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A Proposta Do CEO

Capítulo 01

Demetria Scott (foto) tem o sonho de ser mãe. Desde que perdeu seus pais num acidente automobilístico há três anos, ela anseia em formar uma família e ter alguém no mundo para dar e receber amor

Faltando pouco para chegar aos trinta anos, tem pra si que seu relógio biológico está gritando e precisa desesperadamente correr conta o tempo se quiser conquistar seu sonho da maternidade. Ainda solteira e sem um namoro à vista, ela aceitou a doação de esperma do seu amigo gay, Brian Duncan (foto), e fazer uma inseminação artificial.

Acontece que Brian, por oposição do companheiro e amor de sua vida, Paulo, decidiu por desistir da doação. Ela ficou tão magoada que há dias ignora as ligações e mensagens que o amigo encaminha diariamente. Até e-mails ele começou a mandar pra ver se ela respondia.

Demetria trabalhava numa das principais empresas de publicidade e propaganda do país, sediada em Seattle, e ama o que faz. Ela trabalha no departamento de Marketing, que ocupa o quarto andar do prédio da empresa.

Ela estava na sala de reuniões, admirando seu trabalho e arrumando os últimos detalhes do chá de bebê que o departamento preparou pra gerente, Melanie, que estava saindo de licença maternidade. Enquanto organizava os últimos detalhes, antes que os convidados começassem a chegar, algumas lágrimas silenciosas rolaram por seu rosto.

Demetria repetia para si mesma, desde quando aceitou organizar a despedida, o seguinte mantra: “Respira, Demetria, a anfitriã da festa não pode permitir que o mostro da inveja a consuma e faça com que perca seu autocontrole”; porém, com a proximidade da hora, este mesmo mantra não estava mais fazendo o efeito esperado.

- Eu posso dizer aos convidados que você teve uma dor de barriga e precisou ir pra casa, se quiser sair correndo antes da festa começar. Pelo menos você não precisaria continuar se torturando como você está fazendo agora.

Tomando um baita susto, a ponto de fazer seu coração bater disparado, Demetria correu secar as lágrimas que restaram em seus olhos, antes que sua melhor amiga, Alice Simmons (foto), as percebesse.

- Alice! Você quer me matar de susto?

- Me desculpa! Não é que eu quis te assustar de propósito, mas é que você estava tão arrasada e absorta em seus próprios pensamentos que nem percebeu minha aproximação.

Abaixando a cabeça e dando uma arrumada na própria roupa, Demetria resolveu permanecer em silêncio. Vendo a situação da amiga, Alice revirou os olhos e disse:

- Demi, acho que você não estava batendo muito bem das ideias quando aceitou isso. Me perdoa a sinceridade, mas isso é um lento suicídio emocional.

- Alice, não tinha como eu não aceitar. Melanie quem me ajudou a conseguir esse emprego, ela me ensinou tudo o que sei e passou por três tentativas de inseminação artificial até que na quarta deu certo. Ela merece ter um chá de bebê.

- Eu não estou discutindo o fato de ela merecer ou não. O ponto em questão é que não precisava ser você a organizadora. Tenho certeza que ela entenderia perfeitamente, ainda mais depois de tudo o que aconteceu com o Brian.

Como se estivesse escutando a conversa das duas, o telefone de Demetria começa a tocar. Olhando no identificador de chamadas, ela mostra pra Alice, que acaba fazendo uma careta. Demi simplesmente recusa a chamada e desliga o celular, colocando-o no bolso de trás da calça.

- Ele ainda está correndo atrás de você na tentativa vã de te explicar seus motivos e fazer as pazes?

- Nem me fale, não aguento mais receber tantas mensagens, ligações e e-mails ao longo do dia.

- Se quiser, eu posso responde-las em seu nome: “Se você não parar com isso, vou dar um jeito de conseguir uma ordem policial pra você não se aproximar mais de mim”.

As duas acabam por rirem juntas imaginando a cara de Brian se isso, de fato, acontecesse.

- Ele é inofensivo, amiga.

