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Última Lembrança

capítulo 1 Ellie

Os meus olhos abriram-se com a luz do sol que atravessava a cortina fina. Um pouco tonta levantei devagar com a mão na cabeça, observei em volta, e um quarto de hospital? Pensei. Não fazia a mínima ideia do porquê estava aqui, e muito menos como cheguei ou o porque que eu estava aqui.

 De repente escutei um barulho de porta abrindo e apareceu uma enfermeira, que ainda não tinha visto-me. Ela colocou uma bandeja com algo numa escrivaninha perto da porta. E então ela finalmente me vê, surpresa da um pequeno grito rapidamente colocando a mão na boca. Olhei calmamente e com um sorriso leve e cansado perguntei.

— Desculpe..., Mas onde estou? E quem é você?

 Ela ficou em um transe por certo momento, mas não demorou para voltar ao normal e me responder.

— Sou enfermeira, Mendy— Fala meio gaguejando, e então ela parou novamente e com uma voz animada disse— A senhorita gostaria que eu liga-se para seu marido?

— Marido?—gritei.

— Sim senhorita ou senhora? Quer que eu ligue para ele avisando que acordou! Espere um minuto, vou chamar o médico.

Ela já estava prestes a sair, então eu a chamo mais uma vez.

— Mendy, certo?— ela parou e virou-se— Eu não tenho marido... E o que aconteceu com Edward?—falei inquieta.

— Desculpe senhorita, não conheço esse Edward!— Ela virou-se e saio com pressa.

Eu estava confusa, como eu tinha um marido! Tudo que lembro e de ter ido encontrar o Edward, ele tinha algo para me contar...

 O que está acontecendo... Eu preciso me acalmar, porque estou aqui, será que sofri alguns acidente. Tem bandagens em todos meu corpo, minha cabeça dói.

 Eu coloco minha mão na cabeça, onde também havia bandagens. De repente um médico entrou, parou na frente da cama. Ele parecia ter corrido muito para chegar até aqui.

— Senhorita Kim, que bom que acordou— Parecia ser experiente, mas novo, nem ao menos olhou para meu rosto— Ligamos para o seu marido, senhor Kim!— ele suspirou— Ele não poderá vir, está muito ocupado com o...

— Senhor!— interrompe— Eu não tenho marido— Afirmei. Ele olhou para mim.

— A senhorita... Senhora e casada com o senhor Kim—falou rápido, é suspirou de novo— A senhorita poderia dizer-me a última coisa que se lembre do acidente—acidente? Que acidente?— São apenas para confirma se está bem.

— Desculpe, não sei o que está falando. Mas… respondendo a sua pergunta— parei e pensei um pouco. Que tipo de pergunta e essa?— Lembro-me de sair de casa, ir para o porto esperar Edward e… onde esta, Edward, ele disse que me encontraria no porto de *****!

 Ele ficou em silêncio. Parecia está em um grande impasse. Mas depois de rabiscar algo em sua prancheta ele volta sua atenção a mim.

— Senhorita Kim, esse porto foi fechado a três anos— surpresa com as suas palavras, ele continuou— E o acidente que falo, e a batida de carro, a senhorita ficou em coma por cerca de quinze dias.

— Não!—gritei— Estou no ensino médio... Certo?—tinha certeza disso, ou quase.

— Creio que não, estou certo que tenha acabado o ensino médio sete anos atrás, pelo o que sua ficha indica— falou a folhear uma ficha— A senhorita tem vinte e cinco anos, casada a alguns anos com o senhor Kim, desempregada...— Ele parou de ler e observou o meu rosto assustado e imóvel. Como assim eu tinha 25 e sou casada? Disse antes que ele termina-se a sua fala.

— Eu não me lembro de nada disso, o que está a acontecer doutor? Responda-me— insisti.

—Lamento informa, mas acho que a senhorita... Está tendo um tipo de perda de memória!—meus olhos se abriram surpresa.

— Perda de memória, mas como é possível?

— A senhorita Kim bateu a cabeça bem forte no acidente de carro, deixando um ferimento é...

— Você esta afirmando que tenho perda de Memória?

— E possível que sim!

Coloquei a mão na cabeça e pensei, perda de memória… Pelo que foi dito, acabo de perder 8 anos da minha vida, não consigo lembrar por mais que eu tente. O que aconteceu com Edward depois que esperava no porto... Edward! E isso, só preciso acha-lo. O médico me chama de novo para a realidade.

