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Derek — O Alfa

Capítulo 01

Queridos leitores, essa obra literária é apenas uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais ou lugares é coincidência. A classificação indicativa dessa obra: +18.  Espero que vocês curtam, porque ela foi escrita com muito carinho. Antes que de fato vocês iniciem sua leitura, preciso apenas passar algumas informações

📌 A história que você está preste a ler poderá conter situações que podem gerar gatilhos mentais.

📌 Não sou formada em letras, apenas me aventuro em algo que realmente gosto. Esclarecido o fato, me perdoem se encontrarem erros ortográficos, estou tentando corrigir o máximo que posso.

📌 Caso encontre esses erros e queira me sinalizar, ficarei feliz em corrigir. Porém, não aceitarei críticas.

Aqui se inicia sua aventura nessa história emocionante de "Derek — O Alfa". Desejo uma excelente leitura a todos e um enorme beijo no coração!

Apesar de estar confiante de que tudo daria certo no meu novo emprego, meu lado profissional sabia que havia uma chance de 50% de as coisas não correrem como o planejado. Eu estava ciente de que as expectativas sobre mim seriam altas, afinal, eu era a médica vinda de um dos hospitais mais bem-conceituados em qualquer situação. Ninguém em sã consciência faria uma troca como essa. No entanto, ninguém sabia da decepção que eu havia enfrentado meses antes. Estar partindo para um lugar novo era, de fato, algo positivo para mim.

No dia seguinte à ligação, já conduzi uma pesquisa completa por imóveis e, para minha sorte, encontrei um. No entanto, ele não era tão próximo do hospital, mas seria adequado e estava completamente mobiliado. Eu só precisaria levar minhas coisas pessoais. Tratava-se de uma cidade totalmente diferente daquela à qual estava acostumada a viver. Estava prestes a trocar os grandes e opulentos edifícios por algo mais tranquilo, próximo à natureza. Me chamo Anny Hailey, tenho 25 anos e sou médica pediatra.

Faltando três dias para me apresentar no novo hospital, peguei a estrada. Queria me familiarizar com o local, saber a distância entre minha casa e o trabalho, descobrir o que havia nas proximidades da minha residência e o que eu precisaria buscar em lugares mais distantes. Além disso, estava interessada em saber se havia algum local para me exercitar. Sou apaixonada por correr ao ar livre, e ultimamente, essa necessidade estava cada vez mais forte.

Cheguei ao meu destino, exausta, mas, ao mesmo tempo, feliz, até descobrir que a casa que aluguei ficava afastada da cidade. A residência era boa, aconchegante e, de certa forma, elegante, mas precisava me precaver ao ir ao mercado, pois não ficava tão perto. Ao estacionar meu carro, percebi que outras pessoas me observavam à distância. Parecia que não estavam acostumadas a presenças estranhas naquela área. Naquela noite, não demorei a adormecer e apaguei completamente em minha cama.

Dois dias depois, apresentei-me ao hospital, que ficava cerca de quarenta minutos da minha casa, situada quase em uma reserva florestal. Fiquei satisfeita ao notar que o hospital estava muito bem equipado, com algumas instalações equiparadas a padrões de primeiro mundo. Descobri que existiam duas formas de atendimento ali: o conveniado e o filantrópico.

Eu atenderia na área filantrópica. O único andar que conectava ambos os lados era a diretoria, localizada acima do andar onde eu trabalharia. Essa dinâmica hierárquica não me incomodava muito, pois o importante para mim era desempenhar minha função como médica.

Não fazia diferença se o paciente estava pagando ou não ao hospital. Deixava essa questão a cargo dos responsáveis pela marcação, concentrando-me em fazer o que fui contratada para fazer. Minha principal preocupação era tratar ou prevenir doenças em meus pequenos, e talvez, não tão pequenos assim.

Quando comecei meus primeiros atendimentos, observei algumas mães um tanto desconfiadas. Notei que nas fichas das crianças faltavam várias informações, então comecei a preencher todas elas. Ao término do atendimento, percebia que as mães estavam satisfeitas com o meu serviço.

Em uma semana, a notícia sobre a eficiência da nova pediatra se espalhou pelo hospital, atraindo novas crianças em busca de atendimento. O diretor do hospital estava bastante satisfeito com os meus serviços. No entanto, fiquei curiosa para entender por que a minha abordagem no atendimento chamava tanta atenção. Não deveria ser essa a maneira padrão como todo profissional deveria trabalhar?

