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Morro Do Macaco

Capítulo 1: O pior baile da vida.

Verônica acorda dolorida, jogada em uma rua escura cheia de lixo a sua volta, com sua roupa rasgadas, cheia de hematomas pelo corpo, sua maquiagem borrada, sem entender bem o que havia acontecido...

Flashes do que havia ocorrido a noite passam por sua cabeça, lembra de ter bebido algo amargo e após beber, lembra haver sentido uma pequena tontura, mas não viu porque não beber, pois todos estavam bebendo e se divertindo...

Alguns flashes da noite anterior, vem a sua cabeça, lembra de ter ido para a pista e ter dançando doidona, sem ter o controle sobre seu corpo e se sentido livre pela primeira vez na vida...

Lembra de ter fumado um baseado que o Caveira estava fumando, e passou para que, desse um trago também, era a primeira vez dela fumando um baseado, lembra de ter engasgado e quase sufocado, e de todos rindo ao redor dela, mas não importa, estava se divertindo...

Era sua primeira vez em um baile funk, apesar de morar na favela, seus pais procuravam controlar com quem andava, e para onde ia, para não se meter com pessoas erradas, e dificilmente conseguia sair à noite, tinha apenas 16 anos, enquanto suas amigas já saiam desde novas, dificilmente conseguia dar a volta em seus pais, mas desde que estes se separaram a dois meses atrás, pois seu pai trocou a família, por uma piriguete qualquer, e sumiu pelo mundo, sua mãe teve de começar a trabalhar em dois empregos para manter o barraco, no morro. Durante o dia fazia faxina em algumas casas em Copacabana, e a noite trabalhava em um hospital como auxiliar geral.

Verônica queria trabalhar para ajudar a mãe, como muitas de suas amigas, porém sua mãe não deixava, dizia que tinha de estudar, para  poder ser alguém algum dia.

Por sua mãe estar trabalhando, aproveitou a oportunidade aquela noite para ir escondida, se esta estivesse não conseguiria ir, sua mãe só retornaria pela tarde do outro dia, então era o melhor momento para sair para se divertir, pois sua mãe iria do trabalho no hospital, direto para a casa de uma bacana onde ia realizar uma faxina, então poderia aproveitar a vontade com suas amigas, e ir sossegada para o baile Funk que ia ter na comunidade, inclusive foi o Bartolomeu que foi buscá-la, estava com as amigas dela, que havia pego no caminho.

O nome de guerra de Bartolomeu era Caveira, era assim que todos o chamavam na comunidade, tinha apenas 12 anos, quando começou a se envolver no mundo do crime, primeiro começou com assalto a mão armada, roubo de carro, trafego de drogas. Agora ele tinha 24 anos, e já havia sido preso inúmeras vezes, inclusive Verônica estava tendo contato com este, sem que sua mãe soubesse, mas este era tão interessante, tinha por volta de um metro e oitenta, queimado de sol, olhos meio puxado cor de mel, cabelo escuro e ondulado, os traços dele eram meio indígenas e diferente dos outros homens da favela, mas muito bonito, tinha um corpo que parecia esculpido pelos deuses, tinha uma tatuagem no peito de uma caveira com uma faca atravessada, era uma tatoo de matador de polícia, além de ter também um belíssimo dragão tatuado nas costas, e uma carpa na batata da perna.

Aquela noite Caveira estava bem vestido com um boné novo, uma camisa branca aberta no peito o que mostrava a bela tatuagem do peito, uma corrente dourada, uma calça jeans escura, e um tênis preto, e veio dirigindo um carrão bacana que havia roubado do filho de um bacana em Copacabana, coma os amigos, haviam dado uma surra no rapaz e o largado em um beco qualquer da cidade, mas isso não importava, pois queria impressionar as meninas, principalmente Verônica, que já era uma moça bem bonita para a idade.  Ele já estava filmando ela a um tempo, e às vezes conseguia trocar uma ideia com esta quando estava voltando da escola, só que nunca conseguiu convencê-la a faltar, sua mãe antes de ser abandonada, sempre estava por perto, e indo à escola conversar para saber se estava frequentando a aula, mas desde que foi abandonada, dificilmente consegue acompanhar Verônica, não ia perder agora a oportunidade que  tinha de sair, com aquela garota de seios fartos, cinturinha de pilão, com um traseiro de tanajura, além de ter cabelos negros como uma noite sem luar, comprido pela cintura, e olhos verde-esmeralda, podia ser uma modelo fácil, de tão bonita que era, isso o deixa fascinado, além dela ter um sorriso travesso, de menina levada.

