Me chamo Cecília sou uma menina de 18 anos, moro na favela ou seja morro da Tijuca sou de família humilde e simples, meus pais trabalhar em uma empresa de limpeza na rua, ganham salário que dá pra eles viverem, moro sozinha pois por conta de uma briga com meu pai decidi ser sozinha, trabalhava em um salão no shopping mas acabou falindo e estou a algumas semanas sem trabalho, e procuro trabalhar de babá aqui onde moro.
**Foto da Cecília **
Eai tropa sou o Lorenzo(Vulgo Thor) dono do morro da Tijuca, o morro que mais fatura dinheiro, aqui no meu morro não aceito estrupos, roubos, injustiça,sou casado há 1 ano minha esposa tá grávida da minha pequena Jasmin, vou sempre da do bom e do melhor pra minha família e também quero uma babá pra ajudar a cuidar da minha pequena.
**Foto do Lorenzo **
Fala aí família me chamo Marcos(Vulgo MC) sou o sub do morro, conheço desde que éramos criança sempre moramos aqui no morro, ainda pretendo ter o meu próprio morro mato e morro pelo Lorenzo ele é como se fosse meu irmão, tenho minha fiel que muitos borratanga cobiça ela mas já estão no papo pretendo me casar com ela e ter uma linda família estou a procura de uma babá para a patroa para ajudar depois que nossa pequena Jasmin nascer.
**Foto do Marcos **
Oie gente sou Paola a esposa de Lorenzo, uma mulher empoderada, rica e também muito poderosa tudo que eu quero eu faço, venho de uma família muito rica meus pais são donos da maior máfia da América, estou grávida do Thor e é uma menininha meu sonho sempre foi ser mãe é ter uma linda família, estou com alguns problemas na gravides mas decidi não contar para o Lorenzo pra ele não se preocupar, pois ele já tem o morro pra cuidar e espero que encontre logo uma babá pois não estou com um bom pressentimento do meu parto.
**Foto da Paola **
Hello meninas sou a Melissa fiel do Marcos, como vcs já sabem sou uma mulher muito cobiçada por muitos homens e até mesmo mulheres aqui do morro, mas só tenho olhos para meu branquinho, moro na casa de meus pais desde quando eles morreram, me sentia muito solitária até conhecer o MC, me trouxe a felicidade de novo, sou modelo e sou blogueira tenho muitos seguidores no Instagram, mas como sabem moro no morro da Tijuca e muita das vezes é difícil conseguir parcerias por ser uma favela, mas sei que vou calar a boca de muita gente.
**Foto de Melissa **
Oi pra vcs suas vagabundas sou a Soraya sou a única que deviria está no lugar da Paola, quando era mais nova namorei com o Thor mas acabei tendo um deslize é o trai e desde então ele não fala comigo, sei que ainda ele me ama e farei de tudo para ter ele de volta, até mesmo matar qualquer mulher que estiver no caminho dele.
Foto de Soraya
Cecília Narrando
O dia clareou. Levantei, fiz minhas higienes matinais, tomei meu café da manhã e vesti uma roupa leve, já que iria passar o dia em casa.
Preparei meu almoço fitness, porque, mesmo sendo humilde, sempre me cuidei e fazia academia. Não tinha amigas aqui no morro, pois a maioria das meninas eram metidas e arrogantes. Pensei em ligar para a minha mãe e convidá-la para ir ao shopping comigo, já que hoje eu receberia meu acerto.
O salão onde eu trabalhava acabou fechando, então estou, mais uma vez, desempregada.
Liguei para minha mãe, e logo ela atendeu.
— Oi, mãe. O que a senhora vai fazer hoje no final da tarde?
— Oi, filha. Não tenho nada em mente. Tá pensando em algo?
— Vamos ao shopping comigo? Vou receber o acerto hoje e queria comprar umas coisinhas.
— Ok! Vamos sim. Passo aí às 18h.
