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Portal Pra Nightmare: Entre Dois Mundos

Prólogo

— Você nunca me escuta! —  Gritei — Quantas vezes eu vou ter que te falar as mesmas coisas?

— Porque você continua deixando esses desgraçados darem em cima de você? Parece que gosta de ser o centro das atenções, não é?

— Você é ridículo! Que saber, eu não tenho tempo para ficar discutindo sobre as mesmas coisas com você — falei me virando — Estou atrasado para trabalho

— Jimmy, Jimmy volta aqui...

Bati a porta atrás de mim, estava com raiva, e cansado dessa situação, Mark é um ótimo namorado e eu o amo, pelo menos, eu tento amá-lo; desde que tudo aconteceu, eu venho tentando esquecer Petter, até concordei em continuarmos os preparativos para nosso casamento. Mas desde que voltei, Mark parece ter mudado, ele nunca foi ciumento, mas agora parece outra pessoa.

Saí quase correndo para a delegacia, pois estava levemente atrasado; e desde que me tornei o melhor policial do Distrito, Mark se transformou em um verdadeiro inferno. Ele age como se de repente, estivesse preso a época do colegial, eu sei que ele sofreu muito, mas já passou.

Depois de muito tempo naquela delegacia, pude finalmente respirar em paz, pois Ming, percebendo minha total falta de atenção, me liberou mais cedo. Mandei uma mensagens rapidamente para Mark antes de sair do prédio, perguntando se ele viria me buscar, mas acho que não, já que ele não respondeu, deve estar com raiva ainda.

Caminhando pelas ruas da cidade, percebo que não havia quase ninguém, então resolvi pegar um atalho para casa por causa da hora, era mais vazio, mas mesmo assim mais rápido, e não demorou muito até uma figura surgir atrás de mim, no começo eu achei que era apenas coincidência, mas ele continuou me seguindo, por todas as ruas e curvas que eu fazia, comecei a me desesperar, então saí correndo, não me importando muito para onde eu estava indo, talvez essa tenha sido a pior burrice da minha vida.

Dei de cara com um terreno abandonado, a grama úmida e alta, denunciava que estava largado a muito tempo, não tinha para onde correr.

— Já chega, chega! Você não pode se esconder de mim, eu sempre vou te achar.

— Quem é você? Por que está me seguindo? — Pergunto para a figura no escuro.

Então ele puxa uma faca, e se aproxima lentamente de mim, me encurralado na parede.

— Você já vai descobrir, e é uma pena que não vai viver para desfrutar do nosso momento um pouco mais...

Ele se aproxima, ficando tão perto de mim que podia sentir sua respiração bater contra minha pele, com sua faca fixa na minha garganta; ele retira a toca e a máscara preta, que antes cobria seu rosto, se revelando para mim.

— Você.... por quê?

— Porquê? — Ele pergunta com um sorriso desesperado — Porque você escolheu ele, um cara como o MARK— Ele grita — Sinceramente onde você estava com a cabeça? Era para termos ficado juntos para sempre, COMO ME PROMETEU ANTES, VOCÊ SE LEMBRA?

— Eu... Nós éramos crianças na época, eu achei que você esqueceria, tudo mundo seguiu em frente, porquê você não?

— PORQUÊ VOCÊ ERA MEU MUNDO — Ele grita novamente — Aí ele te roubou de mim, mas está na hora de eu pegar o que é meu de volta. Para sempre desta vez.

— Por favor não faz isso, Não...por favor....Socorro... Não... PETTER

Ele não esperou eu dizer mais nada, cortou minha garganta em uma só passada, e esfaqueou minha barriga, uma, duas, três, várias vezes, descarregou toda a sua frustação do passado naquele momento, eu vou poupa-los dos detalhes sórdidos por enquanto

— Petter? — Ele estranha — Então você já arrumou outro — Ele fala se aproximando do meu corpo desfalecido

Eu fiquei lá, morto, esquecido naquele terreno frio, como um lixo, usado, e descartado, mesmo depois de morto, tenho certeza que você já compreendeu o que aconteceu ali, talvez tenha sido karma, pelo que fizemos no passado, eu achei que haveria perdão, mas...

Subitamente eu acordo, gritando desesperado, com uma dor imensa na garganta, Mark estava ao meu lado, e acorda atônito com meus gritos.

— Meu amor, meu amor, calma — Diz me abraçando — Foi só um sonho, um sonho, eu to aqui, calma.

Me mantive em seus braços, fixo em um ponto aleatório da cama, sem dizer nada por longos minutos, até perceber que já passava das oito.

— Merda! — Corri abrupto em direção ao banheiro.

Tomei um banho de gato, o mais rápido possível, e quando saio do banheiro, enrolados na toalha, Mark estava sentado ao pé da cama, com meu celular em mãos; seus olhos pareciam furiosos.

— Esse cara de novo? — Pergunta bruto.

— Do que está falando? — Estranhei.

— Art — Diz virando o celular para que eu visse.

