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Além Das Diferenças

O Começo De Uma História

Dois anos antes.

Terraço Itália, São Paulo, 20:35.

— O que achou?(Robert)

— Está bom.(Isabela)

— Que bom, você sabe que as minhas escolhas são excelentes.(Robert)

— Meu bem, e por falar em escolhas, quando iremos nos casar, já faz 4 anos que estamos noivos, estou com trinta anos, eu não quero esperar mais, acredito que já está na hora de nós casarmos, sabe... Formar uma família.(Isabela.)

— Não é o momento, isabela. Não me pressione, já basta a minha mãe com os seus sermões.

— Mas, Robert, nós...

— Já chega! você está me enchendo com essa conversa de casamento há meses, vamos dar um tempo, ok?

— Tempo? Querido, o que quer dizer com isso?

— Preciso pensar, a minha cabeça está uma confusão, a empresa está tomando quase todo o meu tempo.(Robert)

— Desde que você começou a fazer negócios com o papai, não está mais me dando atenção. Está a passar mais tempo com a minha prima Patrícia, do que comigo. Eu não gosto dela, se não confiasse tanto em você, poderia dizer que vocês têm um caso.

— Não diga besteiras Isa, a Patrícia é uma das acionistas da empresa.

— Eu sei, desculpa, é que estamos tanto tempo juntos, eu só quero...

— Vamos nos dar esse tempo, ok, será melhor para nós dois, para nossa relação. Quando voltarmos, talvez, possamos nos casar.

— Não precisamos de tempo, Robert.

— Essa conversa está encerrada. Vamos!

Dias de hoje.

Isabela Bueno

Olho para a mesa do meu escritório, um convite com letras douradas, destinado a minha pessoa. Os noivos, Robert Rodrigues e Patrícia Santos, a festa será na casa de praia, do Nosso avô. Eles assumiram o namoro, uma semana após Robert ter me pedido um tempo. Patricia me enviou várias mensagens, contando que estava com Robert, quando eu e ele, éramos noivos, isso me deixou muito mal.

Tinha planejado o resto da minha vida com Robert, como seria nosso casamento, onde iriamos morar, a decoração da nossa casa, quantos filhos iríamos ter... A minha vida sempre foi um cronograma a ser seguido, tudo planejado, nunca fiz nada fora dos planos.

— O que vai fazer a respeito? Você vai?(A minha amiga e sócia, Luana, pergunta preocupada.)

— Não sei, sabe que eles me convidaram devido à minha família, e a sua "grande importância".

— Sabe que a Patrícia só quer te humilhar, e esfregar na sua cara, que ela venceu, não sabe?

— Eu sei, mas, se não comparecer, eles vão pensar que não esqueci o Robert. Tenho que enfrentar todos eles, a minha família, que insiste em lembrar-me que, eu não consegui segurar o Robert, a Patrícia, e o covarde que me enganou por anos.

— Você está numa situação bastante complicada, amiga. Mas, olha só, como eu já lhe falei antes, que se dane os outros! Viva a sua vida sem se importar com a opinião alheia, ninguém sente o que você sente, só você sabe o que passa na sua cabeça, no seu dia a dia, então, não deixe eles te atingirem, você é uma pessoa incrível!

— Obrigada Lu, eu te amo amiga!

— Sabe que também te adoro, Isa. Espera! Tive uma ideia!

Luana Almeida

— Estou com um pressentimento de que, devo ficar bem longe dessas suas ideias.

— Você precisa chegar a essa festa acompanhada. Talvez, um namorado...

— Ah? Eu não tenho namorado.

— Eu sei, e se... Já sei! Vamos contratar um...

— Não termine essa frase Lu, pensei que você era meio maluquinha, mas, agora tenho certeza.

— Um acompanhante de luxo! Isso é perfeito! Ele pode fingir ser seu namorado, todos vão pensar que você não liga, que seguiu em frente.

— O que aconteceu com o" Não ligue para o que as pessoas pensam."?

— Bem, acredito que, você precisa por um ponto final nessa história. Não quero que você seja humilhada no casamento daquele idiota, ele foi o único que perdeu, você recebeu um grande livramento, isso sim.

