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PREFÁCIO
"Caro leitor,
A história a seguir e consequentemente cada linha e palavra escrita nela, narra a história de Astin, que assim como vocês, é uma leitora ávida de livros de romances. Porém, após uma infelicidade do destino ela acorda dentro de seu romance preferido no corpo da personagem que ela mais gostava, Astin Boulevard, a perversa sobrinha do Duque de Faraday. Perdida e confusa, ela não faz a mínima idéia do porquê, então só resta a ela viver dentro de sua fantasia ou seria dentro do seu pesadelo?
Já que ela começa a descobrir que muitas coisas da história mudaram, a começar pelo seu infortúnio casamento com o Conde de Wisdow, criando um fértil terreno para sua rival Cleavens Le Louvre, que fará de tudo para destruir sua vida e roubar o coração do homem ao qual ela verdadeiramente ama. Para piorar ainda mais as coisas, Astin não se lembra de nada da sua vida real, e aos poucos vai tentando juntar quebra cabeças, que são lembranças que ela vai tendo de sua vida real.
Mas antes, um aviso!
Cuidado para que você, meu caro leitore, assim como Astin, não acorde dentro do seu romance preferido e descobra que nada é como você achava ser."
"Uma pessoa que ama verdadeiramente não é aquela que acende a luz, mas sim aquela que a mantém acesa."
Charles Baudelaire
Astin sentiu os primeiros raios de luzes tocarem seus olhos, sentindo-se incomodada, ela os manteve fechados. A garota de olhos azuis e longos cabelos dourados, havia dormido muito bem, sentia seu corpo totalmente revigorado e cheio de energia.
Enquanto esticava seus braços para o alto esticando todos seus músculos e bocejava de forma preguiçosa, Astin finalmente abriu os olhos e tomou um susto enorme.
Aquela não era sua cama, aquele não era seu quarto. Dando um salto da cama, Astin começou a entrar em desespero. A garota sentiu seu rosto arder e sua mente ficou confusa. Ela tentava se lembrar o que havia acontecido e se tudo isso era um sonho ou apenas uma loucura de sua cabeça.
Apesar de não ser seu quarto, estranhamente Astin sentia que conhecia tudo aquilo. Então, ela avistou um espelho e correu até ele. Colocando as duas mãos nas bochechas, a garota arregalou os olhos e soltou um grito, quando olhou seu rosto, olhos e cor do cabelo.
— Isso não pode ser real. Não pode ser real.
Enquanto ela repetia para si mesma e sua cabeça parecia queimar de tão quente que estava, ela escutou alguém bater à porta.
— Senhorita Boulevard. Está tudo bem?
Astin demorou alguns segundos até entender que a voz do outro lado da porta estava falando com ela.
— Está tudo bem, Senhorita Boulevard?
Tentando se acalmar, Astin respirou fundo e se recompôs. Olhou ao redor como se procurasse algo e tentou ganhar tempo enquanto respondia.
— E-estou bem. Tá tudo bem.
Depois de perceber que nem sabia o que procurava, Astin correu até a porta e a abriu, revelando uma mulher com vestes de empregada que tampava seus olhos com as mãos de forma preocupada, tentando não olhar para Astin.
— Pois não? — Perguntou Astin, olhando a mulher tapar os olhos.
— Nada É que eu ouvi um grito vindo do seu quarto.
— Ah! Não foi nada. Eu só levei um susto quando me olhei no espelho. — A mulher continuava tentando tapar seus olhos. — Por que está fazendo isso?
— Fazendo o que. Senhorita Boulevard?
— Tampando seus olhos com as mãos. Por que isso?
— Foram ordens suas, Senhorita Boulevard.
— Eu que ordenei isso?
— Sim. A senhorita disse que todas as empregadas estavam proibidas de vê-la desarrumada, principalmente quando acabasse de acordar.
— Foi mesmo?
— Sim.
— Engraçado. Não me recordo disso. Mas revogo isso. Pode tirar as mãos de frente dos seus olhos.
Astin gentilmente pegou na mão da empregada que, hesitante, demorou para abaixar sua mão.
