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Superação | O Amor Restaura

Dificuldades

Ciara

A vida nunca me deu algo já cedo com seis anos de idade eu perdi minha mãe, ela foi a base para tudo em minha vida, e mesmo que ela não está presente eu sinto e sigo seus ensinamentos. No dia que ela faleceu, estávamos no carro meus pais brigando como sempre, a bebedeira dele era o que os separava, mas eu não queria que, eu queria a união deles, só que aquele casamento já estava muito desgastado.

não demora muito para que meu pai me arranjasse uma Madrasta, não foi fácil para mim além de superar a morte recente de um ano dela, ainda tive que lidar com uma nova mulher em nossa casa. não é que eu não goste de Lúcia ela até que é bacana, não me trata com todo aquele carinho forçado que uma madrasta normalmente trata, sabe o seu lugar e também não me trata mal posso dizer que nossa relação só fica restritamente porque ela tem o envolvimento com meu pai mesmo que tenha me criado desde cedo também, não criamos um vínculo tão forte assim ela também possui um filho, ele é mais novo que eu tenho oito anos Heitor é o nome, um menino muito sorridente, de cabelos jogados para o lado nariz fino e bochechas gordas. posso dizer que de tudo isso eu posso tirar a sua alegria, Gosto muito quando suas bochechas colam quando eu faço alguma palhaçada, nós temos um vínculo afetivo Sim, eu considero o meu irmão, mas é porque eu sempre cuidei dele então acho que faço parte de sua família.

minha querida eu tenho certeza que você vai se dar muito bem nessa nova escola

— O que Lúcia fala é verdade, eu sei que lá na Ricer não te tratavam bem, fiz zombavam de você querida, só que agora como eu consegui esse novo emprego, meu salário melhorou, você vai conseguir terminar a escola sei que é complicado para você, já tem 17 anos e estava prestes a terminar o ensino médio, Só que infelizmente aqueles moleques idiotas não te permitiram ficar, não quero que fique triste por isso, eles não mereciam uma pessoa com tanta capacidade intelectual como você.

Sorrio de lado.

meu pai e sua louca mania de querer me animar do seu jeito.

—Obrigada pai.

Na ricer não me aceitavam pelo fato da minha deficiência não entendo como um uma característica física pode influenciar se uma pessoa é legal ou não, eles me diminuíram sem me conhecer, me chamavam dos piores nomes possíveis, eu sofri demais com isso. foram noites e noites chorando na almofada do meu travesseiro quando eu chegar em casa. Entrava correndo deixava a mochila jogada ao chão ao lado da cama e pulava no colchão com o coração dilacerado Por novamente eu ouvir as mesmas coisas como um disco arranhado na escola . Era um pesadelo O pior é que as pessoas que deveriam proteger-nos que seriam os professores e diretores não se importavam, na realidade o que eles tinham era apenas de mim, pena do meu jeito, pena Deus sempre comer sozinha no refeitório, apenas de eu não ter amigos infelizmente nenhum deles queria sentar perto de uma menina defeituosa como eles mesmo diziam, contudo eu sei do meu valor, eu sou melhor que isso a, e sei que se Deus quiser nessa nova escola eu farei alguns bons amigos.

//

—Ciara Hamilton. muito interessante, você tira altas notas em quase todas as matérias realmente é uma menina muito inteligente. Por que se interessou nessa escola?

—o que acontece é que...

interrompe o meu pai, sei que vai fazer o mesmo discurso como nas outras escolas em que me matricular, que o ensino não era bom, mas a realidade não é essa.

—o que acontece aqui eu percebi que eu só posso estar em um lugar onde eu me encaixo que as pessoas me aceitam, das minhas escolas passadas não tive um bom histórico de amizade, as pessoas me julgavam pela minha perna. Ela finge que olha para o local, mas eu sei que já tinha olhado há muito tempo assim que eu entrei na sala. eu sei que a senhora percebeu. Engulo a seco. É muito difícil aceitar, eu sei que as pessoas levam um tempo para aprenderem, mas quando elas nem se esforçam é a pior coisa.

—Não se espante Quando eu disser que você vai encontrar muitas pessoas em diversidades extensas. Aqui é uma escola muito grande, então você vai encontrar de tudo. Uma coisa é certa, eu não tolero bullying com meus alunos, toda situação que chega aos meus ouvidos eu prontamente resolvo. Então se alguém alguma hipótese te incomodar não hesite em falar comigo.

//

chego a sala com frio na barriga enorme, é sempre muito estranho chegar em um ambiente que a gente não conhece, fazer novas amizades, isso é realmente uma prova. Em Direito minha mochila no ombro e dou três toques a porta.

