estagiário?
— Gun, este é Kim Kanaphan, seu chefe.
Ambos se entreolharam, surpresos.
— Você?! — exclamaram ao mesmo tempo.
— Já se conhecem? — perguntou Eggy, surpresa.
— Hum... nos vimos hoje mais cedo, na rua — respondeu Kim.
— Você que me atropelou! Nem parou no sinal!
— Garoto insolente...
— Insolente?! Senhor, não estou aqui para discutir. Vai se responsabilizar pelo meu ferimento?
— Não tenho tempo. Vamos. Temos uma reunião.
— Maldição! Esse homem vai me tirar do sério — murmurou Gun.
— Escutei isso. Me acompanhe, por favor.
— Gun. Meu nome é GunThanawat.
— Wat, acompanhe-me.
“Ele só pode estar de brincadeira! Quem deu permissão para me chamar de Wat? Só meus amigos e familiares me chamam assim. Que homem intrometido! Preciso terminar logo esse estágio e sair de perto desse grosso.”
Wat estava imerso em seus pensamentos quando chegou à sala de reunião. Percebeu que todos já estavam presentes, exceto Ayan.
— Wat, você está bem? — perguntou Ayan.
— Hum? Por quê?
— Está pálido e suando...
— Silêncio! — gritou Kim. — Ayan, mostre o seu trabalho.
— Sim, senhor.
Wat sentou-se ao lado do chefe mal-humorado, distraído, desenhando Kim num papel com barba, bigode e um chifre na cabeça. Sorriu maliciosamente. Ayan se aproximou pedindo sua opinião. Sem prestar atenção na apresentação, Wat improvisou:
— O esboço precisa de cores vivas.
Ayan revirou os olhos.
— Cale a boca — sussurrou.
Kim, no entanto, interferiu.
— Deixe-o falar.
Wat se empolgou:
— Não precisa de muito. Um carro de luxo deve ser simples, com cores que acompanhem as estações. Demasiados detalhes não combinam com masculinidade.
Kim o olhou e disse:
— Não gosto que opinem sem permissão. Mas você disse algo preciso. Ayan, corrija e traga um novo esboço em três dias.
— Sim, senhor.
— Wat, traga um café para mim.
“Como ele gosta do café?”, pensou Wat.
Ayan se aproximou.
— Sem açúcar. E rápido, antes que esfrie.
Wat foi até a cantina, enfrentando uma fila de mulheres falantes. Uma delas sussurrou:
— Tão lindo... parece um ator de drama! Olha a pele dele!
A amiga gritou em concordância. Wat revirou os olhos, pediu o café e saiu.
“Será que todas as garotas são assim escandalosas? Espero que aquele metido goste do café. Meu dia foi um inferno. Só quero ir para casa. Meu ferimento ainda arde.”
Entrou na sala sem bater. Kim estava de frente para a janela, pensativo, com as mãos nos bolsos.
— Aqui está o café, senhor.
— Deixe sobre a mesa... e, da próxima vez, bata na porta antes de entrar.
Wat se virou, fazendo careta discretamente.
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Boss se virou ao perceber a careta de seu estagiário. Um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios. Voltando ao trabalho, ele murmurou ao se sentar:
— Você está brincando com fogo, garoto... Vamos ver quem aguenta mais.
Kim gritou, furioso, ao dar o primeiro gole no café.
Gun entrou novamente na sala, mais uma vez sem bater.
— Você não tem modos, garoto?
— Desculpe, senhor — disse ele, saindo apressado e batendo a porta com força.
— O que aconteceu, Kim? — perguntou Mary, entrando logo em seguida.
— Este café está frio... e horrível. Leve isso daqui e traga outro. Agora.
— Por Deus, que homem mais irritante — sussurrou Gun, já do lado de fora.
— O que disse? — gritou o chefe.
— Nada, senhor. Absolutamente nada. Com licença.
Boss estava se divertindo. Seu sorriso malicioso indicava isso claramente. Gun voltou pouco depois, suado e cansado, entregando o copo de café.
— Me desculpe se te irritei, senhor... Eu... eu não aguento mais... — disse ele antes de desmaiar ali mesmo.
— Gun?! — exclamou Kim, levantando-se com pressa. Correu até o garoto, que havia caído no chão.