— Por Deus Mark, isso de novo, quantas vezes eu vou ter que te falar as mesmas coisas?

Subitamente uma sensação de familiaridade arrepiou todo o meu corpo, como se eu já tivesse vivido isso, de certa forma.

— Porque você continua deixando esses desgraçados darem em cima de você? Parece que gosta de ser o centro das atenções, não é?

Seu comentário fez meus olhos se arregalaram, como isso é possível?

Saí correndo com medo, com apenas meu uniforme em mãos. Me vesti as presas na cozinha, ouvindo Mark gritar meu nome; e saí, abrupto da casa.

Só pode ser coincidência, tudo isso, é uma infeliz coincidência, e o caminho até a delegacia, fora extremamente familiar, e eu já estava desesperadamente assustado.

Quando cheguei ao trabalho, entrei de costas, olhando meus arredores, até me deparar com Ming.

— Meu Deus Jimmy — Ele sorri — O que você está fazendo?

— Ming... — Arregalei meus olhos.

— O que foi? Parece que viu um fantasma.

— Nada — Respondi as presas — Nada, não é nada.

— Não parece nada. Eu te conheço, fala o que houve? É o Mark de novo? Você anda muito estressado ultimamente, porquê não saí mais cedo hoje?

Eu não respondi, assustado segui direto até minha mesa, como tudo pode estar acontecendo exatamente como no sonho?

— Jimmy? O que foi, você está me assustando?

Ming permanece a minha frente, sua feição era de preocupação, pois eu estava a parecer um maluco assustado, todos olhavam em minha direção.

Respirei fundo, mandando embora toda tenção; e de olhos fechados, eu permaneço a pensar em meu sonho.

Então será isso? Será esse o meu fim?

O que eu devo fazer?

Depois de você

Bangkok, Tailândia 2022 (Três anos depois)

A vida seguiu sem problemas. Os ventos levaram embora cada palavra de conforto que eu dizia a mim mesmo; o mundo não era mais o mesmo...

Os passos vão peles ruas dessa cidade, caminham quase em um estado automático. Três anos se passaram, e as memórias dele, ainda permanecem tão vivas em minha mente, como se estivessem acontecendo agora, seus toques ainda estão tão presentes em mim; a vida continuou seu curso, sempre com a presa de se chegar a algum lugar, sem nunca realmente chegar.

Passo meus dias nessa delegacia, faço meu trabalho, como nunca havia feito antes, me tornei o melhor policial do Distrito; até Pond passou a me respeitar mais, nada de comentários sem graças ou ameaças. Mas ainda sim, sinto que essa não é mais a minha vida, eu não pertenço mais a este mundo; como é que se continua? Como voltar a viver normalmente? Se em meu coração, a cada segundo que passa, tudo parece mais  distante, como se eu estivesse preso a um pesadelo.

Quando fecho meus olhos, as lembranças voltam a me incomodar, e novamente, eu posso sentir aquela espada atravessar meu corpo, ainda tenho a cicatriz; eu fui jogado novamente a este mundo, sozinho, para viver uma vida, que não é mais minha, condenado a sofrer com a agonia do passado, com as lembranças guardadas na mala em baixo da cama, como fantasmas, monstros que saem a noite para atormentar os meus sonhos.

— Jimmy? Jimmy? — Ming tenta chamar minha atenção.

— O que? — Respondo sem olhá-lo

Me mantive fixo em um ponto qualquer daquela fria delegacia.

— Tem certeza que está bem? Estou ficando preocupado com você meu amigo. Você chegou tão atordoado, esta sempre tão cabisbaixo, trabalhando sem parar, como se estivesse tentando fugir de algo.

— Eu estou bem Ming! — Menti.

Eu não estava bem.

— Hey! Eu te conheço a sete anos, eu sei quando está mentindo. Me conta, o que está te incomodando? É sobre o Mark e o casamento? Jimmy, se não quer se casar, apenas diga a verdade.

— Não é nada! Só estou cansado.

— Venha, eu vou te levar para casa, não precisa mais trabalhar hoje.

— Mas são só dez horas da manhã — Falei na tentativa de fazê-lo mudar de ideia.

Eu não quero voltar aquele apartamento, não quero ficar sozinho com as lembranças, vendo Mark tão animado com o casamento.

— Façamos o seguinte! Vamos sair, bater perna por aí, você escolhe o que quer fazer, e quando estiver pronto, eu te levo para casa, que tal?

— Mas e a delegacia?

— Não se preocupe com isso, apenas levanta essa bunda daí.

Sem mais esperar, Ming me arrastou até seu carro, e passamos a tarde inteira juntos, almoçamos, fomos ao cinema, e fora como se nada tivesse acontecido, pela primeira vez, minha mente estava longe de Nightmare, estava de volta aos dias, que minha única preocupação, era fugir de Pond, quando a vida era baseada em leis matemáticas e não havia espaço para realidades paralelas ou magia.