Enquanto estava em mais um dia de trabalho, uma mãe entrou com um casal de gêmeos, o que me fez lembrar do meu irmão. Terminei me emocionando um pouco com aquelas crianças. Observei a interação deles em meu consultório e, apesar das pequenas discussões entre si, um protegia o outro.

Meio que relembrei todos os momentos que vivi ao lado do Luan. Quem vai me defender do mundo, mesmo quando eu estiver errada? A quem vou confidenciar todos os meus segredos? Quem vou buscar quando precisar de um conselho? Não sabia responder a nenhuma dessas perguntas, mas agora tinha que me acostumar com a ausência dele.

Assim que eles saíram, fui até a porta, imaginando que não havia muitos mais pacientes para atender. No entanto, me surpreendi com a quantidade de mães e crianças esperando. Olhei para o relógio e percebi que não faltava muito tempo para encerrar o expediente. Como tantas consultas foram marcadas para um único dia? Aqui, basicamente, eu fazia tudo no meu atendimento. Quando ainda faltava atender uma criança e já havia ultrapassado o meu horário de expediente, o diretor bateu à minha porta.

— Pode entrar — falei, imaginando ser a próxima mãe.

— A senhora teria um tempinho, doutora? — Sr. Jones perguntou. Olhei para o relógio e imaginei que a mãe e a criança lá fora estavam aguardando há bastante tempo.

— O senhor poderia aguardar um pouco, Sr. Jones? Tenho uma criança para atender, e ela já está esperando há bastante tempo. Também preciso falar com o senhor a respeito disso.

— Posso aguardar aqui? — Ele me perguntou. Assenti com a cabeça e fui até a porta, pedindo para a última mãe entrar.

— Olá, boa noite, mãe! Me perdoe pela demora no atendimento. Este é o diretor do hospital, o Sr. Jones. Teria algum problema em ele permanecer aqui na sala enquanto eu realizo o atendimento de sua criança?

Então, ela negou com a cabeça, e apenas após essa confirmação, dei andamento à consulta. Verifiquei peso, altura, avaliei a criança completamente e perguntei se havia alguma queixa. Após verificar tudo, prescrevi as vitaminas necessárias e liberei a mãe e a criança. Agora, finalmente, pude conversar com o Sr. Jones.

— Pronto, Sr. Jones, agora poderemos conversar. — Falei, guardando a ficha do meu último paciente.

— Seu atendimento é muito completo, Dra. Anny. — Ele falou, trazendo a cadeira para frente da minha mesa.

— E não deveria ser assim? — Perguntei, surpresa pela fala dele.

— Todo atendimento deveria ser assim, doutora, não me entenda mal. Mas é que hoje a grande maioria preza pela agilidade, não pela qualidade.

— Estamos lidando com vidas, Sr. Jones, e para mim, cada uma delas é especial e merece ser tratada da melhor maneira possível. É sobre isso que quero falar com o senhor. Não sei como a médica anterior atendia, mas posso afirmar que existe muita falta de informações nas fichas dos pacientes. Estou atualizando todas, mas não tenho condições de atender a mesma quantidade de pacientes que ela atendia antes. Como o senhor pode notar, não prezo pela agilidade e sim pela qualidade do meu atendimento.

— Percebi que um número maior de consultas vem sendo solicitado, inclusive algumas mães que faziam tempo que não apareciam aqui no consultório com seus filhos. Isso prova sua competência no atendimento e que elas estão gostando do que estão encontrando aqui. Falarei com a área de marcação de consulta para reduzir o número de marcações e colocar um intervalo de 30 minutos entre elas.

— Eu agradeço se o senhor puder fazer isso. Assim, evito fazer horas extras e fazer meus pacientes aguardar tanto tempo.

Capítulo 02

Fui até o quarto da minha filha e a observei dormir. Ela era muito parecida com a Zaíra. Talvez alguns acreditassem que eu não fosse tão próximo da Andie, porque não demonstrava isso muito fora de nossa casa, mas amava minha pequena e a defenderia até a morte.

No começo, tudo foi muito difícil para mim. Imaginei que iria enlouquecer e, por muito pouco, não perdi meu rumo no processo. Enquanto estava tentando superar e me reerguer, minha filha me fazia relembrar cada momento que passei daquele inferno. Sei que era injusto com ela, mas não tinha como lembrar seu nascimento sem recordar a perda da companheira que Selene havia enviado para mim.

