Patrícia
O meu nome é Patrícia, tenho 19 anos. Sou brasileira, do interior de São Paulo, atualmente moro no Rio de Janeiro.
Sou uma pessoa inteligente e batalhadora. Venho de uma família classe média, mas não os vejo a anos. Passei por muitas coisas em minha vida, hoje moro no quarto de uma pensão. Aqui conheci dona Josefa, uma senhora adorável. Ela é uma mãe para mim desde que nos conhecemos.
As palavras que me definem, é: amargura solidão.
Com meus treze anos, minha mãe e meu irmão mais velho, morreram num acidente de carro. Ali vi o meu mundo cor de rosa desmoronar, com os seus caixões foi embora a minha alegria. Eu e o meu pai moramos por praticamente seis meses sozinhos, até que resolveu reconstruir a sua vida. Casou-se com uma mulher horrível, que me fazia trabalhar... tinha que ajudar as funcionárias, a fazer os serviços de casa. O meu pai revoltou-se contra mim, por reclamar das atitudes da mulher comigo. Apanhava diariamente daquela mulher, ficava trancada no quarto e quando o meu pai chegava, a bandida inventava que eu havia feito mal-criação, mais uma vez, apanhava. Não foi nada fácil, conseguir terminar o ensino médio, devido a tudo que passava em casa.
Com dezessete anos, conheci João Victor no colégio, ele era sempre muito legal comigo. Encontrei nele carinho, compreensão. Nos tornamos amigos, logo iniciamos um namoro e para poder sair de casa, casei-me com ele. O nosso casamento foi lindo, os seus pais sempre ótimos comigo, sua família sempre atenciosa.
Com dois meses de casados, João Victor ficou diferente. Sempre me humilhava, ofendia-me com palavras que doíam mais que tapas. Ouvia que não era mulher suficiente para ele, que eu era feia, gorda, que só servia para limpar e cozinhar... todas as suas palavras, estão gravadas na minha mente, hoje em dia não consigo usar roupas que mostrem o meu corpo. Uso apenas calças e camisetas, cabelo sempre amarrado. Não entendo por qual motivo me seduziu e quis se casar comigo, sinto que tem algo por trás disso tudo, mas não fiquei para descobrir.
Não saí antes do casamento por medo..., não tinha para onde ir, mas a gota d'água, foi quando descobri sobre as suas traições, tentei ir embora, mas impediu-me, prometeu mudar e tal..., acabei acreditando, afinal seria melhor tentar, do que voltar para a casa do meu pai. No mês seguinte, ele voltou a ser o mesmo, até pior, agredia-me com palavras duras, transava comigo com violência. A única coisa que me fazia sentir, era nojo e muita dor... não só durante o ato, mas depois, a dor interior, a dor na alma..., era a pior delas.
Já estava esgotada, já não encontrava nenhum sentido em minha vida, foi quando descobri que estava grávida. Esse dia foi o mais feliz da minha vida, afinal sempre sonhei em ser mãe... talvez um filho mudasse um pouco a condição do meu casamento, assim pensava.
Naquela noite, preparei um lindo jantar para revelar que esperava um filho dele, mais uma vez chegou tardiamente, com marcas de baton na camisa, com um cheiro horrível de álcool e perfume de mulher, ao questioná-lo, fui respondida com dois socos no meu rosto. Naquele exato momento, tive a certeza, de que iria embora para bem longe daquelas pessoas, que só souberam fazer-me mal. Prometi a mim mesmo que ele vai pagar muito caro, por todo mal que ele e a sua família me causaram... os farei chorar lágrimas de sangue, antes preciso saber o motivo que o levou a se casar comigo, depois o farei sofrer.
Fugi para o mais longe que consegui, com o pouco de dinheiro que tinha guardado. Não pude ficar em minha cidade, pois João Victor colocou inúmeras pessoas atrás de mim, não entendo o motivo... pois ir embora, é um favor que faço a ele.