—Entre!

alguém abre a porta. Imagina ser o professor, só que não, quando olho para trás da pessoa que abriu veja o professor sentado. volto o meu olhar para o homem de estrutura alta que me olha fixamente. engulo a cerca. Ele é um homem muito bonito cabelos molhados jogados para trás pequenas sardas curando sua bochecha e blusa e calça marcando o corpo.

—Você é aluna nova?

—Eu... É...

—por favor Professor eu posso sair um minuto da sala para ir comprar babador para essa garota. final ouço uma voz dizer Tais palavras ponto final percebo que se trata de uma garota de cabelos loiros e olhar debochado.

decido não falar nada, simplesmente entro à sala de uma vez, levo o papel da transferência para o professor, e calada ando até uma carteira mais longe que eu encontrei. Sobre a questão dos olhares isso eu já não me importo mais. Sei que as pessoas estão olhando para a minha deficiência, atração de ser vivo só que eu não vou dar o gostinho para elas verem que estão me afetando, nem vou dar o trabalho de olhar.

—seja bem-vinda Ciara. bom turma, hoje eu irei passar algumas atividades do livro para que vocês possam escrever no caderno e responder, só que como estamos começando a nos conhecer melhor, até mesmo tem uma aluna nova na sala, quero que se juntem em duplas agora.

coloco as mãos no cabelo, logo no primeiro dia de aula tenho que passar essa humilhação sei que ninguém irá me escolher é, há um amontoado de gente arrastando cadeira, pulando em cima do outro para que pudessem juntar cadeiras e eu aqui parada olhando cada canto da sala e o movimento das pessoas sem controle.

—Posso me sentar com você?

Arregalo os olhos quando vejo aquele menino de cabelos molhados. Fico sem saber o que falar. olho para aquela menina loira, ela está me fuzilando como se houvesse um paredão e eu fosse o alvo. Simplesmente assinto com a cabeça e ele se senta. Mas o que será que esse menino quer comigo?

Cristian

— O seu nome é Ciara. Sou bom de gravar. O meu é Cristian.

— Prazer Cristian.

não digo mais do que duas palavras, eu realmente não quero entrar nessa onda que ele está Armando para mim, sei muito bem que se está sentado ao meu lado com algum intuito tem, se não for de me zoar deve ser para conseguir pontos comigo.

—você é boa em Quais matérias Ciara?

franzo os meus lábios sabia que era somente para isso que ele queria que eu estivesse perto, para conseguir acertar as questões. Reviro os olhos. Ele percebe, também não faço questão de esconder. Começa a responder as questões, não demoram muito e joga o caderno para que ele possa copiá-las, sei muito bem que não vai conseguir responder.

—eu não entendi Ciara, o trabalho era para ser feito em dupla, você saiu respondendo tudo igual uma afobada.

—eu sei muito bem porque você sentou comigo, Olha se você quer respostas, aí estão, é só copiar, mas de verdade não precisa sentar ao meu lado somente para isso, ou porque sente algum tipo de pena por mim, eu não preciso de pena de ninguém.

—Não é nada disso. Ele balança a cabeça quando estivesse realmente certo do que estava falando. Dispensa o meu caderno e começa a procurar as respostas no livro, sei que é puramente para parecer que ele não querer respostas de mão beijada.

Ao final ele responde e leva o professor. eu fico olhando, volta a cadeira pega sua mochila e vai sentar em outro lugar. penso que talvez eu tenha sido um pouco brava com ele, Parece que realmente não queria somente as respostas, creio que queria conversar de verdade, mas eu tenho muitas mágoas e muitos traumas, por isso é muito difícil de eu confiar em alguém.

//

O sinal do intervalo toca essa é a pior parte, a parte que eu tenho que pedir o sanduíche na cantina e sentaram-me mais afastado de todos para que eu não seja o alvo de mais olhares do que eu já estou tendo.

—Oi! vi que vai sentar nessa mesa, posso sentar-me com você?

Olho para garota de cabelos roxos bochechas com algumas espinhas e óculos de grau. Dou um meio sorriso. Dou espaço para ela poder sentar e continuo a comer o meu sanduíche.

—caramba todo mundo viu o fora que você deu no Cristian. Ela sorri enquanto devora um prato cheio de verdura. Menina, ninguém dá um fora no Cristian. Todo mundo dessa sala é gamada demais por ele é, posso dizer que todo mundo mesmo, Creio que até mesmo as professoras.

—aquele menino que sentou comigo? Ela confirma. —A, ele pode ser bonito e tudo, só que eu sei que eles são todo o meu lado somente para ganhar pontos na matéria. Ou para me humilhar de algum jeito como todo mundo faz, todo mundo que passa pela minha vida.

—não acho que seja isso, Christian pode ser um idiota, até pode ser que ele queria ganhar alguns pontos, só que normalmente não faz isso, ele é um menino bacana, humilhar é uma palavra muito forte e ele não é desses, pode ser meio burrinho, só que ruim ele não é.