- Sei que não pediu minha opinião, mas se eu fosse você chegaria nele e falava pra ele crescer, tomar uma atitude e dar um pouco de esperma pra você.

- Mesmo sendo algo bastante tentador, prefiro recusar e não iniciar uma confusão entre ele e Paulo. Afinal, essa ideia de doar esperma já deu o que tinha que dar.

Colocando os braços nos ombros de Demetria, Alice soltou um grunhido frustrado.

- Olha aqui, Demetria Scott, só o fato de você ir atrás de doação de esperma para ter um bebê já é uma coisa ridícula. Você é linda, jovem e inteligente para desistir de arrumar um homem pra sua vida e ter uma criança.

- Amiga, eu agradeço de coração os elogios, mas nessa altura do campeonato, considerando meu relógio biológico e o dedo podre que tenho pra homens, acredito ser um pouco tarde pra pensar em ir atrás de um relacionamento.

- Do jeito que você fala até parece que fará sessenta anos, Demi. Você fará trinta anos apenas início do ano que vem e tem muito tempo pra ter bebês, ainda mais se ele te ajudar a conseguir um bom marido. - E, acariciando os braços de Demi com compaixão, continuou: - Apenas se permita pelo menos tentar.

Revirando os olhos, Demetria disse:

- Alice, amiga, desde que eu fiz vinte anos eu quero, quer dizer, preciso ter um bebê. Eu preciso ter de novo uma família. Faz três anos que perdi meus pais, não tenho irmãos e... – A voz dela ficou sufocada com a emoção. – E outra, devo lembrá-la dos últimos meses e de todos os idiotas que eu tive o desprazer de sair? Francamente, até as outras meninas do departamento acham que eu preciso escrever um livro contando minhas péssimas experiências.

- Ahhh, mas você também saiu com alguns caras decentes. – Ela deu um sorriso, forçando a amiga a acreditar que nem tudo estava perdido como ela imaginava. – Já pensou que você pode não estar fazendo a abordagem correta? Às vezes,se você aceitar a ideia de jogar a cartela de precauções no lixo e fazer sexo desprevenido, pode te ajudar a engravidar.

Demetria preferiu silenciar-se. Não estava com paciência pra discutir o assunto com Alice. Pra ela, o fato de saber a origem dos genes paternos do seu futuro bebê não estava em discussão, ela não iria se render.

- Eu não sei como vou conseguir, mas de alguma forma eu terei uma criança para amar, e nada nem ninguém vai me impedir de conseguir o que eu quero.

E, para sacramentar sua torcida e apoio, Alice lhe deu um abraço apertado.

Capítulo 02

Christian Miller (foto) estava completamente exausto quando olhou para seu relógio. Vendo que já se passava das sete da noite, esfregou os olhos, passou a mão pelos cabelos e resolveu dar o dia por encerrado. Por mais que ele quisesse terminar de revisar o projeto que estava à sua frente para uma nova campanha da Vogue, seu cérebro já não estava mais funcionando.

Depois de várias reuniões ao longo do dia, era nítido que ele não conseguiria passar muito mais tempo no escritório para revisar os documentos que estavam na sua mesa. Vendo que não ia mais render se permanecesse ali, desligou o computador, pegou sus chaves, carteira e paletó, deu uma última conferida na sala antes de desligar as luzes e tranca a porta da sala.

O fato de ser o CEO de uma das maiores empresas de publicidade e propaganda do país, permitia que ele esperasse até o dia seguinte para finalizar uma revisão sem ter alguém para ficar pegando no seu pé.

Sua sala ocupava o último andar do prédio, junto com os demais Diretores Executivos da empresa. Pelo avançar da hora, ele era o último a sair, uma vez que algumas funcionárias haviam ido participar da despedida da Melanie, Gerente de Marketing, que estava saindo de licença maternidade.

Caminhando em direção ao elevador, sentiu sua barriga roncar e lembrou que não havia nada em sua casa para comer, então era certo que ele precisava comprar alguma coisa pelo caminho ou implorar por um prato de comida para uma das suas irmãs casadas.