— Pronto. Agora você pode falar comigo olhando para mim. Odeio falar com as pessoas sem que olhem nos meus olhos.
A mulher ainda sentia receio em olhar para Astin e em diversas vezes desviou o olhar para baixo.
— O café da manhã já está pronto. Quer que eu traga agora?
— Trazer? Desde quando eu como no quarto?
— Desde sempre, senhorita Boulevard.
— Hum! Quer saber? Hoje vou comer fora do quarto.
Ao escutar isso, a empregada não conseguiu esconder uma reação de surpresa, arregalando levemente os olhos.
— Tem certeza, senhorita?
De repente como um flash de luz, Astin se lembrou de seu romance favorito e de que aquela garota vista no espelho era Astin Boulevard. A sobrinha do Duque de Faraday. Tentando se manter calma, ela respondeu:
— Absoluta.
— Então vou pedir para que arrumem a mesa. Agora, com licença, tenho que ir, senhorita Boulevard.
Depois que a empregada foi embora, Astin fechou a porta e encostou as costas nela. Finalmente ela estava lembrando de algo, mas ao invés da lembrança ajudar com respostas, fez Astin criar centenas de novas perguntas.
— Como vim parar aqui? O que aconteceu? Ontem eu…
Astin tentava se lembrar, mas suas lembranças eram um quarto escuro e por mais que tentasse encontrar qualquer sinal de luz, não havia. A garota olhava para seu corpo e se beliscou, porém para sua infelicidade ainda continuava ali naquele quarto.
Depois de sentar na cama, Astin colocou as mãos na cabeça e se sentiu triste. Não conseguia lembrar de nada e muito menos de como fora parar no corpo da sobrinha do Duque.
Sentindo um pouco de fome, Astin pensou na comida que a esperava na cozinha. Se levantou da cama e foi até o espelho novamente. Então percebeu que estava com vestes de dormir. Através do reflexo do espelho ela viu um grande guarda roupas e foi até ele.
Para a sua surpresa, quando abriu a porta encontrou muitos vestidos, de todas as cores e uns mais lindos do que os outros. Um largo sorriso tomou conta dos seus lábios e então avistou um lindo vestido rodado azul escuro.
Depois que se vestiu, Astin saiu do quarto e começou a andar por um grande corredor e nele, havia outras portas. No fim desse corredor havia uma grande escada a qual a garota desceu os degraus. Apesar da garota não conhecer a casa, algo parecia a guiar sem nenhum problema até a cozinha.
Quando ela entrou, duas empregadas que conversavam entre si ficaram caladas no mesmo instante, se postando eretas e com as mãos para trás. Uma delas tomou a frente e falou:
— Senhorita Boulevard. O café está na mesa. Pode se sentar e fique à vontade.
Astin olhou em direção à sua esquerda e viu uma grande mesa repleta de tudo o que poderia sonhar. Parecia um livro de contos de fadas onde todo tipo de comida era colocada na mesa. Astin soltou um pequeno sorriso, afinal ela estava dentro de um livro, do seu livro preferido.
A garota sentou e começou a comer um pouco de tudo. Sua fome era tamanha que ela não se preocupou com as etiquetas, deixando de lado os talheres e pratos.
As duas empregadas olhavam uma para a outra sem entender aquela reação atípica da senhorita Boulevard, que normalmente pedia para elas a servirem e era muito rígida com posturas e etiquetas.
Enquanto mordia um pedaço de queijo, uma terceira empregada entrou na cozinho e falou:
— Desculpe incomodar seu desjejum, mas queria avisá-la que a carruagem está pronta.
— Hum? Carruagem? — Falou com a boca cheia.
— Sim. Se esqueceu que hoje conhecerá o Conde de Wisdow, seu futuro esposo?
— O que? — Gritou quase se engasgando com um pedaço de pão.
Eram muitas coisas para digerir em pouco tempo. Astin ainda tentava se recuperar da sua misteriosa aparição dentro do corpo de uma personagem de livro e agora tinha acabado de descobrir que estava prestes a se casar.
Sua vontade era de gritar ou chorar, mas não podia fazer isso na frente das empregadas. Pensou em correr dali, mas certamente seria algo muito estranho, então restou acabar de mastigar e engolir o pão que descia seco em sua garganta.
