Londres, Maysa está em uma galeria luxuosa, não cabe de tanta felicidades é a primeira exposição de seus quadros, após tantos anos lutando para conseguir.

Dona da galeria: Um brinde a essa artista magnífica com suas obras contemporâneas. Maysa por favor se aproxime.

Maysa está com um vestido vermelho, longo, com um rasgo até a cocha, um sapato preto com salto vermelho, estava radiante, com seus lindos cabelos ruivos naturais soltos, seus olhos azuis arrastavam os homens que ali se encontravam.

Maysa: Obrigado a todos por vir e comprar meus quadros. risos

Dona da galeria: Um brinde.

Todos brindaram, o celular de Maysa não parava de tocar, era Nora sua amiga.

Maysa: Nora?

Nora: Sei que está na sua exposição, não sei como falar, por isso serei direta, sua irmã está no hospital, se quiser ver sua irmã viva, volta imediatamente para o Brasil. Neste instante, Maysa derruba a taça que estava em suas mãos, suas pernas ficam bambas.

Nora: Maysa, está ai? Maysa.

Maysa: Estou indo para ai.

Todos olhavam para ela, que sem dizer uma única palavra sai correndo da galeria.

Dona da galeria: Artistas, são muito temperamentais, devem ter tido uma inspiração e correu. Todos riram. E exposição foi um sucesso a maioria dos quadros foram vendidos.

Maysa foi no seu pequeno apartamento, fez uma mochila e correu para o aeroporto.

No Brasil, Mariah está ligada em vários aparelhos, nora sua amiga e braço direito cuidava dela com muito amor.

Mariah: Minha irmã?

Nora: Já está vindo.

Mariah: Ela precisará muito de você, ela assumirá as empresas, não a desampare, oriente.

Nora: Descanse, não fale muito.

Mariah: Meu advogado já resolveu tudo. Por favor, Nora, prometa que cuidará de Maysa como cuidou de mim.

Nora: Não se preocupe, eu prometo.

Mariah: Estou com tanta dor.

Nora: Onde está doendo?

Mariah: Tudo.

Nora: Vou chamar o médico.

Mariah: Não, fique aqui comigo. Você e Maysa é minha única família. Obrigada Nora por sua amizade e lealdade, obrigado por sua companhia todos esses anos, se não fosse você ao meu lado não conseguiria gerir a empresa dos meus pais.

Nora: Eu agradeço pela oportunidade que sua família me deu, por ter pago meus estudos e me tratar como família mesmo eu sendo filha da governanta. Você e Maysa para mim é como se fosse minhas irmãs.

Mariah: E você é nossa irmã, como sua mãe é nossa segunda mãe, ela nos criou, cuidou de nós quando meus pais faleceram.

Nora e Mariah se emocionam.

Mariah: Estou fraca, não sei se consigo esperar Maysa chegar.

Nora: Tente descansar, por favor. Sua irmã já chega.

Elaine: Nora, minha filha, vai descansar, vou ficar aqui com ela.

Nora: Mãe, ela acabou de dormir, preciso ir à empresa resolver umas pendências, cuide dela eu já volto.

Elaine: E Maysa?

Nora: Já falei com ela, está vindo.

Elaine: O que será de Maysa, perdeu os pais agora a irmã, ela é tão frágil, de vocês três ela sempre foi a mais sonhadora, emotiva.

Nora: Alma de artista mãe, não sei como ela vai ficar, sei que a senhora e eu estaremos aqui, para o que ela precisar. Ela nunca ficará sozinha.

Elaine: Tenho tanta pena da menina, Mariah não quis dizer a ela que estava doente, para não acabar com a felicidade dela, em sua primeira exposição. Inventou uma desculpa para não ir.

Nora: Infelizmente mãe, eu tive que dar a notícia.

Elaine: Como ela reagiu?

Nora: Escutei um barulho, e em seguida ela disse que estou indo agora.

Elaine: Liguei várias vezes, ela não atendeu.

Nora: Deve estar no avião. Mãe preciso ir, já volto.

Nora sai e vai para a empresa.