Por um breve momento pensou que gostaria de ter uma mulher esperando por ele em casa, com uma comida caseira. Mas, mais rápido ainda, ele afastou esse pensamento. Nem mesmo um banquete compensaria o desgaste em estar num relacionamento de longo prazo. Ele ainda tinha trinta e dois anos e achava ser muito novo para se estabelecer e formar uma família. Estava mais adepto à ideia de continuar solteiro pelo resto da vida.

- Boa noite, Sr. Miller.

- Boa noite, Dona Maria – respondeu ele à senhora que fazia a limpeza, enquanto apertava o botão do elevador.

Quando chegou ao térreo, vozes acaloradas chegaram até seus ouvidos assim que a porta do elevador se abriu. E, pelo tom de voz do casal, era alguma briga doméstica que estava prestes a acontecer. Isso era a última coisa que ele precisava passar depois de um dia cheio de trabalho.

- Eu não acredito que você ousou vir até o meu local de trabalho me encurralar.

- E o que você queria que eu fizesse? Se tivesse atendido às minhas ligações ou respondido às minhas mensagens, eu não precisava vir atrás de você pra saber se está bem.

- Não disse pra você me deixar em paz? É só isso que eu quero que você faça.

- Mas Demi, eu amo você e não quero perde-la.

De repente a voz da mulher aumentou de volume.

- Para trás, não ouse me tocar.

Sem pensar duas vezes, com seu lado protetor vindo à tona, Christian correu até onde as vozes estavam.

- Tira as mãos dela! – Gritou.

O rosto de Demetria passou de vermelho a roxo quando viu quem havia se aproximado e, com a cabeça baixa evitando contato visual com Christian, ela correu e se trancou no banheiro feminino. Contudo, mesmo ela fazendo o possível para esconder seu rosto, ele a reconheceu do departamento de marketing. Não sabia o nome dela, mas já viu ela acompanhando Melanie em várias reuniões.

Voltando sua atenção ao homem parado na sua frente, que estava com os olhos arregalados de medo, ele logo o soltou e deu alguns passos para trás. Christian nem parou pra pensar no quanto ele deveria parecer intimidador com os dentes cerrados e os punhos fechados. Mantendo a postura e a guarda alta, Christian apertou os olhos e disse:

- Pela forma que ela está chorando e pedindo pra você não se aproximar, posso deduzir que vocês não estavam apenas conversando, não é mesmo?

- Olha cara, você entendeu tudo errado, mas...

- Eu? Entendi tudo errado? Tem certeza? Eu acho que você é do tipo que não consegue deixar sua “ex”, mesmo sabendo que ela não quer que você a toque.

Soltando uma risada nervosa, Brian foi logo se explicando:

- Acredite em mim, sua linha de raciocínio está completamente equivocada. Demi não é minha “ex”, até porque eu sou gay. Ela é a minha melhor amiga desde o ensino médio e agora ela está irritada comigo. – Brian fez uma pausa e suspirou. – Tudo isso por que eu desisti de ser seu doador de esperma.

Mesmo falando mais pra si do que pra Christian, o mesmo acabou escutando e foi logo se esvaindo.

- Bem, isso realmente não é da minha conta. – Pigarreou e continuou: - Me desculpa por julgar mal a situação e espero que se resolvam em breve.

Mas suas palavras caíram em ouvidos surdos e Brian simplesmente continuou contando toda a história dramática de Demi. E, mesmo que a conversa estava por tomar um rumo emocional, Christian não conseguiu simplesmente sair correndo.

- Demi é doida por crianças e sonha em ter um bebê. Por amá-la como eu amo, eu prometi ser o doador do esperma, porém Paulo, meu parceiro e amor da minha vida, não aceita, mesmo a gente explicando que eu não teria nenhum tipo de envolvimento com a criança.

- Mas porque ela simplesmente não vai num banco de esperma e escolhe aquele que ela quer? – Sem nem pensar, Christian já estava dando seus palpites na história.

- É que ela tem na cabeça que haverá uma confusão tremenda caso a amostra escolhida seja trocada pela de um assassino em série. – Nisso, o telefone de Brian começou a tocar. Olhando no visor, olhou para os lados e disse: - Droga, é o Paulo. – E, parando seus olhos em Christian, soltou: - Bonitão, eu tenho mesmo que ir, mas não gostaria de terminar as coisas assim com ela dessa forma, será que você...

