Na Pausa de descanso do meu trabalho, me peguei pensando na minha infância.
Vi aquela menininha sentada na biblioteca bisbilhotando cada livro que sentia interesse , lá era o meu lugar de refúgio. Como pode uma garotinha já se sentir tão solitária, ah eu preferia está lá, do que no pátio da escola, onde todos me percebiam (ou não, porque me sentia meio transparente)! Eu tinha a cor parda, cabelos escuros e ondulados, sempre presos num rabo de cavalo baixo , pra tentar esconder que não podia cuidar dos cabelos . Minha mãe não tinha condições pra isso , era empregada doméstica e meu pai vidraceiro, ganhavam muito pouco para sustentar 5 pessoas, eu era a filha do meio . Eu tinha dentes tortos e era bem magrinha e pequena , minhas roupas estavam fora de moda e os tênis maiores que meus pés, porque quase sempre eram de doações ; Eu ri lembrando da minha aparência, passei muito tempo até superar minha infância, não foi um dos melhores momentos da minha vida .
-Melanie !?
— Oi!
-Estou te incomodando?
— Ah não, senta aqui, estava apenas viajando no meu passado.
— Posso até imaginar no que você estava pensando.- rimos juntas.
A Dafne e eu éramos amigas há alguns anos, nos dávamos muito bem. Nos conhecemos num curso de informática e por coincidência começamos a trabalhar na mesma empresa de telemarketing, foi a melhor coisa que me aconteceu desde então.
— Eu quero você pronta antes das 19:00 essa noite, para irmos naquele barzinho novo
— Ah não amiga, eu não vou.
— Ué porquê? Deixa de ser antissocial mulher, prometo que vai ser só hoje.- Detesto quando ela me olha com esses olhos grandes e castanhos suplicantes.
— Hoje é sexta-feira, vamos curtir só um pouquinho vai?
— Prefiro ficar na minha cama, lendo o meu livro de autoajuda até tarde.
— Por favor amiga.
— Tá bom, tá bom! Mais prometo que quando estiver chato vou fugir de lá.
-Ok, fique bem gata por favor.
-Uhum.-disse revirando os olhos.
*******
Tomei o meu banho e fiquei me olhando no espelho, — onde fui me meter? Não estou com a mínima vontade de ir. Coloquei uma calça jeans e uma rasteirinha e estava com dúvidas na blusa, branca básica, coloco o colete ou não?
— Oh mãe?!
— Oi?!
— Essa blusa fica melhor com colete ou sem?
— Sem colete mulher, qualquer roupa tu quer colocar esse colete
A Dafne chegou gritando: -coloca o colete, está na moda.
Decidi ir com o colete mesmo, deixei um rabo de cavalo, coloquei um batom no tom mais rosinha e um delineado, pronto.
— Vamos embora que quero chegar cedo.
— Se for demorar avise filha.
— Não vou!
Chegando lá, fomos logo no balcão pedir uma bebida, pedi a minha preferida, uma caipirinha sem açúcar, a Dafne também pediu uma.
— Você é estranha até na bebida, disse rindo.
— Ei o que posso fazer se não penso que açúcar e cana combinam?!
— Vou dançar, vamos?
— De jeito nenhum, deixa-me aqui com a minha bebida exótica, ela sorriu e saiu. A Dafne é uma mulher muito bonita, chama atenção onde passa, cabelos escuros e longos, pele morena clara, corpo escultural e sorriso faceiro.
A Dafne estava se divertindo com um grupo de pessoas, quando dois rapazes passaram-me olhando, baixei logo a cabeça, não sei flertar e não quero, só quero sair daqui. Uns minutos passaram-se e lá vem eles novamente, o mais alto passou sorrindo, olhei para o outro lado. Até que ele era bonito, moreno claro, olhos verdes, magro, alto.
— Porque eu prestei atenção a isso tudo? Eu hein?! Não estou interessada, sai daqui, pensei.
Não é possível passaram novamente, será que é de propósito? Apesar de conhecer a maioria das pessoas desse bairro, não conheço eles, -Affs e nem quero, dei risada pensando.
— Amiga cansei, vamos comer algo?
— Ah sim! pede uma porção de batata fritas com bacon. — disse ela animada.
— Ótima opção!
— Melanie você percebeu que aqueles caras não param de olhar para cá?!
— Quais? Menti.
Ela olhou em direção a eles disfarçando e eu respondi que não tinha percebido.
Ah não lá vem eles... Não vem, não vem pelo amor de Deus!