Mariah: Elaine.

Elaine: Oi, minha filha, estou aqui.

Mariah: Estou com sede.

Elaine: Vou pegar água para você.

Elaine molhou a gases e passou nos lábios de Mariah, ela já não tinha forças para sugar o canudo.

Elaine: Minha filha toma mais um pouco.

Mariah: Não aguento.

Elaine: Descanse.

Enfermeira: Hora da medicação.

Elaine: Tudo bem.

Enfermeira: Dina Mariah, está medicação é para dor.

Mariah acena com a cabeça.

Maysa acaba de desembarcar em São Paulo, um pouco desorientada entra em um táxi.

Taxista: Para onde senhora?

Maysa: Senhor, só um minuto, não sei para onde vamos.

Ela liga o celular e disca o número de Nora.

Nora: Alo Maysa chegou?

Maysa: Cheguei, qual hospital minha irmã está?

Nora: Hospital Israelita Albert Einstein

Maysa: Senhor, para o hospital Hospital Israelita Albert Einstein. Obrigada Nora, já estou indo para lá.

Nora: Nós nos vemos lá. beijos.

Maysa e Mariah, mesmo sendo irmãs gêmeas idênticas tinham a personalidade diferente, Maysa é calma, tranquila, frágil e sonhadora, adora se vestir casualmente e jaquetas de couro pretas.

Mariah, mas pé no chão, executiva e firme nas palavras e adora se vestir bem arrumada com roupas de grifes, uma verdadeira executiva.

Maysa chega ao hospital e segue para recepção.

Maysa: Boa tarde, minha irmã está hospitalizada.

Atendendente: Qual nome dela por favor?

Maysa: Mariah Nogues.

Atendente: Só um momento, está no apartamento vip 1002. Seus documentos por favor para liberar sua entrada.

Maysa entrega seu passaporte.

Atendente: Prontinho senhora Maysa, pode ir.

Maysa entra no elevador desorientada, e vai até o quarto de sua irmã. Ao vê não acredita naquilo.

Maysa: Mariah, cheguei minha irmã estou aqui.

Elaine: Minha menina, ela acabou de tomar medicação.

Maysa: Porque não me avisaram que ela estava doente? Como aconteceu isso Elaine? Me esconderam algo tão sério?

Elaine: Você sabe como é sua irmã, ela não queria te preocupar. E tudo aconteceu muito rápido.

Maysa: Como assim me conte tudo.

Elaine: Só o que sei, é que ela conheceu um homem se apaixonou perdidamente, ele não era um bom homem, a maltratou muito, agrediu ela fisicamente, a humilhou, a vergonha não deixava ela sair do quarto, a tristeza tomou conta dela, não se alimentava, se dopava o tempo todo.

Maysa: A quanto tempo isso está acontecendo Elaine?

Elaine: Oito meses, quando conseguimos trazer ao hospital já era tarde demais, por não se alimentar causou uma ferida no estômago e desenvolveu um câncer.

Maysa: Quase todas as semanas falava com ela, e ela dizia que estava em reunião, porque ela não me disse, porque ela não me contou, e como fui tão estúpida que não percebi nada? Somos gêmeas, eu tinha que ter sentido.

Elaine: Você não foi estúpida minha menina, você estava ocupada também, e ela não queria que você soubesse de nada.

Mariah: Maysa você está aqui!

Maysa: Estou minha irmã, porque você fez isso comigo, porque não me contou o que estava acontecendo?

Mariah: Não queria te preocupar.

Maysa: Está me destruindo agora, me deixando sozinha neste mundo. chorando

Mariah: Você ficará bem meu amor, e estarei sempre com você, somos gêmeas lembra? Enquanto você viver eu também vivo.

Maysa desaba de tanto chorar.

Mariah: Fique calma meu amor, tudo ficará bem.

Elaine e Nora vão cuidar de você. Segura na minha mão.

Maysa: Eu juro, que esse miserável que fez isso com você vai me pagar.

Mariah: Não pense nisso, seja feliz por mim e por você. Me promete?