Saí do quarto da minha pequena e entrei direto no meu. Fui até a janela e pulei, sem me dar ao trabalho de usar as escadas. Meu quarto ficava no primeiro andar, mas com nossas habilidades de lobo, consegui aterrissar sem causar dano algum ao meu corpo.

Resolvi ir até a academia e me perdi em pensamentos. Relembrei a maioria dos momentos que vivi com a Zaíra: nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo, nossos momentos de amor, nosso casamento e seus gritos de sofrimento naquele hospital.

Me dei conta de que acabei de destruir mais um saco de areia. Esse era o quinto saco desde que cheguei aqui. Senti Kael tentando falar comigo pelo elo mental, mas simplesmente ignorei. Podia fazer isso como alfa, mas nenhum membro da minha alcateia podia me ignorar dessa forma. Permanecer naquele local não estava me ajudando muito, então caminhei para a floresta e tirei toda minha roupa. Precisava correr.

Hoje era o quinto aniversário de minha filha, mas isso também me fez lembrar que faz cinco anos que perdi minha Zaíra. Precisava colocar essa raiva para fora antes de poder parabenizar a minha filha como ela merecia. Sabia que ela estava crescendo e seria confuso para ela entender que não tinha como comemorar essa data com uma festa, mas pelo menos tentava tornar o dia dela especial.

Quando me transformei, senti a excitação pulsante percorrendo cada parte do meu corpo. Correr em alta velocidade pela floresta e poder sentir o vento bater contra meus pelos, trazendo consigo diversos tipos de odores, era a melhor sensação do mundo. Ali, em minha forma lupina, me sentia livre. Conseguia ouvir cada som com a audição apurada que meu lobo possuía, inclusive o som do meu próprio coração pulsando dentro do meu peito, na mesma velocidade que eu corria agora.

Depois de um tempo onde deixei meu lobo extravasar, voltei para onde havia deixado minhas roupas. Chegando lá, o Kael já se encontrava me esperando. Pela sua expressão, sei que não vou gostar das notícias. Kael é meu segundo em comando. Foi ele quem segurou as pontas quando não tive condições de responder pela alcateia e também foi ele quem me trouxe a razão quando a alcateia precisou do seu alfa, fazendo-me enxergar que a Andie também precisava de seu pai. Ele provavelmente deve saber que dia é hoje, então não teria vindo se o que tivesse para me falar realmente pudesse aguardar.

Meu lobo era quase da sua altura, mas ele não se intimidou por mim. Me transformei. A nudez não era um tabu para nós, lobos. Agradeci por pelo menos ele ter a decência de aguardar eu colocar minhas roupas, para então iniciar o falatório.

— Por que você continua bloqueando meu elo se sabe que só entro em contato quando realmente é importante? — Ele falou, irritado.

— Você vai contar o que aconteceu? Não estou com muita paciência hoje — falei, já o cortando. Sabia que estava sendo injusto com ele, mas hoje não era um bom dia.

— Que engraçado, você nunca está — então, parei e olhei para ele. Meu olhar já dizia tudo. Não estava para brincadeiras. — Tudo bem, alfa! Pegamos mais dois invasores ao leste, da mesma forma que os anteriores. Por mais que estivessem machucados, não paravam de atacar, como se não sentissem dor, apesar dos ferimentos causados por nossos guerreiros.

— Isso não faz sentido. Alguém sobreviveu? — Ele afirmou com a cabeça. — Peça para fazerem exames toxicológicos para verificar se conseguimos descobrir algo.

— Já tomei essa providência. Isso não é tudo, Derek... continuam sumindo medicações importantes do nosso centro médico. Recebi um relatório do Jones, nos comunicando o fato, mesmo após medidas de segurança serem adotadas pelo Caleb. São medicações importantes.

— O que o Caleb falou a respeito já que ele é responsável por solucionar esse problema?

— Ainda não falei com ele, alfa. Queria comunicar primeiro a você, porque sei que quando isso chegar a ele, ele vai me pedir para guardar segredo, e apesar de ser seu primo, você sabe minha opinião a respeito dele.

Kael Davis era o homem que escolhi para ser meu beta, aquele a quem eu confiava minha vida e sabia que não me decepcionaria. Kael tinha um dom que muitos humanos chamavam de sexto sentido. Ele conseguia avaliar o caráter de uma pessoa apenas olhando para ela. Certa vez, ele me falou que o Caleb, mesmo sendo meu parente e optando por ficar em minha matilha, me jurando respeito e obediência, não era alguém em quem poderíamos confiar.