— A Senhorita precisa descansar, tentaremos nós comunicarmos com o seu marido— abaixou a cabeça e saio

—sim…

Saiu pela porta, eu estava imóvel com tudo voando pela minha cabeça, o que diabos está a acontecendo? Eu tenho marido… um marido bem mau pelo jeito... Só pelo fato de nem vim ver-me já deixa claro que ele é uma merda. Onde está Edward? Ele deveveria encontrar-me no porto. Nesse momento ele seria tão bom.

A minha atenção foi tomada pela enfermeira que entrou sem bater e perguntou.

— Senhorita!—chamou-me o que me fez olhar para ela— Gostaria de comer algo?—neguei com a cabeça— Tudo bem então! A senhorita precisa de algo?—dizia enquanto saia pela porta com um sorriso.

— Não obrigada...— Ela continuava parada esperando, paro um pouco e falo— Tudo bem agora, será que pode dar-me um tempo para pensar?— Eu precisava só organizar a minha cabeça que por sinal doía só de pensar no assunto. Apenas acho melhor tentar descansar um pouco agora. A enfermeira ficou me olhando, e de repente sorriu.

— Tudo bem senhorita, vou está perto se precisa— Eu sorrir de volta e assenti, ela virou-se e saiu.

Como aquilo aconteceu?... Eu só quero o Edward, onde ele está, eu prometi encontrá-lo, ele iria dizer algo, algo importante. Estou tão cansada, deve ser pelo o tal acidente, e em falar nisso, acidente? Como aconteceu, eu não lembro... Deve ter doído tanto... E o meu marido onde está? Espera, eu tenho um?! Mas como? Não lembro de ter tido um, não lembro nem o dia, nem a data de hoje. Mas como isso está a acontecer como? A minha mente está confusa! E melhor eu descansar um pouco como o médico sugeriu...

capítulo 2

Já tinha se passado cerca de uma hora, e ainda não consegui dormir, fiquei pensando sobre as coisas que aconteceram. O tempo que esqueci, que perdi. Eu estou muito confusa... Depois de um tempo conseguir me acalmar um pouco e pude cochilar...

Acordei assustada por um barulho, era uma enfermeira! Mandy, quando percebeu ter-me acordado, ela tímida se desculpou.

— Desculpe o incómodo vim busca esse papel— Disse a tentar esconder atrás de si mesma.

Era a mesma que vi quando acordei pela primeira vez... Minha curiosidade era grande de mais. Então fiz a pergunta.

— O que tem nesse papel?— Ela pareceu muito surpresa.

— Aqui? Er... Senhorita eu não acho que posso dizer— Eu poderia deixar para lá, mas algo estava estranho naquela conversa.

— Poderia me mostrar?— Ela deu um passo para trás.

— Poder eu posso... Mas não sei se devo...

Eu a encarei. Talvez na esperança de ver por trás de seus olhos o que ela escondia.

— Me mostre Mandy, por favor.

Ela exitou muito. Até que meu olhar a incomodou e a fez estregar o tão clamado papel.

Quando observei o que tinha ali, fiz uma cara de espanto bem notável, era uma permissão para desligar a máquina que a pouco me mantinha viva, a enfermeira tentou explicar cabisbaixa.

— O senhor Kim disse que... Era para desligar e eu...— o médico entrou e interrompe Mandy que fica ainda mais cabisbaixa.

— Senhorita kin, isso não é nada que deva ser respondido agora— ele falava com calma, mas eu podia ver que estava apenas tentando proteger uma de suas enfermeiras.

— Como não!? Eu acabo de descobrir que tinham a intenção de matar-me... E se eu não acordasse a tempo… Realmente iam fazer!? Vocês iam desligar as máquinas que me manteve a pouco viva?— Eu estava assustada, em pânico. Mesmo assim não parei de encara-lo com desprezo. Quero respostas, preciso delas.

— Lamento, mas sim. Recebermos ordens do senhor Kim, pedindo para desligar a máquina, Mas... a senhora acordou então o avisamos, Porém ele nem ao menos atendeu, disse que ele atendera para manter a sua calma sobre a situação. Perdoe a minha mentira, mas julguei ser a melhor escolha no momento.

Estava óbvio. Como um homem assim pode existir!? Alguém que nem ao menos atende uma droga de ligação pode ser meu marido? Eu mereço algo melhor... hum! Edward veio a minha cabeça por um momento, mas agora ele deve já ser casado e talvez tenha filho um cachorro ele amava cachorros... A minha atenção foi chamada pelo médico novamente.

