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Filha Da Noite

Capítulo 1 Narrado pela Angel

Nossa vida às vezes toma caminhos que nem nos nossos dias mais sombrios pensaríamos em seguir por eles.

Eu fui uma menina ingênua que sonhava em se casar com o seu primeiro namorado, que pensava que perder a virgindade tinha que ser algo mágico. Esses foram os meus maiores erros. Me chamo Angel Velásquez e sinto em dizer que a minha vida perfeita se quebrou assim que me mudei para a capital confiando nas promessas de um homem que dizia me amar.

Moro no interior do estado com meus pais e vivia uma vida simples, estava no 1° ano do ensino médio. Tudo estava dando certo até que um dia chegou na minha cidade um rapaz muito bonito e bem vestido. O nome dele era Rafael, ele ia todos os dias no restaurante em que eu trabalhava depois das aulas.

Ele dizia ter se apaixonado por mim, começamos um namoro e ele me pediu para guardar segredo, afinal eu era menor de idade e poderia trazer problemas a ele. Ele me dava flores e chocolates, me dava atenção e me apaixonei perdidamente por ele. Rafael insistia que eu devia me entregar mais, me permitir mais, e ele insistiu tanto que eu cedi e acabei decidindo dar a ele o que tanto queria, minha virgindade.

Foi horrível, senti muita dor, ele não foi carinhoso nem tampouco romântico, ele apenas me usou como um objeto para satisfazer e dar prazer a ele. Eu estava apaixonada e não dei tanta importância a isso. Ele me chamou para conversar e disse que ele teria que ir embora e me pediu para ir com ele, pois ele já não sabia mais viver sem mim.

Eu fugi de casa, confiando na promessa de um homem que dizia me amar e que cuidaria de mim. Assim que chegamos na capital a ficha caiu, fui levada para uma boate onde meu "amor" me negociou como se eu fosse uma mercadoria. Tornei-me filha da noite, passei de uma garota simples a uma mulher da noite.

"Rafael, eu não quero isso, não quero me tornar uma prostituta", eu disse a ele chorando e implorando. "Você não é uma prostituta. Você é uma prestadora de serviços, a sua função é oferecer a aqueles que te procuram amor, carinho e principalmente prazer. São homens carentes que precisam de atenção. A atenção que você dará a eles", o Rafael disse cinicamente.

Na primeira noite que passei lá, não fiquei com nenhum cliente. Mas na noite seguinte não teve escapatória, meu primeiro programa foi com um homem 30 anos mais velho que eu. Ele tratou-me muito mal, usou e abusou de mim. Ele gostava de sexo selvagem, me pegou com muita violência e acabou me batendo. Senti muito nojo, não pela diferença de idade, mas porque em suas mãos tinha uma aliança, nunca pensei em ficar com um homem casado, nem que algum dia estaria vendendo o meu corpo.

Ele me olhou como se eu fosse um nada e disse. "Já comi melhores, se quiser ter sucesso nessa profissão você vai ter que se soltar mais, boneca." Ele disse sorrindo.

Assim que ele saiu, senti-me um lixo, chorei muito. Quando tomei banho para sair do quarto, o Rafael entrou. "Angel, o cliente disse que você não o satisfez." O Rafael disse se aproximando e segurando com força o meu braço. "Presta atenção, você tem que ser capaz de satisfazer o cliente, tem que dar prazer a eles. Se bater der prazer, você deixa baterem, se quiserem com força, você deixa, se quiserem que você chupe, você vai chupar." Ele disse com as mãos no meu pescoço.