— Olá!
-Oi!
— Vocês estão esperando alguém?
Baixei a cabeça e a Dafne respondeu que não.
— Podemos sentar aqui?
-Ah Não, Ah não, Ah não.
— Claro né amiga?
— uhum.
O mais baixo era mais discreto, não tirava os olhos da Dafne, enquanto o alto me comia com os olhos, se o meu namorado o Théo sonhar com esta cena.
Levantei pensando nele de repente e a Dafne puxou o meu braço, com olhos suplicantes — Por favor, só mais um pouquinho.
— Amiga eu preciso ir.
Eles se entre olharam me achando estranha com certeza, mais não me importei, tomei o restante da bebida num gole só, dei um beijo na testa dela e sai o mais rápido que pude.
Peguei um carro de aplicativo e chegando em casa tinha 3 ligações e mensagens da Dafne, já cheguei em casa me sentindo um pouco enjoada, me arrependendo de ter ido.
— Melanie?
-Oi mãe.
— Mais já chegou minha filha?
— É. Preciso acordar cedo.
— Você deveria se preocupar em se divertir mais.
— Eu estou bem Sra. Parker.
— Boa noite! Te amo.
— Te amo minha filha, e me deu um beijo na testa.
Fui direto para o meu quarto com o celular na mão pronta para olhar as mensagens da Dafne.
— Que tipo de amiga deixa a outra sozinha com dois desconhecidos?
— Ahh amiga eles são legais, você não deveria ter ido embora.
-Sua Antissocial!
Respirei fundo e respondi.
— Não esqueça que tenho namorado!
— Que namorado? Não tô vendo ninguém.
— Dafne, não seja injusta! O Théo não apareceu porque estava trabalhando.
— Vai sonhando, Xau.
A Dafne não gosta muito do Théo, ela costuma dizer que ele é um mala, que o fato dele morar em outra cidade não significa que ele deva fingir que não tem namorada. Às vezes acredito que ela tem razão, namoramos há quase um ano e quase não nos vemos. Quando ligo ele está ocupado, sempre tem uma desculpa para não vir aqui em casa e quando dou um jeito de ir para lá, ele arruma um monte de coisas para fazer e quase não consigo um tempinho para ficar com ele.
-Ah penso que sou uma otária mesmo, acredito que o álcool está fazendo efeito, é melhor eu ir dormir que amanhã trabalho cedo.
Mais uma noite vou dormir angustiada porque não consegui falar com o Théo, me pergunto porque gosto tanto dele, será que é porque ele foi meu primeiro homem? Mais não foi nem tão bom assim e desde então continuo me achando uma virgem, quando transamos, normalmente é bem rápido que nem sei se continuo virgem ou não. — É, realmente o álcool está fazendo efeito, vou dormir.
Acordei cedo como de costume e fui trabalhar, agradecendo pelo sábado, pois quando saio de lá, já me sinto de folga. Chegando no trabalho, já pensando na hora de sair. Ri do meu pensamento.
Trabalho na empresa de telemarketing, sou atendente. No início era um sonho, primeiro emprego, achava-me importante, depois de um ano trabalhando aqui, vejo que todos que sobreviveram ficaram um pouco perturbados, o telemarketing faz isso conosco.
— Bom dia Luz do dia, diz Dafne quando me ver.
— Bom dia! Como foi sua noite?
— Não vem zoando comigo, ainda estou brava com você! E você dormiu com o seu príncipe encantado?
— Não enche!
— Vou tomar um café com leite antes de começar a sessão de hospício, quer?
— Quero sim, obrigada!
********
Enfim de folga, pensei quando estava saindo da empresa. Quando estava passando na catraca não acreditei no que vi, será coincidência? Não, não é possível. Estava na minha frente o mesmo cara de ontem a noite, o moreno alto de olhos verdes, olhando fixamente para mim. Mais nunca vi ele por aqui, será que veio atrás de mim? Ah claro que não, que bobagem a minha pensar isso. Ah não ele está vindo na minha direção, vou fingir demência e sair daqui.
— Oi!
Continuo a andar fingindo demência.
— Melanie?
Como ele sabe o meu nome?
— Você está falando comigo?
— Eu sou o Anthony, nos conhecemos ontem a noite.
— Desculpa não lembro. Continuo a andar, ele pega o meu braço e tiro a mão dele rapidamente.
— Foi a Dafne que me falou que você trabalhava aqui, falou o horário que você saía e resolvi passar por aqui.
