Meu nome é Maya Wolff, tenho 23 anos,nasci em uma família onde os primórdios Cristãos são valiosos.Meus pais são muito religiosos e sempre ensinaram a mim e minha irmã todos os sacramentos e doutrinas.

(Maya Wolff)

Sou nascida e criada aqui em Portugal,tinha uma irmã mais velha,karol Wolff sempre foi minha parceira e melhor amiga,mas por uma circunstância do destino ela foi tirada de nós aos 25 anos.

(Karol Wolff)

Me considero uma pessoa de boa índole e um caráter incontestável,costumo ser bem dedicada e decidida em tudo o que faço,no colégio sempre fui o destaque por ter as melhores notas.Digamos que sou uma CDF nata.

Recentemente terminei a faculdade de Advocacia seguindo os passos do meu pai Martinês Wolff,agora trabalho com ele em seu escritório e pretendo ser tão bem reconhecida quanto ele.

(Martinês Wolff)

Minha mãe Valeriana Wolff é uma médica bem conceituada, e é diretora do maior hospital aqui de Portugal.Karol era seu orgulho por gostar tanto da área de humanas quanto ela.

(Valeriana Wolff)

Nossos pais, apesar de terem a vida agitada pelo trabalho, nos criaram em um lar de amor e cumplicidade.Sempre fomos muito amigos,ajudamos e respeitamos um ao outro.

Nossa ida à igreja era constante e estávamos sempre juntos,para pedir e agradecer por todas as coisas que vivenciamos,sendo elas boas ou ruins.Para nós tudo era um aprendizado e lição de vida,nada em vão tudo fazia parte de um propósito.

Eu sonho em ter um casamento sólido perfeito como o dos meus pais,eles são minha fonte de inspiração diária e a certeza de que o amor verdadeiro realmente existe e basta que caminhemos ao seu encontro.

Há exatos 1 ano atrás,minha irmã Karol se envolveu com um certo rapaz contra a vontade dos nossos pais.Luiz Duarte era misterioso,parecia um tanto manipulador,sua relação familiar era confusa já que os pais eram separados.

Pelo pouco que nos contou,Luiz foi morar sozinho aos 18 anos,se formou em ciências Contábeis e a era Contador da empresa Sion Company.

Karol ficou estranha desde que começou a se relacionar com Luiz,parecia estar fora de si em alguns momentos,cheguei a pensar que ela estava se drogando.

Não respeitava mais os princípios e valores ensinados por nossos pais,se envolveu com pessoas erradas e começou a beber muito,vivia em baladas e chegava em casa tarde da noite completamente alterada.

Acredito que minha irmã estava vivendo um relacionamento tóxico, mas só ela não enxergava isso.Karol foi morar com o namorado o que fez meus pais ficarem super chateados pois eles fantasiaram a idéia de casar as filhas com bons homens e que tudo aconteceria de uma forma diferente.

Luiz era possessivo e ciumento,não aceitava que Karol tivesse amizades e desconfiava de tudo.Ela ficou grávida e deste relacionamento nada convencional nasceu a pequena Eloá,pelo menos o nascimento da pequena devolveu um pouco a alegria para nossa família.

Por vezes Karol ia nos visitar e levar Eloá para vermos.Certo dia nós duas fomos tomar um banho de ofurô juntas.Eu percebi seu corpo marcado,com certeza estava apanhando do "marido" mas ela negou e mudou de assunto.

Amo tanto minha irmã e não suporto a ideia de que ela esteja sofrendo nas mãos de um idiota,só queria ver ela feliz e sendo tratada da forma como merece,com respeito e carinho.

Karol passaria o fim de semana na nossa casa já que Luiz disse ter que fazer uma viagem de negócios,estava ansiosa e feliz por isso.

Mãe,pai,Elas chegaram!Eu gritei eufórica.Karol colocou Eloá dormindo no berço,ela é uma boneca!

(Eloá Wolff)

Karol Wolff: Então Maya amanhã é sábado, o que acha de sairmos para um passeio?

Maya Wolff:Cinema mana?

Karol Wolff:Cinema como nos velhos tempos,mamãe e papai disseram que vão cuidar da Eloá assim podemos aproveitar melhor a noite.

Aproveita e chama Lívia e a galera para irem com a gente,estou com saudade de conversar com todos.