Maysa: Prometo que serei muito feliz depois que me vingar.

Mariah: Eu te amo muito minha irmã, seja feliz

Os aparelhos começam a apitar, em segundos o quarto está cheio de médicos.

Maysa não conseguia soltar a mão de Mariah.

Médico: Hora do óbito dezoito e quinze.

Maysa beija a testa de Mariah e se ajoelha no chão gritando o nome da irmã e chorando.

Maysa está sentada na porta do hospital desconsolada, aguardando o corpo da sua irmã ser liberado, Nora está resolvendo tudo. Maysa não consegue parar de pensar no que aconteceu com sua irmã.

Ela escuta uma discussão dentro do hospital, um rapaz alto bonito falando alto, olha e deixa para lá

Romeu está na recepção do hospital, implorando para alguém olhar seu pai, pois seu pai estava internado ali, e o hospital se Romeu não arrumar em um mês dinheiro para pagar as dívidas do hospital seu pai irá ser encaminhado para um público, só esse hospital tem o tratamento que o pai necessita.

Nora: Maysa, vamos para casa, a funerária levou o corpo de Mariah, você precisa comer, e dormir um pouco, o sepultamento será amanhã de manhã.

Maysa: Quero ficar com minha irmã.

Nora: Não tem como, a funerária precisa organizar o corpo. Vamos.

Maysa levanta meio cambaleando, e Romeu a segura.

Romeu: Moça você está bem?

Maysa acena com a cabeça e não olha para ele.

Nora: Obrigada moço, segure em mim Maysa vou te levar para casa.

Nora, Maysa e Elaine, vão para mansão onde Maysa e Mariah cresceram, onde Mariah morava com Nora e Elaine.

Elaine: Vou preparar um lanche para vocês.

Nora: Obrigada mãe.

Maysa: Nada mudou nesta casa, desde que éramos crianças, só os moradores que morreram.

Nora: Sua irmã gostava de deixar tudo igual.

Maysa: Nora, me conte sobre esse homem.

Nora: Não sei muita coisa, ela o escondia de nós só sei o sobrenome e que tem uma fazenda no interior de São Paulo.

Maysa: Quero que me ajude a contratar um detetive, e descubra tudo sobre ele.

Nora: Tem certeza, ele já fez tanto mal a sua irmã.

Maysa: Tenho. E como ele roubou Mariah?

Nora: Mariah fechou um grande negócio com Australianos, teve uma confraternização em um restaurante e ele estava lá, ela de imediato se encantou por ele. Nos primeiros meses sua irmã estava muito feliz, apaixonada, vivendo um sonho. Ele a convenceu a investir em uma empresa de um amigo, investiu dois milhões de Reais, sei que nos meses seguintes, ela chegava chorando com hematomas, e um dia eu ouvi ela dizer no celular, que ia a polícia denunciar se não devolvesse o investimento dela. No dia seguinte ela chegou na empresa desesperada, chorando muito e com a boca sangrando, a única coisa que ela me disse foi que ele a humilhou, terminou com ela e roubou seu dinheiro, desde esse dia, ela não voltou a empresa e se trancou em casa.

Maysa: Filho da puta, eu mato ele. Nora descubra tudo sobre ele a família. A fazenda.

Nora: O qur você pretende fazer?

Maysa: Me vingar.

Nora sentiu um frio na espinha, Maysa estava diferente da menina frágil, via em seus olhos frieza e desamor.

Nora: Estarei do seu lado em tudo que precisar, vamos lanchar.

Maysa: Vou subir, estou sem fome preciso me deitar um pouco.

Nora: Depois tente comer, não vou aguentar ver você fazer a mesma coisa de Mariah, agora só tenho você Maysa.

Maysa: Obrigada por ter cuidado dela, está sempre do nosso lado, você é uma irmã para nós e sempre será.

Nora: Então coma e não mate essa outra irmã de agonia.

Maysa foi ao quarto de Mariah, olhou ao redor deitou em sua cama, e chorou como uma criança, de repente veio um ódio em seu coração, saiu revirando todas as gavetas em busca de algo que a levasse a esse maldito homem.