- Pode ir! Pode ir que eu vejo se ela está bem e, qualquer coisa, a acompanho até o carro dela ou a levo pra casa, se for necessário.

- Mesmo? Você poderia fazer isso pra mim? – Ele estendeu a mão. – Muito, muito obrigada, Senhor...

- Christian. Christian Miller.

- Prazer, Christian, eu sou Brian Duncan. Obrigado pela sua ajuda.

Depois de apertarem suas mãos, Brian atendeu a ligação enquanto caminhava até a saída do prédio, desaparecendo pela noite. Ainda sem entender o porque de ter se envolvido nessa historia, Christian caminhou até o banheiro feminino e bateu na porta.

- Brian, eu já disse pra me deixar em paz! Vá embora! Nós não temos mais nada para conversar, principalmente agora que você me envergonhou diante do meu patrão.

Respirando fundo e contando até três pra não perder a paciência, Christian abriu a porta do banheiro e deu de cara com Demetria sentada no vaso sanitário de um dos cubículos e com os olhos fechados, massageando a têmpora como se estivesse com dor de cabeça. Ouvindo que a porta se abriu, mas ainda sem abrir os olhos, disse:

- Eu juro pra você, Brian, que se você não sair daqui e me deixar em paz, eu vou te acertar bem no meio das pernas pra você nunca mais cogitar ter filhos.

- Na verdade, não é o Brian quem está aqui.

Ao ouvir uma voz que não era a de Brian, ela abriu imediatamente os olhos. Apavorada em ver que Christian estava parado à sua frente, ela se levantou e abaixou a cabeça, sem querer encará-lo nos olhos.

- Me perdoa, Sr. Miller, eu não esperava vê-lo aqui. E, também, gostaria de me desculpar em meu nome e em nome do meu amigo, Brian, por escutar nossa discussão no corredor agora a pouco, não era minha intenção deixa-lo no meio da nossa briga e estragar sua noite.

- Você não estragou a minha noite e realmente espero que esteja mais calma. Seu amigo precisou ir embora e me comprometi com ele de que iria verificar se precisa de alguma coisa antes de ir.

- Eu estou bem, Sr. Miller, muito obrigada pela sua preocupação.

- Você está de carro? Precisa de uma carona ou consegue dirigir?

- Eu estou dirigindo. Mais uma vez, obrigada pela atenção.

- Venha, eu também estou indo ao estacionamento e te acompanho até seu carro.

Desviando o olhar dele para seu reflexo no espelho, ela pode ver o quanto estava desarrumada.

- O senhor poderia me dar cinco minutinhos pra eu poder me recompor?

- Claro, estarei aguardando no saguão.

Christian saiu do banheiro dando toda a privacidade que ela precisava. Pensou no quanto ela era linda: loira, olhos verdes e dona de corpo escultural. Rapidamente ele expulsa os pensamentos imundos que começam invadir sua mente.

Nisso, a porta do banheiro se abre e Demetria sai do banheiro ainda mais bela depois de retocar sua maquiagem. Enquanto caminham lado a lado pelo saguão da empresa, alguns dos funcionários que também estavam de saída, ficam encarando e cochichando fazendo Demetria se sentir constrangida.

Capítulo 03

Mantendo seu olhar sempre à frente, Christian percebe os olhares sobre ele e Demetria, vindos dos demais funcionários da empresa que estavam saindo. Ela, por sua vez, olhava para baixo a fim de não ser reconhecida andando ao lado dele.

Seus saltos altos vão fazendo barulho quando tocam o chão, e o fato de estar mais preocupada em se esconder dos olhares do que onde estava pisando, acaba tropeçando e, quando está prestas a cair, é puxada para trás.

No reflexo, Christian passa os braços por sua cintura para dar apoio, a envolve em seus braços e a puxa pra ele. Agarrada em sua roupa para ter apoio, Demetria olha pra cima e vê os olhos, a boca e o corpo de Christian bem próximos ao dela.