Vou matar a Dafne, como ela pôde?
— Não sei o motivo que ela fez isso, mais tenho namorado, desculpa.
— Ah eu não imaginava, desculpa, tenha um ótimo final de semana, disse a sair.
Não imaginava, não imaginava, quem ele pensa que é?
— Para você também.
Não me aguentei e liguei para Dafne, -Oi meu amor já está com saudades?
— Dafne Linns quem você pensa que é para falar das minhas intimidades para um estranho?
— Do que você está falando garota?
— Aquele estranho de ontem a noite, o tal de Anthony estava parado aqui na frente da empresa esperando por mim e falou que você deu todas as informações para ele, como pôde? Você sabe que estou com o Théo.
— Ah foi isso, desculpa amiga, não imaginei que ele iria atrás de você, ele mostrou interesse em você e começou a fazer perguntas, eu estava um pouco bêbada e acabei a falar demais.
— Não faça mais isso por favor.
— Desculpa, como pedido oficial de desculpas, vou te levar no seu restaurante preferido hoje, após irmos dançar no barzinho novo, pode ser?
— Ah não, pode ser só o restaurante mesmo?
— Não!
— Ok, você consegue tudo o que quer.
— Até mais tarde!
***********
Estava me olhando no espelho e uau, não sei o motivo no qual caprichei tanto. Cabelos soltos lisos e longos, batom vermelho com um delineado lindíssimo, saia rodada e uma t-shirt básica, coloquei um ALL star porque é de costume mesmo.
— Filha você está lindíssima, vai sair mais um fim de semana? Que novidade!
— Ah senhora Parker, tô seguindo o seu conselho.
— Divirta-se meu amor.
— Obrigada mãe.
Longe dali, quando desci do carro de aplicativo, percebi alguns olhares para mim, senti-me segura. Fui entrando e tinha uma multidão dançando, se divertindo, bebendo, como eu ia encontrar a Dafne aqui? Resolvi ir ao balcão e pedi a minha caipirinha sem açúcar, alguns caras tentaram se aproximar, mais fingi não perceber. Lá do outro lado tinha um cara que não tirava o olho de mim, não olhei na direção dele, fiquei tomando minha bebida rápido disposta a ir embora, se ela não aparecesse. Quando de repente ele se aproxima e senta ao meu lado, começou a puxar assunto.
— Parece que tem alguém me seguindo...
Quando viro, aqueles olhos verdes com malícia olhando para mim.
— Estou começando a achar o mesmo, sorri.
Que atrevido!
— Esperando o seu namorado, o sortudo?
— E se tiver?
— Seria o normal né? Ao menos que esse namorado for imaginário- sorri.
— Você está brincando né?
Ele só riu e não respondeu nada.
— Sabe? O Cara tinha que ser muito otário para deixar uma mulher como você sozinha.
— Mais não estou sozinha, estou?
-Hum sei... Entendi.
— Você o ama bastante né?
— Quer que você quer Anthony? Parece que você fica me cutucando, tentando me provocar.
— Só quero te conhecer melhor cara, só isso.
— Ok, o que você quer saber?
— O que você mais gosta de fazer?
— Ficar em casa.
— Não é o que parece, sempre te encontro num lugar movimentado.
Caramba! Pior que é verdade há há
— Normalmente gosto de ficar em casa, ler, assistir filmes, ficar apenas na minha própria companhia.
— Gostei de você, bem exótica -sorri novamente.
Ele está rindo de mim? É isso mesmo?
— Você gosta de dançar?
— Não!
— Vamos. Puxou o meu braço e apertou-me bem próximo ao corpo dele, tive uma sensação estranha com o toque dele, ele começou a falar no meu ouvido...
— Você é tão linda, eu daria tudo para ter um momento com você.
Quem ele pensa que é? Que tipo de mulher ele pensa que sou? Me afastei dele e o empurrei para longe de mim, saí o mais rápido que pude e fui tomar mais uma bebida, aliás estava precisando. Que otário, que idiota!
— Melanie desculpa-me, não quis ser atrevido.
— Pois foi e muito.
— Não quero esse tipo de conversa perto de mim, já te falei e vou repetir, tenho namorado!
— Tudo bem, vamos começar de novo, quero pelo menos a sua amizade, tá bem?
— Ok.
Mandei mensagem para Dafne rapidamente:
— Mulher tais onde hein?
-Oi Mel desculpa-me, o Leandro chegou aqui e você já sabe né? Há há
— Você deveria ter me avisado ué.