Quando chegou com o carro:

—  Nossa Caveira que carro lindo? —  disse Verônica impressionada, nunca imaginou andar em um carro tão lindo daqueles.

—  Descolei, só para dar um rolé com você, e levá-las ao baile de hoje, quem tá tocando é um parça meu, o MC Di, entra aí —  diz ele abrindo a porta do Carona a seu lado, sem sair do carro, havia reservado aquele lugar especialmente para Verônica. —  Guardei este lugar para você princesa, pô tu tá mal gostosa nessa roupa.

Verônica estava usando uma blusa de alcinha vermelha, sem sutiã, pois tinha os seios firmes e não precisava disso, e usava também uma micro saia, que havia pego emprestada com uma de suas amigas, pois sua mãe jamais a deixaria usar roupas, tão curtas daquele jeito.

Ela entrou no carro, meio sem jeito, de receber um elogio de Caveira, gostava muito dele, desde seus 14 anos, mas só a pouco tempo, que este começou a ter olhos para ela. Então aquela noite estava decidida a dizer o quanto gostava dele, e até entrega sua virgindade se precisasse, para provar o quanto gostava dele.

Demorou alguns minutos, mas chegaram no baile, estava a maior bagunça na entrada, pois MC Di era famoso, e todos queriam vê-lo, mas estar com Caveira garantiria a ela e suas amigas, entrada vip no local, pois ele era o braço direito do Dono do Morro.

Ao entrarem ficou deslumbrada, com tanta gente se divertindo, também quis se soltar, então começou a dançar e se insinuar para o Caveira, onde estavam mesmo, este estava louco ao vê-la rebolando daquele jeito, e sorrindo, sentia seu membro latejando na calça, então a agarrou pela cintura, e encaixou sua perna nela de forma que ao dançarem ele pudesse sentir o corpo dela.

Ela sente seu corpo ficando quente e o volume que havia se formado na calça de Caveira, eles dançam mais um pouco, e ela sente-se ficando molhada e quente, Verônica começa a ficar ofegante, e com a boca seca, ele se aproxima e fala no ouvido dela, o que a faz arrepiar enquanto Caveira lhe pergunta:

—  Tu tá com sede princesa?

—  Sim. —  responde ela meio zonza, de estar tão perto dele, e com o coração a mil

Então ele a levou até o bar do local e pegou duas latas de cerveja e ofereceu a ela que bebeu sem nem perguntar o que era.

—  Que p*&%%a amarga Caveira, achei que a cerveja tivesse um gosto melhor. —  diz Verônica.

Caveira ri, ao ver aquela menina com corpo de mulher, fazer careta após beber cerveja, aquele corpo e ela ter se insinuado para ele o fez esquecer que ainda era uma menina.

—  É cerva mina, você está em uma festa de adultos, aqui não tem suquinho. —  diz Caveira, debochando.

—  Então tá bom, tomo esse troço amargo mesmo. —  responde Verônica, fazendo careta novamente, rindo meio tonta, pois havia bebido muito rápido o primeiro gole.

—  Vocês ficam aqui, pois o dono da festa me encarregou de ver se as coisas estão ok, eu já volto, para ficar mais um tempo com você, minha gostosa —  diz Caveira, se dirigindo a Verônica, e dando um beijo na boca dela.

Logo depois ele sai, e vai atrás do MC Di, para saber se o equipamento estava ok e se este não precisava de nada.

Verônica, já estava começando a ficar zonza, pois era a primeira vez que bebia na vida, alguém lhe oferece outro copo:

—  Tome este você vai gostar. —  disse alguém próximo a ela, lhe entregando um copo.