Sua respiração que já estava acelerada por conta do susto, como se fosse possível, acelerou ainda mais. As batidas do seu coração estavam descompassadas e o rubor em seu rosto estava ainda mais evidente. Do jeito que estavam pareciam estar protagonizando uma cena de filme romântico.

Com a proximidade, ela pode reparar o quanto ele era lindo. Seus olhos e cabelos castanhos, sua pele sem nenhuma marca, os contornos do seu rosto, seus lábios. Olhando em volta e vendo que todos pararam para admirar a cena e até a filmavam, ela recuperou um pouco dos sentidos e se afastou dele.

- O-Obrigada.

- Não há de que. – Ele disse enquanto arrumava suas roupas e passava a mão pelos cabelos. – Vamos? – Estendeu o braço dando passagem para que ela fosse na frente.

Segurando a porta que dava acesso ao estacionamento, Christian e Demetria caminhavam num silêncio constrangedor. Ela ainda não podia acreditar no que acabara de acontecer, certamente amanha ela seria o assunto principal das rodinhas de fofocas. A fim de quebrar o gelo e iniciar um assunto, ele pergunta:

- Acho que estou em desvantagem. A Senhorita me conhece, mas eu não conheço a senhorita. Já a vi algumas vezes acompanhando Melanie em algumas reuniões, então eu posso deduzir que faz parte do departamento de marketing?

- Ah sim... com toda essa confusão, eu esqueci de me apresentar. – E, parando de andar, ficou à sua frente e lhe estendeu a mão, dizendo: - Me chamo Demetria Scott e, sim, trabalho no departamento de marketing há alguns meses.

- Muito prazer, Srta. Scott. – Estendendo as mãos de volta, ele lhe lançou um sorriso torto e, na sequencia, retomaram a caminhada. – Espero que esteja gostando de trabalhar aqui.

- Sim, eu estou. – Responde timidamente, mas num tom bastante animado. De repente ela para ao lado de um Nissan Versa razoavelmente novo. – Bem, este é o meu carro.

- Então é aqui que nos despedimos. – Sabia que ele deveria se despedir, mas ele estava hipnotizado por aquele par de olhos verdes à sua frente.

Nesse momento, um carro sai do estacionamento e obrigada Christian a se aproximar de Demetria para sair do caminho, o que a pegou totalmente de surpresa.

Com seus corpos praticamente colados e suas respirações aceleradas, ele passa os braços por sua cintura e aperta ainda mais seu corpo contra o dela. Demetria não reage, uma eletricidade formigava por ela ao seu toque e o cheiro dele invadiu suas narinas, fazendo com que se sentisse tonta e se contorcesse em seus braços.

Quando levantou seu rosto e olhou para aqueles olhos castanhos, Christian apertou seus lábios contra os dela. De início ela protestou, empurrando as mãos contra o peito dele, mas o calor da língua dele abrindo seus lábios fez com que ela perdesse completamente o controle sobre seu corpo.

As mãos de Christian passavam pela cintura e pelas costas dela, enroscando seus dedos em seus cabelos loiros, acariciando-a, provocando-a. Demetria ergueu seus braços e passou suas mãos em volta do pescoço dele, puxando-o mais pra perto.

Se utilizando do quadril, ele a apoiou contra o carro enquanto mantinha o ritmo e a pressão do beijo até que ele se afastou com o objetivo de recuperar o folego e acalmar suas respirações. Sem saber o que fazer, abaixa a cabeça e começa a procurar a chave do carro na sua bolsa.

Com o corpo ainda tremulo, ela derruba a chave no chão. Com toda sua elegância e observando cada movimento dela, Christian abaixa e pega as chaves do chão e estende a mão pra lhe devolver e, por um breve momento, eles se tocam. Ela toma um susto e se retrai. Se ele percebeu sua reação, não demonstrou. Antes de lhe entregar as chaves, ele aperta o botão do alarme destrancando-o.