— Preciso fazer alguns exames... então será que posso?— falou a dar um leve sorriso.

Foi a primeira vez que o vejo e sorrir, era um sorriso calmo e esbelto! Que me fez querer escuta-lo... Sem falar assenti com a cabeça!

— Muito bem, farei perguntas agora, ok?—assenti a cabeça de novo— A senhorita disse que a última coisa que lembra, era encontrar um amigo seu, certo?

— Sim, o Edward! Ele é meu amigo há muito tempo...

— Poderia entrar em mais detalhes?

— Nós conhecemos no fundamental, ele sempre foi mais alto que eu... Ele é muito gentil comigo... E então nós estávamos no segundo ano do ensino médio, combinamos de nos encontrar no porto, sai de casa e quando cheguei… Eu não me lembro—fiz uma cara triste e perguntei— O senhor disse que perdi a minha memória, não foi?

— Sim... Mas e algo que pode ser passageiro, mesmo que eu não consigo entender.

— Tem alguma forma que possa recupera-la?— Fiz um olhar esperançoso que fez o médico ficar um pouco inquieto.

— Normalmente eles conseguem lembrar, mas pelos meus cálculos, oito anos... E um pouco raro acontecer— o meu olhar o fez ficar triste... sinto-me culpada por isso— Mas se talvez a senhorita praticar a sua memória, e utilizar gatilhos, pode ser que...

— Gatilhos? De que tipo!?

— Talvez lugares ou a sua família, amigos, marido— Quando ele falou marido senti um peso sobre os meus ombros, aquele homem que nem sei quem é, tentou-me matar, desistiu de mim, e nem ao menos veio ver-me, ele é um filho da...

— Terei que fazer alguns exames... Mas por enquanto, volte a descansar, tentarei ligar para o senhor Kim mais tarde.

— Não, não é necessário, se ele quer vir, que venha por conta própria— O meu olhar de desdém assustou o médico, que o fez ficar em silêncio por um momento.

— Tudo bem senhorita Kim, se e o que quer!? Mas antes! A senhorita está se sentindo bem?— O carinho imposto pelo médico fez a minha expressão mudar para alguma mais calorosa.

— Não, estou bem— falei com o meu melhor sorriso virado a cabeça e tentando parecer algo sútil.

— Vou retirar-me, descanse.

Assenti com a cabeça e sorrir ainda mais, ele foi embora pela porta, com a enfermeira que observava a conversa no canto quieta, saíram!

No momento que a porta fechou, o meu sorriso sumiu do meu rosto aquilo tudo me deixava exausta, a memória perdida, Edward, marido escroto, o ódio que sentia por alguém que não conheço, nunca foi tão grande... Mas não posso julgar tanto só pelo fato de não conhecer. Se por um acaso pedir divorcio? Não... Me casei com ele, deve ter um motivo. Nunca fui má em escolha alguma... A minha cabeça dói. Acho melhor descansar, antes que piore, sempre que dói e só eu dormi que acordo melhor...

Acordei calmamente na manhã seguinte, dessa vez não sendo acordada por uma notícia de tentativa de morte. Meu quarto de hospital e até que bem-arrumado, espaçoso para não dizer grande, entretanto deprimido pelo fato de ser um quarto de hospital...

Levantei-me para tomar um banho, no pequeno banheiro. Lá tinha uma muda de roupa de hospital, e um cheiro de desinfetante, na realidade sentira isso desde que acordei, mas ali era mais forte! Certamente eu odiava aquele cheiro por algum motivo, o meu corpo não reagia bem e isso me incomodava.

Ao sair percebi que Mandy estava a minha espera. Repentinamente ela perguntou.

— A senhorita está com fome?— Seco o meu cabelo, e aparece assim de repente isso assustou-me, pensei.

— Estou um pouco— Um sorriso apareceu no seu frágil rosto.

— Gostaria que eu trouxesse algo?— O seu sorriso calmo deixou-me feliz.

— Sim, por favor.

— Certo!

Ela é muito gentil, saio tão depressa que nem deu para dizer adeus.

Um tempo passou-se, será que ela já está vindo? Inesperadamente ela bate na porta,

— Senhorita será que eu poderia entrar?!

— Sim! Entre por favor— Ela entra devagar com um pouco de comida de hospital, era um tipo de arroz com molho de carne, geleia e um copo de suco com água. Como sempre a comida de hospital não é muito boa.