— Tá bom.
Encerrei a ligação.
Depois disso, fui tirar meu cochilo da tarde. Programei o celular para despertar às 17h. Assim que despertou, fui tomar banho, coloquei uma roupa simples e confortável, uma sandália, passei uma make leve e fiquei esperando minha rainha chegar.
Quando deu 18h, minha mãe bateu na porta. Saí, entrei no carro dela e partimos rumo à saída do morro. Chegando lá, um menino branco parou o carro da minha mãe. Ela abaixou o vidro.
— E aí, Cecília. Estão indo pra onde?
— Oi! Estamos indo ao shopping, mas logo voltamos. Quer falar de algum assunto sério?
— Quero trocar um papo contigo. Assim que chegar do asfalto, sobe lá na boca.
— Ok. Assim que chegar, subo lá.
Depois de falar com o Marcos, seguimos para o asfalto. Chegamos ao shopping e fui direto ao salão onde eu trabalhava. Recebi meu dinheiro e fui com minha mãe para as lojas. Comprei vários looks, já que, todo final de semana, rola festa no morro – apesar de eu quase não ir.
Depois das compras, fomos ao Madeiro, um restaurante bem sofisticado, com um ótimo cardápio. Comemos e voltamos para o estacionamento. Assim que entramos no carro, minha mãe perguntou:
— O que será que o Marcos quer contigo?
— Não sei, mãe... Mas não deve ser nada grave.
— Tome cuidado, minha filha. Pode ser perigoso. Não quero minha princesinha envolvida com nada errado.
— Fica tranquila, mamãe. Eu sei me cuidar.
Dei um beijo nela, e voltamos para o morro. Ela me deixou em casa, peguei as sacolas e entrei. Deixei tudo no sofá e logo subi para a boca do morro. Chegando lá, me anunciaram, e o MC liberou minha entrada. Caminhei pelo corredor até a porta com a plaquinha com o vulgo do Marcos. Bati, e ouvi um “Entra”. Entrei. Ele me mandou sentar. Relutei um pouco, mas sentei.
— O que queria falar comigo?
— Então, Cecília... A fiel do Thor tá pra ganhar neném, e ele me pediu pra arrumar uma babá. Alguém que dê assistência pra Paola depois do parto. Como soube que você tá desempregada há algumas semanas, resolvi te chamar. Sei que você é de confiança.
— É uma ótima oportunidade... Mas é pro Thor? Ouvi boatos de que ele é bruto e maltrata funcionárias.
— Sempre tem os falador. Mas dou minha palavra: ele é de confiança. Jamais maltrataria uma empregada, ainda mais sendo a babá da pequena Jasmin. E posso te garantir que o salário é bom.
— Vou confiar na sua palavra. Mas se ele fizer qualquer gracinha, eu saio e não volto nunca mais.
— Fechou então. Amanhã te mando mensagem pra subir lá, conhecer a casa e a dona Paola.
— Ok. Aqui está meu número. Pode me chamar de Ceci. Até logo.
Saí da sala dele e voltei pra casa. No dia seguinte, seria a primeira vez que eu iria conhecer a mansão dos Conors, então precisava descansar.
Tomei um banho, desci pra cozinha, preparei um omelete com salada e fui pra sala. Liguei a TV, coloquei uma série e comecei a comer. De repente, escutei uma batida na porta. Levantei e fui atender.
Quando abri, vi uma menina que parecia ter minha idade. Negra, com cabelos cacheados e o corpo bem definido. Ela me olhou e perguntou:
— Posso entrar? Preciso conversar contigo.
— Pode entrar, sim... O que será que ela quer comigo? – pensei.
Ela entrou e eu disse:
— Pode falar. O que quer conversar?
— Então... Vi que hoje você subiu até a boca do morro. Também sei que só tava o MC lá. Queria saber o que você foi fazer lá.
— Foi ele quem me chamou. Disse que precisava falar comigo. Que menina louca... – pensei.