Ele abre a porta do motorista para que ela entre no carro, tudo isso sem tirar os olhos dos dela. Já sentada no banco do motorista e dando partida no carro, ele se prepara para fechar a porta quando diz, se despedindo:

- Boa noite, Demetria.

- Boa noite, Christian.

Ele dá um passo para trás e ela arranca com o carro para fora do prédio com o coração palpitando. Enquanto dirige para casa, Demetria ainda não conseguiu entender o que acabou de acontecer. Quando ela para no semáforo, se recosta no banco e lembra daquele par de olhos castanhos, seu cheiro, seu toque, seus lábios nos dela... O que foi aquilo tudo, pelo amor de Deus?

Tentando miseravelmente se acalmar e acalmar os pensamentos, ela liga o rádio e coloca sua playlist preferida do Spotify para tocar. Com os batimentos cardíacos se estabilizando no ritmo normal e a respiração soando mais tranquilamente, ela segue pelas ruas ainda com sua mente vagando e aproveita pra fazer uma nota mental de pedir ao Brian para que nunca mais aparecer em seu local de trabalho.

Não sabendo como irá encarar as pessoas no dia seguinte, uma vez que protagonizou uma cena nada agradável no saguão da empresa e também no estacionamento ao lado de nada mais nada menos que Christian Miller, o CEO da empresa. Só pensar nele, seu coração começa a bater mais acelerado.

Ainda parado no mesmo lugar vendo Demetria seguir seu caminho, Christian ficou ali por mais alguns segundos, antes de seguir para onde seu carro estava estacionado. Sendo recebido pelo seu motorista, ele sentou no banco de trás, fechou os olhos e lembrou do que acabou de fazer: beijou uma funcionária no meio do estacionamento.

Ele só poderia estar louco. Nunca em toda sua carreira ele cometeu esse deslize.

O que ela iria pensar dele a partir de agora? Ela iria espalhar para a empresa inteira o que acabou de acontecer? Ele teria que tomar alguma providência amanhã. Melhor demiti-la logo pra evitar maiores problemas, mas ao pensar que poderia não ver ela novamente, sentiu um aperto no peito.

Talvez ele pudesse investigar o dia a dia das rodinhas de fofoca pra ver o que Demetria iria aprontar nos próximos dias. Se ela contasse pra alguém o que aconteceu hoje, ele teria de manda-la embora.

Fechando seus olhos e massageando a testa, ele lembrou do corpo dela junto ao seu, seu calor, seus seios roçando nele, sua respiração ofegante, seus olhos verdes queimando de desejo... antes que tivesse uma ereção involuntária no banco de trás do seu próprio carro, Christian pegou seu telefone no bolso de dentro do paletó e ligou para Demian, um investigador particular que fazia serviços pra ele.

- Demian, enviei pra você um nome e quero uma verificação de antecedentes o mais rápido que você conseguir.

Dentro de poucos minutos, ele recebe uma notificação de e-mail. Pegando o iPad que ele mantinha ao seu lado no banco do carro, abre sua caixa de entrada e passa a ler o conteúdo:

DEMETRIA ROSE SCOTT

Data e Local de nascimento: 20 de janeiro de 1994, Montesano, WA

Endereço: 1114 SW Green Street, Haven Heights, Vancouver, WA 98888

Contato: 360-959-4352

Identidade: 987-65-4320

Dados Bancários: Wells Fargo Bank, Vancouver, WA

Conta: 309361

Saldo: US$15.324,62

Formação Universitária: Estudante Graduada pela WSU Vancouver

Ensino Fundamental e Médio: Montesano Junior-Senior High

Emprego: Millers Company

Filiação: Franklin A. Scott e Carla May Scott (ambos falecidos)

Filiações políticas: Não encontrada

Filiações religiosas: Não encontrada

Orientação Sexual: Heterossexual

Relacionamentos: Nenhum Indicado no Presente

Depois de analisar as informações que recebeu, Christian recebe uma mensagem dizendo que essas foram as principais informações que Demian conseguiu encontrar, mas que até amanhã no primeiro horário teria um dossiê completo em sua mesa no escritório.

- Ah Srta. Scott, o que eu faço com esse fogo que você acendeu dentro de mim?

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