A noite já caía, e juntos estávamos a vagar pelo parque, tomando sorvete, conversando sobre coisas aleatórias, apenas deixando que o tempo passasse; mas sussurros roubaram minha atenção, sussurros quase inaudíveis no início, como se fossem apenas, uma sensação.

— Jimmy volte... a hora chegou... desperte escolhido.

Ao ouvir os sussurros, me virei imediatamente para trás, em um movimento abrupto, que fizera Ming estranhar.

— Você ouviu isso? — Perguntei confuso a ele.

— Ouviu o que? — Ele estranha.

— Nada! Sobre o que estava falando mesmo?

Ming continuou animado com sua conversa sobre o dia em que o marido voltou para casa, todo encharcado e reclamando, após ter tido sua blusa mastigada por um golfinho no aquário em que trabalha. Mas a essa altura eu já não ouvia nada, só conseguia prestar atenção nos sussurros, que ficavam cada vez mais alto.

— Foi tão engraçado, ele chegou encharcado e com a manga da blusa toda mordia...

Ele falava sem ser ouvido.

— Jimmy volte, não se deixe enganar. Este mundo não lhe pertence, seu tempo aqui acabou, volte antes que seja tarde.

— Ele não parava de reclamar, nunca o vi tão irritado, por causa de uma das milhares de blusas que eu dei a ele....

— Rápido Jimmy... Ele está atrás de você.

Eu já estava nitidamente transtornado, olhando para todos os lados, tampando os ouvidos, como um lunático.

— Ei, Ei! O que foi? Está se sentindo mal? — Ming pergunta preocupado — Vem, eu vou te levar para casa.

Rapidamente ele me conduziu de volta ao carro, com todo o cuidado, e conforme nos aproximarmos do meu apartamento, a voz parecia ficar mais alta, mais nítida. Não demorou muito até chegarmos ao meu prédio, então apenas me despedi brevemente, enquanto Ming insistia para que eu ficasse com ele está noite, e voltei a meu quarto o mais rápido possível.

— Finalmente! — Mark diz observando eu me jogar na cama.

— Volte...

Levantei repentinamente assustado, olhando para todos os cantos do quarto, em busca de alguma coisa que explicasse tudo aquilo, mas abruptamente, atrás de mim, ela aparece novamente.

— Me escute Jimmy... logo ele virá.

— O que está acontecendo com você? —  Ele diz estranhado minhas ações

Saltei da cama apressado, caminhado as cegas para trás, mas não havia nada, apenas Mark se encontrava naquele quarto. Em seguida, corri para o banheiro e me tranquei lá; já passava das nove da noite, quando resolvi tomar um banho, para esquecer o dia de hoje.

Após longos minutos, saio só de toalha, e vou até meu guarda-roupa, retirando de lá meu pijama; depois de vestido, apenas seco meu cabelo, e me jogo na cama, adormecendo junto ao corpo de Mark me abraçando, minutos depois.

Eu estava de volta a floresta, as lágrimas de Petter, rolavam sobre minha pele, e o sangue escorria...

— Meu amor...

lágrimas rolavam descontroladas

— Eu lembro até hoje, da primeira vez que o vi, você parecia tão confuso, e tão lindo...

O sorriso de Petter saiu desesperado uma vez mais

— Sinto a mesma coisa, até hoje, quando te vejo... Me perdoe... Eu jamais te esquecerei, prometo que não descansarei até te encontrar novamente, seja nessa ou em outras vidas. EU TE AMO...

— Não, Petter... não me deixe — Eu tentava dizer a ele, mas as palavras não saíam...

— NÃO!

Acordei gritando assutado, e suando; no relógio, já marcavam duas e dez da madrugada, mais uma noite, em que o sonho com aquele maldito dia, atormenta meu sono, e não me deixa dormir. Perdido em confusão, passo a mão nos cabelos, os jogando para trás, apoiando minha cabeça em minhas mãos, e olhando levemente para o lado, percebo que Mark ainda dormia. Mas quando ergo minha cabeça novamente para encarar a escuridão; ele estava lá, parado bem a minha frente, no escuro, apenas a me observar, meus olhos se arregalaram, meu coração disparou, e eu paralisei sem reação. Ele havia aparecido, assim como a voz disse.

— Q-quem é V-você? — Pergunto ainda tremendo

— Não tenhas medo minha criança, não lhe farei mal algum.

Sua voz era doce, profunda, familiar e acalentadora, que fez meu coração se acalmar em imediato. Meu corpo cedeu, e eu pude finalmente sair do lugar.

— Q-quem é você? E o que quer de mim?

Ele saí das sombras, e se aproxima de mim calmamente, sua silhueta aos poucos fora ganhando forma aos meus olhos. O homem com calça preta, tronco desnudo e um longo casaco que quase arrastava no chão, tinha longos cabelos pretos na altura da cintura, olhos com duas íris cada e tatuagens que se espalhavam pelo corpo, em destaque as das suas mãos, testa, nariz e bochecha. Sua atmosfera era serena, tudo se acalmava a sua presença, até o caos que se tornou minha mente, parecia ter se curvado perante ele.