— Fala comigo, Gun. Acorda!
Kim se ajoelhou ao seu lado, enxugando o suor que escorria pelo rosto dele com um lenço de bolso. Enquanto o observava, soltou um grunhido baixo:
— Além de malcriado... é incrivelmente bonito. Se você fosse meu namorado, essa boca rosada não teria um minuto de descanso... Que inferno. Que garoto atraente.
O telefone de Kim tocou. Ele atendeu com frieza, ainda observando Gun.
— Diga, Alex. O que houve?
— Senhor, invadiram o nosso galpão.
— Estou desarmado. Não posso sair agora. Vá atrás daquele filho da mãe... e acabe com ele.
— Sim, senhor.
Gun despertou devagar, confuso.
— Kim... quem é você?
— Não seja bisbilhoteiro. Não é da sua conta.
— Ou você me conta agora... ou eu conto a todos que você é um mafioso.
Kim soltou uma gargalhada debochada.
— Estou falando sério! — insistiu Gun.
Kim suspirou, depois se levantou e caminhou até o terraço. Chamou Gun com um gesto. O estagiário o seguiu.
Enquanto acendia um cigarro, Kim falou:
— Você está bem? Está pálido ainda... Vejo que é vulnerável ao trabalho.
— Não é isso. Eu aguento trabalhar. Você me humilhou, me fez de bobo... Agora me diga: quem é você de verdade?
Kim soltou a fumaça devagar, encarando o horizonte de Seul.
— Eu sou o chefe da máfia. Lido com quem me deve. Se não pagam... eu resolvo pessoalmente. Meus pais estão nos Estados Unidos, me deixaram responsável pelas empresas daqui. Meu pai foi convidado para uma festa beneficente de motociclistas.
— Posso saber o nome deles?
Kim arqueou uma sobrancelha.
— Você é mesmo curioso, Gun...
— Eu preciso saber quem é meu chefe. É questão de sobrevivência.
Kim sorriu de lado.
— Minha mãe se chama Lola. Meu pai, Otto. Ela sempre quis distância dos negócios sujos dele. Mas ele me arrastou junto... E agora estou nesse jogo.
— Seu pai também é da máfia? — perguntou Gun, ainda mais curioso.
— Sim. Mas chega desse papo. Já falei demais.
Kim olhou para o relógio.
— Está tarde. Tenho outro compromisso.
— Senhor, deixa isso pra polícia... Não suje suas mãos.
Antes que Kim pudesse responder, Mary apareceu na porta.
— Senhor, todos já foram. Precisa de mais alguma coisa?
— Não, Mary. Pode ir. Tenha um bom descanso.
Ela saiu. Gun pegou suas coisas e saiu da sala, preocupado. Ao chegar à rua, percebeu que não havia mais ônibus naquela hora.
Kim parou o carro ao lado dele e abaixou o vidro.
— Entra.
— Não, senhor. Está tudo bem.
— Quer entrar por bem ou quer que eu te obrigue?
— Está sendo exagerado... Peça com carinho.
— Deixe de bobagens. Entra nesse carro, agora.
Gun bufou, mas entrou. Durante o trajeto, Kim o observava discretamente. Gun corava a cada olhar.
Kim se aproximou e colocou o cinto de segurança em Gun, que se encolheu com o toque.
— Até isso você esquece, Wat...
— Por favor... me chame de Gun. Wat é para amigos íntimos.
— Eu vou continuar chamando assim. Afinal, sou seu chefe.
Gun desviou o olhar, bochechas vermelhas. Deitou a cabeça na janela e fechou os olhos. Kim continuou o observando.
“O que está havendo comigo? Não paro de olhá-lo. Wat é fofo... Tem uma beleza extraordinária. Aquele cabelo caído no rosto, o olhar tímido... e essa boca rosada... Maldição! Estou ficando louco...”
— Wat, onde você mora?
Gun abriu os olhos, meio grogue.
— Não muito longe... Rua Insadong. Aquela casa com orquídeas na entrada.
— Posso te deixar na porta.
— Não, por favor. Para evitar fofocas.
— Hum... Boa noite. Chegue cedo amanhã. E não se atrase de novo.
— Senhor?
— O que foi?
— Você me deve desculpas, não?
— Não sei do que está falando. Vá pra casa. Está tarde.
