Patricia Oliveira, mãe mulher vinte anos, moradora da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, uma comunidade, carente de recursos financeiros, e dominada pelo tráfico de drogas. Viúva perdeu o marido em um tiro-teio no morro da Rocinha no Rio de Janeiro, fragilizada não querendo, mas morar lá e criar o seu filho Felipe no meio da bandidagem, ela entra em contato com
a sua mãe a convida para morar com ela no interior de São Paulo na cidade de Jundiaí, proprietária de uma pequena casa de três cômodos no bairro de São Camilo, Jundiaí, ela não pensa duas vezes em convidar a filha para morar com ela e sua pequena casa já planejando em dividir a sala e fazer um quarto para ela e Felipe seu neto de quatro anos.
O que o menino sabe é que seu pai, Ernesto, foi morar com o papai do céu, no paraíso, e só soube quando sua mãe estava ajeitando a sua mala de roupas para irem para a Rodoviária pegar o ônibus para a cidade de Tietê em São Paulo, e perguntou para a mãe se o papai ia junto.
_Filho, o papai mora com o papai do céu e de lá ele vai te proteger.
_Meu papai está ao lado de Deus, mamãe?
_Sim, querido e ele estará sempre perto de você como seu anjo da guarda.
Patrícia, quando soube da morte do marido, não quiz que seu filho visse seu pai morto em um caixão, preferiu então deixá-lo com a vizinha dona Joana, uma mulher viúva que criava seis filhos.
Joana aceitou a explicação da amiga dizendo que não queria que o filho visse seu pai num caixão com algodão nas narinas e com um curativo na cabeça no local aonde o a bala perdida se alojou. Ernesto, além do curativo, estava com o rosto muito inchado, totalmente diferente do homem que ela conheceu e amou. Julgando que seu filho ia ficar impressionado, ela deixou Felipe com Joana no período entre o velório e o enterro, voltando para casa logo em seguida, pega o filho com Joana e retorna para a casa de madeira que mais parecia um barraco de tão simples que era. Resolveu que não moraria mais ali e pediu ajuda para sua mãe, seu maior medo era perde seu único filho para o tráfico de drogas, ou mesmo para a polícia ou mesmo marginais.
_Vamos para a casa da vovó Luiza querido, ela só viu você quando nasceu, e depois não teve mais condições de visitar a gente.
Para Felipe a palavra vó é sinônimo de carinho, pois ele via na televisão as avós mimando seus netos e acredita que sua avó também vai mimá-lo muito, assim como as vovós da televisão.
Luiza, mãe de Patrícia, não apoiou a ideia de sua filha ir morar no Rio de Janeiro e ficar longe dela, e quase infartou quando ela disse que ia morar na favela da Rocinha, uma comunidade, que vivia sendo noticiada televisão, porém Patrícia era uma jovem sonhadora e acreditava que trabalhando com Ernesto logo eles sairiam da Rocinha para uma área melhor o que não aconteceu e Ernesto acabou sendo vítima da briga de policiais e traficantes quando retornava do supermercado onde trabalhava de repositor. Saudosa, ela quer ver a filha e seu neto que não vê a mais de três anos, então ela se prepara para buscá-los na rodoviária do Tiete em seu pequeno Gol bola primeira geração.
Patricia termina de arrumar as malas, arruma seu filho e já pronta tranca a casa e entrega a chave para dona Joana.
_Dona Joana aqui está a chave de minha casa, a senhora pode alugar e assim dividimos o aluguel metade e metade já é uma ajuda para a senhora, criar os seus filhos.
_Obrigada menina, Patricia, eu vou sentir falta de você e do Felipe, mas será melhor vocês saírem daqui do Rio de Janeiro, que a cada ano que passa tem ficado mais perigoso devido da bandidagem.
Joana e Patricia se abraçam em forma de despedida e Patricia segue com o filho e suas malas descendo a rocinha para ir para a rodoviária, embarcar no ônibus que vai para a cidade de Tietê em São Paulo.
Seu coração está partido, ela queria estar voltando com Ernesto, porém a violência tirou o homem que ela amava dela. E a única coisa que lhe resta é seu filho de quatro anos, fruto do amor que teve por Ernesto, na realidade ela ainda o ama, porém, tem que esquecer e quem sabe um dia se apaixonar novamente, mas ela não pensa nisso nesse momento o que ela quer no momento está ao lado de sua mãe e dar uma vida digna para o pequeno Felipe. Seu tesouro mais precioso.