— Se diverte aí garota, dança, bebe e conta-me tudo amanhã.
Revirei os olhos e fui saindo. — Ei, Melanie você já está indo embora?
— Estou.
— É por causa de mim?
— O mundo não gira ao seu redor Anthony.
— Deixa eu te levar em casa.
— Não.
— Como amigos, por favor, está tarde!
Olhei o relógio e realmente estava tarde e eu estava contando em voltar com a Dafne.
— Está certo, como amigos.
Ele foi falando da vida dele, se gabando de uma coisa e de outra, se achando melhor que os outros, Eu achando-o um idiota, mas quando olha para mim com aqueles olhos maliciosos e dá aquele sorrisinho de lado, me faz sentir borboletas no estômago. Eu não posso está pensando nisso, posso? Aí ai , não deveria ter aceitado essa carona.
— Está entregue!
— Obrigada pela carona.
Ele puxou-me pelo braço e beijou a minha bochecha, demorou mais do que devia no beijo e senti aquele cheiro tão bom, ah Meu Deus porque estou com esse friozinho na barriga? Eu não posso está sentindo isso, que coisa estranha, ele é um estranho. Um estranho bonito, que me fala coisas bonitas, com olhar malicioso, sorriso safado, mais um estranho. Ah para com esses pensamentos, fechei a porta do carro e saí sem olhar para trás. Não posso e não devo ficar pensando nesse cara.
Conheço o Théo desde sempre, conheço bem a família dele e ele conhece a minha também. Quando éramos adolescentes não pensávamos em ter algo, ele era um molecão que ficava com todas as meninas e eu a nerd que não ficava com ninguém, até que ele me percebeu como mulher e desde que ficamos pela primeira vez, continuamos até hoje, mesmo com a distância, pois ele mora em outra cidade.
Ele nunca foi um namorado romântico, que fala palavras bonitas, que se preocupa ou tem um certo carinho. Pelo contrário, quando vem me ver, prefere ficar bebendo com amigos que mora na mesma cidade que eu e só aparece a noite para me ver e quando vou lá, na outra cidade, ele arruma um monte de desculpas para não me ver, alegando que tem que sair, mal conseguimos um tempo juntos para poder matar a saudade.
Contudo eu o amo e tenho esperanças que as coisas vão melhorar entre nós.
Já fazem quase um mês que não nos vemos, então acordei decidida a ir vê-lo, acordei cedo, peguei o carro do meu pai que está de folga e vou viajar, em aproximadamente 2 horas eu chegarei a tempo de passar o dia com ele, vou fazer uma surpresa para ele, já fazem 2 dias que ele não manda nenhuma mensagem nem ligação, então ele vai ficar feliz com a minha visita. Vou passar numa conveniência e vou comprar vinho seco, batatinhas e amendoim para podermos relaxar e matar a saudade.
Chegando na casa dele, achei tudo meio quieto, ainda bem que tenho uma cópia da chave da casa . Será que ele ainda está dormindo? Mais já são quase 10:00 da manhã, enfim vou chegar de mansinho e vou acordar ele com muitos beijos , isso com certeza irá animá-lo.
Quando eu ia chegando próximo ao quarto , ouvi cochichos e risadas, será a televisão? não é possível, ele não está sozinho, quem será? Quando de repente, abri a porta e me deparei com a cena mais desagradável que eu poderia ter visto naquela casa .
Tinha uma garota loira, bonita cavalgando no meu namorado, no meu Théo! Minha vista embaçou, fiquei meio tonta, enjoada e me deu uma falta de ar, comecei a tremer e gritei - Que diabo é isso?
Eles deram um pulo da cama , o Théo de loiro ficou vermelho igual uma tomate madura, ele levantou e veio desesperado na minha direção.
-Não chegue perto!
Joguei o vinho e a sacola com as batatinhas e os amendoins na cama e falei - Façam bom proveito.
Saí daquela casa desesperada, sem chão, como ele pôde fazer isso comigo? Canalha, cretino, cafajeste... Eu só fazia chorar, peguei o carro em direção a minha casa, mais não podia fazer uma viagem assim, não, não podia. Dei a volta e fui em direção a casa da minha prima, a Vivian, chegando lá, ela me viu naquela situação lamentável, correu me abraçou e perguntou - O que aquele canalha fez com você?