— Eu sou Teledom, Deus da vida, criador de Nightmare, pai de inúmeras criaturas e realidades — Ele disse sereno

— D-deus? O-o que um deus faz em meu quarto? Porquê esta aqui?

Um Deus, um deus em meu quarto, isso não pode estar acontecendo, porquê comigo?

— Está na hora de seguir seu destino, escolhido, muitos dependem de você. Não há mais tempo, só você pode impedir a era negra. O despertar chegou.

— Despertar...

Ele não esperou eu assimilar os acontecimentos, em um milésimo, apareceu atrás de mim, com uma das mãos, segurou meu pescoço, erguendo minha cabeça para cima, com a outra, ele abriu minha boca, as lágrimas já começavam a escorrer sem motivo; quando de repente, seu corpo inteiro brilha, em uma luz alva que parecia carregar toda paz do universo.

Automaticamente, meu corpo amoleceu, a luz tomou conta de todo o meu ser, meu olhos se arregalaram, como se ele estivesse preenchendo meu interior com sua luz, e no segundo seguinte, algo parecia ter acordado em mim. Com os olhos arregalados, o último olhar em sua expressão divina fora dado, ele estava com um largo sorriso fácil, logo sussurrou em meu ouvido, e meu corpo desfaleceu lentamente.

— Volte e cumpra seu destino, ele está esperando. E não se preocupe, meu Itaxhak irá guiar seus passos. Volte a teu destino.

Nada! Mais nada fora ouvido, meus olhos nublaram, e meu corpo perdeu a força. Eu estava sendo arrastado de volta. Milhares de imagens inundaram minha cabeça, passavam tão rápido que parecia que minha cabeça iria explodir. Mesmo inconsciente, eu tinha total consciência do que estava acontecendo, era como ver dentro da minha própria mente; que agora era inundada por milhares de informações do passado, em um idioma estranho, que eu nunca ouvi antes, e uma luz, tudo em volto a uma luz extrema.

Meus olhos se entreabriam lentamente, minha visão tentava se ajustar a claridade natural do ambiente, acima de mim, um lindo céu azul que destoava do resto da paisagem, mas um tumulto podia ser ouvido.

Quando ergo minha cabeça para ver os arredores, percebo estar jogado no meio da rua cinzenta e aparentemente abandonada, o cenário parecia pós apocalíptico, janelas se abriam aos poucos, denunciando olhos curiosos em minha direção.

Quando em meio a cinzenta neblina, ouço barulhos de rodas se aproximando, permaneço no mesmo lugar, tentando identificar de onde vira tal som, e da neblina ela surge, uma carroça, desesperada, acelerando em minha direção, meu olhos se assustaram, e sinto uma mão me guiar para longe dali, alguém havia salvo minha vida. Paramos em uma pequena rua estreita, localizada a esquerda de onde eu estava, e quando finalmente pode dar uma uma boa olhada em meu salvador misteriosos, percebo ser uma mulher.

Uma jovem, um pouco maior que eu, por volta dos 1,70 de altura, cabelos curtos amendoados, olhos negros profundos, e roupas parcialmente desgastadas pelo tempo, mas um detalhe me chamou a atenção, do lado direito de sua blusa verde, o emblema de Oldport, o que denunciava, que ela só podia ser uma guardiã. A estranha, retira suas mãos de minhas costas me encarando desconfiada.

— Você é maluco? — Ela diz ríspidamente — Porquê estava deitado no meio da rua?

— Eu não estava lá de propósito, foi um acidente, eu acabei de chegar, ta!

— O que você disse? — Ela diz como se sua vida dependesse dessa resposta

— Que eu acabei de chegar! Por quê? — Estranhei

— Como? Como você entrou? A rainha controla tudo, inclusive os portões, ninguém entra sem que ela saiba. A não ser — Ela parecia pensar em algo — Que você esteja com ela...

Ao final de sua frase, ela empunha sua espada em minha direção.

— Desimbucha! Você é um aliado da rainha ou não?

— O que? Que rainha? Do que está falando?

Subitamente as lembranças invadiram uma vez mais, Beatrix havia nos enganado, e tomado toda Nightmare.

— É verdade! Eu havia esquecido disso — Comento comigo mesmo

— Responda de uma vez, ou eu o mato.

— Ei! Ei! Calma. Eu não estou com ela ta, eu procuro uma pessoa...

Petter, como será que ela está? Já se passaram três anos desde aquele dia, confesso, que agora, tão perto de rencontrá-lo, tenho medo.

— Quem você procura? — Ela diz ainda com a espada em minha direção.

— Petter Rein! — Fora só o que eu disse.

Imediatamente, ela abaixou a espada, ergueu sua mão em minha direção e falou.

— Jenevivi Bianchi, muito prazer! E qual seria vossa graça?

— Jimmy — Completo apertando a mão dela

— Muito prazer Jimmy! Venha, vou levá-lo até ele.