Maysa acordou cedo, foi com Nora, Eliane e o motorista para cemitério, sua irmã será enterrada junto com seus pais no jazigo da família. Vários amigos e acionistas da empresa estavam lá, como também vários funcionários. Mariah era uma boa chefe e ao lado de Nora administrava a empresa com braço de ferro.

Elas saíram do carro e todos olharam espantados.

Funcionários: Dona Mariah não está morta?

secretária: É a irmã gêmea dela, nossa nova chefe.

Funcionários: São idênticas, se eu não visse o caixão ali, diria que estão nos pregando uma peça.

Maysa se apoiava em Nora, todos funcionários e acionistas fizeram homenagens. O padre fez uma oração e foi encaminhado o caixão para o jazigo.

Eliane: Vamos menina, já acabou.

Maysa: Podem ir, preciso caminhar um pouco, ficar um pouco sozinha, depois pego um táxi para casa.

Nora: Tem certeza?

Maysa tenho sim.

Maysa ficou por ali no cemitério andando, com os pensamentos a mil. Depois de algumas horas voltou para casa e escutou uma discussão entre Nora e Eliane.

Nora: Mamãe eu tenho que falar para ela, sei que ela está sofrendo e que perdeu a irmã, mas não tem outro jeito, não tenho como esperar.

Eliane: Você não pode fazer por ela por enquanto?

Nora: Não mamãe, só ela pode resolver .

Maysa: Resolver o que Nora?

Nora: Sua irmã deixou tudo pronto antes de morrer, todos os bens são seus, e você terá que assumir o lugar dela nas empresas o quanto antes, nossas ações com a morte dela está caindo, os acionistas me pressionando e eu não sei o que fazer.

Maysa: Nora, eu não sei nada sobre a empresa, vou precisar de você do meu lado, como você sempre esteve do lado de Mariah, me ensinando e me ajudando em tudo.

Nora: Com maior prazer.

Maysa: Amanhã assumo a presidência, e você marque reunião com acionistas e vamos resolver.

Elaine: Menina, você está preparada para isso? Vai abandonar seu sonho agora que você está conseguindo?

Maysa: Meu sonho morreu junto com minha irmã, agora o que tem em mim é raiva, ódio e sede de vingança. Apartir de hoje serei a destemida Maysa Nogues e farei de tudo para vingar minha irmã.

Eliane: A vingança mata o vingador, minha filha, não deixe o ódio do que aconteceu com sua irmã transformar você.

Maysa: Já transformou, só tem dor e ódio dentro de mim. Nora, você conseguiu o que te pedi?

Nora: Já falei com detetive.

Maysa: Encontrei isso nas coisas dela, e esse nome da fazenda.

Nora: Essa foto está com o rosto dele rasgado.

Maysa: Tem essa tatuagem no peito, você consegue ver?

Nora: Sim, é um brasão de família. Já é uma boa pista.

Maysa: Vou me deitar, amanhã de manhã vamos à empresa.

Elaine: Come pelo menos uma sopa menina.

Maysa: Comi uma besteira na rua.

Elaine começa a chorar.

Maysa: O que foi Elaine?

Elaine: Se você não comer, vai terminar igual sua irmã.

Maysa: Só para você tranquilizar, leve a sopa ao meu quarto.

Elaine: Sim menina.

Nora: Vou subir com você, amanhã teremos um longo dia. Preciso me recuperar também.

Maysa: Nora sei que passou a noite acordada e chorando também, precisamos dar força uma a outra para superar tudo e a todos. Se não conseguir dormir pode ir dormir comigo, como fazíamos quando crianças.

Nora: Yempos bons nós três assistindo tv até de manhã, dormindo na cama de solteiro.

Maysa: Mariah sempre derrubava a gente , você e eu dormiamos no chão.

Nora: Verdade ela sempre foi espaçosa. risos tristes.

Maysa foi para seu quarto fez sua higiene pessoal, esperou Nora, que de tão cansada acabou dormindo de roupa e tudo.