— Trouxe um poco de comida, por favor coma— Por mais que eu odeie comida de hospital ela deu um sorriso sincero dessa vez. Deixou-me feliz e me fez comer aquilo.

— Obrigada pela gentileza.

— Não foi nada se precisar de algo me chame .

— Tudo bem— sorrir, e ela devolveu o sorriso e saio cantarolando.

capítulo 3

A comida de hospital sempre vai ser horrível aos meus olhos, nunca gostei. Mas tive que comer a pedido de Mandy, que foi tão bondosa que não pude recusar, e sem contar que não comi nada desde que acordei.

Quando acabei, coloquei aquele prato no lado na cama, e tentei adormecer. Acabei a acordar quase uma hora depois pelo médico.

— Senhorita kim, desculpe acorda-la, mas necessito fazer exames sobre a sua condição física, será que posso?— Estava um pouco sonolenta então apenas concordei.

— Vamos começar.

Eu estava com alguns hematomas, cortes feridas, entre outras coisas. Um dos meus braço estava cheio de bandagens, ele retirou com calma, doía um pouco, tinha vários cortes por vidro. Tinha um enorme corte na minha barriga, uma enfermeira disse que foi devido a um pedaço enorme de vidro que entrou no acidente, isso queimava as vezes, e não tinha nem cicatriz era uma ferida mesmo, isso dificultava muito. Havia bandagens na minha cabeça, onde batera, realmente dói muito, a ponto de dar-me uma dor de cabeça bem forte, ele perguntou enquanto limpava a ferida.

— Senhorita Kim, esta sentindo algo ultimamente?— Parei e pensei.

— Uma grande dor de cabeça, tonteira, mas tirando isso penso que algumas feridas doem um pouco, ainda mais a da barriga— Ele olhou um pouco mais, e começou a colocar novas bandagens.

— Senhorita Kim, suponho que isso seja devido à batida da cabeça— fiz uma cara brava.

— Por favor não me chame "senhorita Kim", eu tenho um nome— eu nem me importava muito só não queria ter algo haver com aquele homem. Seja lá que for.

— Tudo bem. O seu nome era... Ellie não é?— fiz um leve sorriso e concordei com a cabeça.

— Agora preciso de alguns exames de sangue, posso começar?— Ele parecia um pouco triste.

— Sim, pode.

Ele tirou o sangue e saio, eu não entendi bem a sua reação, mas eu estava com uma dor de cabeça e do corte terrível. Descansei mais e quando acordei já era o dia seguinte, uma bela manhã, tão lindo.

Eu saio da cama e tomo um banho, arrumei o cabelo, encontrei Mandy, eufórica disse.

— Senhorita, o seu...— Entrou um homem, de terno muito bonito, alto, e parecia ser alguém importante se baseando nas suas roupas. Parei surpresa, pela entrada e fiquei ainda mais quando olhei para seu rosto, eu gritei a correr até ele.

— Então você ainda esta…

— Edward, e você!?— joguei-me em cima dos seus braços lacrimejando, ele empurrou-me.

— Que po*** você fez!?— ele parecia irritado, eu não entendo— Você supõe ser assim? Você quase morre e eu vou perdoar você?

— O que eu fiz?

— Não se banque de mal entendida, você sabe o que fez!—gritou.

— Eu não sei, ok!— ele aproximou-se, eu estava assustada pelo grito.

— Você esta ainda melhor na sua atuação—disse é saiu, quase quebrando a porta. O médico falou decepcionado.

— Senhorita Ellie, aquele senhor era seu marido— eu não conseguia pronunciar palavras eu estava confusa tudo que falei foi.

— co-como assim?— Ele suspirou.

— Bom, tudo que sei, que ele é seu marido e nada mais— eu estava muito confusa, E então ele disse.

— Vou tentar conversar com ele— concordei com a cabeça— Tente descansar— descansar e só o que escuto.

— Certo...

Ele foi pela porta com as enfermeiras. Eu estava exausta a minha cabeça doía tanto que não pensei apenas fui direto para cama, latejava tanto, estava tonta, aponto de parecer que caía, eu finalmente acalmei-me e consegui raciocinar um pouco.

Eu sou casada com o meu melhor amigo, e ele odeia-me, e o pior, nem sei o motivo de tanto ódio, seja o que for que eu fiz, vou concertar, mas primeiro tenho que saber como.

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