— Eu sei que um dia vai se desculpar...
— Esse momento nunca vai acontecer.
— Vamos ver o que o tempo diz... Sei que vai pedir desculpas, senhor Kim — disse Gun com um sorrisinho provocador.
— Esse garoto me tira do sério... — murmurou Kim, assistindo-o entrar em casa.
Gun percebeu que a casa estava vazia. Seus pais e irmã caçula não estavam. Cansado, subiu para o quarto sem jantar. Quando estava no banho, seu celular tocava insistentemente.
Ao sair, atendeu com pressa.
— O que foi, Ayan?
— Seu pai está no hospital da cidade.
— O quê?! O que aconteceu?
— Sua mãe tentou ligar, mas não conseguiu. Então Marta ligou pra mim. Parece que foi um acidente no trabalho.
Gun desligou o telefone imediatamente. Vestiu a primeira roupa que viu e saiu correndo.
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Wat saiu correndo até o hospital mais próximo de sua casa, o coração acelerado, as pernas quase falhando a cada passo. Entrou apressado pela porta principal, e foi direto à recepção.
— Meu pai, Pedro... ele foi internado. Pode me informar onde ele está?
A atendente, uma senhora com maquiagem exagerada e sombra cintilante demais para a ocasião, sorriu com delicadeza.
— Hum... está no quarto 213. Pegue esse cartão de visitante.
— Obrigado. — Gun respondeu gentilmente, pegando o cartão com as mãos trêmulas.
Ele caminhou pelo corredor iluminado por uma luz fria, e a cada passo seu coração apertava mais. Lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto. Ao encontrar sua mãe, correu ao seu encontro:
— Mamãe... cadê o papai?
— Ele está inconsciente. Sua irmã está com ele.
— A Alicia está aqui?
— Sim, filho. Não pude deixá-la sozinha nesse momento.
— Eu vou vê-lo.
Gun entrou no quarto com os olhos vermelhos de tanto chorar. Alicia correu e o abraçou com força.
— Irmão... papai vai ficar bem, não vai?
— Vai, sim... ele vai acordar logo. — Gun limpou os olhos com o dorso da mão. — Eu falei pra ele não trabalhar pesado... Entregador de pizza? Papai já não tem idade pra isso. Por que ele foi tão teimoso?
Sentou-se ao lado da cama, pegou a mão de Pedro com carinho e encostou-a no rosto.
— Estou tão cansado, papai... Hoje o dia começou todo errado. Cheguei atrasado no meu primeiro dia de trabalho. E quem me atropelou foi justamente meu chefe... Acredita? Quando o vi na empresa... aquele homem elegante, frio, lindo... era Kim. Um verdadeiro inferno. Um chefe irritante... Papai, acorda, por favor.
A enfermeira entrou, interrompendo com doçura:
— Por favor, precisam sair para que o paciente descanse.
Ao abrir a porta, Gun deu de cara com Ayan e Kim.
— Boss?! O que você está fazendo aqui?
— Ayan me ligou. Disse que você precisava descansar. Vamos, me acompanhe.
— Eu não vou. Não posso sair daqui até meu pai acordar!
— Wat, por favor, ouça o chefe. Eu fico com a Alice e a Marta — tentou convencer Ayan.
— Eu já disse que não vou sair!
— Wat, isso é uma ordem! — disse Kim, pegando sua mão e puxando-o para fora do hospital.
— Me solta, chefe! Não me tire de perto do meu pai, por favor!
— Wat, me ouve. Você não vai voltar lá. E ponto. Entra no carro, agora. Vai descansar.
— Eu nem te conheço direito... Como quer que eu confie em você?
— Para de besteira — disse Kim, empurrando Gun para dentro do carro e fechando a porta do passageiro. Entrou pelo lado do motorista logo depois.
Wat estava furioso, os lábios contraídos de raiva.
— Wat?
— É Gun, ok?
— Eu vou continuar chamando de Wat. Gosto assim. E amanhã você está dispensado do trabalho. Vai tirar um dia de folga.
— Hum... — murmurou ele, irritado. — E aí? Matou o homem inocente?
— O que você está dizendo? Eu não matei ninguém inocente.
— Ah, não? E o cara que seguiu suas ordens? Ele matou, não foi? Você é perigoso.