Ele me fez ajoelhar diante dele, abaixou a calça juntamente com a cueca e o membro dele estava ereto. "Me chupa, começa passando a língua nas bolas e subindo até a cabeça do meu pau, depois enfia tudo na boca e suga com vontade. Mas não encoste os dentes." Ele disse. Eu não fiz o que ele mandou e ao tentar me levantar, ele me deu um tapa no rosto. "Por que você está fazendo isso?" eu perguntei. "Porque você é linda, mas eu preciso te treinar para que você satisfaça os clientes, a sua beleza impressiona, mas não é suficiente." Ele disse. "Você disse que me amava." Eu falei chorando. "Eu te amo e é por isso que eu vou te treinar. Se você se comportar, vou te dar os melhores clientes, vou deixar você terminar os estudos e se fizer bem o seu trabalho, vou te pagar muito bem." Ele disse.

Se eu estudasse, teria pelo menos uma oportunidade. "Eu aceito." Eu disse, me ajoelhando. "Eu sabia que você era uma putinha, mas se você tentar fugir, eu te mato." Ele disse.

Fiz tudo que ele mandou, o chupei e quando ele gozou me fez engolir tudo. Quando pensei que tinha acabado, ele me colocou de costas e disse. "Não posso deixar que outro arrombe você por trás, tenho que ser o primeiro." Ele disse e fez sexo anal comigo. Doeu muito mais do que quando perdi minha virgindade, me senti ser rasgada e gritei de dor.

No dia seguinte, não conseguia me sentar direito, estava dolorida. Estava desesperada, já fazia duas semanas que estava naquele lugar e já tinha perdido a conta de quantos homens já tinham passado a mão pelo meu corpo. Pelo menos, o Rafael me deixou estudar e esta era a minha única oportunidade.

Capitulo 2 Narrado pela Angel

Eu juntei todas as minhas forças e me concentrei nos meus estudos, comecei a juntar cada trocado que me davam. Eu tinha esperanças de que, na primeira oportunidade que surgisse, eu iria fugir e voltar para minha casa.

Rafael não me procurava mais, ele tinha conseguido vender sua mercadoria e agora estava namorando e em breve iria se casar. Ele fez questão de me apresentar à sua noiva, acreditando que eu ainda o amava. A única coisa que eu sentia por ele era raiva.

Me tornei amiga de uma garota que trabalhava ali também. Diferente de mim, ela estava ali porque queria. Ela me disse que em nenhuma outra profissão ganharíamos tão bem.

Para mim, Esther estava louca. Quando eu contei a ela que não estava ali por livre e espontânea vontade, ela levou um susto.

— Você não pode deixar que roubem o seu dinheiro. - Esther disse, como se eu pudesse escolher alguma coisa.

— E o que eu faço? - perguntei a ela.

— Angel, eu conheço um lugar muito melhor que esse. Nesse lugar só tem homens da alta sociedade ou que tenham muita grana. Eu tenho uma amiga que trabalha lá e ela vai me incluir. Se você quiser, posso te colocar nessa. - Esther me disse.

— E como eu sairia daqui? - perguntei a ela.

— Você teria que cancelar sua matrícula no colégio e eu te ajudaria a fugir daqui. - Ela me disse.

— Meus documentos estão com o Rafael. - Eu disse a ela.

— Vamos fazer novos documentos para você. - Ela me disse.

— Eu quero voltar para minha casa. - Eu disse com os olhos cheios de lágrimas.

— Então fuja e vá para casa. Mas e se sua família não te aceitar de volta? - ela me perguntou.

Aquelas palavras me acertaram em cheio. Com a vida que eu estava levando, meus pais jamais me aceitariam de volta. Eu estava perdida.

— Se eu for com você, eu vou poder levar uma vida normal? Ser livre para ir e vir quando quiser? Vou poder estudar e fazer uma faculdade? Vou poder comprar ou alugar um lugar para ficar? Eu vou ter alguém fazendo o que o Rafael faz? - Bombardeei ela de perguntas, e pacientemente, Esther me respondeu.