—como você tem tanta certeza?

—sei porque quando tentaram me fazer mal nessa escola Christian foi uma das pessoas que não fizeram, ele não me defendeu nem nada disso na época, mas também não me zoou, eu tenho aparência meio estranha não sei se você percebeu, gosto do cabelo roxo, meus óculos são de garrafa, minha mãe não tem dinheiro para me dar outras, mas eu me orgulho muito dela ter comprado esses, enfim Sou bastante zuada, só que ele nunca se deu trabalho de fazer isso.

—Qual o seu nome?

—meu nome é Eri. Mas me fala um pouco de você, vi que seu nome é Ciara, como daquela cantora famosa. Sorrio. Você também é muito bonita sabia. Coro visivelmente envergonhada. vai fazer sucesso nessa escola.

—eu bonita? Não me acho a pessoa mais bonita meus cabelos são muito maltratados, uso minhas roupas fechadas as quais eu não abro mão. Meu cabelo é sem vida opaco, minha pele oleosa, sem brilho.

—Pode deixar que eu vou arrumar um jeito de te ajudar com isso. Esse é meu estilo, eu não me mudo porque eu sou assim, só que é nítido que você tem uma beleza que você quer esconder para o mundo.

—Eu não quero esconder minha beleza é, eu simplesmente não quero me mostrar, não preciso ser igual essas meninas que ficam gastando quilos e quilos de gloss na boca passando horas no salão de beleza, comprando roupas que mal podem pagar, não quero ter que usar o cartão de crédito do meu pai para parcelar não sei quantas vezes.

—Vai na minha, uma mudança no visual vai fazer com que você fique com mais autoconfiança, autoestima, olha para mim, posso dizer que não sou nenhum padrão, só que eu tenho uma autoestima muito alta, porque eu confio em mim, confio no meu potencial, e mesmo que todo mundo diga ao contrário aqui, eu sei de mim.

Sorrio.

—Por um momento eu pensei que você era igual a mim, eu sei que eu tenho uma baixa autoestima assim, mas é por causa da minha deficiência na perna.

—Eu vi, é difícil não olhar, é uma parada que não tem muito como esconder, só que você olha para sua vida e olha para sua deficiência? Junto as sobrancelhas. não pode olhar só para sua deficiência é muitas coisas além do nosso limite, da nossa percepção.

Por cima do ombro olha para trás olhando para Christian que está olhando para mim. tento desviar o olhar só que alguma coisa me chama para aqueles olhos castanhos. O garoto mais bonito da escola...

—Eu acho que alguém está gostando de você.

—Que coisa idiota. Ele nunca olharia para mim.

—Isso é o que nós vamos ver.

Pegadinha

Volto para casa. Minha cabeça está com muitos pensamentos, primeiro dia de aula nunca faço, agradecia a Deus por não ter parado na diretoria para reclamar de nada. eu pensei que o meu primeiro dia iria ser um pouco mais difícil, mas até que não, apesar de eu ser o centro das atenções como sempre minha perna mecânica não roubou todo o pensamento da minha mente.

—Boa noite filha. Entro na cozinha, deixe minha mochila em cima da bancada, hoje é meu pai que está preparando a refeição, Lúcia gosta de preparar também só que ela vive muito ocupada trabalhando em Home Office de uma grande empresa multinacional. Vou conferir o cheiro da comida.

—Hmm. Que delicia pai. Que cheiro bom.

-Estou preparando macarrão à bolonhesa, a comida preferida de sua mãe, ela adorava quando eu cozinhava, aliás Isso é a única coisa que eu consigo cozinhar melhor, Você sabe que eu sou um desastre na cozinha, se eu não queimo o arroz, eu deixo transbordar a água.

sorrio.

-eu sei pai, Literalmente você é um desastre na cozinha eu fico muito feliz de mesmo depois de anos ainda se lembrar dela. Para mim é muito complicado esse lance de morte, Você se lembra da pessoa como se ela estivesse aqui ainda mais ela não está, suas lembranças são muito frescas, como se pudesse voltar a qualquer momento enfim, hoje em dia eu consigo sentar na cadeira onde ela sentava, almoçar sem ela conversar sozinha lembrando de como era os nossos papos só que é por muito tempo eu fiquei pensando e pensando se eu iria superar, eu acho que a gente nunca supera, nós nos conformamos com a realidade.

//

-uma coisa que eu não perguntei é como está a escola minha filha. confesso que fiquei muito preocupado em te deixar ali, sempre que nos mudamos de estado, você vai para uma outra escola, é tudo muito novo para mim, mesmo que você não seja uma criança, eu sempre vou ter essa preocupação de pai.