— Esquece essa história de acompanhante de luxo, vamos! Estamos atrasadas, temos uma reunião com os novos investidores, lembra?

— Nossa! Está quase na hora! Tinha me esquecido. Vamos! Não quero chegar atrasada.

— Eu dirijo, vamos no meu carro.

Eu e Luana, sempre sonhamos em ter a nossa própria empresa. Somos amigas de infância, eu fiz administração, e a Luana, Design de moda. Mesmo sendo filhas de grandes empresários, não queríamos ficar a mercê deles, então, decidimos seguir o nosso próprio caminho. E deu certo! Com a forte influência do nome das nossas famílias, nossa determinação, estudos, e coragem, a FashionStar, nossa empresa de moda, está no auge.

Pego a chave da minha Suv, e seguimos em direção a garagem.

— Coloque o cinto, Lu, vou ter que acelerar, ou, chegaremos muito atrasadas.

— Eu prefiro chegar atrasada, do que morrer tão joven. Tenho apenas, vinte e oito anos(Luana fala num tom brincalhão.)

Ligo o carro, acelero, indo em direção ao local da nossa reunião. Quando estamos quase chegando, viro a rua, sem diminuir muito a velocidade, pegando em cheio, um homem que estava atravessando a rua do outro lado, Splash!

— Ahhhhh! ISA! VOCÊ MATOU UM HOMEM! ELA TA MORTO! O QUE VAMOS FAZER?!(Luana grita em desespero.)

Saio do carro, apavorada, ao ver o homem caído ao chão, mas, ainda bem, ele está consciente, porém, muito machucado.

— Luana! Ligue para a emergência!

Abaixo-me perto do homem, para ver a gravidade da situação, tentando ser forte. Ele está muito machucado, a sua cabeça está sangrando. Tento controlar minha respiração, estou tremendo.

— Moço, me perdoa! Eu não vi você, o socorro está chegando, tudo vai ficar bem.(Falo com a voz trêmula.)

— Eu... Não posso morrer... A minha família...

— Você não vai morrer! Vai ficar tudo bem.

Ele perde a consciência, e eu entro em desespero, assim como Luana, que acaba desmaiando.

— Por favor! Não morre!

As pessoas começam a se aglomerar, alguns minutos depois, a ambulância chega, estou tentando manter o controle, esse moço não pode morrer, ele tem família, é tão jovem, o que foi que eu fiz?

Culpada

Pedro Silva

Em mais um dia normal de trabalho, estou virando a esquina, próxima ao restaurante onde trabalho de garçom, quando derrepente, escuto o barulho de um carro freiando bruscamente, e quando dou por mim, sou arremessado.

Tudo foi muito rápido, sinto uma forte dor nas costas, no braço, e minha cabeça, dói bastante. Duas moças saem do carro desesperadas em minha direção.

Não posso morrer, os meus pais dependem de mim. Meu pai é diabético, vive numa cadeira de rodas, por um acidente que sofreu a cinco anos. A minha mãe fica em casa cuidando dele, a aposentadoria que recebe, serve apenas para comprar os remédios, mal dá para a alimentação, preciso continuar a trabalhar para ajudá-los, não posso morrer.

Uma mulher se aproxima de mim, olho para ela, parece um anjo, seus olhos são lindos, escuto ela falar algumas palavras, que vai ficar tudo bem. Os meus olhos estão pesados, não consigo permanecer acordado, e então, perco a consciência.

...Pedro Silva...

Isabela

Luana recobra a consciência, e juntas, seguimos a Ambulância até o hospital. Ele é encaminhado para a emergência, enquanto ficamos aguardando aflitas.

Ligo para a minha secretária, peço para reagendar a reunião, não posso deixar o rapaz sozinho, seus famílias devem chegar a qualquer momento.

Uma hora depois, vejo entrar na sala de espera, uma senhora empurrando um senhor, em uma cadeira de rodas.

— O meu filho! Onde está o meu filho! Quero vê-lo! Pedro! Meu filho!

O meu coração fica em pedaços com a cena. O casal de idosos estão chorando desesperados, duas enfermeiras vêm ao encontro deles, tentando acalmá-los.