Patricia Oliveira
Optei por ir à Rodoviária Novo Rio de Ônibus, são duas horas e dezoito minutos de ônibus, a linha escolhida foi a 2018, meu filho estava animado para ver sua vozinha, vamos iniciar uma nova vida em São Paulo, em Jundiaí a viagem será longa, mais valera a pena, quero criar meu filho longe de todo esse mundo maléfico do tráfico de drogas, sei que em Jundiaí minha amada mãe mora também em uma comunidade, que ela julga ser mais calma. Eu prefiro estar ao lado de minha mãe em Jundiaí ao ficar sozinha na Rocinha criando meu filho ou tentando criar meu filho em um lugar onde os jovens são aliciados para o mundo do tráfico de drogas muito cedo.
A minha pequena casa de madeira deixei para a Joana cuidar e combinamos de dividir o dinheiro que ela conseguir com o aluguel, não pretendo voltar ao Rio de Janeiro nunca mais.
Se eu tivesse ouvido a minha mãe e batido meu pé para ficarmos em São Paulo, talvez meu marido não tivesse morrido e nos deixados sozinhos e desamparados.
Observo o caminho até a rodoviária enquanto meu filho dorme com a cabeça encostada nos meus joelhos, e acabo pegando no sono também.
Acordo com a gentileza do cobrador de ônibus me chamando:
_Moça, moça, chegamos a rodoviária. Pego meu filho no colo e com a ajuda do cobrador que me ajudou com as malas eu compro a minha passagem para a rodoviária do Tietê, o rapaz muito prestativo coloca nossas malas no bagageiro do ônibus e se despede de nós, voltando para o seu trabalho rotineiro no ônibus da linha 2018 para a Rocinha.
Agora eu vou enfrentar mais 850 quilômetros de viagem, totalizando oito horas e vinte de ônibus.
Olho em meu relógio e vejo que são duas horas da tarde, chegaremos por volta das oito e vinte da noite na rodoviária do Tiete e depois encararemos mais uma hora e meia de varro até o morro do São Camilo.
Eu chego até estar ansiosa para ver a minha mãe e começar uma nova vida e criar o meu filho Felipe com dignidade.
Pretendo assim que chegar na casa de minha mãe procurar um emprego para ajudá-la, minha pobre mãezinha é aposentada, e mesmo ganhando uma boa aposentadoria, não seria justo com ela eu e seu neto vivermos a suas custas, eu tenho que bancar o meu filho e isso eu vou conseguir com o suor do meu rosto e com a força do sangue que corre nas minhas veias.
As oito e vinte da noite chegamos na rodoviária e do lado de fora vejo a minha mãe me esperando para me receber, ando rapidamente até ela a abraço e choro muito.
Minhas malas ela coloca no porta, malas de seu carro, e eu apresento a meu filho a sua avó
_Felipe, essa é sua vovó Luiza.
Meu filho abraça a perna de minha mãe e diz um oi tímido.
_Felipe a vovó preparou um bolo gostoso de chocolate para você, vamos para casa da vovó.
_Filha, eu estou feliz por você estar de volta, não sabe o quanto eu pedi há Deus para ele proteger vocês. Mas o lugar onde você morava no rio de Janeiro era muito perigoso, e ceifou a vida de seu marido Ernesto aos vinte e cinco anos, e você só tem vinte anos.
Sim, me casei com o Ernesto com quinze anos, na época minha mãe me emancipou para podermos casar, eu já esperava o Felipe, mas só descobri depois que casei e aos dezesseis ganhei o meu mais precioso tesouro. Apesar de morarmos na Rocinha, meu marido trabalhava e nunca deixou faltar nada em nosso barraco de madeira, por fora era tudo simples, mas por dentro era muito bonito e tinha tudo de qualidade, pois meu marido me proporcionava tudo do bom e do melhor.
Uma pena que essa fatalidade o tirou se mim, mas sei que de onde estiver ele olha por nós dois.
Com a ajuda de minha mãe, eu coloco o Felipe no banco de trás do carro em segurança, e na frete me sento com ela.
Passamos o caminho conversando com ela e a viagem de pouco mais de uma hora passou rápido.
Quando chegamos a casa, o olheiro da boca, veio conversar com minha mãe a pedido do traficante. Ele queria saber quem eu era.
_Não se preocupe, Zé boiada, essa é minha filha e esse é meu neto, minha filha é uma pessoa de bem e logo começará a trabalhar.
_Não fique assustada dona Luiza, a senhora conhece bem o Belzebu, ele gosta das coisas, corretas, eu falo com ele dona Luiza._Seja bem-vinda moça ao morro do São Camilo.
Não tinha muito o que dizer, então apenas agradeci ao Zé boiadeiro pela sua "hospitalidade" e preocupação.
Minha mãe percebe o meu receio e me tranquiliza.