— E o que ele queria de tão importante, que teve que ser na sala dele?
— Me falou que o Thor tá procurando uma babá pra filha que vai nascer. Pensou em mim e me ofereceu a vaga. Aposto que ela achou que eu tava dando em cima do macho dela... – pensei.
— Nossa... agora não sei onde enfiar a cara. Achei que você era mais uma dessas do morro dando em cima dele. Apesar de eu saber que ele jamais me trairia. Me desculpa pela minha indelicadeza.
— Sem problemas. Não tô à procura de homem, ainda mais se for de outra. Jamais faria com alguém o que não quero pra mim.
— O que acha de irmos tomar um sorvete amanhã e conversar mais? Gostei de você. Acho que seremos unha e carne. Mas que falta de educação a minha... Nem perguntei seu nome.
— Meu nome é Cecília, mas pode me chamar de Ceci.
— Combinado! Amanhã passo aqui às 20h pra te pegar. Ah, e meu nome é Melissa.
— Muito prazer, Melissa. Combinado, então. Te levo até a porta.
Levei Melissa até a porta. Nos despedimos com um abraço apertado. Ela subiu em sua moto e desceu em direção à base do morro. Voltei pra sala, peguei o prato, lavei a louça, dei uma organizada na casa e voltei pra sala.
Peguei meu celular, olhei a hora: ainda eram 22h. Tinha um tempo até o sono bater. Subi pro quarto e fiquei mexendo nas redes sociais. Tinha várias curtidas de um dos vapores do Thor no meu Instagram, mas nem liguei. Não tô interessada em homem. Levantei, fui ao banheiro escovar os dentes, depois voltei pra cama. Me deitei... e logo peguei no sono.
Cecília Narrando
Acordei, fui direto tomar um banho, coloquei uma roupa confortável e segui para a academia. Depois do treino, voltei pra casa e fiz meu serviço doméstico. Hoje eu iria na mansão dos Conors conversar sobre a vaga de babá que estavam oferecendo. Comecei a preparar meu almoço quando escutei três batidas na porta. Ao abrir, me deparei com uma mulher que, além de bonita, tinha um jeito empoderado que impunha respeito. Assim que entrou, disse:
— Boa tarde.
— Boa tarde — respondi.
— Como se chama? — ela perguntou.
— Me chamo Cecília Harris.
— Sou Paola Conors. Fiquei sabendo que foi pra você que ofereceram a vaga de babá. Vim aqui te conhecer um pouco — disse ela com gentileza.
Não estranhei a visita. Se eu iria cuidar da filha dela, era mais que justo esse encontro.
— Sim, o braço direito do seu marido me chamou na boca pra conversar e comentou que vocês estavam procurando alguém.
— Que ótimo! Estamos mesmo precisando. Em breve vou ganhar nossa princesa e quero alguém pra me auxiliar em casa, ajudando apenas com a bebê.
— Também comentei com ele que iria pensar. Ouvi uns boatos de que seu marido é arrogante e trata mal os funcionários.
Percebi que ela deu uma risada meio sem graça antes de responder:
— Sempre haverá boatos. Algumas funcionárias que tivemos nos roubaram, e o Thor não teve como ser gentil. Mas fique tranquila, ele é um homem justo e trata bem quem trabalha de forma honesta com a gente.
— Sendo assim, fico mais tranquila em aceitar a proposta.
— Que ótimo! Se quiser, amanhã pode subir lá em casa pra conhecer melhor e almoçar com a gente.
— Muito obrigada pela gentileza.
— E pode me chamar só de Paola, viu? Não sou tão velha assim — disse ela sorrindo.
Concordei, a acompanhei até a porta, nos despedimos e ela foi embora. Lembrei que tinha deixado as panelas no fogo. Aproveitei que estava tudo pronto, arrumei a mesa, almocei, lavei a louça e fui pra sala assistir um pouco de TV, já que à noite sairia com a Melissa.