-confesso que eu também fiquei preocupada.

-Eu também!

Sorrio para Heitor.

-Eu estou bem gente, realmente sempre quando eu entrei em um lugar novo tenho que me blindar para que ninguém possa me machucar, só que por incrível que pareça, Ninguém mexeu comigo eu realmente me senti como eu sou sempre, uma pessoa Invisível em um lugar cheio de gente.

-eu não quero que se sinta assim minha filha.

-Como eu disse ao senhor, não aconteceu nada demais, foi tudo maravilhoso, e olhe só, até conseguir uma amiga..

-Mentira. Heitor exclama.

Olho brava a ele.

-fico muito feliz querida, você tenha um ótimo coração, quem enxergar além da sua deficiência posso dizer que é uma pessoa sortuda, porque vai encontrar um tesouro que não é fácil de achar em qualquer lugar, eu te criei, você é uma Preciosidade, tem uma generosidade que não cabe no peito então, seja sempre você, eu tenho certeza que cada vez mais você vai gostar dessa escola.

-Assim espero pai.

//

Eu sei que não é a escola dos sonhos, só que o que aconteceu no dia de hoje é para marcar por toda minha vida. Eu nunca imaginei que uma pessoa poderia ser tão hipócrita e tão ridícula o ponto de me humilhar como essa garota fez, só que ela já tem a sua punição, ser ela mesma. Não é nada nessa vida que não tenha retorno, e eu não preciso fazer nada para Que ela possa um dia aprender com a vida que ninguém merece ser humilhado, menosprezado, ser feito de chacota.

Cheguei à escola como um dia normal. Pelo menos eu pensei que seria um dia normal. Catarina, a loira daquele dia em que eu entrei na sala e fez uma piada boba veio prontamente para me abraçar. de início não entendo nada mas depois ela explica o porquê desse abraço.

-Ciara eu quero te pedir desculpa pela aquela piada boba que eu fiz na sala quando você estava entrando em seu primeiro dia de aula, não foi por querer, era só para quebrar um dia, eu quero que nós sejamos amigas, eu não tenho muita amiga aqui nessa escola, apesar de parecer que eu sou popular, sério, eu quero realmente que me desculpe por ontem e que nós possamos começar novamente com o pé direito.

Estende-me a mão.

Concedo.

-enfim, eu e meus amigos nos juntamos para comprar um presente de boas-vindas a você. Mas vou mostrar só no final da aula, Primeiro vamos nos sentar juntas, eu tenho muitas novidades e coisas legais para te falar, primeiro quero apresentar toda essa escola para você.

Vejo que enquanto Catarine pega meu braço e sai me puxando entre os corredores Eri nos olha com cara de interrogação, faço cara de assustada, nem ao menos eu sei o que ela está a fazer, mas acabo a seguindo.

-bom as salas você já conhece o ambiente que estudamos informática, a sala de idiomas Cantina, refeitório, aula de natação, até mesmo de balé você vai encontrar.. Coloca a mão na boca. Eu esqueci que você não pode praticar balé com essa perna que você tem.

-eu tenho muito orgulho da minha perna mecânica, pode falar é perna mecânica, não é um palavrão.

-Me desculpa Ciara eu não falei por mal. Bom vamos assistir à aula. Sento-me com ela, com uma pulga atrás da orelha também, outras pessoas vem falar comigo como uma de suas amigas, uma ruiva que estava sentada ao lado no outro dia. Elas parecem bem simpáticas e falam coisas que me fazem sentir confortáveis, até que chega ao final da aula, olho para Christian que rapidamente desvia olhar e sair da sala.

ficamos só eu e as amigas de Catarine que agora são minhas amigas também.

-bom como disse, nós nos juntamos para comparar um presente para você de boas-vindas, algo que você vai gostar muito, eu tenho certeza que vai usar bastante, mais lembre-se, é algo que você tem que ter cuidado, firmeza, e muita prática se é que você me entende.

fico ansiosa para abrir a bela caixa que ela traz em mãos, coloca em cima da mesa. Não espero muito e logo abro sua tampa. Minha alegria morre quando eu vejo dois saltos agulha de tamanho 15, de cor avermelhada parados em minha frente. Olho para ela.

-você sabe que eu não posso usar isso, Qual é a graça de me humilhar desse jeito?

-Ah. Verdade. A manca não pode usar saltos. Vai ficar andando torto com uma perna só! Ela sorri, fazendo com que suas outras amigas também gargalhem com ela.

-isso foi só um presentinho para você se lembrar que não é bem-vinda aqui, que amanhã mesmo você pode pegar suas malas e voltar para onde você veio, e outra coisa, não fica de olho no Cristian, ele é meu, somente meu, e um rapaz daquele lindo, nunca olharia para uma idiota deficiente igual a você

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