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Saulo
Meu nome é Saulo, acabei de completar 20 anos, sou uma pessoa transparente, inteligente e batalhadora. Mesmo meus pais me dando de tudo, luto para conquistar o que quero... eles são uma inspiração para mim e minha irmã, tanto como pais, pessoas, empresários, como um casal. O amor deles é lindo demais, não tem medo de demonstrar o que sentem e isso é inspirador. Nunca esconderam de nós suas origens, nem como foi toda a sua história de vida... tenho muito orgulho deles, principalmente do meu pai, que por amor teve a sua redenção.
Fiz dois anos de faculdade em Portugal, depois iniciei um curso de complementação, mas confesso que estou com saudades de casa e decidi voltar, lá também tem cursos muito bons. Fiz dois anos de marketing digital, por ser um curso oferecido em dois graus diferentes, tecnológico e bacharel, fiz a parte tecnológica e agora vou ingressar na bacharel, o meu professor está de mudança para o Brasil, pois tem toda a sua família lá, então uni o útil ao agradável, terei o melhor professor e estarei em casa.
Consegui montar um negócio pequeno, assim que ingressei na faculdade e já tenho uma renda bem alta e fixa, uma porcentagem uso para investimentos. Quero ser motivo de orgulho para os meus pais.
Aqui em Portugal, conheci Belinda, uma mulher muito linda e inteligente. Acabamos a engatar um namoro, mas ainda não tenho certeza se é isso que quero, ela me faz bem, nos damos muito bem, mas não sei se é a pessoa certa... estamos nos curtindo. Ela não gostou muito de saber que estou de malas prontas de volta para casa, mas já está conformada. Não tem nada que me prenda aqui, o nosso relacionamento é bacana, mas nada que me faça querer permanecer aqui.
Patrícia
Atualmente, trabalho de doméstica na residência de um casal de senhores. Os dois são pessoas bem difíceis, mas sempre tento dar o meu melhor. Algumas vezes, fazem eu ficar duas horas a mais para ajudar em jantares familiares, e não me pagam hora extra, pelo contrário, qualquer erro é motivo para descontarem do meu salário. Se permaneço neste trabalho, é porque não consegui nada melhor, ninguém quer dar trabalho a uma gestante. Trabalhei dois meses num restaurante, mas quando o gerente soube da minha gravidez, dispensou-me. Desde então, os únicos que me deram trabalho foram eles, pois eu não me queixo de ser explorada, preciso muito do emprego.
Fugi de casa, durante a madrugada, estava perdida sem saber o que fazer..., queria estar o mais longe possível dessas pessoas... então quando percebi já estava no Rio de Janeiro, foram dias exaustivos.
As coisas não tem sido nada fáceis, desde que cheguei aqui, passei algumas noites dormindo em um abrigo, até conseguir alugar um quarto numa pensão bem simples. Contudo, aqui só tem pessoas boas.
O que me motiva a acordar todas as manhãs é o meu pequeno, que a cada dia está maior, hoje estou completando 24 semanas. Tenho feito o pré-natal num postinho que tem aqui, perto da pensão, estou esperando um menino. O médico disse que está forte e muito saudável.
Aqui na pensão, conto com a ajuda de uma doce senhora, dona Josefa, ela também é muito pobre, mas sempre tenta me ajudar, nos tornamos grandes amigas, contei-lhe toda a minha vida, a pobre senhora se apegou muito a mim, penalizou-se com a minha triste história.
Graças ao céus, não tenho mais notícias do João Victor, de sua família e muito menos do meu pai. Quero que todos morram, sendo consumidos pelo fogo do inferno, por todo mal que me causaram, na verdade, ainda causam, pois a minha situação ainda é muito precária.
Hoje é meu dia de folga, então acordei mais cedo, fiz alguns currículos e vou entregar. Tomei um banho rápido e me troquei. Estava amarrando meu cabelo em frente ao espelho, quando senti um tremido na barriga. Levantei a camiseta e comecei a olhar a minha barriga.
Patrícia: Bom dia, meu filho! Não imagina como a mamãe está anicosa, para te conhecer! Não vejo a hora de te ter em meus braços... -disse emocionada, acariciando a minha barriga.
Passei pelo quarto da dona Josefa, conversamos enquanto tomávamos o café maravilhoso, que preparou para nós. Quando conversamos, a ausência da minha mãe é amenizada.