No fim da tarde, subi pro meu quarto e fui me arrumar. Tomei um banho, comecei a fazer minha maquiagem quando o celular tocou. Era a Melissa.
— Oi, Melissa. Tô quase pronta!
— Ótimo, tô aqui na frente te esperando.
— Só terminando a make e já desço.
— Beleza — respondeu ela antes de desligar.
Terminei a maquiagem, passei um perfume, fechei a casa e fui até o carro dela. Cumprimentamo-nos com um beijo no rosto e seguimos rumo ao asfalto. Pegamos um trânsito pesado — sexta-feira no Rio é sempre complicado. Fomos até uma sorveteria. Ela estacionou e descemos.
Ao entrarmos, a atendente veio com o cardápio:
— Boa noite, senhoras.
— Boa noite — respondemos juntas.
— Aqui está o cardápio. Fiquem à vontade. Quando decidirem, é só me chamar.
Passamos alguns minutos escolhendo e, depois, chamamos a atendente para fazer o pedido.
— Então, amiga... Vi que a Paola foi até sua casa hoje. O que ela queria? — perguntou Melissa, curiosa.
— Foi conversar comigo e tirar minhas dúvidas sobre a vaga... e sobre o Thor.
Ela franziu o cenho:
— O que você ouviu de tão ruim sobre o Thor?
— Boatos de que ele era um ogro com os funcionários. Mas, depois da conversa com ela, vi que é só falatório da comunidade.
— É sim. Thor é super tranquilo. Conheço ele há um tempo e nunca vi maltratar ninguém.
As palavras dela me deram ainda mais segurança pra aceitar o trabalho. Logo, nossos pedidos chegaram. Comemos sorvete, pedimos alguns drinks — achei o máximo uma sorveteria que serve bebidas alcoólicas. Melissa, por ser a motorista, pegou leve. Depois, fomos dar uma volta na praça.
— Amiga? — disse ela.
— Diga.
— Me conta mais sobre você, sobre sua família.
— Bom, sempre morei no morro. Morava com meus pais, mas, por causa de uma briga, resolvi morar sozinha. Trabalhava em um salão no shopping como recepcionista, mas ele faliu e fui demitida. Sou solteira e agora tô em busca de um recomeço... ou melhor, acho que já encontrei.
— Uau, amiga. Uma bela história! — disse ela, rindo.
— E você? Me conta sobre sua vida.
Ela ficou um pouco pensativa, com o semblante mais sério, mas respondeu:
— Como muita gente sabe, perdi meus pais. Moro na casa que era deles. Sou blogueira no Instagram. Tenho quem me ame e quem me odeie... E sou fiel do MC.
— Sinto muito pelos seus pais... E você ama o Marcos?
— Amo mais que tudo.
— Que lindo o amor de vocês...
— E você, amiga, não gosta de ninguém?
— Já me apaixonei uma vez, mas era um amor impossível. Agora tô focada em me estabilizar. Se o amor verdadeiro aparecer, tô pronta pra me entregar.
— Vai aparecer sim, e eu quero ser madrinha, viu? — brincou ela.
Depois de um tempo, voltamos pro carro. Melissa me olhou com um sorriso travesso e perguntou:
— Tá afim de dirigir?
— Amiga, e se eu bater teu carro? Vou ter que vender até o que não tenho pra pagar!
Ela riu:
— Relaxa! Tô do teu lado, qualquer coisa puxo o freio.
Assenti, fui pro volante e ela colocou uma música que eu amo: Poesia Acústica. Começamos a cantar juntas, animadas.
Estávamos tão envolvidas que, quando vimos, já estávamos de volta ao morro. Subimos até minha casa. Desci, nos despedimos, e Melissa seguiu pra casa dela. Subi direto pro meu quarto, coloquei meu pijama, me deitei na cama e fiquei olhando as redes sociais até adormecer.
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