Kim permaneceu em silêncio.
— Responde! Matou ou não?
— Isso não é da sua conta. Fique fora dessas coisas. Já sabe que eu sou perigoso... então, não se meta.
— Você é insuportável — sussurrou Wat.
Chegando na mansão, os seguranças de Kim estavam a postos. Assim que viram Gun, um estranho, apontaram armas imediatamente.
— Eu... eu devo ir embora, senhor Boss...
— Você vai ficar. Abaixem as armas!
— Sim, senhor!
Kim pegou a mão de Gun e o conduziu para dentro. O garoto ficou pasmo ao ver o luxo daquele lugar.
“Esse lugar é mil vezes melhor que minha casa... Esse homem é podre de rico... e completamente metido.”
Enquanto observava cada canto da sala, Gun se perguntava: “Será que um dia vou ter uma casa assim? Minha família estaria mais segura...”
— Wat? — chamou Kim.
— Hum?
— Entre no quarto. Vou pegar uma toalha pra você tomar banho.
— Ei... aqui é seu quarto?
— É. Qual o problema?
— Dois homens no mesmo quarto?
— Para com bobagens. Pegue a toalha. Vou esperar aqui enquanto você toma banho.
Kim se afastou e ligou para Alex:
— Diga, senhor.
— O que aconteceu com aquele indivíduo?
— Já estava morto. Precisamos saber quem está por trás disso.
— Investigue. E me avise assim que souber.
— Sim, senhor. Kim... investiguei sobre Gun.
— Seja breve.
— Ele é um rapaz simples, do povoado. Trabalha e estuda para sustentar a família. O pai não é o pai biológico dele. O garoto não sabe disso. Alice é filha biológica do Pedro. Ele faz faculdade de engenharia, mas os trabalhos de meio período mal pagam os estudos. Cuide bem dele, senhor... ele precisa de ajuda.
— Hum... desligando.
Wat saiu do banheiro só com a toalha. Kim o olhou de cima a baixo, completamente sem reação. Seu rosto ficou corado.
— Kim? Está me ouvindo?
Kim estava nas nuvens. O corpo definido de Wat fez seu coração acelerar. O garoto se aproximou e sussurrou:
— O que deu em você? Por que está tão perto? Cara, você é muito estranho... Vai tomar banho ou não?
— Hum... — respondeu Kim, puxando de repente a toalha da cintura do rapaz.
— KIM! Você me deixou pelado!
— Eu já vi. E não me importo.
— Que droga! Pervertido! — resmungou Wat, pegando suas roupas rapidamente. — Vou me vestir logo, antes que você me possua!
Kim riu e seguiu para o banho, eufórico. Enquanto a água caía, ele pensava:
“O que está acontecendo comigo? Kim... se controla!”
Quando saiu do banheiro, também de toalha, perguntou em voz baixa:
— Wat, quer jantar?
Não obteve resposta. Olhou para a cama. Gun dormia profundamente. Kim sorriu e pegou o cobertor, cobrindo-o com cuidado.
— Boa noite, Wat — sussurrou, tocando suavemente os cabelos do garoto.
No corredor, Ana passava com uma bandeja.
— Ana, me sirva o jantar, por favor.
— Seu pai ligou?
— Não... estranho. Ele sempre liga. — Kim tentou contato, mas caiu na caixa de mensagens. Seu semblante se fechou, a preocupação era visível. Desceu para a sala e sentou-se diante da lareira. Ana lhe serviu sopa e café.
— Senhor, quem é o garoto?
— Meu estagiário. Está passando por um momento difícil. Cuide bem dele. Sirva tudo o que precisar.
— Sim, senhor.
Na manhã seguinte, Wat acordou sentindo-se renovado. Ao abrir os olhos, percebeu que Kim dormia ao seu lado. Tentou sair de mansinho, mas ao tirar o braço debaixo da cabeça dele, Kim acordou.
— Bom dia... dormiu bem?
— Hum... dormi, sim. Obrigado por me deixar na sua cama. Estou em dívida com você.
— Estou exausto...
— Dormiu tarde?
— Estou preocupado... Roupa no armário. Vista o que quiser. Te espero lá embaixo pro café.
Gun assentiu com a cabeça. Pela primeira vez... algo em seu peito pareceu aquecer de verdade.
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