(Josefa)
Josefa: Como está se sentindo hoje, minha menina?
Patrícia: Estou bem, vó Efa!
É assim que todos a chamam aqui, é uma forma de carinho e respeito por seus cabelos brancos. Ela foi abandonada por seu marido, que ao ir embora, levou o bem mais precioso que ela tinha, sua filha. Desde então, ela mora aqui na pensão, tentei utilizar a internet, para encontrar alguma pista de algum ente, mas não tem nada, o homem fez tudo para que nunca fossem encontrados. Posso imaginar a dor, que essa pobre senhora tem sentido por tantos anos, mas não desisti de ajuda-lá. Quando conseguir me estabilizar um pouco, vou contratar um investigador para ajuda-lá a encontrar a sua filhe e provavelmente deve ter até netos. Ela é um exemplo de força, venceu a depressão e até mesmo um câncer de mama, gera uma força indescretível com a perseverança de um dia reencontar sua filha amada.
Patrícia: Nem tenho tido mais enjoos! E a senhora, como está?
Josefa: Muito bem, apenas um pouco cansada com o avanço da idade!
Patrícia: Que isso, vó Efa! A senhora ainda está muito forte, nem aparenta a idade que tem!
Ela gosta de fazer um certo drama, adora ser mimada por todos. Eu sou a primeira, me apeguei muito a ela.
Josefa: Bondade a sua minha filha!... Mas pensei que não iria trabalhar no dia de hoje! Não é sua folga?
Patrícia: Sim, mas vou aproveitar para procurar outro emprego... aquele casal, só me explora e quando meu filho nascer, preciso ter um serviço registrado na carteira!
Josefa: vai dar tudo certo minha querida, vou estar em oração aqui por você!
Patrícia: Muito obrigada! Sou muito grata por ter lhe conhecido, sinto um certo conforto quando estamos juntas!
Nos despedimos e segui para o centro da cidade, passei o dia todo circulando, entregando currículos, mas sempre olham para a minha barriga e de cara dizem que não estão precisando. Já no finalzinho da tarde, decidi voltar para a casa. Como me alimentei apenas com um lanche natural na hora do almoço, estou sentindo um pouco de fraqueza.
Passei em uma lanchonete para comprar um café, ao sair de lá, escutei um alto barulho de pneu freiando no asfalto, ao olhar para onde vinha o som, constatei apenas o carro em minha direção, tive tempo apenas de segurar a minha barriga, senti meu corpo sendo arremessado e uma forte pancada ao colidir-me ao chão, perdi totalmente a consciência.
Saulo
Acordei, fiz as minhas higienes pessoais, tomei um café e segui para o meu curso. Assim que cheguei minha namorada veio ao meu encontro, depositou um selinho em meus lábios. Ontem tivemos uma discussão feia, ela não aceita a minha volta para o Brasil, às vezes o que me tira do sério, é que ela fala várias coisa sem pensar, depois fingi que nada aconteceu...
Saulo: Bom dia, Belinda! -disse seco.
Belinda: Bom dia, meu gato! -disse manhosa.
Ela veio para me beijar, mas virei o rosto. Essas atitudes me irritam muito, faz isso apenas porque, uma de suas amigas, gosta de mim.
Belinda: O que está acontecendo?
Saulo: Não se lembra de ontem? Esqueceu as coisas que me falou? Se esqueceu, eu não esqueci!
Belinda: Eu estava muito nervosa... falei sem pensar!
Saulo: Mais tarde nos falamos, vou para a minha aula, não quero me atrasar!
Segui para a aula. Já cuidei de toda a minha transferência, como está nos últimos dias desse semestre, logo estarei em casa.
Como sempre, as aulas foram excelentes, na saída, Belinda já me aguardava próxima de minha moto, como fiquei na sala estudando durante o intervalo, ela deve estar ainda mais irritada.
Belinda: Imaginei que evitaria a minha presença! -disse irônica!
Saulo: Por favor, Belinda, não comece! -disse a colocar o capacete.
Belinda: Me desculpe! Posso ir para o seu apartamento?
Saulo: Tá!