O pai de Caleb, meu tio Alfred, era irmão gêmeo do meu pai. Ele era o alfa da alcateia, até que perdeu a companheira e quase levou nossa alcateia ao fim com suas loucuras. Meu pai o desafiou para um combate, e como ele não podia negar, lutou com meu pai e perdeu.

Normalmente, nesse tipo de combate, os lobos que lutavam iam até a morte. No entanto, meu pai não fez isso com o próprio irmão, que já havia perdido a companheira e tinha um filho pequeno. Meu pai o fez escolher entre ficar e jurar respeito e obediência, ou partir e virar um renegado.

Tio Alfred preferiu a segunda opção. Lobos sem alcateias por muito tempo acabam ficando loucos, vagando pela floresta e atacando qualquer um que encontram em seu caminho. Normalmente, esses mesmos lobos renegados eram mortos quando tentavam invadir o território de alguma matilha. Até hoje, ninguém sabia o que aconteceu ao tio Alfred.

— Explique a situação a ele, diga que já estou ciente e que, no final da tarde, vamos até o hospital verificar as câmeras instaladas. Agora, preciso tomar um banho para acordar minha filha e proporcionar um dia especial a ela.

— Ok, Derek. Avisarei a ele e estarei pronto, aguardando. Diga a Andie que passarei lá após o almoço para entregar meu presente.

Nesse momento, percebi que não providenciei nenhum presente para minha filha. Assim que entrei em meu quarto e antes de ir tomar meu banho, fui até o closet que pertencia à Zaíra. Olhei em sua caixa de joias e encontrei o cordão que ela nunca tirava de seu pescoço. O mesmo cordão que sua mãe a havia presenteado quando ela era apenas uma garotinha. Um cordão de ouro, com um pingente em forma de lua verde, a mesma cor de seus olhos e dos olhos de nossa pequena Andie. Aquele seria o presente perfeito para minha menininha.

Capítulo 03

Após tomar um banho, dirigi-me até o quarto da minha pequena garotinha. Quando entrei, já a encontrei de banho tomado e sentada na cama, provavelmente me aguardando. Assim que me viu entrar, abriu um lindo sorriso. Seus cabelos ruivos faziam sua pele alva se destacar ainda mais. Seus olhinhos verdes continham expectativas, então ela correu e se jogou em meus braços. Eu a abracei com carinho.

— Estava morrendo de saudades, papai!

— Sério? Nem faz tanto tempo assim que coloquei você aqui e lhe desejei bons sonhos.

— Mas isso foi ontem, papai. Hoje já é um novo dia. Minha saudade cresceu assim... — Ela abriu os bracinhos o máximo que pôde.

— Então, que tal passarmos o dia juntos para matar toda essa saudade? O que acha da minha ideia? — Perguntei, admirando aquela menininha feliz em meus braços.

— Eba! Podemos comer bolo hoje?

— É claro, meu amor. E tenho um presente para você — ela bateu palmas e me olhou curiosa. — Primeiro, vamos sentar aqui na cama, — ela me olhou com expectativa. — O que vou lhe dar de presente é algo muito especial. Sua vovó deu essa correntinha à sua mamãe quando ela ainda era muito jovem. Agora, vou lhe dar como um presente meu, para que você possa sempre lembrar da sua mamãe.

Coloquei a correntinha nela, e ela ficou admirando o pingente que, como eu disse, tinha a mesma cor de seus olhos. Já havia pedido a Matilda para fazer um bolo de coco, que era o que Andie mais gostava. Então, descemos e fomos tomar nosso café.

Normalmente, utilizávamos a cozinha coletiva para tomar café, e todos os lobos da alcateia só se serviam após o alfa, uma das regras que mantínhamos. No entanto, naquela manhã, comuniquei que não estaria presente, então, eles esperariam pelo Kael.

Havia falado com a Matilda para preparar algo especial para a Andie. Quando ela descobriu que seria apenas nós duas, bateu palmas e soltou um "eba" que fez a Matilda gargalhar. Não é que a Andie não gostasse de tomar café com todos, mas, quando estávamos só nós duas, toda a minha atenção era dedicada a ela. Era isso que ela mais gostava.

Nesse momento, alguém bateu à minha porta. Ao farejar o ar, não pude acreditar que Dafne resolveu aparecer sem ser convidada. Dafne era filha de um dos nossos anciãos. Dois anos atrás, fui pressionado pelos anciãos a me casar novamente. Eles alegavam que uma alcateia sem uma Luna não era completa e forte.