Maya Wolff:Planejei tudo para o nosso sábado,Lívia chamou também Mirella,Tom e Diego,o passeio seria o melhor de todos.

Essa nossa turma era super unida desde infância já que nossas famílias se conhecem e convivem a anos.

.....Sábado.....

Terminei de me arrumar e fui chamar Karol,ela vai dirigindo e encontraremos o restante da galera lá no shopping.

(Maya Wolff)

Maya Wolff: Karol tá pronta? Vamos logo..

Karol Wolff: Estou sim,vamos!! Uau você está lindíssima Maya.

Maya Wolff: E você também irmã,agora vamos logo.

(Karol Wolff)

Nos despedimos de nossos pais,demos um beijinho em Eloá e saímos.Nem acredito que estamos fazendo isso,quanto tempo não via esse sorriso no rosto da minha irmã.

Maya Wolff

Nos encontramos no shopping,estar reunida com meus amigos e principalmente tendo a Karol junto era perfeito.

Escolhemos um filme de suspense e ação,compramos pipoca, refrigerante e alguns doces.Entramos para o cinema..

Tudo estava perfeito naquele dia,nos divertimos muito,mas quando saímos do shopping aconteceu a pior tragédia da minha vida.

Luiz Duarte o companheiro da minha irmã, nos abordou feito louco e gritando,fiquei com medo.

Ele não estaria viajando?

Ele teve uma crise de ciúmes por ter visto Karol rindo e conversando com o Tom.Não havia maldade na intenção de ambos,éramos todos só amigos,mas Luiz não aceitava isso se sentia o "dono" da minha irmã.

Enfurecido e cego pelo ciúmes,aquele nfeliz sacou uma arma e sem pensar duas vezes efetuou alguns disparos contra minha irmã que caiu imediatamente .

Depois o infeliz atirou contra si mesmo.Não...Não... Karol,porque irmã! Alguém ajuda ela por favor,uma ambulância.

Perdemos o chão,o deslespero tomou conta de nós.Karol foi socorrida e levada para o hospital,ela foi atingida por uma bala que ficou alojada na cabeça e um tiro de raspão no braço.

Minha irmã foi levada para i bloco cirúrgico,meu pai e minha mãe chegaram assustados ao hospital,estávamos aflitos aguardando por notícias

Depois de um bom tempo o médico veio até nós,eles tentaram de tudo mas infelizmente Karol não resistiu a uma parada cardíaca e veio a óbito.

Porque isso tinha que acontecer?O que estava sendo um dia agradável,agora se tornou o pior de todos os pesadelos.

Eu tremia e chorava desesperadamente!

Meu pai tentava ser forte para amparar minha mãe,Lívia e os outros não sairam do meu lado.Tom se sentia culpado pelo que tinha acontecido pois ele quem conversava com minha irmã naquele momento.

Mas o único culpado foi tão covarde ao ponto de tirar sua própria vida.

A chegada de Luiz Duarte em nossa família não foi boa,ele privava minha irmã de tudo.Sempre tive medo deste amor possessivo que ele dizia sentir por Karol.

Eu sentia que algo de ruim poderia acontecer,mas preferia não pensar nessas coisa.

Ela só tinha 25 anos e uma vida inteira pela frente, e agora por culpa de um louco inconsequente,a pequena Eloá ficou sem mãe e sem o seu genitor,se é que ele poderia ser chamado de pai.

O velório de Karol foi doloroso,minha família estava dilacerada.

Algum tempo depois.....

Os dias foram passando, precisávamos seguir em frente,mas a dor e o vazio nos consumiam.Além de tudo tínhamos que ser fortes para dar a criação e cuidado que a pequena Eloá merecia.

A família de Luiz evitava contato,talvez por vergonha ou medo de retaliações pelo que havia acontecido.

E assim o tempo foi passando,dias e meses,Karol fazia muita falta,minha mãe dizia que Eloá era seu xerox quando bebe,e que era geniosa assim como a mãe.

A pequena tem tudo o que precisa,não deixamos que nada lhe faltasse.E o mais importante,Eloá vive cercada de amor,afeto,carinho e tem uma família unida e sólida que cuida dela em todos os momentos.