Durante o caminho, seguimos por aquela rua, até sairmos na parte de trás, só então pude perceber que estávamos em Lakemare, mas diferente do que era, estava cinzenta, destruída e triste.

— O que ela fez? — Sussurro atordoado com a paisagem.

— Você ainda não viu nada, tem que ver, o que ela fez com Rivergate! Vamos, é logo ali.

Caminhávamos em direção a velha e agora abandonada, aparentemente, Torre Sheldorn. Quando chegamos, parei a frente da porta, minhas mãos tremiam, e eu estava tão nervoso e ansioso para encontrá-lo. E todos os outros, como será que Derek está?

— Vamos? — Diz calmamente.

Com passos cautelosos, entro na Torre, e me deparo com várias pessoas, se escondendo aqui dentro, a torre se tornara uma espécie de quartel general da resistência. Todos me olhavam, como se eu fosse algo de outro mundo, e realmente eu era, de certo modo, seus olhares divergiram entre desconfiança e curiosidade. Rapidamente um deles se levantou abrupto em nossa direção, seu semblante não parecia nada agradável. 

— Quem é esse anãozinho branco? — O estranho careca diz se referindo a mim.

Branco?

— Fecha essa boca Magrelo, ele está comigo! Veio ver o chef.

Magrelo? Seu apelido se referia de maneira irônica ao homem a cima do seu peso. E quanto a Petter, ela se referiu a ele como chef, então, ele se tornou líder dos lengs? E Bermac? Achei que Theoia o substituiria.

— Fique aqui, eu vou lá em cima falar sobre você.

Ela diz, e logo sobe as escadas. Enquanto eu permanecia ali, como um cordeiro na toca dos leões. Todos me olhavam, e sussurravam uns aos outros, logo um homem se aproxima, com cabelos escuros, roupas negras, e pele alva.

— Quem é você? — Ele pergunta suavemente

Sua voz grossa e rouca saiu como um sussurro.

— J-Jimmy!

— Por que seus olhos e seus cabelos são brancos? Você não parece um elfo.

Cabelos e olhos brancos? Como assim?

— O-o que? — Estranhei

— Eu gostei! — Diz agora acariciando meus cabelos.

Enquanto eu servia de atração a eles, lá em cima, Jenevivi se aproximava do antigo escritório do juiz do limbo, que agora era dos lengs. Bate à porta, e logo Egar atende; dando espaço para a mesma passar.

— Não podemos fazer nada até que ele chegue. — Sussurros eram ouvidos antes de pararem.

— Com licença chef! Tem alguém lá embaixo, procurando por você — Diz roubando a atenção.

Derek, Petter, Egar, Bermac, Leon e Theoia param imediatamente seus afazeres, para prestar atenção ao que a morena dizia.

— Alguém quem? — Petter pergunta sem dar atenção a ela.

— Eu o encontrei no Centro, ele diz ter chegado hoje, seu nome é Jimmy.

Imediatamente todos paralisaram, e Petter que não dava a menor atenção ao que a moça dizia parou em instantâneo. Todos se levantaram.

— Impossível! — Todos dizem juntos

— Eu o deixei lá embaixo.

— Calma! — Derek pedia a Petter — Eu vou verificar essa informação, se for mesmo ele, então chegou a hora.

Todos ficaram eufóricos

Logo Derek desce com Jenevivi. Enquanto o estranho de negro ainda me cercava; Derek correu ao ver a situação, e como o bom escandaloso que é, ele já chegou gritando meu nome.

— JIMMY!

O estranho logo da passagem para ele.

— Finalmente! Você despertou! — Ele corre para me abraçar — Que bom que está bem, eu fiquei tão preocupado com você nesses últimos anos, você sempre parecia tão triste.

—Espera! Como assim? Você estava me vigiando? — Estranhei o fato dele saber disso.

— Sempre Jimmyzinho, sempre estive com você!

Ignorei a estranheza dos fatos, apenas o abracei de volta, me permitindo finalmente relaxar em seus braços.

— Vamos! Ele está esperando. Aliás, gostei do cabelo. Você ficou ainda mais bonito

Respirei fundo, antes de começar a subir aqueles degraus, a cada passo que eu dava, mais nervoso eu ficava, e mais parecia não ter fim a escada. Quando finalmente parei frente a porta, Derek depositou uma de suas mãos em meus ombros, e tratou de me acalmar antes de abrí-la.

— Está tudo bem, ele também esteve esperando por você — Eu apenas o olhava — Espere aqui.

Ele entra sem demora, fala por alguns longos segundos, e logo a porta se abre, meu coração disparou em imediato, meus olhos se arregalaram quando entraram em contato com os dele, o alívio tomou conta, e meu sorriso surgiu automático.

O alívio saiu como um sussurro arrastado

— Petter...

[...]

Em algum lugar do submundo

— Você sentiu isso, Alot? Finalmente ele despertou. As coisas ficarão interessantes — Seu sorriso apareceu em meio a escuridão

— Sim senhor!