Claro que ela sabia, todos sabiam, era uma cidade pequena, todos sabiam o que se passava por lá. Mas eu não conseguia falar, só queria chorar, ela me levou para o quarto dela e disse preocupada que o que eu precisasse, era só chamar, ela iria deixar-me chorar as minhas mágoas ali sem querer se meter, mais obviamente que ela estava muito preocupada. Desabei na cama, chorei tanto que soluçava, me senti com falta de ar e fui tomar um copo com água que ela deixou ali próximo da cabeceira da cama. Depois caí na cama novamente e deixei-me sentir toda aquela dor, eu precisava colocar para fora, acabei caindo no sono.
Mais tarde na casa da Vivian, levantei mais tranquila e fui conversar com ela.
-Oi Meu amor, desculpa-me a forma que cheguei aqui. É que sabia que só tinha você para me acolher nesse momento.
— Imagina Mel, você sabe que pode contar comigo para tudo né? Mais me conta, você está mais tranquila? O que o Théo fez para você?
— Aii prima, resolvi fazer uma surpresa para ele, quando chego na casa dele, o encontro transando com outra mulher.
-Meu Deus Melanie , você não merecia passar por isso .
-Nem me fale !
-Agora estou mais calma, estou indo embora.
-Ah não , passa a tarde comigo , vai ser divertido.
-Eu não posso , não consigo , estou muito mal e não quero correr o risco de vê-lo novamente.
— Tudo bem, mais quando a poeira baixar, quero que volte para passarmos o fim de semana juntas.
-Tudo bem , eu prometo. Dei um beijo na sua testa, entrei no carro e fui em direção a minha casa , quando passei na frente da casa dele, veio toda aquela cena na minha cabeça e não aguentei , chorei a viagem inteira, me permiti sentir cada dor, porque quando chegasse em casa , eu seria uma nova pessoa.
************
Se passou uma semana desde o fim do meu relacionamento, o Théo tentou entrar em contato comigo de todas as formas , até que decidi o bloquear em todas as minhas redes sociais . Combinei de sair com Dafne e Leandro o ficante fixo dela , nosso colega em comum, decidi que iria me divertir muito hoje e saí sem medo de ser feliz.
Chegando naquele bar, que já era o meu favorito, pedi minha bebida de sempre e bebi, bebi muito, dancei , curti cada momento com os meus amigos , me deixei levar , achava graça das cantadas e não fugia delas . Mais com certeza eu já estava com uma cara engraçada por causa do álcool.
-Amiga , te conheço , é melhor você parar a bebida por enquanto, vamos dançar .
-Certo Capitão, aí que vontade que dava de rir sem parar, realmente eu não estava legal.
-Dah , eu acho melhor eu ir embora, já está tarde e não estou nada bem .
-Vamos chamar um carro de aplicativo e vamos monitorar sua viagem , vai dá certo.
Quando ia chegando em casa não acreditei no que vi .
Será que era a bebida ou e estava ficando louca ? Ou ele estava ficando louco?
-Théo seu Cretino filho da Puta , o que você está fazendo na frente da minha casa ?
-Melanie por favor, só quero conversar!
-Não tenho mais nada pra falar com você!
-Mais eu tenho, por favor.
-Desembucha.
-Eu ia te contar.
-Ah sério ? É pra rir agora?
-É sério . Eu estava ficando com a Bárbara há mais ou menos 3 semanas, nós não tínhamos nada sério, só sexo e acabou .
-É só isso que você tinha pra falar? Xau.
-Não , o que quero te dizer é que te amo e aquilo foi só sexo sem importância.
-Sexo sem importância? Vai se fuder cara! Some da minha vida, esquece que um dia você me conheceu. Você acha o que? Que vou te perdoar e esquecer o que aconteceu? Me poupe.
-Calma Melanie!
-Sai daqui agora!
-Ta bom , quando você estiver mais tranquila, eu volto a te procurar.
-Sai!
Que ódio ! Como ele pôde aparecer aqui dessa forma? Só sexo? Ele achava mesmo que eu não iria levar em consideração o fato que ele me traiu? Que otário . Como consegui ficar com esse cara quase 1 ano? Eu sou uma otária mesmo .
De repente meu celular vibra . Quando o pego para olhar, uma mensagem do Anthony.
Olá Melanie, aceita tomar uma bebida comigo amanhã? Apenas como amigos ?
Não vou responder agora , preciso respirar. Preciso de um tempo. Vou tomar banho e tentar dormir , amanhã decido se vou ou não . Não quero entrar numa fria .
Apartir de agora, está encerrando esse ciclo e começando um novo, que creio ser muito melhor.
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