Esta tomou sem pestanejar, na hora sentiu um gosto muito mais amargo, do que a cerveja, na boca, mas depois começou a se sentir leve, foi para a pista do local, se juntando a multidão que estava dançando, e começou a dançar desinibidamente, havia muitas garotas que estavam se amassando ali mesmo no meio da pista, então começa a ver várias luzes e se sente como se estivesse se movendo em câmera lenta, neste, momento Caveira chega, a pega pela cintura, por trás e a puxa para perto de seu corpo, e começa a dançar com ela, e esfregar seu corpo no dela, depois a vira de frente para ele que estava fumando um baseado, pega o baseado e põe na boca dela.

Verônica dá um trago no baseado, mas como nunca havia fumando nem um cigarro na vida engasga, e se sente sufocar por um segundo, Caveira lhe dá uma tapinha nas costas:

—  Calma princesa, não é para tanto é só fumaça. —  diz ele rindo, com as pessoas em volta, depois traga o baseado, soltando uma fumaça de leve no rosto dela. —  Isso é para te deixar mais relaxada.

—  Eu... não... eu não tô... me sentindo muito bem… preciso ir ao banheiro. —  diz Verônica falando com dificuldade e enrolando a língua, e apresentando ânsia de vômito.

—  Deixa que eu te levo. —  diz uma garota, que se encontrava ao lado deles.

—  Eu vou com você, Verônica. – diz Caveira, preocupado, mas achando que ela apenas havia bebido demais.

—  Não... não quero... que me veja nesse estado, vou e já volto. —  diz Verônica, ainda enrolando na fala.

—  Tem certeza. —  diz Caveira preocupado, querendo acompanhá-la.

—  Claro... não se preocupa. – diz a Verônica saindo com a outra garota, que a carregava pelo braço.

Ela chega no banheiro com a ajuda da outra garota, mas enquanto vomitava a outra garota sumiu, então após terminar, lava o rosto, tentando se recompor, mas ainda estava muito mal, sentia a mente dela ficando embaralhada, os olhos ficando pesado, seu corpo se movimentando em câmera lenta e sentia que estava a ponto de apagar a qualquer momento, pois estava tudo girando, a seu redor, e seu corpo não estava respondendo mais, estava meio que no automático.

Verônica sai do banheiro cambaleante, alguém a pega pela cintura, não conseguiu ver o rosto, imaginou que pudesse ser o Caveira.

—  Vem comigo gostosa, vou te levar para casa. —  então a pessoa lhe dá um beijo, e a segura pela cintura.

Ela tenta olhar o rosto da pessoa, mas não consegue discernir nem o rosto, nem a voz, estava com a mente muito confusa, e como estava se sentindo muito mal, aceita ser levada facilmente, e conforme andam começa a se sentir cada vez mais zonza, e sente um par de braços fortes a sustentando e pegando na suas coxa e a levantando no ar e a carregando para fora da festa no colo, depois apaga por completo.

Capítulo 2: Consequências da desobediência

Ao acorda do desmaio, já era de manhã, sua roupa estava toda rasgada, seu cabelo desgrenhado, o corpo cheio de hematomas e sentia uma dor horrível no corpo, principalmente na sua parte íntima que ardia como se tivesse em chamas, ao se levantar, se dá conta que estava sem calcinha, e sua sai estava manchada de sangue, então percebeu o que havia ocorrido.

“Agora, o que farei? Não posso ir para casa desse, jeito, se os vizinhos verem minha situação com certeza, minha mãe vai ficar sabendo e vai me dar uma surra, ou pior me expulsar de casa, por tê-la desobedecido” —  pensou em pânico, chorando pela dor que sentia no corpo.

Neste momento Caveira chega no beco, com alguns homens armados:

—  Mina, o que aconteceu? —  diz ele correndo desesperado, ao vê-la toda desgrenhada, quando olha —  estou te procurando a noite toda, quem fez isso com você?

—  Não sei, não lembro, só lembro de ter bebido além da cerveja, outra bebida muito mais amarga, ontem e alguns flashes dançando no salão, eu ficando muito enjoada e mais nada, o resto da noite de ontem sumiu... —  diz ela com as pernas falhando ao tentar se levantar, caindo de joelhos ao chão em prantos.

—  Puxem nas câmeras da festa de show, e vejam quem saiu com ela da festa, vou caçar esse maldito até no inferno se for preciso e vou dar cabo dele.—  diz Caveira furioso, aos homens que o acompanhavam.