O escolhido

Meus olhos mal podiam acreditar no que estava bem a minha frente, quer dizer, Petter estava mesmo lá, e não era um sonho. Eu não pude esperar mais, corri em sua direção, o vendo abri seus braços para mim; um abraço desesperado e cheio de saudades fora dado ali, em frente a todas aquelas pessoas, que se mentiam fixados em nós.

Eu podia sentir uma vez mais, as lágrimas de Petter, molharem o tecido fino e transparente da camiseta branca que eu vestia, e quando ele se afastou para me encarar, seus olhos rondavam por cada detalhe da minha face, como se pedisse uma prova, uma confirmação de que eu estava mesmo ali, e eu dei.

O beijei depois de tanto tempo, mas dessa vez mais apressado, eu tinha pressa e necessidade de sentir aquilo outra vez, e quando nós nos afastamos, eu o abracei, tão apertado, e ambos nos deleitamos com a sensação maravilhosa que o amor trazia. Pois agora tinhamos certeza, que estávamos apaixonados.

Eu queria permanecer em seus braços, o frio na barriga gritava para não deixá-lo ir, não, não se afaste dele, por nenhum segundo, era o que cada músculo de meu corpo implorava, e pela primeira vez, minha mente, corpo e alma concordavam com algo.

— Espera, espera! O que está acontecendo aqui? — Jenevivi pergunta confusa.

E todos riem.

— Jimmy estava conosco, a três anos atrás, quando tudo aconteceu. Não podíamos perdê-lo, então o mandamos de volta a seu mundo — Responde Bermac

— E porquê eu só descubro agora, que dá para sair desse inferno?

— Dava! Não dá mais, se esqueceu, que Beatrix controla absolutamente tudo?

— É verdade! — Ela lamenta.

— Como você está? Como chegou aqui? E porquê seus olhos e cabelos estão brancos? — Petter falava enquanto acariciava a pele de meu rosto.

— Eu estou bem! Mas quanto as outras perguntas, eu não sei te responder, um segundo eu estava no meu quarto, no outro no chão de Lakemare — Paro e penso — Tinha um homem, um homem estranho no meu quarto.

— OUTRO HOMEM? NO SEU QUARTO? — Petter me interrompe aos berros

— É! Ele apareceu do nada! Com o tronco desnudo, tinha tatuagem por todo o corpo, e seus olhos, possuíam duas íris cada. Ele era sublime, como se carregasse toda a paz do mundo.

Por suas reações ao meu comentário, estava mais do que óbvio, que todos conheciam, e sabiam se tratar de Teledom, o Deus da vida.

— Ótimo! A droga de um Deus! Ainda por cima pelado — Ele parecia bravo

— Petter! Não seja assim. Ele não estava pelado — O repreendi

Todos apenas escutavam tudo em silêncio.

— Certo, cerro! E o que esse "Deus" lhe falou?

Suspirei profundo passando a mão em meus cabelos os jogando para trás, antes de falar. Havia me esquecido do quanto Petter era ciumento.

— Ele me chamou de escolhido! — Todos os olhos se arregalaram em minha direção — Disse que muita coisa dependia de mim, falou sobre uma tal era negra, e que eu deveria assumir meu destino e voltar. Logo depois ele, apareceu atrás de mim, segurou meu pescoço, e com sua mão, derramou sua luz em mim, foi como se alguma coisa despertasse em meu interior.

Enquanto eu falava, podia ver Petter bufar de raiva, a cada palavra dita.

— Petter! Não fique assim, não houve nada de mais, logo após isso, ele falou uma frase e eu acordei aqui.

— "Volte ao teu destino" — Derek se pronuncia.

— Como você sabe? — Estranhei.

— É verdade! Você não acha que já chegou esse tal hora? Você passou os últimos três anos, insistindo em esperar Jimmy, ponto, aqui está ele, agora desimbucha? — Petter diz impaciente

— "Quando luz e escuridão se encontrar, em trevas o mundo ruirá, mas dos céus ele descerá, para o ouro espalhar" 

— Idaí para esse velha profecia? — Petter diz.

Derek suspira pesado antes de continuar

— É sério que vocês não percebem o que está acontecendo?

Todos nós olhávamos, com cara de paisagem. Então ele se ajeita na cadeira da pequena mesa arredondada bem a nossa frente, e começa a contar.

— A muito tempo atrás, quando Nightmare não passava de uma pequena Ilha isolada das três grandes Nações de Ethahan, os deuses viviam em nossa realidade, mas alguém achou de bom tom, ressuscitar Boru e libertá-lo de sua prisão, matando o primogênito do grande Deus da vida e da deusa da sabedoria. O sangue do escolhido o trouxe de volta, gerando assim, a segunda e mais sombria era negra da história. Pra salvar nossa realidade, Teledom teve que lutar com suas próprias mãos, conseguindo baní-lo outra vez. Para garantir que nada assim acontecesse outra vez, Teledom confiou Nightmare aos Itaxhak, como eu, e aos guardiões dos portões do tempo, criou os escolhidos, depositando neles um terço do seu poder, e se isolou em sua realidade original, depois nomeou um escolhido para cada Itaxhak. E eu fiquei com Jimmy, o protegi desde que nasceu. Você é nosso plano b, não contávamos com uma terceira era negra, mas tudo caminha para que ela ocorra. E temos que impedir antes que isso aconteça.