— Angel, respira. Somos filhas da noite. Durante o dia, podemos levar uma vida normal. Nós não vamos sair com uma placa em nossos pescoços escrita que seremos garotas de luxo. Você terá sua liberdade e será dona do seu dinheiro. A mulher que consegue os clientes pede a parte dela separada e o dinheiro não precisaremos dividir. As coisas serão melhores para você lá. - Ela disse. Esther era a única ali que se importava comigo. Ela cuidava de mim como se eu fosse sua irmã mais nova.

Cancelei minha matrícula na sexta-feira. Quando amanheceu e todas as meninas iam descansar, eu estava colocando meu plano em prática. Eu tinha que sair de lá pelas portas do fundo e conseguir chegar até o beco. Não era para mim levar nada, pois teria que pular o muro de um lote abandonado e chegar até a avenida onde Esther estaria me esperando.

Fiz o que combinamos. Saí da boate devagar e com cuidado, mas assim que cheguei no beco, corri muito rápido. Pulei o muro e só parei de correr quando Esther parou o carro perto de mim.

— Que bom que você conseguiu. - Ela disse sorrindo.

— E agora? - perguntei cheia de incerteza.

— Vamos providenciar novos documentos para você, novas roupas, e você vai ficar no apartamento da minha amiga para, caso alguém for lhe procurar no meu apartamento, não te encontrarem. - Ela disse.

— E como funciona esse novo "trabalho"? - perguntei.

— Existem algumas regras. Vamos ter que fazer exames uma vez por mês e os clientes também. Se algum cliente quiser transar sem camisinha, precisa apresentar os exames e vai ter que pagar mais. - Ela disse.

Fiquei mais tranquila em relação a isso, pois teria garantias de que não iria contrair nenhuma doença sexualmente transmissível.

— Tem mais alguma coisa? - perguntei a ela.

— Devemos estar sempre bem vestidas e com lingeries bem sexy. - Ela disse.

— E tem algo mais que eu deva saber ? - perguntei.

— Vamos ter que criar um codinome para você, e em hipótese nenhuma poderá revelar os nomes dos seus clientes, nem pode se apaixonar por eles. - Ela disse.

Jamais me apaixonaria por um homem que paga por sexo.

— E quando eu juntar um dinheiro, poderei sair? - perguntei.

— Se você quiser, pode. Mas eu duvido muito que você vai querer sair. Você ganhará muito dinheiro, aprenderá a se vestir bem e a ser elegante. Quando você provar do luxo, você vai querer viver nele sempre. - Ela disse.

A única coisa que quero é que ela esteja errada e que, pelo menos um pouco daquela menina que um dia fui, sobreviva diante dessa vida que viverei.

Capítulo 3 Narrado pela Angel

Eu fui morar no apartamento da Rachel, amiga da Esther, que também é filha da Noite. Mudei de nome e agora me chamava Emily Anderson, gostei do nome.

Meu codinome era Ange Gardien, escrito em francês e significa anjo da guarda. A senhora Garcia, que era quem organizava tudo nessa "sociedade secreta", me presenteou com uma pulseira de prata gravada com o meu codinome.

Não poderia mais usar o nome Angel Velásquez, é como se eu tivesse morrido e reencarnado como Emily Anderson. Esther estava certa, tive que aprender e mudar muitas coisas.

Meus cabelos, antes cor de mel, se tornaram loiros, meus olhos esverdeados perderam o brilho. Tive que aprender a me comportar como uma dama da alta sociedade, aprendi a me vestir elegantemente, a me maquiar e passei a usar os perfumes mais caros. O Chanel se tornou o meu favorito, minhas lingeries se tornaram o item de maior valor do meu guarda-roupa.

Eu passava horas escolhendo as minhas peças de roupas íntimas, todas eram selecionadas a dedo para agradar cada um dos clientes.

Cada cliente fazia a sua exigência e escolhia o que gostaria de ver no meu corpo. Eles deixavam todos os tipos de presentes, desde marcas na pele até joias muito caras.