— Lu... Não pode ser... Eles não podem ser os pais do homem que... Não vou conseguir conviver com a culpa se ele...

— Ei! Ele não vai morrer, fique calma, vai ficar tudo bem.(Luana fala me abraçando.)

Algumas horas se passam, a senhora está sentada ao lado do cadeirante, eles não param de chorar, é de partir o coração. Fui uma irresponsável, por causa da pressa, causei um grave acidente, que pode destruir uma família.

O doutor sai da sala de cirurgia, vindo em nossa direção.

— Familiares de Pedro Silva De Oliveira.

O casal de idosos se aproxima.

— Somos os pais dele, doutor. O que aconteceu com o nosso menino?

— O Pedro foi atropelado. Por causa do impacto, ele fraturou duas costelas, o braço direito, e teve traumatismo craniano.

— Nãaao! Meu filho não! Meu menino!

— O traumatismo teve consequências leves, o cérebro está um pouco inchado, temos que esperar quarenta e oito horas, para observar a sua evolução com os medicamentos.

— Por favor, doutor! Salve o nosso filho.

— Farei o meu melhor. Senhor e senhora Silva, sei que é um momento difícil, mas, precisam comparecer à recepção, para arcar com as despesas do hospital.

— Nós... Não temos como pagar doutor, somos uma família simples, o que temos, mal dá para comprar remédio. O nosso filho que nos ajuda, e...(A senhora começa a chorar.)

— Eu sinto muito senhora, o Pedro tem algum plano de saúde?

— Não senhor, como eu disse, não temos muito.

— Eu sinto muito, mas, se não pagarem as despesas, o Pedro terá que ser transferido de hospital, o que eu não recomendo, poderia agravar o estado de saúde dele. Acredite, se dependesse de mim, ele não seria transferido, mas, no momento, estou de mãos atadas. Sou apenas um funcionário do hospital.

— Entendo, doutor. Quando vamos poder vê-lo. ( O Homem mais velho pergunta.)

— Amanhã ele poderá receber visitas. Hoje, o horário de visitas já encerrou, e na UTI, não são permitidos acompanhantes.

— Vamos esperar aqui, obrigada doutor.

— Estou a fazer apenas o meu trabalho.

Quando terminam a conversa com o doutor, eles vão até a recepção, ver quanto tinham que pagar, e talvez, tentar fazer um empréstimo, não poderiam deixar o filho ser prejudicado.

— A diária com a sedação, na terapia intensiva, custa setenta mil, se o paciente permanecer mais de cinco dias, faremos a cobrança pelos dias que for preciso ficar, contabilizando, os dias seguintes.

— Esses setenta mil serão apenas por cinco dias? Teremos que pagar mais que isso?

— O valor a ser cobrado, depende da evolução do paciente, e os procedimentos que irá precisar.

— O que será do nosso menino, Aurélio? Não temos como conseguir tanto dinheiro.(A mulher chora desesperada, enquanto o homem chora em silêncio.)

Enquanto isso, isabela conversa com o doutor.

— Doutor, aquele casal são os pais do homem que atropelei?

— Sim, senhorita Bueno.

— Doutor, por favor, faça o possível para salvar a vida desse homem. Fui a causadora de toda essa situação, ele está aqui por minha... Culpa. Não se preocupe com os gastos, serei responsável por tudo.

— Farei o que estiver ao meu alcance.

Observo o casal de idosos voltarem para a sala de espera, arrasados. A senhora senta no sofá, enquanto segura a mão do marido.

Aproxima-me deles, me preparando para coisas horríveis que vou escutar. Porém, tenho que pelo menos, confortá-los, e deixar eles saberem que estou a disposição, e que mesmo sendo culpada por essa tragédia, tenho que arcar com as minhas responsabilidades.

— Senhor e senhora Silva?

— Sim...(O senhor olha-me com um olhar desolado, enquanto tenta confortar a esposa.)

— Quero pedir perdão pelo que fiz, e... Quero que saibam que, vou pagar toda a despesa hospitalar, e de verdade... Eu sinto muito, e espero que o Filho de vocês se recupere logo.