Seguimos juntos para o meu apartamento. Assim que entramos, ela iniciou um beijo quente, logo estávamos em minha cama nus, nos beijando fervorosamente. Quando me posicionei entre as suas pernas e peguei a camisinha, ela segurou a minha mão.
Belinda: Quero te sentir sem camisinha, dentro de mim, Saulo! Eu tomo remédio e sabe que não tenho nenhuma doença!
Saulo: Não vamos arriscar, Belinda! -ela revirou os olhos.
Coloquei a camisinha, a virei de costas na cama e a penetrei, ela estava fazendo uns movimentos estranhos, mas estava quase chegando ao meu limite, então percebi que ela levou a mão até as nossas intimidades, mesmo muito excitado pude perceber o que ela queria. Subitamente saí de dentro dela, a deixando espantada. Irritado fui para o banheiro e me tranquei lá.
Tóc, tóc, tóc....
Belinda: O que aconteceu, Saulo? Abre essa porta!
Não dei importância aos seus gritos, me aliviei sozinho mesmo, debaixo do chuveiro tomando um banho de água fria. Me sequei e troquei.. Saindo do banheiro, deparei com ela sentada na minha cama, ainda nu.
Belinda: Enlouqueceu, Saulo? Por que está fazendo isso comigo? ... Me tratando como uma qualquer
Saulo: Não fiz nada disso! Acreditou mesmo, que não perceberia que estava tentando rasgar a camisinha?!
Belinda: Não entendo, o motivo de nunca querer transar sem camisinha! Já fizemos exames e tal...
Saulo: Não quero filhos! Pelo menos não agora! Sou muito jovem, quero aproveitar a minha vida, curtir... e um filho não está nos meus planos no momento! Sei muito bem, que o seu plano idiota, é engravidar e querer me amarrar aqui em Portugal, sinto lhe informar, que não vai funcionar, vou embora de qualquer jeito! Quer saber mais... Acabou... o nosso namoro, acaba aqui! Eu esperava muito mais de você! -disse iritado e decpcionado.
Belinda: Não pode fazer isso com a gente!
Saulo: Já fiz! Melhor pegar as suas coisas e ir!
Belinda: Por favor, Saulo! não faz isso comigo... com a gente! Eu te amo muito!
Saulo: Ama nada! Todas as sua atitudes ultimamente, só provam o contrário! Quem ama cuida e você não tem feito isso... podia aproveitar meus últimos dias aqui, ficarmos juntos, curtir, mas não..., quer me obrigar a permanecer onde não estou feliz!
Belinda: É muito dependente dos seus pais! Não percebe que eles ficam fazendo a sua cabeça para voltar!
Saulo: Não fale dos meus pais! Eles nem imaginam que estou para voltar! Mais um ponto importante, que o nosso namoro não vai dar certo, desde o começo demonstra que não gosta deles... isso é porque, nem os conhece, os julga por um ciúmes bobo e infantil!
Belinda: Me perdoa, Saulo..., mas por favor, não me deixe! Eu prometo que vou mudar! -disse segurando minha camisa.
Saulo: Melhor cortar o mal pela raiz! O nosso relacionamento, já não tinha como dar certo... principalmente com a distância! Foi muito bom te conhecer, mas acabou!
Belinda: Não! Eu não vou aceitar isso! Está irritado... de cabeça quente, amanhã tenho certeza que nem vai se lembrar de tudo o que aconteceu aqui!
Saulo: Não sou como você, Belinda! Sou um homem de palavra, não volto atrás em minhas decisões! Não vai rolar mais nada entre nós! Então por favor, é melhor ir embora!
Belinda: Isso não vai ficar assim, Saulo! Vai me pagar muito caro!
Saulo: Não tenho medo de ameaças!
Irritada, vestiu suas roupas e saiu pisando alto do meu apartamento.
Saulo: Que mulher, maluca! Queria me prender com um filho! Ainda bem que meus pais, sempre me alertaram sobre esse tipo de mulher! -pensei jogando meu corpo sobre a cama.
Liguei para a minha irmã, ficamos conversando um pouco, depois fui trabalhar um pouco no computador.
Não vejo a hora de estar no meu país de origem...
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