— Você está dizendo, que há alguém tentando trazer Boru de volta? — Petter pergunta abismado com a história.

— Eu não sei! Mas Teledom acha que sim, então...

— Espera, espera, você fala com ele? — Bermac é quem diz.

— Sim — Derek sorri.

— E porquê ele não diz logo quem é, para gente poder matar, e acabar logo com isso?

— Porquê as coisas não funcionam assim! A história já foi escrita. Só Jimmy pode mudar o rumo das coisas. Teledom não pode fazer nada dessa vez, e eu não posso interferir, até que ele me peça isso.

— Espera! Você disse, escolhidos? Então quer dizer que existem mais como eu? — Disse me sentindo um pouco aliviado.

— Sim! A muitos escolhidos, espalhados por todos os planetas e realidades.

Sem que eu percebesse o destino dessa realidade fora jogado sobre meus ombros, desde o meu nascimento, até o presente momento. Toda minha vida foi orquestrada, para que eu pudesse estar aqui agora. Não houve se quer uma escolha, Derek disse que a história já estava escrita, então o que eu posso fazer?

— Mas se existem mesmo outros escolhidos, porquê eu? Por que eu tenho que fazer isso?

— Voce não é igual aos outros escolhidos Jimmy. Você é especial...

— Porquê? Especial como?

— A única coisa que você precisa saber agora, é que você é mais poderoso que todos eles, o resto saberá na hora certa!

Mas enquanto nós conversávamos algo estranho acontecia longe daqui, mas um brilho avermelhado invadiu, e fora visto até mesmo de onde estávamos. Petter se sentiu inquieto, como se tivesse sentido algo, mas não sabia explicar o que; alguma coisa acontecia na floresta vermelha.

Já na floresta vermelha, o solo se rachava, e se contorcia, até formar uma passagem, e de lá, do submundo, ele surgiu e não houve uma só pessoa em toda Nightmare, que não tivesse sentido sua chegada. A criatura desconhecida logo se dirigiu ao reino de Kirkin, em um piscar de olhos, causando grande comoção no reino elfico, que já estava com seus arcos e espadas preparados para proteger seu reino do desconhecido.

— Só me entreguem o livro, e poderão viver — Disse sereno a criatura.

— Nirya aliatay naryat urmanar (Não terá nada demônio) — Diz um dos soldados.

— Como quiser! — Ele sorri sórdido.

Sem que ele mexesse um músculo, todos os elfos a sua frente caíram de joelhos perante ele, o demônio possuía o poder da ilusão e o controle sobre qualquer ser vivo, podendo neutralizar e obrigar qualquer um a realizar os seus desejos com apenas um olhar. E foi o que ele fez. Aos olhos dos elfos, sobre aquele Reino, pairou uma escuridão mais densa do que qualquer outra coisa, mãos saíam de todos os lados, os obrigando a se afundarem cada vez mais em trevas, enquanto gritavam em agonia.

Do lado de fora, o demônio, passou pela guarda sem maiores preocupações, caminhou pelos corredores iluminados, até se deparar com o rei Grethiel, protegendo a portão do salão oval, onde permanecia o livro sagrado.

— Não seja tolo elfo, apenas me entregue o livro, e eu permitirei que vivas em meu novo mundo.

— Volte para o antro de sofrimento de onde você saiu, demônio!

— Para seres que possuem uma orelha tão grande, vocês nunca escutam, não é? Então morra junto com seu reino.

O rei correu com sua espada erguida, na direção do demônio, que apenas o esperava sorrindo, e em um movimento hiper veloz, roubou a espada do elfo, e a usou para decepar a cabeça do rei. A cabeça rolou pelo chão frio e agora encharcado pelo sangue que jorrava do corpo desfalecido do elfo; que permaneceu em pé, por alguns segundos, e logo caiu, ao lado de sua cabeça decepada. Grethiel Sultasar estava morto.

— Eca, sujou meu torno com esse sangue imundo! Alot, cuide dos outros, sim? Eu vou pegar o livro — Ele ordena e logo se dirige ao salão.

— Sim majestade! — Se curva em reverência.

Alot se transformou em uma densa fumaça negra, e logo partiu, para matar os elfos restantes, em um genocídio sem precedentes. O sangue se espalhou por toda parte, corpos desfalecidos, e elfos tentando lutar com as sombras, eram vistos por todos os lados daquele reino. Mas nada podia ser feito, eles morreram sem que pudessem ao menos ver o rosto de seu assassino. Gargantas cortadas, cabeças decepadas, e sangue, muito sangue manchou o solo sagrado e límpido do reino que zelava pela aliança com os deuses, os progenitores da esperança, os primeiros povos a serem criados em Nightmare, agora não existiam mais. Mortos, um à um, sem que ninguém percebesse.