_Filha, não se preocupe, o Belzebu, é um homem traficante, sim, mas muito gentil, sempre que ele pode ele ajuda a comunidade, realizando melhorias, esses tempos atrás ele fez um belo parque para as crianças da comunidade brincarem em segurança e não ficarem circulando atoa pelo morro, ele ajuda muitas famílias com cestas básicas e remédios, o dinheiro vem do tráfico de drogas? Vem é fato mais ele zela por nós e sempre vai zelar, faz coisas que o governo deveria fazer e não faz, um dia você terá a oportunidade de conhecer o Belzebu!
_Me incômoda esse apelido mãe ele não tem um nome:
_Oh! Sim, o se nome é Daniel filhota.
_Vou chamá-lo pelo seu nome então mãe.
_Só aqui em casa filha na rua ele prefere ser chamado de Belzebu por que impõe respeito.
_Está bem minha mãe na rua, eu me refiro há ele como Belzebu então.
Minha mãe me mostra o lugar que eu dormirei com o Felipe, meu filho, para mim um sofá-cama e para ele uma cama infantil de desarmar.
_Filha é por pouco tempo tá, é só até eu poder dividir a sala e fazer um quarto para você e o Felipe.
_Eu agradeço mãe e estou feliz por estar de volta eu com a senhora a meu lado.
_Vem eu disse que preparei um bolo para o meu neto.
_Mãe, são quase dez da noite!
_Deixa o bichinho comer, uma vez só não faz mal.
Sorrio minha mãe começando a ser vó.
Felipe come o bolo que minha mãe preparou, toma seu leite morno e sente sono. Levo ele para cuidar da sua higiene bucal, dou um banho para nele para ele tirar do corpo a canseira da viagem e o levo para o quarto de minha mãe que assim o quiz que eu fizesse.
"Meu pequeno vai ser mimado", penso comigo.
Ajeito ele na cama e logo ele pega no sono.
Vou para sala conversar com minha mãe, sei que é tarde, mais quero ficar perto dela e sentir o calor e o aconchego que só uma mãe pode dar a seu filho.
Me sento a seu lado e deito em suas coxas e ela afaga meus cabelos com carinho.
_Filhinha, vai ficar tudo bem, você vai ver.
Alguém bate a porta e minha mãe se levanta para atender.
Quando ela abre a porta tem dois rapazes e minha mãe cumprimenta-os com alegria, um é o líder do tráfico Belzebu, muito simpático ele me cumprimentou:
_O Zé boiadeiro me falou sobre você, seja bem-vinda ao morro do São Camilo, eu sou o Belzebu, líder do tráfico nessa região.
_Cunprimento ao Belzebu com um aperto de mãos.
_Esse aqui é o meu olheiro urubu, ele quem cuida para ver se não vêem policiais causar aqui e trazer o terror.
Cumprimento o Urubu, mas confesso que eu não gostei dele nem um pouco.
Ele me olhava e me secava como se tivesse me despindo, e em um certo momento minha mãe não percebeu, mais eu percebi que ele levou a mão a seu päu, que eu percebi estar ereto. Ao contrário de Belzebu, que é carismático e doce, o Urubu, tem jeito de homem perigoso e do mau, sinto um frio na espinha quando ele me olha como se tivesse transando comigo só com o olhar.
Resolvo em pensamento que vou ficar longe desse homem de apelido Urubu.
Depois de uma conversa bacana, Belzebu se levanta do sofá para ir embora, eu vou até a cozinha para tomar um suco, e não percebi que o urubu pediu para minha mãe para ir ao banheiro e ela permitiu o acesso ao interior da casa, o banheiro fica no fim no corredor, mas em vez dele ir ao mesmo, ele invade a cozinha e me agarra e me encosta na parede tapando a minha boca para que eu não gritasse.
_Eu gostei de você morena e você será minha entendeu, você vai gemer debaixo do Urubu aqui.
Tento me livrar, mas não consigo e sinto ele passando a mão pelo meu corpo, muito atrevido ele abaixa os shorts e libera seu päu da cueca e me força a pôr a mão nele.
_Esse mastro aqui vai entrar e sair de você morena, você é muito gostosa e já é aberta, o Zé boiadeiro me contou que você tem um filho. Eu só não te pego aqui agora, pois sua mãe e meu chefe estão na sala. Mas cedo ou tarde eu volto quando você estiver sozinha em casa.
Me desespero quando ele desabotoa a minha calça jeans e invade a minha calcinha com a mão.
_Você é bem farta de pepeca em moreninha, tem um senhor grëlho que eu vou chupar até dizer chega,
Belzebu chama o canalha do Urubu e ele me solta e lambe seu dedo.
_Escreve o que eu estou falando gatinha morena, você será minha entendeu.
Quando ele sai da cozinha eu sinto um alívio, nunca passei na Rocinha por nenhum assédio, e vim sofrer aqui na minha cidade natal, quando eu ver o Urubu vou mudar de calçada. Ele é perigoso e já demosntrou isso.
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