Ciente de que não tinha muitas possibilidades, se levantou e resolveu aceitar o que o destino lhe aguardava, pois se era um romance o qual havia entrado dentro da história, provavelmente o Conde seria um lindo homem.
— Então vamos agora. — As três empregadas ficaram olhando para ela.
— Desculpe a indelicadeza, mas a senhorita vai assim?
— Vou. Por que a pergunta?
— Nada. Só que a senhorita normalmente usa roupas mais…
— Mais? — Arqueou a sobrancelha.
— Mais pomposas, digamos assim.
— Escutem todas vocês. A partir de agora todas as ordens que eu dei a vocês, vou revogar. Eu quero que vocês me vejam diferente, como se eu fosse uma nova pessoa, entenderam?
As três responderam que sim, deixando Astin satisfeita. Se a situação estava fora de seu domínio, era hora de pelo menos dominar aquilo que conseguia dominar, ser a sobrinha do Duque de Faraday e todo seu dinheiro e poder.
Depois de gentilmente agradecer às empregadas, Astin foi conduzida até a carruagem. Assim que chegou, um homem alto, magro e com olheiras a esperava com a porta da carruagem aberta.
— Bom dia Senhorita Boulevard. Entre por gentileza.
— Obrigada.
O cocheiro era de poucas palavras e seu físico anêmico não botava medo nem em uma frágil donzela como Astin. Ela riu sozinha, dando graças que ele era um cocheiro e não um cavaleiro para protegê-la.
Durante a viagem, Astin foi se lembrando mais do livro e algumas coisas começaram a fazer sentido. Então, ela se lembrou que o Conde de Wisdow era descrito como um rapaz muito bonito, alto, cabelos castanhos claros, além de ser um homem bem forte, isso de certa forma acalmou seu coração.
Apesar de aos poucos conseguir se lembrar da história, a questão mais importante continuava sendo um enorme ponto de interrogação. Não havia sinais ou pistas de como ela havia parado ali, pelo menos nada crível ou que fizesse sentido.
Entretanto, o que poderia ser considerado crível dentro desse contexto louco e surreal? Ela, uma garota real, acordar no corpo de um ser fictício. Era tamanha fantasia que nada daquilo parecia ser possível.
Quando se aproximou da residência do conde, Astin viu pela janela a beleza e grandeza do lugar. Comparado com a sua residência era muito maior, totalmente grandiosa. Conforme a carruagem foi se aproximando, Astin lembrou que, segundo escrito na história, o casamento era uma forma de seu tio fechar um acordo comercial.
Não que ela estivesse confortável com a situação ou concordasse, mas devido às circunstâncias, não haviam opções. Mas o que a deixava bem tranquila era a possibilidade de conhecer o belo Conde de Wisdow, o qual ela sempre guardou um amor literário desde a primeira, de muitas vezes, que leu a história.
Quando os dois chegaram, um dos empregados do Conde estava esperando e abriu a porta da carruagem e se apresentou:
— Seja bem vinda senhorita Boulevard. Meu nome é Brunn. Vou conduzi-la até o Conde que está lhe esperando.
— Obrigada, Brunn.
Astin acompanhou o homem que ia ligeiramente à sua frente. Assim que entraram na casa, a garota começou a olhar em volta. Havia um grande quadro de um homem de cabelos grisalhos e um grosso bigode. Aparentava ter mais de 50 anos, porém Astin não conseguiu reconhecê-lo da história. — Talvez seja o pai do Conde de Wisdow. — Pensou.
Após mais alguns passos, o homem parou em frente a uma grande porta.
— Chegamos. O Conde está esperando você lá dentro.
Ficando de costas para a porta, o homem fez um sinal para que ela entrasse. Astin demorou alguns segundos até entender, então abriu a porta e entrou.
A sala realmente era tão grande quanto aparentou e não demorou muito para Astin perceber que se tratava de uma biblioteca. Havia diversos livros perfeitamente alinhados em estantes que seguiam do chão até quase o teto. Uma grande escada corrediça parecia ser o objeto mais importante do local, pois sem ela, os livros nas partes superiores não teriam acesso.