Eu continuei estudando, o meu dinheiro eu coloquei a juros e aluguei um apartamento simples para mim viver. Durante o dia, Emily Anderson era uma garota normal, que estudava, tinha amigos e até ficava com garotos da sua idade no colégio.

Mas quando chegava a noite, ela se transformava de garota para uma mulher que se tornava fria e cedia a todos os caprichos de quem podia pagar por Ange Gardien.

Esther estava certa, qualquer mulher se perderia diante de tanto luxo: eram roupas, calçados, perfumes, maquiagens e joias das melhores marcas. Mas o que me fazia ter o pé no chão era quando chegava a noite e eu tinha que me deitar com diferentes tipos de homens para pagar cada peça que eu usava.

Às vezes eu tinha clientes que eram muito dóceis e outras vezes tinha outros que gostavam de algo mais intenso e acabavam usando uma força desnecessária.

Não vou negar que tinha clientes que me faziam gozar e esses clientes eu nunca repetia. Muitos insistiam, mas eu sempre negava. Ofereciam mundos e fundos por mais uma noite ao meu lado e eu negava.

Se eu repetisse clientes mais de duas vezes, poderia acontecer de nos apergarmos e esse era um risco que eu não queria correr. Eu estava no terceiro ano do ensino médio e estava concluindo os meus estudos.

Quando, em uma certa noite, surgiu para mim um cliente diferente de todos os outros. Ele entrou no quarto e fez sinal para que eu fosse até ele, e eu o obedeci. Ele me fez ficar de joelhos enquanto ele se masturbava, e eu fiquei olhando. Quando ele chegou ao ápice, ele gozou no meu rosto.

Ele me estendeu a mão e me pediu para transar comigo sem camisinha e me apresentou os seus exames, eu permiti. Ele foi muito diferente de todos os outros, ele me deu prazer, muito prazer. Ficamos nós dois a noite inteira no quarto e fizemos em várias posições diferentes.

Ele voltou no dia seguinte e transamos de novo e dessa vez também conversamos, eu lhe contei um pouco sobre mim e ele me falou da vida dele. Ele me pagou dez vezes mais para ter exclusividade e eu aceitei.

Eu me encantei pelo Alex, nós íamos a jantares e baladas, eu frequentei o apartamento dele e pensei que estivéssemos evoluindo para algo a mais.

Por mais que eu não quisesse admitir, eu estava apaixonada. Em uma bela noite, Alex disse que teria uma reunião urgente e que não poderia ficar comigo esta noite. Sozinha, eu decidi ir ao restaurante em que ele tinha me levado algum tempo atrás.

Eu me sentei na minha mesa e aguardei o meu pedido. Olhei de relance pelo restaurante e vi Alex chegando acompanhado de uma bela mulher e dois casais bem mais velhos do que Alex e a mulher. Eles se sentaram em uma mesa e fizeram o pedido deles.

Quando eu estava terminando de jantar, vi uma cena que me desconcertou completamente: Alex se ajoelhou diante da mulher, chamando a atenção de todos que estavam no local, e pediu-a em casamento.

Aquilo me destruiu por dentro. O homem que assinou um contrato de exclusividade comigo iria se casar com outra. Mais uma vez, eu tinha feito a escolha errada. Mas é claro que eu era apenas um objeto para ele. Afinal, que homem pensaria em construir uma vida ao lado de uma mulher que vendia o seu próprio corpo? Chorei muito e decidi que estava na hora de ir atrás dos meus sonhos.

Completei o meu terceiro ano e conversei com a senhora Garcia, que, como prometido dois anos atrás, me deixou sair.

Segundo o que a Esther me contou, o Alex ia direto me procurar, mas eu já tinha saído e não estava em meus planos voltar para aquela vida.

Eu peguei todo o meu dinheiro e fui tentar a vida em São Francisco, nos Estados Unidos. Matriculei-me na melhor universidade e, com aquelas roupas caras que eu usava, até parecia que eu era uma herdeira, igual aquelas pessoas.

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