— Sua culpa? Foi você que deixou o meu filho nesse estado?(A senhora fala com ódio no olhar)

— Sim, senhora. Eu... Causei o acidente, atropelei o seu filho.( Falo nervosa.)

— O que está fazendo aqui? Você tem que estar na cadeia! Você é uma criminosa! O meu filho...

— Joana, se acalme querida, estamos no hospital, e... Sei que é difícil, vejo que a moça também está sofrendo com a situação. Ela vai pagar tudo, o nosso filho vai ficar bem, fique calma.

— Ela tem que pagar! É uma criminosa!(A senhora mais velha fala saindo.)

— Aonde vai?(O senhor pergunta nervoso.)

— Preciso tomar uma água.

— A minha esposa está sofrendo, não considere as palavras duras que ela falou, sei que a senhorita não queria que isso acontecesse.

— Obrigada por agir dessa forma comigo, mas, eu mereço tudo o que a sua esposa falou.(Falo com a voz embargada.)

Eu entendo a reação de Joana, ela é mãe, e eu fiz mal ao filho dela. Por outro lado, a reação do senhor Aurélio me surpreendeu.

Alguns minutos depois, a senhora volta, ficando ao lado do esposo, parece nervosa.

Derrepente, alguns policiais entram na sala de espera.

— Senhorita Bueno, você está presa por tentativa de homicídio.

Notícias Surpresas

Na delegacia, após algumas horas, com ajuda do meu advogado, Fernando, pago a fiança, e sou liberada. Ele resolve tudo relacionado a mídia, para que, nada do ocorrido seja vazado, e prejudique a mim, minha empresa, e a minha família. Sei que é egoísta da minha parte, mas, no momento, é o certo a se fazer. O dinheiro pode não comprar amor, felicidade, mas, há muitas coisas que ele facilita, e graças a ele, nenhuma imagem, vídeos ou notícia, foi publicado.

Prestei depoimento, e irei responder o processo em liberdade. Na delegacia fiquei a par da situação, Joana, a mãe do Pedro, fez a denúncia. Não estou com raiva dela, afinal, no seu lugar, talvez, faria o mesmo.

— Amiga, você está bem?(Luana pergunta preocupada.)

— Sim. Vou para o meu apartamento, preciso descansar um pouco, amanhã vou voltar ao hospital, ou melhor, enviarei alguém para saber notícias do Pedro.

— Acho melhor você não ir no hospital por enquanto, pelo menos, até que o Pedro melhore. Se cuida, se precisar de algo, me liga.

— Obrigado amiga.

Nos despedimos, em seguida, vou para o meu apartamento, onde tomo banho, visto algo confortável, tomo um calmamente, deito-me na cama, após alguns minutos, adormeço.

Acordo, já é noite. Não consigo ficar em casa, enquanto aquele homem está mal no hospital, por minha causa. Tomo banho, me visto, e vou para o hospital.

Ao chegar, tenho receio de enfrentar os pais do rapaz, mas, para minha surpresa, eles não estão na sala de espera.

— Eles estavam um pouco cansados, pedi que fossem para casa. Eles só irão conseguir ver o filho, amanhã.

— Como ele está?

— Até o momento, a cirurgia ocorreu bem, está estável, sem nenhuma complicação aparente.

— Obrigada, doutor. Posso pegar seu telefone, preciso de notícias do Pedro, não quero incomodar os pais dele, vindo aqui diariamente.

— Tudo bem, aqui está (Ele fala me entregando um cartão.)

— Obrigado.

—Assim que tiver uma evolução, te informo.

Os dias passam vagarosamente, tento continuar a trabalhar, a viver a minha vida, mesmo vivendo em agonia e tristeza. Não consigo me perdoar por causar um acidente tão grave, por prejudicar uma pessoa inocente.

O doutor Marcelo tem sempre me informado sobre a evolução do Pedro. Ele tem melhorado a cada dia, o cérebro está completamente desinchado, hoje será tirada a sedação, para observar como ele irá reagir. Confesso que, estou muito ansiosa, quero muito poder ver Pedro sair saudável, sem nenhuma sequela, do hospital. Faz cinco dias que ele está internado na UTI, sei que os seus pais estão sofrendo muito, é difícil ver alguém tão jovem nesse estado, e principalmente, um filho.