Quando Astin olhou mais atentamente, percebeu duas poltronas e em uma delas um homem estava sentado fumando algo que parecia ser um cachimbo. Para sua surpresa não era o Conde, pois o homem aparentava ser velho, então quando olhou com mais atenção ela percebeu que era o mesmo homem do quadro que tinha visto momentos antes.
Assim que o homem viu Austin, ele se levantou e veio em sua direção.
— Espero que tenha feito uma ótima viagem, senhorita Boulevard. Eu sou o Conde de Wisdow, mas pode me chamar por Murdoc.
A garota olhou para o Conde e seus olhos não acreditaram no que viram. Diferente do que pensou, o homem não aparentava ser jovem, muito pelo contrário, sua aparência anosa e os cabelos e bigode grisalhos davam a certeza de suas suspeitas. Era o mesmo homem no quadro que vira antes, mas muito mais velho e acima do peso.
— Deve estar havendo algum engano.
— Perdão, senhorita?
— Não era assim. Eu me lembro. A descrição era de um rosto jovial, cabelos castanhos… Você não pode ser o Conde de Wisdow
— Do que está falando? A senhorita está bem? Cadê o cocheiro? A senhorita caiu e bateu com a cabeça? Eu sou o Conde e seu futuro esposo.
Após ouvir essas palavras, Astin sentiu suas pernas fraquejarem, sua vista começou a ficar turva e então, caiu no chão desmaiada.
Astin abriu os olhos com dificuldade. Sentia uma fraca dor de cabeça e ainda tentava se situar. Rapidamente foi se lembrando da situação e tinha como última lembrança o rosto velho do Conde.
Quando foi retomando a total conscientização, ela olhou para o lado e viu um jovem rapaz de cabelos castanhos claros e olhos verdes. Seu rosto parecia ser bem familiar, sua feição curiosa olhando para Astin a fez soltar um pequeno sorriso que aumentou em seguida quando finalmente ela se lembrou quem era aquele rapaz.
— Eu sabia que não estava enganada. Você é o Conde de Wisdow verdadeiro.
O rapaz a encarou sem entender nada e antes que pudesse dizer alguma coisa, o velho homem de antes entrou no quarto.
— Ela acordou, filho?
Astin sentiu seu rosto corar. Não podia acreditar naquela situação. Ela só podia estar tendo um pesadelo dentro do sonho louco ao qual estava vivendo. Era a única explicação plausível no meio de tantas loucuras.
— Você é filho dele?
O rapaz não sabia qual das perguntas responder primeiro. Então tomado pela indecisão resolveu dar a mesma resposta aos dois.
— Sim!
— Ótimo. Fiquei um pouco preocupado com a senhorita. Estávamos conversando e de repente seu rosto ficou pálido e você desmaiou. Pensei que podia ter sofrido um acidente a caminho daqui. Conversei com o seu cocheiro, mas ele me garantiu que a viagem foi tranquila. Não se alimentou direito hoje? Não se preocupe, quando estivermos casados, comida é o que não irá faltar, futura Condessa de Wisdow.
O velho homem obeso deu uma gargalhada inoportuna fazendo suas bochechas saltitarem de um lado para o outro. Astin via tudo com certo desespero e procurava alguma saída para a situação.
— Deixe ela descansar, pai. O dia está muito quente e a viagem foi longa.
— Você tem razão. Vou deixar vocês conversarem, afinal seria bom conhecer sua futura madrasta.
Murdoc voltou a gargalhar e saiu do quarto deixando os dois a sós. O rapaz percebeu o semblante assustado da futura Condessa e tentou ser simpático para acalmá-la.
— Parece assustada. Está tudo bem?
Astin não conseguia responder a pergunta do rapaz, e continuava olhando sem parar para ele.
— Acho que deve ser a minha presença. Vou deixá-la descansar.
Assim que ele se levantou para ir embora, Astin finalmente conseguiu falar.
— Não vá. Fique.