Após tomar um banho, dirigi-me até o quarto da minha pequena garotinha. Quando entrei, já a encontrei de banho tomado e sentada na cama, provavelmente me aguardando. Assim que me viu entrar, abriu um lindo sorriso. Seus cabelos ruivos faziam sua pele alva se destacar ainda mais. Seus olhinhos verdes continham expectativas, então ela correu e se jogou em meus braços. Eu a abracei com carinho.

Enquanto o Alfa representava a mente da alcateia, a Luna era seu coração, e tudo precisava de um equilíbrio. Como eu não acreditava em segundas chances, dado que Selene raramente concedia isso a um lobo, escolhi a loba mais forte da minha alcateia para acasalar novamente. No entanto, deixei bem claro para ela que tudo não passava de sexo para mim, algo que todo lobo precisava em determinado período. Ela concordou, pois tinha muito a ganhar. Afinal, seria a Luna da minha alcateia, uma posição que toda loba sonha em alcançar.

Andie não gostou muito da presença de Dafne. No entanto, não expressou nada a respeito. Apenas se retraiu um pouco e passou a ficar mais calada. Por um momento, fiquei imaginando como seria quando, finalmente, Dafne se tornasse minha Luna e tivesse que dividir esta casa conosco. Como seria a relação delas duas? Era perceptível que Andie não gostava de Dafne, e esta última, por sua vez, não fazia esforços para conquistar Andie.

A transformação inicial de um lobo normalmente ocorria aos 14 anos, então Andie ainda não podia se transformar, mas havia algo que ela adorava fazer... correr pela floresta. Sempre que tinha tempo, eu me transformava e ela subia em meu dorso, trotávamos juntos pela floresta. Isso lhe proporcionava uma imensa satisfação, e ela ficava muito feliz.

Após tomarmos nosso café e ela partir seu bolo, sugeri isso, algo que Andie festejou bastante. No entanto, Dafne deu uma desculpa, informando ter alguns assuntos inacabados para resolver. No final, ficamos apenas eu e minha pequena, e foi isso que fizemos - passamos a manhã inteira na floresta. O ambiente vibrava de vida, ecoando os sons dos animais e nos envolvendo com uma calma que nos dava a consciência de fazer parte daquele mundo.

Após o almoço, como prometido, Kael apareceu em minha casa, e Andie estava ansiosa por sua chegada. Ela já o havia avisado no dia anterior que hoje seria seu aniversário, e ele prometeu trazer algo especial para ela. Acima de tudo, Kael tinha uma paciência incrível para assistir desenhos com ela, algo que eu não conseguia fazer.

Assim que ele chegou, entregou a Andie seu presente: uma pulseira de corda com um pingente de lobo talhado em madeira. Era evidente que ele provavelmente o fez com as próprias mãos. Andie ficou encantada com o presente, e inclusive mostrou o que eu havia dado a ela, o colar da Zaira. Isso fez com que ele olhasse para mim, buscando confirmação, o que eu apenas fiz afirmativamente com a cabeça.

Enquanto ele estava lá com ela, fui até o escritório para adiantar alguns documentos que precisava assinar. Não tinha apenas o hospital como investimento. Também investia no mercado de ações e em novas empresas farmacêuticas, obtendo bons rendimentos de retorno. Isso me tornou um lobo bastante rico.

Assim que deu o horário, informei a Andie que precisaria sair e a deixei aos cuidados da Matilda. Eu e Kael seguimos e encontramos meu primo nos aguardando na entrada do bunkhouse, uma espécie de dormitórios para os lobos que ainda não haviam formado uma família. Pegamos o carro e seguimos para o hospital. Fazia exatamente 5 anos que não ia até aquele lugar. A última vez que estive ali, saí inconsciente daquele complexo.

Estacionei o carro na área destinada à diretoria. Assim que descemos do carro, parei por um minuto e respirei fundo antes de entrar por aquelas portas de vidro. No momento em que entrei, os funcionários ali presentes, em sua maioria lobos ou companheiros de lobos, abaixaram a cabeça e mostraram o pescoço em um gesto de submissão, como uma forma de respeito na presença de seu alfa.

Muitos dos presentes ali testemunharam o que passei e o que causei naquele hospital, então, de certa forma, ficaram um pouco temerosos com minha presença e me evitavam. Sou consciente de que, após a morte da Zaíra, passei a ser um homem frio e de poucas palavras, mas nunca injusto.

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