Os homens se encontravam olhando o corpo de Verônica, até aquele momento, Caveira percebe, então ele tira sua camisa, gritando:

— Quem ousar olhar para ela novamente, vou arrancar os olhos, e vai acordar com formiga na boca. —  diz furioso, colocando sua camisa em Verônica

Os homens que se encontravam ali, desviam o olhar imediatamente.

—  Verônica, sabe que horas sua mãe chega em casa, hoje? —  pergunta Caveira, com uma voz suave, porém preocupado.

—  Ela só vai chegar à tarde, pois ela sai do hospital hoje direto para uma faxina em Copacabana.

—  Certo, sua mãe não precisa saber do que aconteceu, nós iremos fazer justiça por você. —  diz Caveira. —  Vou te levar para casa, e você vai tomar um banho, e vamos dar um sumiço nessa roupa por você.

—  Mas e os hematomas no meu corpo? —  pergunta ela chorando, e se abraçando a ele entre soluços.

—  Você vai dizer que brigou na escola, vamos te cobrir. —  diz Caveira, sério. —  não sabemos como sua mãe irá reagir se souber que a desobedeceu.

—  Obrigado. —  diz Verônica, ainda abraçada a ele.

—  Você, é das nossas, e estava comigo na festa, a culpa é minha que vacilei, não devia ter te deixado sair de perto de mim, achei que você apenas havia bebido demais, não imaginei que alguém seria atrevido o suficiente para mexer com você, bem debaixo de meus olhos, e sabendo que estava comigo. —  diz Caveira, furioso consigo mesmo, depois do que ocorreu.

Verônica já vestida com a camisa dele, é pega no colo por ele, que a leva para o carro da noite anterior, que estava ali próximo, depois seguem até a casa dela, que ao chegar, entra acompanhada de Caveira.

—  Pode ficar tranquila, não vou fazer nada, com você. —  diz Caveira sério, entrando meio sem jeito, olhando a casa em volta, realmente estava sendo sincero, depois do que ocorreu, não conseguiria encostar nela para fazer nada, apesar que ainda se sentia muito atraído por ela.

Verônica vai até o quarto e pega uma roupa para se trocar, estava arrasada, não conseguia nem olhar para o Caveira, pois não ia conseguir dizer o que sentia, depois do que aconteceu, só queria chorar naquele momento, não imaginou que aconteceria algo assim com ela.

—  Está tudo bem aí, mina. —  pergunta Caveira.

—  Está, sim, só estou pegando uma roupa para tomar banho. —  diz Verônica timidamente, após respirar fundo para tentar conter as lágrimas.

Ela sai do quarto com uma muda de roupa enrolada e vai para o banheiro, toma um banho e se esfrega, tentando limpar as marcas do que havia acontecido aquela noite, se sentia imunda, não era para ter perdido a virgindade daquele jeito, era para ter sido entregue para o Caveira,  sentia sua parte baixa queimando de dor, e seu ventre doía muito, estava dolorida pelo corpo todo, mas não poderia envolver a polícia, as coisas da favela, são resolvidas pela favela, e seria até melhor, se fosse a delegacia denunciar, provavelmente pediriam a presença de sua mãe, e como não queria que a mãe soubesse do ocorrido, era melhor deixar, na mão do Caveira que resolveria isso.

Após tomar banho, põe a roupa que havia escolhido, uma camisa branca e uma calça de moletom. Então pega os trapos com que voltou vestida e a camisa de Caveira e sai do banheiro.

Caveira ao vê-la sair do banheiro, pega as roupas que lhe estava entregando, e as leva consigo para se desfazer delas, para que não ficasse nada que pudesse comprometer a reputação da menina.

—  Agora deixe tudo comigo, vou resolver esse problema, e não se preocupe com nada, ninguém vai saber de nada, como se não tivesse rolado. —  diz ele penalizado com o que havia ocorrido.

Capitulo 3: Mentindo e faltando a aula

No mesmo dia mais tarde a mãe de Verônica chega do trabalho, e vê a filha toda machucada:

—  O que aconteceu filha? —  pergunta preocupada.

—  Nada de mais mãe, foi só uma briga na escola. —  mente Verônica, para que a mãe não descobrisse a verdade, de que havia desobedecido ela.