Passo o dia inteiro trabalhando, pela manhã, o doutor me ligou, avisando que tinha tirado a sedação do Pedro, por enquanto, ele está bem, estável, respira sem a ajuda de aparelhos, e isso é uma grande evolução.

Trabalhei o dia inteiro, como têm sido esses cinco dias, foi difícil me concentrar, Pedro, o acidente, não saia da minha cabeça.

— Isa? Isa? Isa!(Luana Di em voz alta, me tirando do transe.)

— Oi, ah... Me desculpe.

— Amiga, sei que não está sendo fácil para você, mas, você precisa continuar a viver. Pare de se martirizar, o Pedro vai ficar bem, ele está vivo.

— Eu tenho medo, Lu.

— Do que você têm medo?

— Do Pedro não acordar do coma, ou, de ter alguma sequela.

— O que o doutor Marcelo disse?

— Que ele está reagido bem.

— Então amiga! O Pedro está reagindo, você precisa fazer o mesmo. Sei que você errou, mas, prestou socorro, está pagando as despesas médicas no melhor hospital da cidade, e além do mais, está respondendo o processo, que a mãe do Pedro abriu contra você. Isso não é justo! Ela não deveria ter feito isso, você está se responsabilizado. Ei te admiro muito, ao invés de fugir como uma covarde, enfrentou tudo de frente, e está ajudando essa família.

— Obrigada, Lu. Porém, é o certo a se fazer, já que, fui uma tremenda irresponsável.

— Isa...

A nossa conversa é interrompida, por alguém que bate na porta do meu escritório.

— Pode entrar.( Digo a limpar as lágrimas que estão rolando no meu rosto.)

A porta se abre, revelando uma visita inconveniente.

— Patrícia?(Digo surpresa.)

— Olá, priminha. Quanto tempo não nos vemos...

— O que deseja Patrícia?(Luana pergunta de forma ríspida.)

— Calma, Vim ver como minha prima está, e por falar nisso, posso ver que não está bem, estava chorando? Seus olhos estão vermelhos, recebeu meu convite de casamento?

— Sim, eu recebi, Patrícia.

— Que bom! então, posso contar com você na minha festa, sei que era noiva do meu futuro marido no passado, mas, espero que isso não te impeça de ir, somos família e...

— Não se preocupe Patrícia, Isabela não sente nada por Robert, mas, creio que ela não vai poder comparecer ao casamento.

— Por quê? Se não sente nada por Robert, se não liga, por que não vai?

— Isa não está bem, não vê? O namorado dela está internado na UTI, ele sofreu um acidente, por isso, ela não poderá ir.

No momento em que escuto as mentiras de Luana, fico sem palavras.

— Você tem um namorado?

— Eu...

— Sim, ela tem. Muito mais bonito, e inteligente que o seu noivo. Então, não perca o seu tempo, a minha amiga seguiu a vida dela, assim como vocês.

— Essa é uma grande notícia. Tio Edgar e tia Elza já o conhecem?

— Não, mas, vão conhecer em breve.

— Que bom! já que o seu namorado está hospitalizado, vou adiar o casamento, quero a minha família toda reunida, e principalmente, você, minha querida prima. Até breve, melhoras para o seu namorado. (Patrícia fala, saindo da sala.)

Olho para Luana, ainda sem acreditar no que ela acabou de fazer.

— Luana, o que foi isso?

— Não ia assistir essa vaca te humilhar.

— E resolveu me causar um problema ainda maior? Os meus pais, toda a minha familia, vão querer conhecer o meu "namorado", o que vou fazer? Ah, me diga, Luana, o que vou fazer? Estou perdida.

— Calma, Isa. Pedro ainda está dormindo, não sabemos quanto tempo vai demorar para ele acordar.

Derrepente, meu celular toca.

— Doutor Marcelo, está tudo bem? Aconteceu algo?

— Sim, senhorita! É sobre o Pedro,

— Ele está bem?

— Sim, diria que muito bem. O cérebro está perfeitamente bem, sem nenhum dano, e para traquilizá-lá, ainda mais, tenho uma ótima notícia, o Pedro despertou do coma.

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