— Tem certeza? Sei que meu pai falou para… — Astin o interrompe
— Tenho certeza. Fique
O rapaz sentou-se novamente enquanto cada movimento seu era vigiado de perto pelos olhos da futura Condessa.
— Você pareceu feliz ao me ver. Fiquei intrigado. Você falou algo sobre eu ser o verdadeiro Conde de Wisdow. Desculpe minha lerdeza, mas eu não pude entender o que estava tentando dizer.
Astin sentiu receio. Obviamente ela não poderia contar toda a verdade, até porque nem ela sabia de toda a verdade. Era uma situação tão louca que nenhuma pessoa acreditaria, nem mesmo personagens de um livro iriam acreditar.
No entanto, outra coisa estava começando a tomar conta de suas indagações. Algumas coisas estavam diferentes da história.
Ela tinha certeza absoluta que aquele rapaz a sua frente era o Conde de Wisdow e seu pai havia falecido da "doença do lado" e ele vivia com sua mãe, a Condessa de Wisdow que obviamente dava o título ao livro
Tentando não parecer mais louca do que estava parecendo, a jovem loira resolveu fazer algumas perguntas que somente o verdadeiro Conde de Wisdow saberia responder.
— Desculpe. Deve ter sido o desmaio. Eu acordei um pouco delirante.
— Entendo. Por isso achei que quisesse descansar um pouco.
— Não se preocupe. Estou me sentindo bem melhor agora.
— Fico feliz que a minha madrasta esteja bem.
— Pode me chamar por Astin. — Ouvir a palavra "madrasta" lhe causava arrepios.
— Seria falta de decoro chamar a futura Condessa pelo seu primeiro nome.
— Não se preocupe. Deixe o decoro para depois. — Falou gentilmente. — Vamos nos apresentar, assim fica mais fácil. Eu me chamo Astin. — ela esticou a mão para cumprimentá-lo, fazendo o rapaz ficar olhando como se não tivesse entendido, o que fez ela abaixar e ficar sem graça.
— Eu me chamo Ewan.
— Você é solteiro, Ewan? Tem irmãos? E sua mãe?
Depois que afobadamente o encheu de questões, Astin percebeu como tinha sido indelicada, então tentou amenizar.
— Desculpe enchê-lo de perguntas. Como seu pai falou, será bom nos conhecermos melhor.
— Sou solteiro. Não tenho irmãos e minha mãe…
Nesse momento Ewan mudou totalmente a feição do seu rosto. E abaixou a cabeça como se a lembrança de algo o deixasse muito triste.
— Minha mãe morreu. Ela teve essa "doença do lado". Foi tão de repente. Me lembro dela estar feliz, alegre andando pelos jardins da propriedade e acordar com muitas dores no dia seguinte…
— Nossa. Eu não sabia… meus sentimentos a você.
— Obrigado.
Astin não havia se atentado a um simples detalhe. Se ela era a futura Condessa de Wisdow, era de se imaginar que a atual Condessa não estivesse viva. Era algo tão óbvio que Astin começou a se sentir mal por ter sido tão distraída e indelicada.
— Você é muito jovem. E meu pai tão velho…
— Sim. Quero dizer… bom é.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Claro. Pode sim.
— Por que aceitou se casar com meu pai? Você tem idade para ser filha dele.
— Eu… eu não pude escolher. Um dia acordei e soube da notícia. — Falou com a voz embargada. Apesar de não estar chorando, sua vontade era de derramar lágrimas.
— Sempre temos escolhas.
— Mas foi algo que meu tio condicionou. Negócios… estava além de mim.
— Você podia ter dito não.
Ambos ficaram calados. A garota sabia que no fundo ele tinha razão, mas ele também não sabia de toda a história. Provavelmente ele não acreditaria se ela contasse a verdade, e enquanto ela não contasse a verdade, Ewan a julgaria.
— Desculpe. Não é da minha alçada. É entre você e meu pai.
Havia um pesar muito grande na voz do rapaz que fez com que Astin se culpasse, mesmo ela não tendo nenhuma culpa. Então, antes que pudesse falar algo, uma empregada entrou no quarto.
— Senhor Astin. A carruagem da senhorita Cleavens Le Louvre, acabou de chegar.
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