—  Já falei para você parar de arrumar encrenca, que uma hora ia acabar nisso, vou falar com a diretora. —  diz a mãe, brava.

—  Não precisa mãe, prometo que não vou me meter mais em encrenca, mas não precisa ir à escola, a senhora trabalha todos os dias, deixa para lá prometo que vou evitar ela. —  mente Verônica

—  Está bem, não vou à escola, dessa vez, mas o que ocorreu para vocês brigarem? —  pergunta a mãe preocupada.

—  Ah! Mãe, ela brigou comigo, porque o mino que ela tá querendo pega, veio falar comigo, e ela pensou que estarmos ficando—  diz Verônica, pensando rápido.

—  Mas você e esse menino não ficaram, né? —  pergunta a mãe.

—  Não mãe eu jamais ia ficar com um cara escroto, que nem o moleque que ela gosta. —  diz Verônica, aliviada que a mãe havia acreditado.

—  Está bem filha, mas por favor, tenta não se meter em encrenca mais, principalmente com essa menina, você sabe como está difícil conseguir ter um tempo para ir à sua escola, vê se não me apronta, espero que tenha aprendido a lição, e evite falar com certos meninos, de resto filha, como foi a noite aqui ontem? Foi tranquila?  Pois soube que teve baile funk ontem na comunidade, você não foi, né? —  diz a mãe, pensando que não podia fazer nada neste caso, mas se soubesse que a havia desobedecido ia dar uma surra nela.

—  Foi tudo bem ontem, não sai de casa, fiquei assistindo filme, e dormi aqui na sala. —  diz a menina, mordendo o lábio inferior e com um certo remorso.

—  Filha vou almoçar e descansar, hoje à noite estou de folga, e só irei trabalhar amanhã à noite, pois a faxina de amanhã foi cancelada, então vamos aproveitar para limpar a casa amanhã, você irá faltar na escola, para poder se recuperar. —  diz a mãe preocupada, que a filha pudesse tomar outra surra na escola.

No outro dia uma das amigas do dia anterior de nome Juliana, passou para, chamá-la para a aula, Verônica atendeu:

—  Bom dia Verônica, você não vai para a aula hoje tam… —  pergunta Juliana—  Verônica põe a mão na boca da amiga, e sai para fora.

—  Não, minha mãe achou melhor eu não ir devido à de briga de ontem. —  diz Verônica piscando para ela, que faz positivo com a cabeça —  Sssss... Depois te explico.

—  O Caveira mandou te entregar isto. —  sussurra a Juliana, entregando um papel, dobradinho.

Verônica pega o papel e o coloca no sutiã.

—  Até mais tarde. —  diz Verônica.

—  Até, mais tarde, eu te trago a lição da aula. —  diz a amiga

Verônica, vai ao banheiro e lê o bilhete que Caveira havia, lhe mandado.

“O f&%$# da P%$# que te machucou, vai ser julgado hoje, a meia-noite”

Ao ler, não acredita que o Caveira havia feito isso por ela, estava tão grata, por tê-lo por perto. Precisava dar um jeito de falar com ele de alguma forma, mas com sua mãe em casa ia ser difícil, decidiu escrever com batom atrás do bilhete.

“Obrigado. Te amo”

Entregaria para sua amiga Juliana quando esta viesse entregar a lição de casa. E foi o que fez assim que amiga chegou, pegou a lição e entregou o bilhete, sussurrando:

—  Entrega para ele, por favor.

—  Está bem. —  diz a amiga.

Juliana sai da casa de Verônica e chega onde Caveira costumar estar, e pergunta para um dos, aviãozinho da rua:

—  Oi, onde está o Caveira?

—  Ele está resolvendo um assunto, por quê?

—  Não te interessa, preciso falar com ele, e não com um pirralho como você. —  diz Juliana.

—  Ei mina, tu pensa que vai conseguir falar com ele hoje, acho difícil, ele tá resolvendo as coisas para um julgamento, se fosse você nem procurava ele. — diz o aviãozinho.

Juliana, precisava entregar o recado da amiga, e não sabia se era algo urgente, então procura por Eduardo, ou Coruja como era conhecido, era o irmão mais novo de Caveira, pois por serem próximos ficaria mais fácil que o recado chegasse até seu destino.