Aos poucos íamos vivenciando o luto e tornando as coisas um pouco mais leves.Esquecer a forma trágica como tudo aconteceu era difícil,mas preferimos guardar lembranças boas que temos da Karol ao nosso lado e assim teremos muitas histórias boas para contar a Eloá quando ela crescer.

Desde que terminei a faculdade,trabalho com meu pai na Wolff Advocation.Estou me tornando uma advogada bem conceituada e respeitada,o que me deixa satisfeita,além do que enche meu pai de orgulho.

Me arrumei para ir trabalhar hoje,tenho alguns processos para serem analisados e não podem ser postergados.

(Maya Wolff)

Tive um dia exaustivo.Tudo que quero agora é chegar em casa,tomar um banho e descansar.

Antes de ir dormir fiquei brincando com Eloá ,ela é a alegria da casa e me faz tão bem.Atravez dela fico imaginando como será quando eu encontrar o amor da minha vida,casar e tiver filhos.

Sonho com este dia desde muito jovem!

Faço tantos planos para meu futuro,quero ser tão boa advogada quanto meu pai e estou caminhando e me esforçando pra isso.

Maya Wolff

Seis meses desde que minha irmã morreu,desde então Eloá se afeiçoou muito a mim,e eu a ela. Crescia de forma acelerada,uma bebê adorável e esperta.

(Eloá Wolff)

Nunca tive namorados antes,e depois do que houve com Karol,confesso que tenho certa dificuldade de confiar nas pessoas.

Focar no trabalho é o que mais tenho feito nestes últimos tempos,é doloroso demais não ter minha irmã aqui comigo,ela era minha confidente e amiga acima de qualquer coisa.

Não acho justo o fim que ela teve,mas acredito que do céu esteja cuidando de nós e principalmente da pequena Eloá.

Vou trabalhar com meu pai,mas antes de me arrumar pra irmos à empresa ele me chamou para uma conversa e Pela entonação da voz parece ser algo sério.

(Maya Wolff)

Bati na porta do escritório onde ele já me aguardava!Papai...

Martinês Wolff: Pode entrar Maya.

Maya Wolff:Licença pai.

Martinês Wolff:Senta aqui filha precisamos conversar,é um assunto bastante delicado que tem a ver com você.

Maya Wolff: Minha mãe também estava ali e parecia aflita,me sentei obedecendo ao pedido do meu pai.

Então papai?

Martinês Wolff:Maya depois de conversar bastante com sua mãe,nós decidimos que você vai para um convento no próximo mês.

Maya Wolff:Convento?Como assim?Vocês enlouqueceram?

Valeriana Wolff:Acreditamos ser o melhor a se fazer minha filha,não podemos suportar a ideia de perder você assim como aconteceu com sua irmã.

Maya Wolff:O que aconteceu com minha irmã foi uma tragédia,machucou demais a cada um de nós,mas não justifica o fato de vocês condenarem minha vivência a um convento.

Martinês Wolff:Estamos fazendo para o seu bem filha,e como você foi criada conforme as doutrinas da igreja,talvez encontre sua vocação.

Maya Wolff:Minha vocação é viver minha vida livre e da forma como sempre sonhei.Quero ser a melhor advogada deste país,casar e ter filhos.

Valeriana Wolff:No momento está é a decisão mais acertada filha,se você for e não gostar vai poder voltar e seguir sua vida como quiser

Maya Wolff:Mas é óbvio que não vou gostar.Tentei fazer eles mudarem de ideia a todo custo,mas meus pais estavam irredutíveis.

Convento do Espinheiro,era para onde eu iria.Jamais me imaginei como uma noviça, respeito e admiro a vocação de cada um,mas estou com muita raiva por meus pais se verem no direito de tomar decisões por mim.

Sai do escritório batendo a porta e subi para o meu quarto,hoje vou trabalhar de casa,estou sem cabeça para ir até a empresa.

Meus pais só podem ter perdido o juízo para querer me enfiar em um convento,posso até ir mas uma coisa é certa : Lá eu não fico!!

Passei o resto do dia brincando com Eloá,ela é tão linda e cheia de luz.Só com ela consegui me acalmar e esquecer um pouco o destino que meus pais querem dar para minha vida.

Liguei para Lívia que conversou comigo e foi solidária com minha situação,ela é uma amiga maravilhosa e me apoia em tudo.