E na torre, Petter se sentia cada vez mais inquieto, insistia que havia algo acontecendo na floresta.

— Eu sinto que deveríamos ir checar, tem algo muito errado! — Petter dizia enquanto caminhava de um lado a outro.

— E como você sugere que cheguemos a floresta sem sermos vistos? E pior, como atravessar sem que alguma criatura da rainha nos entregue? — Leon se pronuncia

— Derek! — Fora só o que ele disse

— O que? Eu?

— Sim! Se esqueceu que foi você que nos levou ate de lá, a três anos trás, quando Jimmy estava morrendo?

O ex guardião suspira exagerado antes de falar

— Não senhor! Aquilo foi uma questão de vida ou morte! — Diz cruzando os braços

— Derek! — Chamei sua atenção — Por favor!

— Merda! Tudo bem, eu levo, mas apenas duas pessoas por vez.

— Fechado! Mas não precisaremos de todos — Petter diz agora indo em direção a Egar — Você fica aqui, com Theoia, e em minha ausência, você manda.

— Sim senhor! — Ele sorri

— Bermac e Leon, vocês nos acompanharam. Pronto? Vamos?

— Pronto!

Derek apenas posicionou uma de suas mãos em nossos ombro, ficando entre nós, e em questão de segundos, desaparecemos, e aparecemos na floresta vermelha, onde um grande buraco no chão podia ser visto, no local que outrora surgiu aquele brilho avermelhado. Petter se aproxima do buraco, enquanto Derek, volta para buscar os outros.

— Acho que temos companhia! — Ele fala sorrindo

— Como assim? Você acha que algo ou alguém saiu daí? — Perguntei espantado

— Eu tenho certeza pequeno.

— Vamos apenas esperar os outros e vasculhar o local mais próximo daqui! O reino dos elfos

— Tudo bem! — Digo enquanto analiso os arredores — Havia me esquecido do quão fria era essa floresta.

De fato, mas ela parece duas vezes mais fria agora, mais densa, como se a saída da rainha demônio, ou o fim da aliança, tivesse mexido com o equilíbrio da mesma.

— Venha aqui! — Ele me chama erguendo seus braços — Não gosto da ideia de você andando por aí, só com essa blusinha fina e transparente, da para ver tudo — Fala enquanto me abraçava.

Sorrio com sua alegação

— Eu não tive tempo de trocar de roupa, vim de pijama mesmo.

Ao final de minha frase, Derek apareceu com os outros, e logo nós seguimos a trilha, em direção ao reino kirkin; e de longe, já dava para ver os corpos jogados na entrada do reino, a trilha de sangue e corpos, se espalhava por todos os lados, denunciando um genocídio em massa bizarro.

A visão era perturbadora, e não havia sinais de pessoas ou criaturas por perto. Petter estava certo, realmente algo muito grave havia acontecido, se ao menos tivéssemos percebido antes.

— Quem seria capaz de fazer uma barbaridade dessas? — Pergunto completamente espantado.

Até que do interior do castelo, ele surge, com trajes finos, longos cabelos acinzentados, uma cartola com um pingente de coração em esmeralda, igual ao que Beatrix usa, um terno preto com luvas de couro nas mãos e seus olhos possuíam a escuridão mais densa e perturbadora, com um brilho avermelhado no direito, e no esquerdo uma íris branca como a neve, igualzinho a Petter. O estranho apenas parou singelamente a nossa frente, encarou a todos, e ao perceber minha presença ali, logo ele falou.

— Ora, ora! O que nós temos aqui! Parece que é o meu dia de sorte, o livro sagrado e o escolhido no mesmo lugar. Acho que é meu aniversário, e eu não sabia — Ele termina gargalhando

— Quem é você, esquisito? — Petter diz ríspidamente

— Isso é jeito de falar com seu tio, garoto? Minha irmã não lhe ensinou a respeitar os mais velhos?

— Tio? — Todos dizem ao mesmo tempo

— Me perdoem pela bagunça, meu criado andou exagerando um pouquinho! Mas permita-me desfazer esse mau entendido e me apresentar, Me chamo Boutrix, Boutrix Pedwell ao seu dispor — O estranho se curva, retirando a cartola em cumprimento — Já que todos vieram aqui só para me ver, é justo que esse mero anfitrião, lhes conceda um entretenimento.

Seu sorriso era sórdido, e seu terno estava levemente manchado de sangue, com um só movimento de suas mãos, eu já não estava atrás de Petter, agora, sua mão direita, pressionava com força meu pescoço, enquanto me mantinha, preso a seu corpo, frente aos outros

— Jimmy — Petter grita tentando se aproximar

— Se der um passo, eu o mato, não preciso dele vivo mesmo, apenas seu sangue me interessa!

Porquê sou sempre eu?

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