—  Coruja, Coruja. —  diz Juliana chegando ao ver Eduardo na rua

—  O que foi que gritaria é essa? —  diz Eduardo sério.

—  O Caveira, está resolvendo um rolo, só que tenho um recado para entregar para ele, mas não consigo achá-lo. —  diz, Juliana. —  Você podia fazer esse favor para mim?

—  Tá bem vou ver o que tá rolando e entrego isso, preciso mesmo ir pegar uns bagulhos com ele. —  diz Eduardo.

Então se encaminha ao lugar onde sabia que o irmão estava, pois como este o estava preparando, para trabalharem juntos, estava sabendo que aquela noite ia ter um julgamento, pois foi chamado para assistir.

—  Onde tu pensa que vai Coruja? Teu irmão tá resolvendo um rolo.—  diz um dos capangas.

—  P%$$@ que tá rolando meu? Eu vim buscar uns bagulhos que meu irmão pediu para que, viesse pegar. —  diz Eduardo irritado pela intromissão.

Neste, momento o capanga que estava falando estava conversando com Coruja, atende o rádio, conversa algo, e depois retorna a falar com ele:

—  Tu tem sorte teu irmão ligou, e pediu para que levássemos você, assim que chegasse. —  diz o capanga fazendo sinal para outros dois que acompanham Eduardo até onde seu irmão se encontrava.

Ao chegar lá Eduardo vê seu irmão e mais alguns capangas do chefe, com outro homem que estava nu e ensanguentado, pois o estavam espancando.

—  O que está acontecendo? —  pergunta Eduardo preocupado.

—  Esse rato maldito se atreveu a entrar no nosso território, e estuprar uma mina da favela, e agora está tomando a surra que merece antes do julgamento. —  diz Caveira. —  Mas o que você veio fazer aqui.

—  Vim entregar um recado, e pegar os bagulhos que você pediu para pegar. —  responde Eduardo, friamente. —  Mas se quiser ajuda para dar uma lição nele...

Caveira pegou o papel que seu irmão estava lhe entregando, e ao lê-lo dá um sorriso amargo, com o que, estava escrito, depois dá um chute tão forte na cara do homem que estava sendo espancado, que este cai desmaiado, e três dentes voam de sua boca.

—  Então o que está escrito que te deixou tão transtornado. —  pergunta Coruja, preocupado.

—  Não é nada importante... —  diz Caveira, dando um suspiro chateado—  você não precisa ficar, nós iremos nos encarregar desse lixo, quero que me faça um favor, não quero que se comente nada a respeito, você vai mandar, um recado para Verônica pedindo que compareça no local de julgamento.

—  A filha do Zé? Esse lixo se atreveu a mexer com ela? —  pergunta Eduardo

—  Ela mesma. Lembre-se que a mãe dela não saiba. —  diz Caveira, com uma voz furiosa.

—  Mas porque disso? Ela vai participar do julgamento? —  pergunta Eduardo.

—  Não me faça perguntas, você irá saber a noite, quero que seja você a buscá-la hoje. —  diz Caveira.

Eduardo, pega o que havia ido buscar, e depois manda uma mensagem de texto para amiga de Verônica, para que esta se comunicasse e pedisse a Verônica, que o encontrasse na padaria, as 16 horas.

Verônica, recebe uma mensagem de texto via Whatzap ao dar o horário, disse a sua mãe:

—  Mãe quer que vá buscar pão para a senhora? É que tenho de devolver o caderno que me emprestaram, pois vi que tem lição para ser entregue amanhã. —  mente Verônica.

—  Está bem, não demore. —  diz a mãe.

Verônica sai, e encontra Eduardo no local marcado:

—  Você demorou. —  diz Eduardo.

—  Foi só alguns minutos de atraso. —  responde Verônica.

—  O Caveira me pediu para que avisasse você que irá mandar buscá-la quinze minutos para meia-noite, esteja esperando na esquina de sua casa.

—  Ok, estarei lá sem falta. —  diz Verônica.

—  Esteja sem atraso, pois não irei esperá-la se atrasar. —  diz Eduardo mal-humorado.

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